terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A NATUREZA NOS ENSINA A PACIÊNCIA.

“Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta!”, disse Santa Teresa D´Àvila
São Tiago diz que a paciência nos leva à perfeição, a meta de nossa vida cristã. “É preciso  que  a paciência efetue a sua obra a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma”  (Tg 1,4). Ele chega a dizer que é uma “suma alegria” passar por diversas provações, já que elas produzem em nós a paciência (Tg 1,2). É impressionante esse “suma alegria”. Os santos dizem que há dois tipos de martírio: o da morte pela espada; e o da morte lenta, também por amor a Deus, pela paciência.
Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência, que é fruto da fé e do abandono da vida em Deus. Foi pela paciência que Abraão esperou o seu Isaac, 25 anos após a promessa de Deus. Foi pela paciência que Jó venceu as provações e agradou a Deus. Foi pela paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o império  romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados dos seus filhos, etc. Sem paciência não é possível o crescimento humano e espiritual.
Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam, é preciso ter paciência conosco e aceitar a nossa dura realidade. Assim os santos chegaram à santidade. Quando é difícil caminhar depressa, então é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. José e Maria salvaram o Menino das mãos de Herodes, indo passo a passo até o Egito. A pressa é inimiga da perfeição.
Quando o trabalho de cada dia se torna monótono e cansativo, é preciso fazê-lo com paciência, oferecendo cada gota de suor a Deus. Quando a oração se torna difícil, é preciso mantê-la com paciência, deixando que ela mesma aumente em nós essa virtude. Quando o obstáculo é intransponível às nossas possibilidades, é preciso saber esperar as circunstâncias mudarem, a graça de Deus agir, e tudo acontecer. Santa Teresa D’Ávila, doutora da Igreja, nos ensina: “Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta !”
Quando o sofrimento se faz presente, é preciso não se desesperar, e fazer como os passarinhos que, quietinhos no ninho, esperam a tempestade passar… O remédio é a paciência!
“O sofrimento aceito com paciência é o mais rápido caminho da santificação”, nos garante São Francisco de Sales, com sua autoridade de doutor da Igreja. Foi o santo da paciência; nada lhe tirava o sorriso dos lábios.
Maria, nossa Mãe, é a mulher da paciência. Sempre soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem reclamar… A paciência é amiga do silêncio e da fé.
“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (…) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência… sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência” (Eclo 2,1-3).
Deus usa da natureza para nos fazer pacientes, já que esta lição é fundamental para nossa salvação. Para que todos pudessem sem se cansar aprender essa lição, Deus a colocou como a base da criação. Você semeia o grão de milho e tem de esperar pacientemente seis meses para colher a espiga. Primeiro o grão germina; gera a plantinha que cresce e se fortalece aos poucos, sem cessar e sem correr, silenciosamente. Se adapta ao solo, ao clima, ao tempo… Depois vêm as flores e por fim o fruto.
Toda a natureza nos dá essa lição: crescer devagar, sem parar, com paciência e em silêncio. Nós fomos uma única célula no ventre caloroso da mãe, ela se dividiu em duas… em milhões, aos poucos, lentamente. E assim Deus nos teceu no seio materno, como a mulher vai tricotando uma blusa, ponto por ponto, sem parar, sem correr. Que lição de vida!
É Deus nos falando pelo espelho da natureza. Feliz de quem sabe contemplá-la e aprender as suas belas lições. Tudo que a gente fizer sem paciência e sem contar com a natureza, ela mesma se incumbe de destruir. Deus atrelou nossa vida na paciência que a natureza nos ensina sem cessar.








Prof. Felipe Aquino

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