quinta-feira, 30 de junho de 2022

13ª Semana do Tempo Comum - O pecado é uma doença.

  2 jul 2020 «Glorificaram a Deus por ter dado tal poder aos homens» – Senhor  Jesus dos Aflitos
Leitura (Amós 7,10-17)

Leitura da profecia de Amós.

7 10 Amasias, sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: “Amós conspira contra ti no meio dos israelitas. A terra não pode mais suportar os seus discursos.

11 Ele diz que Jeroboão perecerá pela espada e que Israel será deportado para longe de seu país!”

12 Amasias disse a Amós: “Vai-te daqui, vidente, vai para a terra de Judá e ganha lá o teu pão, profetizando.

13 Mas não continues a profetizar em Betel, porque aqui é o santuário do rei, uma residência real”.

14 Amós respondeu a Amasias: “Eu não sou profeta nem filho de profeta. Sou pastor e cultivador de sicômoros.

15 O Senhor tomou-me de detrás do meu rebanho e disse-me: ‘Vai e profetiza contra o meu povo de Israel’”.

16 Ouve, pois, agora, a palavra do Senhor: “‘Tu me dizes: ‘Não profetizarás contra Israel, não falarás contra a casa de Isaac’.

17 Pois bem! Eis o que diz o Senhor: ‘tua mulher será violada em plena cidade, teus filhos e tuas filhas cairão sob a espada, teu campo será repartido a cordel; quanto a ti, morrerás numa terra impura, e Israel será deportado para longe de seu país’”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 18/19

Os julgamentos do Senhor são corretos

e justos igualmente.

A lei do Senhor Deus é perfeita,

conforto para a alma!

O testemunho do Senhor é fiel,

sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,

alegria ao coração.

o mandamento do Senhor é brilhante,

para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,

imutável para sempre.

os julgamentos do Senhor são corretos

e justos igualmente.

Mais desejáveis do que o ouro são eles,

do que o ouro refinado.

suas palavras são mais doces que o mel,

que o mel que sai dos favos.

Evangelho (Mateus 9,1-8)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

9 1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade.

2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados."

3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema."

4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações?

5 Que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados te são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’

6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa."

7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.

8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, antes de curar um paralítico, o Senhor perdoa-lhe os pecados. Com este gesto, Ele nos mostra que, além da compaixão que devemos ter pelos males físicos que nos afligem, é sobretudo pelos pecados — verdadeiras enfermidades do espírito — que temos de sentir mais dor. Eis a perspectiva que nós, discípulos de Cristo, devemos adotar: enxergar além do que vêem os olhos para penetrar no que realmente importa, no que vale mais do que o corpo, na intimidade da alma, porque é nela que se pode instalar o mal moral, pior do que todas as úlceras, mais daninho que o câncer mais violento. Porque o pecado, com efeito, corta o nosso relacionamento com Deus, privando-nos da vida sobrenatural da graça. Quem está em pecado mortal encontra-se, como o nome mesmo o indica, morto; é como se trouxesse dentro de si um cadáver espiritual, cujo estado deplorável, como lemos na vida dos santos, foi revelado de modo quase sensível a algumas almas místicas. Por isso, que na nossa oração diária não faltem nunca — antes, ocupem o primeiro lugar — súplicas de perdão, pedidos daquelas graças de que mais necessitamos para vencer nossas imperfeições e vícios: luz para reconhecer nossos pecados, ocultos ou ignorados, e o dom precioso da perseverança final, para nós e para todas as pessoas por quem estamos obrigados a rezar. — Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos!

 

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quarta-feira, 29 de junho de 2022

13ª Semana do Tempo Comum - Vença o mal e busque a graça de Deus para a sua vida.

 Evangelho do Dia: Os possessos de Gadara (Mt 8, 28-34) – Oratório São Luiz  – 120 Anos

Primeira Leitura: Amós 5,14-15.21-24

Leitura da profecia de Amós14Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida, só assim o Senhor Deus dos exércitos vos assistirá, como tendes afirmado. 15Odiai o mal, amai o bem, restabelecei a justiça no julgamento, talvez o Senhor Deus dos exércitos se compadeça do resto da tribo de José. 21“Aborreço, rejeito vossas festas, diz o Senhor, não me agradam vossas assembleias de culto. 22Se me oferecerdes holocaustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. 23Livra-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras. 24Que a justiça seja abundante como água e a vida honesta como torrente perene”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 49(50)

A todos os que procedem retamente / eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

1. “Escuta, ó meu povo, eu vou falar; † ouve, Israel, eu testemunho contra ti: / eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus! – R.

2. Eu não venho censurar teus sacrifícios, / pois sempre estão perante mim teus holocaustos; / não preciso dos novilhos de tua casa / nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos. – R.

3. Porque as feras da floresta me pertencem / e os animais que estão nos montes aos milhares. / Conheço os pássaros que voam pelos céus / e os seres vivos que se movem pelos campos. – R.

4. Não te diria se com fome eu estivesse, / porque é meu o universo e todo ser. / Porventura comerei carne de touros? / Beberei, acaso, o sangue de carneiros? – R.

5. Como ousas repetir os meus preceitos / e trazer minha Aliança em tua boca? / Tu, que odiaste minhas leis e meus conselhos / e deste as costas às palavras dos meus lábios! –  R.

Evangelho: Mateus 8,28-34

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus nos gerou pela palavra da verdade / como as primícias de suas criaturas (Tg 1,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 28quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: “O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” 30Ora, a certa distância deles estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”. 32Jesus disse: “Ide”. Os demônios saíram e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até a cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles. – Palavra da salvação

Reflexão

Veja, meus irmãos e minhas irmãs, ninguém podia passar por aquele caminho. Olha que interessante, uma coisa que me chamou a atenção: quando alguém está mal, aqueles que estão ao lado, em torno da pessoa, eles podem sofrer juntos, eles podem sofrer as consequências desse mal. Primeiro, que não era um homem só, eram dois, justamente o mal vai se propagando. Se nós não o cortamos, ele vai formando também a sua rede. E depois, aqueles dois prejudicaram tanto aquele povoado, que eles se tornaram um obstáculo no caminho daquelas pessoas.

Veja, quando nós aderimos ao mal, também podemos nos tornar obstáculo na vida das pessoas, sobretudo daquelas que estão mais próximas de nós. Basta você perceber, por exemplo, alguém que tem o vício da bebida, um alcoólatra. O que ele faz dentro do ambiente familiar! O que ele é capaz de provocar dentro do ambiente familiar!

Um filho que tem o vício da droga, o que ele não pode provocar no ambiente familiar! Quantas mães que, muitas vezes, não podem nem entrar no quarto do filho, não podem nem acessar um cômodo da casa, porque ali está escondida a droga, ali está escondido talvez o fruto de um roubo do filho. E essa tristeza do coração, muitas vezes de mães e pais, que passam por isso. Essa Palavra fala muito para nós.

Se há um primeiro sinal, não compactue com o mal, vença-o, busque a graça de Deus, busque o Senhor

Agora, pior é quando alguém está sob a influência do mal; quando escolhe o mal para a própria vida; quando, conscientemente, escolhe um mal, e esse mal acaba influenciando a vida de alguém. Como eu disse, os males se somam, eles vão crescendo, eles tomam toda a vida da pessoa, tanto é que aquele homem foi possuído pelo demônio – a Palavra diz –, ou seja, ele tomou posse de toda a vida da pessoa.

Há um primeiro sinal de um mal, corte-o; há um primeiro sinal de uma situação pecaminosa, corte-a. Porque o mal vai crescendo, vai criando as suas redes e vai tomando o coração do ser humano. Então, há um primeiro sinal, não compactue com o mal, vença esse mal, busque a graça de Deus, busque o Senhor.

Aquele homem diz “conosco”, o termo que ele usa aqui: “Que tens a ver conosco?”. A expressão desse plural aqui é justamente sobre essa realidade. Que terrível é viver na companhia do mal, que terrível é associar-se ao mal!

Muitas vezes, quando o mal está no coração de uma pessoa e essa pessoa consegue adeptos — não estou falando aqui de mal só de possessão diabólica, estou falando de outros males que batem à porta do nosso coração: uma fofoca. Quando alguém começa a falar mal de alguém, em vez de cortar, você se associa a essa fofoca e acrescenta um comentário ainda mais malicioso contra a vida de alguém. Isso pode se manifestar de diversas formas, nunca podemos nos associar ao mal.

Agora, na nossa libertação, também podemos mudar o que está à nossa volta, a vida das pessoas. Porque esses dois foram libertos por Jesus, e quando um coração acolhe o Cristo, quando um coração experimenta a libertação, todos aqueles que estão à volta participam desta graça de Deus.

Desejo isso para você, desejo isso para o seu lar, desejo isso para as realidades da tua vida! Deseje também com fé, hoje, a libertação dos membros da sua casa, dos membros da sua família, para que Jesus Cristo seja o Senhor das nossas vidas.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

terça-feira, 28 de junho de 2022

13ª Semana do Tempo Comum - Homens fracos na fé!

 LEITURA ORANTE: Mt 8,23-27 - Jesus censura a falta de fé

Primeira Leitura (Am 3,1-8;4,11-12)

Leitura da Profecia de Amós.

3,1Ouvi, filhos de Israel, a palavra que disse o Senhor para vós e para todas as tribos que eu retirei do Egito: 2“Dentre todas as nações da terra, somente a vós reconheci; por isso usarei o castigo por todas as vossas iniquidades. 3Se duas pessoas caminham juntas, não é porque estão de acordo? 4Se o leão ruge na selva, não é porque encontrou a presa? Se no covil rosna o filhote do leão, não é porque agarrou sua parte?

5Acaso, sem armadilha, se prende uma ave no chão? Acaso dispara a armadilha, antes de capturar a presa? 6Se ressoa na cidade o toque da trombeta, não fica a população apavorada? Se acontece uma desgraça na cidade, não foi o Senhor que fez? 7Pois nada fará o Senhor Deus, que não revele o plano a seus servos, os profetas. 8Ruge o leão, quem não terá medo? Falou o Senhor Deus, quem não será seu profeta?”4,11“Eu arrasei-vos, como arrasei Sodoma e Gomorra, e ficastes como um tição, retirado da fogueira; e, contudo, não voltastes para mim”, diz o Senhor. 12Por isso, assim te tratarei, Israel; e, porque sabes como te vou tratar, prepara-te, Israel, para ajustar contas com o teu Deus.

- Palavra do Senhor.

Responsório (Sl 5)

— Na vossa justiça, guiai-me, Senhor!

— Na vossa justiça, guiai-me, Senhor!

— Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.

— Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.

— Eu, porém, por vossa graça generosa, posso entrar em vossa casa. E, voltado reverente ao vosso templo, com respeito vos adoro. 

Evangelho (Mt 8,23-27)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.

25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

Palavra da Salvação.

Reflexão

Diante da fragilidade do mundo, chacoalhado por tantas misérias e catástrofes, o espírito humano é levado a perguntar-se: "Onde está Deus? Por que, afinal, não vem em meu socorro?" Assim também os Apóstolos, assustados pela tormenta, clamam ao Cristo que dorme: "Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!" Jesus, porém, antes mesmo de acalmar a tempestade, repreende-lhes a falta de fé e confiança: "Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?" É como se lhes dissesse: "Não vos lembrais de quem vos mandou entrar na barca (cf. Mc 4, 35; Lc 8, 22)? Acaso pensais que Eu não sabia o que havíeis de passar? Por que vos preocupais assim, se estou convosco?" Por isso, diz-lhes ao final: "homens fracos na fé", porque, embora cressem nEle, não se criam amparados; acreditavam, pois, mais na fraqueza agitada do mar do que na força serena de Cristo. "Por que tendes tanto medo?", provoca-os. "Se tivésseis fé, não vos perturbaríeis deste modo, porque nada sucede quer neste quer no outro mundo sem que Eu o tenha previsto e permitido desde toda eternidade".

Não importa por quais sofrimentos estejamos passando, sempre reconheçamos com fé que o Senhor não deseja nem permite coisa alguma que não manifeste a sua bondade e o seu cuidado por aqueles que O buscam: "Sabemos", diz o Apóstolo, "que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios" (Rm 8, 28). Nas dores e dificuldades que Ele nos envia temos de ver um sinal de que é em tais circunstâncias — por piores que pareçam — que Ele nos dá a conhecer o seu amor, provando-nos a fidelidade, pedindo-nos uma fé mais firme, chamando-nos a um abandono mais cego e filial. Entreguemo-nos hoje confiadamente aos braços do nosso Deus e Senhor; rendamos-lhe graças pelas contrariedades em que nos tem posto, porque só Ele sabe de que cruzes necessitamos para, vencidas as tribulações deste desterro, podermos depois triunfar com Cristo Jesus na glória do Céu. Ao final de nossa oração, recorramos à Virgem Maria, Consoladora dos aflitos, e coloquemo-nos humildemente sob o seu maternal cuidado.

 

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

13ª Semana do Tempo Comum - O desamparo de Cristo.

  Grupo de Oração Semeando a Paz: LITURGIA DIÁRIA - SEGUIR JESUS É VIVER  CONFORME SEU EVANGELHO
Leitura (Amós 2,6-10.13-16)

Leitura da profecia de Amós.

2 6 Oráculo do Senhor: “Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não mudarei meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias,

7 porque esmagam no pó da terra a cabeça do pobre, e transviam os pequenos, porque o filho e o pai dormem com a mesma jovem, o que é uma profanação do meu santo nome,

8 porque se estendem ao pé de cada altar sobre vestes recebidas em penhor, e bebem no templo do seu Deus o vinho dos que foram multados.

9 E, todavia, fui eu que exterminei diante deles os amorreus, cuja estatura se igualava à dos cedros, e que eram fortes como os carvalhos; destruí seus frutos de cima e suas riquezas de baixo;

10 fui eu que vos tirei do Egito e vos conduzi, através do deserto, durante quarenta anos, para vos dar a posse da terra dos amorreus;

13 Pois bem! Eis que eu vos vou fazer ranger como um carro carregado de feno.

14 Não haverá mais fuga possível para o homem ágil, o forte não encontrará mais sua força, o valente não salvará sua vida,

15 o arqueiro não poderá resistir, nem o homem de pés ligeiros poderá escapar, nem o cavaleiro salvará sua vida,

16 e o mais corajoso entre os valentes fugirá nu, naquele dia” - oráculo do Senhor.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 49/50

Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

“Como ousas repetir os meus preceitos

e trazer minha aliança em tua boca?

tu que odiaste minhas leis e meus conselhos

e deste as costas às palavras dos meus lábios!

 

Quando vias um ladrão, tu o seguias

e te juntavas ao convívio dos adúlteros.

Tua boca se abriu para a maldade

e tua língua maquinava a falsidade.

 

Assentado, difamavas teu irmão

e ao filho de tua mãe injuriavas.

Diante disso que fizeste, eu calarei?

Acaso pensar que eu sou igual a ti?

É disso que te acuso e repreendo

e manifesto essas coisas aos teus olhos.

 

Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus,

para que eu não arrebate a vossa vida

sem que haja mais ninguém para salvar-vos!

Que me oferece um sacrifício de louvor,

este, sim, é que me honra de verdade.

A todo homem que procede retamente

eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.

Evangelho (Mateus 8,18-22)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

8 18 Certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago.

19 Nisto aproximou-se dele um escriba e lhe disse: “Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores”.

20 Respondeu Jesus: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.

21 Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai”.

22 Jesus, porém, lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus é interpelado por duas personagens que O desejam seguir. A primeira, um escriba, aproxima-se dEle e diz: "Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás". Cristo, lendo-lhe o íntimo do coração, não o rejeita de pronto; antes, mostra-lhe quais disposições devem ter os seus seguidores: "As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça", ou seja: para segui-lO, é preciso estar disposto a não ter sequer como cuidar do corpo; nossa entrega, portanto, deve ser total. A segunda personagem, já pertencente ao grupo dos discípulos, achega-se a Ele para pedir: "Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai". Cristo, no entanto, diz-lhe que nenhum cuidado temporal, nem mesmo a piedade paterna, deve desviar aquele que é chamado a pregar o Evangelho. Por isto, diz em seguida: "Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos"; São Lucas é ainda mais específico: "Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus" (Lc 9, 60).

Para irmos um pouco além do sentido literal, vejamos a interpretação moral que São Gregório Magno faz desta passagem (cf. Moralia, XIX, 1). Ao responder ao mestre da Lei, Jesus se serve de uma analogia: as raposas têm suas tocas; as aves do céu, seus ninhos; o Filho do Homem, contudo, não tem onde descansar. As raposas, por um lado, são animais astutos: vivem, sorrateiras, em covas ou buracos, não andam com passo reto, preferindo os caminhos tortos e sinuosos; as aves, por outro, sobem até ao alto do céu e olham para quem está cá na terra com ar sobranceiro e emproado. As raposas representam a fraude, o engano; as aves, a soberba, o orgulho. Assim, todos estes vícios encontram maneira de se instalar em nosso coração: ali fazem suas tocas e seus ninhos; Jesus, porém, não podendo achar descanso numa alma soberba, "não tem onde reclinar a cabeça". Esta leitura de São Gregório deve levar-nos a refletir: acaso o meu coração tem sido toca e abrigo de "raposas" e de "aves", de vícios como a mentira, o orgulho, a astúcia etc.? Há em mim lugar para Cristo repousar e vir, com o Pai, fazer a sua morada (cf. Jo 14, 23)?

Coloquemo-nos hoje na presença do Senhor sacramentado e, de alma aberta, peçamos a Ele que nos mostre quais têm sido os nossos apegos, com quais pecados e imperfeições temos sido coniventes, em que pontos podemos lutar com mais empenho. Imploremos também o auxílio de nossa Mãe e Senhora, para que Ela nos ajude a abrir cada vez mais espaço em nosso coração para o seu Filho amado, o único que deve reinar, soberano, em nossa vida: "Regnare Christum volumus! Queremos que Cristo reine" (São Josemaria Escrivá, Forja, n. 639).

 

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domingo, 26 de junho de 2022

13º Domingo do Tempo Comum - Quem olha para trás não serve.

 Jesus é o Senhor!: EVANGELHO SÃO LUCAS 9,51-62 13º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO "C" 2016 - COR LITÚRGICA VERDE - 1ª Leitura: 1Rs 19,16b.19-21; Sl 15;  2ª Gl 5,1.13-18 -- Liturgia p/26/06/2016

Primeira Leitura: 1 Reis 19,16.19-21

Leitura do primeiro livro dos Reis – Naqueles dias, disse o Senhor a Elias: 16“Vai e unge a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar”. 19Elias partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando a terra com doze juntas de bois; e ele mesmo conduzia a última. Elias, ao passar perto de Eliseu, lançou sobre ele o seu manto. 20Então Eliseu deixou os bois e correu atrás de Elias, dizendo: “Deixa-me primeiro ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei”. Elias respondeu: “Vai e volta! Pois o que te fiz eu?” 21Ele retirou-se, tomou a junta de bois e os imolou. Com a madeira do arado e da canga assou a carne e deu de comer à sua gente. Depois, levantou-se, seguiu Elias e pôs-se ao seu serviço. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 15(16)

Ó Senhor, sois minha herança para sempre!

1. Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! † Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: / nenhum bem eu posso achar fora de vós!” / Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, / meu destino está seguro em vossas mãos! – R.

2. Eu bendigo o Senhor, que me aconselha / e até de noite me adverte o coração. / Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, / pois, se o tenho a meu lado, não vacilo. – R.

3. Eis por que meu coração está em festa, † minha alma rejubila de alegria / e até meu corpo no repouso está tranquilo; / pois não haveis de me deixar entregue à morte / nem vosso amigo conhecer a corrupção. – R.

4. Vós me ensinais vosso caminho para a vida; † junto a vós, felicidade sem limites, / delícia eterna e alegria ao vosso lado! – R.

Segunda Leitura: Gálatas 5,1.13-18

Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas – Irmãos, 1é para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, pois, firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão. 13Sim, irmãos, fostes chamados para a liberdade. Porém, não façais dessa liberdade um pretexto para servirdes à carne. Pelo contrário, fazei-vos escravos uns dos outros pela caridade. 14Com efeito, toda a Lei se resume neste único mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 15Mas, se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não serdes consumidos uns pelos outros. 16Eu vos ordeno: procedei segundo o Espírito. Assim, não satisfareis aos desejos da carne. 17Pois a carne tem desejos contra o espírito, e o espírito tem desejos contra a carne. Há uma oposição entre carne e espírito, de modo que nem sempre fazeis o que gostaríeis de fazer. 18Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 9,51-62

Aleluia, aleluia, aleluia.

Fala, Senhor, que te escuta teu servo! / Tu tens palavras de vida eterna! (1Sm 3,9; Jo 6,68) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado. 57Enquanto estavam caminhando, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. 58Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 59Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. 60Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. 61Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. 62Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Aqui começa, precisamente, a segunda parte do Evangelho segundo Lucas. Até agora, Lucas situou Jesus na Galileia; mas, a partir de 9,51, Lucas põe Jesus a caminhar decididamente para Jerusalém. A “caminhada” que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica: não se trata tanto de fazer um diário da viagem ou de fazer a lista dos lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém; trata-se, sobretudo, de apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do “Reino” e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus. Todo este percurso que aqui se inicia converge para a cruz: ela vai trazer a revelação suprema que Jesus quer apresentar aos discípulos e nela vai irromper a salvação definitiva. Os discípulos são exortados a seguir este “caminho”, para se identificarem plenamente com Jesus… Lucas propõe aqui à sua comunidade o itinerário que os autênticos crentes devem percorrer.

Lucas começa por apresentar as “exigências” do “caminho”. O nosso texto apresenta, nitidamente, duas partes, dois desenvolvimentos. Na primeira parte (vers. 51-56), o cenário de fundo situa-nos no contexto da hostilidade entre judeus e samaritanos. Trata-se de um dado histórico: a dificuldade de convivência entre os dois grupos era tradicional; os peregrinos que iam a Jerusalém para as grandes festas de Israel procuravam evitar a passagem pela Samaria, utilizando preferencialmente o “caminho do mar” (junto da orla costeira), ou o caminho que percorria o vale do rio Jordão, a fim de evitar “maus encontros”.

A primeira lição de Jesus ao longo desta “caminhada” vai para a atitude que os discípulos devem assumir face ao “ódio” do mundo. Que fazer quando o mundo tem uma atitude de rejeição face à proposta de Jesus? Tiago e João pretendem uma resposta agressiva, “musculada”, que retribua na mesma moeda, face à hostilidade manifestada pelos samaritanos (a referência ao “fogo do céu” leva-nos ao castigo que Elias infligiu aos seus adversários – cf. 2 Re 1,10-12); mas Jesus avisa-os que o seu “caminho” não passa nem passará nunca pela imposição da força, pela resposta violenta, pela prepotência (no seu horizonte próximo continua a estar apenas a cruz e a entrega da vida por amor: é no dom da vida e não na prepotência e na morte que se realizará a sua missão). Isto é algo que os discípulos nunca devem esquecer, se estão interessados em percorrer o “caminho” de Jesus.

Na segunda parte (vers. 57-62), Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse “caminho” que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação. Que condições são essas? O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material.

O segundo diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância (o dever de sepultar os pais é um dever fundamental no judaísmo), impedem uma resposta imediata e radical ao Reino.

O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se de tudo (até da própria família, se for necessário), para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino. Não podemos ver estas exigências como normativas: noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais (cf. Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias (cf. 1 Cor 9,5)… O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.

A nós, discípulos de Jesus, é proposto que O sigamos no “caminho” de Jerusalém, nesse “caminho” que conduz à salvação e à vida plena. Trata-se de um “caminho” que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até às últimas consequências. Aceitamos ser discípulos, isto é, embarcar com Jesus no “caminho de Jerusalém”?

Jesus recusa, liminarmente, responder à oposição e à hostilidade do mundo com qualquer atitude de violência, de agressividade, de vingança. No entanto, a Igreja de Jesus, na sua caminhada histórica, tem trilhado caminhos de violência, de fanatismo, de intolerância (as cruzadas, as conversões à força, os julgamentos da “santa” Inquisição, as exigências que criam em tantas consciências escravidão e sofrimento…). Diante disto, resta-nos reconhecer que, infelizmente, nem sempre vivemos na fidelidade aos caminhos de Jesus e pedir desculpa aos nossos irmãos pela nossa falta de amor. É preciso, também, continuar a anunciar o Evangelho com fidelidade, com firmeza e com coragem, mas no respeito absoluto por aqueles que querem seguir outros caminhos e fazer outras opções.

O “caminho do discípulo” é um caminho exigente, que implica um dom total ao “Reino”. Quem quiser seguir Jesus, não pode deter-se a pensar nas vantagens ou desvantagens materiais que isso lhe traz, nem nos interesses que deixou para trás, nem nas pessoas a quem tem de dizer adeus… O que é que, na nossa vida quotidiana, ainda nos impede de concretizar um compromisso total com o “Reino” e com esse caminho do dom da vida e do amor total?

Deus fiel, bendito sejas pela paciência que o teu Filho Jesus nos revela: não lanças o fogo do céu sobre os indiferentes e os duros de coração, porque não queres a morte do pecador, mas que ele viva. Nós Te pedimos: liberta-nos do peso das nossas culpabilidades, purifica-nos dos erros cometidos, para que possamos seguir o teu Filho com um coração leve e puro.

 

 Pe. Bantu Mendonça katchipwi Sayla 
 
 

 

sábado, 25 de junho de 2022

Memória do Imaculado Coração de Maria.

Memória do Imaculado Coração de Maria | Convento da Penha

Meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).

A grandeza do Coração de Maria, exaltada desde Santo Agostinho, ganhou singular destaque por obra de São João Eudes, no século 17. O papa Pio 12, em 1942, consagrou toda a humanidade ao Coração de Maria e estendeu a celebração a toda a Igreja. Celebremos com o ardente desejo de que nosso coração se torne repleto de amor a Deus e ao próximo.

Primeira Leitura: Isaías 61,9-11

Leitura do livro do profeta Isaías9A descendência do meu povo será conhecida entre as nações, e seus filhos se fixarão no meio dos povos; quem os vir há de reconhecê-los como descendentes abençoados por Deus. 10Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas joias. 11Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 1Sm 2

Meu coração se regozija no Senhor.

1. Exulta no Senhor meu coração / e se eleva a minha fronte no meu Deus; / minha boca desafia os meus rivais / porque me alegro com a vossa salvação. – R.

2. O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, / mas os fracos se vestiram de vigor. / Os saciados se empregaram por um pão, / mas os pobres e os famintos se fartaram. / Muitas vezes deu à luz a que era estéril, / mas a mãe de muitos filhos definhou. – R.

3. É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, / faz descer à sepultura e faz voltar; / é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, / é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. – R.

4. O Senhor ergue do pó o homem fraco, / do lixo ele retira o indigente, / para fazê-los assentar-se com os nobres / num lugar de muita honra e distinção. – R.

Evangelho: Lucas 2,41-51

Aleluia, aleluia, aleluia.

Bendita é a Virgem Maria, / que guardava a Palavra de Deus, / meditando-a no seu coração (Lc 2,19). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas essas coisas. – Palavra da salvação.

    Reflexão 

Tendo celebrado ontem a solenidade do S. Coração de Jesus, a Igreja comemora hoje o Imaculado Coração de Maria. Esta proximidade entre as duas festas litúrgicas busca salientar não só o vínculo estreitíssimo que, na piedade dos fiéis, deve existir entre a devoção ao Coração de Cristo, de um lado, e aquela ao de sua Mãe SS., de outro; mas também, como nos recorda a aparição da Virgem em Tuy, que o Imaculado Coração de Maria não é mais do que o próprio Coração de Jesus. Como já tivemos ocasião de meditar em outros programas do nosso site, Maria mostrou à Irmã Lúcia o seu Coração puríssimo, não com as características com que ele costuma ser representado, mas cercado de espinhos flamejantes, numa clara alusão ao Coração de seu Filho. Isso não deve levar-nos a pensar que apenas a Maria foi dado o privilégio de ter o seu Coração substituído pelo de Cristo. Trata-se, antes, de uma realidade que os fiéis todos estamos chamados a vivenciar. Temos disto uma prova, em primeiro lugar, na autoridade das SS. Escrituras: “Estais mortos”, diz-nos S. Paulo, “e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col 3, 3), ou seja, pelo Batismo, fomos crucificados para nós e o mundo, de maneira que já não somos nós que vivemos; é Cristo quem vive em nós (cf. Gl 2, 20). Também a história dos santos nos mostra, sobretudo no caso singular de S. Catarina de Sena, que quanto mais amamos a Cristo e a Ele nos configuramos, mais o nosso coração vai-se transformando no dele, até ser completa a nossa identidade de afetos e pensamentos, segundo aquilo do mesmo Apóstolo: “Tende em vós os mesmos sentimentos de que Jesus Cristo estava animado” (Fp 2, 5). Mas como, de forma concreta, hemos de chegar a esse grau de configuração a Nosso Senhor? Encontramos no Evangelho de hoje a resposta a esta pergunta: “Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc 2, 51), e também nos versículos anteriores, em que S. Lucas, repetindo a mesma ideia, acrescenta um pormenor de fundamental importância: “Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 18). Eis aí o caminho que temos a trilhar para que um dia o nosso coração se transforme no de Cristo: à semelhança de Maria, cujo Coração Imaculado — no dizer do Beato Alberto del Corona — foi o primeiro evangelho em que o Espírito Santo imprimiu os mistérios da fé, também nós temos de ouvir, guardar e meditar a Palavra de Deus, para que ela, que se fez carne no ventre da Virgem, se encarne também em nossas almas, em nossos costumes, em nossa vida. Que, com a ajuda de nossa Mãe do céu, saibamos anelar a estar junto de Cristo, já aqui na terra, pela fé viva de amor, e depois na pátria celeste, pela caridade alegre de contemplar por todo o sempre a quem tanto esperamos nesta vida. 

 

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

Solenidade Sagrado Coração de Jesus.

 Sagrado Coração de Jesus - Opus Dei

Com alegria, celebremos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. O coração misericordioso de Cristo sempre se mostrou disposto a amar a todos, sobretudo os mais vulneráveis e desorientados. Aprendamos dele a misericórdia e o amor sem medidas.

Primeira Leitura: Ezequiel 34,11-16

Leitura da profecia de Ezequiel11Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. 12Como o pastor toma conta do rebanho, de dia, quando se encontra no meio das ovelhas dispersas, assim vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que forem dispersadas num dia de nuvens e escuridão. 13Vou retirar minhas ovelhas do meio dos povos e recolhê-las do meio dos países para conduzi-las à sua terra. Vou apascentar as ovelhas sobre os montes de Israel, nos vales dos riachos e em todas as regiões habitáveis do país. 14Vou apascentá-las em boas pastagens, e nos altos montes de Israel estará o seu abrigo. Ali repousarão em prados verdejantes e pastarão em férteis pastagens sobre os montes de Israel. 15Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus. 16Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 22(23)

O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta coisa alguma.

1. O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta coisa alguma. / Pelos prados e campinas verdejantes, / ele me leva a descansar. / Para as águas repousantes me encaminha / e restaura as minhas forças. – R.

2. Ele me guia no caminho mais seguro / pela honra do seu nome. / Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, / nenhum mal eu temerei. / Estais comigo com bastão e com cajado, / eles me dão a segurança! – R.

3. Preparais à minha frente uma mesa, / bem à vista do inimigo; / com óleo vós ungis minha cabeça, / e o meu cálice transborda. – R.

4. Felicidade e todo bem hão de seguir-me / por toda a minha vida; / e na casa do Senhor habitarei / pelos tempos infinitos. – R.

Segunda Leitura: Romanos 5,5-11

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 5o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado. 6Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. 8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores. 9Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. 10Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida! 11Ainda mais: nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 15,3-7

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor. / Conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem (Jo 10,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 3Jesus contou aos escribas e fariseus esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo, assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Celebramos hoje com grande alegria a solenidade do S. Coração de Jesus, símbolo concreto do amor que Cristo nos tem e que nós, infelizmente, muitas vezes recompensamos com ingratidões, ultrajes e indiferenças. E para podermos compreender melhor a profundidade da caridade de Cristo para conosco, vale a pena escutar o que diz S. Paulo em sua Epístola aos Efésios: “Por esta causa”, escreve ele, “dobro os joe­lhos em presença do Pai” (Ef 3, 14), cujo amor, revelado já no Antigo Testamento, se manifesta em toda a sua plenitude no amor encarnado que Jesus traz dentro de seu Coração. Revelado, pois, em Cristo o amor de Deus aos homens, é agora necessário, conclui o Apóstolo, que sejamos “poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do nosso homem interior” (Ef 3, 16). Ora, esse fortalecimento interior, que nos torna aptos para conhecer e corresponder ao amor de Cristo, se fundamenta nas duas virtudes teologais mais importantes: “Que Cristo habite pela em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade” (Ef 3, 17): a , princípio da salvação, fundamento e raiz de toda justificação, é a base sobre a qual se há-de erguer o edifício da nossa vida espiritual, porque sem ela é impossível agradar a Deus e chegar à comunhão de seus filhos; a caridade, por seu turno, é a forma que dá a esta mesma fé a sua perfeição última, tornando-a capaz de compreender em verdade “qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade”, isto é, de conhecer o amor “de Cristo, que desafia todo o conhecimento” (Ef 3, 18s). 

É assim, com uma firme, fortalecida pela caridade que só o Espírito Santo pode difundir em nossos corações, que poderemos ter hoje uma mais exata noção do quanto nos ama o S. Coração de Jesus e, portanto, experimentar pela ação do mesmo Espírito o desejo de corresponder a tamanho amor com todo o amor de que formos capazes. Que o amantíssimo Coração do nosso divino Redentor nos conceda, do seu tesouro de graças e misericórdias, a graça de uma fé inabalável na verdade do seu amor por nós, e que o Espírito Santo que nos foi dado infunda em nossos corações o dom de uma caridade perfeita, que fará da nossa fé uma realidade viva e operante, que não se contenta em saber-se amada, porque anseia amar de volta, sob os impulsos de uma vontade dócil à graça e cativada pelo amor de Cristo. — Ó S. Coração de Jesus, dá-nos o amor com que queres que te amemos!

 

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