O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos os que se voltam para ele (Sl 84,9).
Os reinos deste mundo são inconsistentes e passageiros. Não merecem credibilidade. Em meio às tribulações da caminhada cristã, nossa confiança e viva esperança vão depositadas somente no “Senhor do céu”, em cujas mãos está a nossa vida.
Leitura da profecia de Daniel – Naqueles dias, 1o rei Baltasar ofereceu um grande banquete aos mil dignitários de sua corte, tomando vinho em companhia deles. 2Já embriagado, Baltasar mandou trazer os vasos de ouro e prata que seu pai Nabucodonosor tinha tirado do templo de Jerusalém, para beberem deles o rei e os grandes do reino, suas mulheres e concubinas. 3Foram, pois, trazidos os vasos de ouro e prata, retirados do templo de Jerusalém, e deles se serviram o rei e os grandes do reino, suas mulheres e concubinas; 4bebiam vinho e engrandeciam seus deuses de ouro e prata, de bronze e ferro, de madeira e pedra. 5Naquele mesmo instante, apareceram dedos de mão humana que iam escrevendo, diante do candelabro, sobre a superfície da parede do palácio, e o rei via os dedos da mão que escrevia. 6Alterou-se o semblante do rei, confundiram-se suas ideias e ele sentiu vacilarem os ossos dos quadris e tremerem os joelhos. 13Então Daniel foi introduzido à presença do rei, e este lhe disse: “És tu Daniel, um dos cativos de Judá, trazidos de Judá pelo rei, meu pai? 14Ouvi dizer que possuis o espírito dos deuses e que em ti se acham ciência, entendimento e sabedoria em grau superior. 16Ora, ouvi dizer também que sabes decifrar coisas obscuras e deslindar assuntos complicados; se, portanto, conseguires ler o escrito e dar-me sua interpretação, tu te vestirás de púrpura, e levarás ao pescoço um colar de ouro, e serás o terceiro homem do reino”. 17Em resposta, disse Daniel perante o rei: “Fiquem contigo teus presentes e presenteia um outro com tuas honrarias; contudo, vou ler, ó rei, o escrito e fazer-te a interpretação. 23Tu te levantaste contra o Senhor do céu; os vasos de sua casa foram trazidos à tua presença e deles bebestes vinho, tu e os grandes do reino, tuas mulheres e concubinas; ao mesmo tempo, celebravas os deuses de prata e ouro, de bronze e ferro, de madeira e pedra, deuses que não veem nem ouvem e nada entendem – e ao Deus que tem em suas mãos tua vida e teu destino não soubeste glorificar. 24Por isso, foram mandados por ele os dedos da mão, que fez este escrito. 25Assim se lê o escrito que foi traçado: mâne, técel, pársin. 26E esta é a explicação das palavras: mâne – Deus contou os dias de teu reinado e deu-o por concluído; 27técel – foste pesado na balança e achado com menos peso; 28pársin – teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas”. – Palavra do Senhor.
Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
1. Lua e sol, bendizei o Senhor! / Astros e estrelas, bendizei o Senhor! – R.
2. Chuvas e orvalhos bendizei o Senhor! / Brisas e ventos, bendizei o Senhor! – R.
3. Fogo e calor, bendizei o Senhor! / Frio e ardor, bendizei o Senhor! – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Permanece fiel até a morte, / e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2,10) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que essas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Essa será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa, 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” – Palavra da salvação.
Reflexão
O Evangelho de hoje, seguindo o tom escatológico típico desta última semana do Ano Litúrgico, fala-nos da perseguição que devem padecer os seguidores de Cristo. Não se trata de uma novidade dos nossos tempos, mas de uma realidade que acompanha a Igreja desde as suas origens e que irá recrudescer à medida que se forem aproximando os derradeiros momentos da história. A Igreja, lembra-nos o Catecismo (cf. nn. 675-677), será submetida a uma prova final; haverá uma impostura do Anticristo, ou seja, a instauração de uma falsa religião, que dirá trazer à humanidade a solução de todos os seus problemas, à custa, porém, da apostasia da verdade. Será nesse clima de pseudo-messianismo que a Igreja, cujo triunfo final, à semelhança de Cristo, só se dará depois de uma Páscoa de dores e perseguições, verá seus bancos praticamente vazios; os cristãos de verdade, fiéis ao Senhor até o extremo, serão reduzidos a um número tão irrisório que o último desencadear do mal (cf. Ap 20, 7-10) fará com que a Igreja pareça morta aos olhos do mundo, como se houvera desaparecido de uma vez para sempre. Mas Cristo, que nos deu a garantia de que as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela, fará descer do céu, em glória e majestade, a sua Esposa, a Jerusalém celeste e sem fim (cf. Ap 21, 2-4). Enquanto aguardamos esses acontecimentos, nós cristãos devemos continuar rezando pela conversão do maior número possível de almas, sacrificando-nos por inteiro a Deus, que permite sejamos perseguidos e odiados para que, configurados ao seu Filho crucificado, entremos com Ele na glória da Ressurreição. Roguemos, pois, à Virgem SS., Rainha dos mártires, que nos faça perseverar firmes na fé e preparar o nosso coração para o triunfo glorioso e definitivo de Nosso Senhor.
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