segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Liturgia Diária - O Espírito do Senhor está sobre mim.

 EVANGELHO DO DIA 27 DE JANEIRO 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Swjohn's Blog

1a Leitura - 1 Coríntios 2,1-5
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.

2 1 Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus.
2 Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado.
3 Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de desassossego e de temor.
4 A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino,
5 para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
Palavra do Senhor.

Salmo - 118/119

Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei!
Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei!
Permaneço o dia inteiro a meditá-la.

Vossa lei me faz mais sábio que os rivais,
porque ela me acompanha eternamente.

Fiquei mais sábio que todos os meus mestres,
porque medito sem cessar vossa aliança.

Sou mais prudente que os próprios anciãos,
porque cumpro, ó Senhor, vossos preceitos.

De todo mau caminho afasto os passos,
para que eu siga fielmente as vossas ordens.

De vossos julgamentos não me afasto,
porque vós mesmo me ensinastes vossas leis.

Evangelho - Lucas 4,16-30
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 4 16 Jesus dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17 Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito:
18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,
19 para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor”.
20 E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21 Ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir”.
22 Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: “Não é este o filho de José?”
23 Então lhes disse: “Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria”.
24 E acrescentou: “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
25 Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
26 mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27 Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã”.
28 A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
29 Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
30 Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Este trecho do Evangelho é muito rico em  relatos sobre a vida de Jesus assim como de ensinamentos para a nossa espiritualidade.

Em primeiro lugar, note-se que o texto lido por Jesus, não foi uma escolha por acaso, mas sim, obra do Espírito Santo. Pois naquele dia, e naquele lugar, Jesus deveria anunciar a sua missão, devia dizer a que Ele veio.

Em seguida, notamos a grande admiração dos ouvintes  ali presentes, e os quais questionaram: Não é Ele o filho de José?

Mais quando Jesus começou a explanar os seus conhecimentos sem ter cursado nenhuma faculdade, conhecimentos esses que aconteceram muito antes do seu nascimento, o povo começou a se irritar, a sentir inveja, a questionar a sua  pessoa, como quem diz: Quem este pensa que é?

E por isso, o levaram ao cume de um morro, com a intensão de jogá-lo lá de cima.  Porém, Jesus pleno de poderes, simplesmente se livrou dos seus opositores de forma espetacular e até inexplicável para os incrédulos. Acontece que o seu momento ainda estava muito longe de acontecer. Ele não poderia ser morto pelo menos por enquanto. Ainda era cedo.

O profeta Izaías viveu 6 séculos antes de Jesus. E naquela leitura, vemos que o Filho de Deus anuncia a sua missão, e no final, em vez de ser reconhecido e aclamado, foi ameaçado de morte.

Para qualquer um de nós, isso seria motivo o suficiente para desistir da missão, sem mesmo ter começado.

É possível que um catequista ao visitar uma área da periferia, ou uma escola, para anunciar o Evangelho, possa ter alguma experiência um tanto desanimadora.  Um confronto com um evangélico, ou a perturbação de alguma pessoa atentada pelo diabo, ou simplesmente a incompreensão de algum professor, o qual não crendo em Deus, também não colabora com a sua missão de levar o Cristo aos que não o conhecem.

É preciso coragem, é preciso fé naquele que nunca desampara os seus colaboradores, a exemplo dos apóstolos, os quais eram monitorados, e cuidados 24 horas por Deus.

Porém, é bom lembrar aqui que de modo geral, todos os que se aventuram por lugares distantes para anunciar a palavra, geralmente são muito bem recebidos. É possível que haja algum enfrentamento por irmãos seguidores de Lutero, pois nestes lugares, é grande o avanço  do protestantismo,  com o objetivo  de explorar  os  irmãos ingênuos, e também com  intenções políticas, visando o voto.

Jesus não desanimou e passando pelo meio deles  continuou   seu caminho, continuou o seu projeto de salvação  da humanidade.

Façamos nós o mesmo. Nunca desanimemos, pois estamos protegidos pela força do Alto. É nossa missão colaborar para o crescimento do Reino de Deus. É nosso dever evangelizar. É nossa obrigação levar ao irmão o Cristo Salvador.

 

 

  José Salviano.

domingo, 30 de agosto de 2020

22º Domingo do Tempo Comum - “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”

 Blog do Didi – Evangelho (Jo 1,35-42)

1a Leitura - Jeremias 20,7-9
Leitura do livro do profeta Jeremias.

20 7 Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo. Sou objeto de contínua irrisão, e todos zombam de mim.
8 Cada vez que falo é para proclamar a aproximação da violência e devastação. E dia a dia a palavra do Senhor converte-se para mim em insultos e escárnios.
9 E, a mim mesmo, eu disse: “Não mais o mencionarei e nem falarei em seu nome”. Mas em meu seio havia um fogo devorador que se me encerrara nos ossos. Esgotei-me em refreá-lo, e não o consegui.
Palavra do Senhor.

Salmo - 62/63

A minha alma tem sede de vós
como a terra sedenta, ó meu Deus!

Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minha alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja,
como terra sedenta e sem água!

Venho, assim, contemplar-vos no templo,
para ver vossa glória e poder.
Vosso amor vale mais do que a vida:
e por isso meus lábios vos louvam.

Quero, pois, vos louvar pela vida
e elevar para vós minhas mãos!
A minha alma será saciada,
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios
ao cantar para vós meu louvor!

Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em vós;
com poder vossa mão me sustenta.

2a Leitura - Romanos 12,1-2
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.

12 1 Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual.
2 Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Mateus 16,21-27

Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo nos dê do saber o espírito; conheçamos, assim, a esperança à qual nos chamou, como herança! (Ef 1,17)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
16 21 Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.
22 Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: “Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!”
23 Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”
24 Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.
25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.
26 Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?...
27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

A palavra de Deus que chega até a nós, no evangelho deste  último Domingo do mês de Agosto, o mês vocacional, vem nos mostrar, o quão  é desafiador o seguimento à Jesus, desafiador, mas compensador!

No texto, Jesus, pela primeira vez, revela explicitamente à sua Paixão, deixando os discípulos desapontados, a reação deles, foi de não aceitação, o que soou para eles como um  fracasso. Pedro pouco depois de ter professado a sua fé em Jesus, reconhecendo-o como o Messias, o Filho do Deus vivo, quis eliminar a Cruz de Jesus, demonstrando, ainda não estar preparado para assumir a sua missão, dando a entender, que ele ainda carregava consigo, a mentalidade do mundo alimentando dentro de si, a ideia de um Messias glorioso, mas sem a cruz.

Jesus, percebe de imediato a dificuldade dos discípulos, em aceitar o desafio da cruz e repreende Pedro severamente:” Vai para longe Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensa as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens.” Ao tentar impedir que Jesus passasse pela a cruz, Pedro, talvez, inconscientemente, quis intervir nos planos de Deus, tendo uma postura semelhante a do diabo, quando tentou Jesus. (Mt4:8-10) 
Ao imaginar, um Jesus glorioso, porém sem a cruz, Pedro, na sua fraqueza humana, não se deu conta, de que Jesus, era totalmente obediente ao Pai, e que nada o faria desistir da missão! Como Filho obediente ao Pai, Jesus tinha o propósito de concluir a missão que a Ele fora confiada, uma missão, que teria como consequência, a cruz.

Os discípulos, embora convivendo dia a dia com Jesus, participando diretamente do seu cotidiano, tiveram muitas dificuldades em aceitar o desafio da cruz, eles só foram compreender o sentido da cruz, depois da ressurreição de Jesus! Foi a partir da ressurreição de Jesus, que eles abraçaram a cruz, fazendo o mesmo caminho de Jesus, dando a vida pela causa do Reino. 
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.”
Há uma grande diferença entre o que diz Jesus e o que diz o mundo, um mundo, que preconiza o gozo da vida sem limitações.

É bom entendermos, que Jesus não coloca a vida presente e a vida futura em discursão. Ele não desvaloriza a vida presente, pelo contrário, nos pede para que valorizemos este presente vivendo dentro do plano de Deus! É vivendo bem esta vida presente, que ganharemos a vida futura!
Jesus nunca nos pediu algo, que ele não o tivesse feito primeiro, tudo o que Ele nos pede para fazer, Ele já o fez antes... 


Olivia Coutinho

sábado, 29 de agosto de 2020

Liturgia Diária - O Martírio de São João Batista.


Martírio de São João Batista, o último e maior dos profetas 

1a Leitura - Jeremias 1,17-19
Leitura do livro do profeta Jeremias.

Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.

Salmo - 70/71

Minha boca anunciará vossa justiça.

Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.

Evangelho - Marcos 6,17-29
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Hoje, a Igreja celebra o martírio de João Batista, o único santo, cujo os dois nascimentos são celebrados: o nascimento para a vida terrena (24/06) e o nascimento para a vida eterna (29/08).
O evangelho que a liturgia desta celebração nos convida a refletir, narra o martírio de João Batista, uma cena dura de se imaginar, mas que nos trazem grandes exemplos de quem vai até as últimas consequência em nome da verdade. João Batista, morreu porque disse a verdade a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão.” Esta advertência de João, causou um grande incômodo a Herodes, principalmente à mulher com quem ele vivia ilegalmente.

Tomada pelo o ódio, Herodíades, procurava uma forma de se vingar de João Batista e  para alcançar o seu intento, ela não teve escrúpulos em usar a própria filha como cúmplice do bárbaro assassinato.

Herodes, apesar de gostar da pessoa de João, cedeu aos caprichos de sua mulher, permitindo que o mal se apossasse dele, e assim, mandou degolar o profeta.

O problema de Herodes, não era com a pessoa de João Batista, o que o incomodava, era a verdade que ele pregava.

Como sabemos, a verdade incomoda quem quer permanecer na mentira, e como não se tem meios de eliminar a verdade, o incomodado  tenta eliminar o denunciante, pensando que irá calar a sua voz, o que é um engano, pois nem a morte, faz calar a voz do profeta! O profeta morre, mas suas palavras continuam no mundo de geração a geração, como continuam as palavras de João: “convertei-vos e crede no evangelho.” “Eis o cordeiro de Deus...”

Muitos, dos que detêm o poder, assim como Herodes, continuam não suportando ouvir a verdade, porque vivem mergulhados na mentira e nós, como seguidores do dono da Verdade, Jesus podemos compactuar com tantas mentiras, tantas trapaças, por medo das perseguições. Tenhamos coragem de denunciar, não podemos calar diante as injustiças que desfilam diariamente diante de nós. E se formos perseguidos, por denunciar essas injustiças, não nos entristeçamos, sintamos confortados com uma bem-aventurança: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).

Ter consciência da importância do seguimento a Jesus, muitos de nós temos, mas a dificuldade em viver a radicalidade deste seguimento nos puxa para trás. Às vezes, até damos passos neste seguimento, mas nos acovardamos mediante as críticas que vamos recebendo devido ao nosso modo diferente de viver, um jeito não compatível com os padrões estabelecidos pela a sociedade. A sociedade ridiculariza quem fundamenta sua vida nos valores do evangelho, nos impõe modelos de vida, que foge a esta verdade. Os que resistem a esta imposição do mundo moderno, são descartados e muitas vezes perseguidos. Tudo isso acontecia também, no tempo de Jesus, tanto João Batista como o próprio Jesus, sofreram terríveis perseguições por abraçar o projeto de Deus, mas preferiram morrer, a si acovardarem diante as forças contrárias ao evangelho.

Se queremos entrar na vida eterna, precisamos pautar a nossa vida no exemplo de Jesus e de João Batista, não cedermos aos mecanismos usados pelo o mundo moderno que não prioriza a vida.

 

 

Olivia Coutinho

Martírio de São João Batista.

 Martírio de São João Batista - Instituto Hesed

A celebração de hoje, que na Igreja latina tem origens antigas (na França no século V, e em Roma no século VI), está vinculada à dedicação da igreja construída em Sebaste na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Cristo. Com o nome da paixão ou degolação a festa aparece já na data de 29 de agosto nos Sacramentários romanos, e conforme o Maritológio Romano essa data corresponderia à segunda vez que encontraram a cabeça de São João Batista, transportada para Roma. Deixando de lado estas referências históricas, temos sobre João Batista as narrações dos evangelhos, em particular de São Lucas, que nos fala do seu nascimento, da sua vida no deserto, da sua pregação, e de São Marcos que nos refere a sua morte. Pelo evangelho e pela tradição podemos reconstruir a vida do Precursor, cuja palavra de fogo parece na verdade com o espírito de Elias.

No ano décimo quinto do imperador Tibério (27-28 a.C.), o Batista, que tinha vida austera, segundo as regras dos nazireus, iniciou sua missão, convidando o povo para preparar os caminhos do Senhor, pois era necessária uma sincera conversão para acolhê-lo, isto é, uma mudança radical das disposições do espírito. Dirigindo-se a todas as classes sociais, despertou o entusiasmo entre o povo e o mau humor entre os fariseus, a assim chamada aristocracia do espírito, cuja hipocrisia ele reprovava. A estas alturas, figura popular, negou categoricamente ser o Messias esperado, afirmando a superioridade de Jesus, que apontou aos seus seguidores por ocasião do batismo junto às margens do Jordão. Sua figura parece ir se desfazendo, à medida que vai surgindo “o mais forte,” Jesus Cristo. Todavia, “o maior dentre os profetas” não cessou de fazer ouvir a sua voz onde fosse necessária para endireitar os sinuosos caminhos do mal. Reprovou publicamente o comportamento pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Horodíades, mas a previsível suscetibilidade deles custou-lhe a dura prisão em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto. Sabemos que fim teve: por ocasião de uma festa celebrada em Maqueronte, a filha de Herodíades, Salomé, tendo dado um verdadeiro show de agilidade na dança, entusiasmou a Herodes. Como prêmio pediu, por instigação da mãe, a cabeça de João Batista, fazendo assim calar o “batedor” de Jesus, a voz mais robusta dos arautos da iminente mensagem evangélica. Último profeta e primeiro apóstolo, ele deu a vida pela sua missão, e por isso é venerado na Igreja mártir.

Outros Santos do mesmo dia: Santa Marta, Lázaro e Maria, Santos Simplicio, Faustino e Beatriz, Santo Felix “II” e Santo Lopo de Troyes.

 

Prof. Felipe Aquino

 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Liturgia Diária - O óleo da Fé.

 O que podemos aprender com a parábola das dez virgens

1a Leitura - 1 Coríntios 1,1-9
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.

1 1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por chamamento e vontade de Deus, e o irmão Sóstenes,
2 à igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Jesus Cristo, chamados à santidade, juntamente com todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso;
3 a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!
4 Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela graça divina que vos foi dada em Jesus Cristo.
5 Nele fostes ricamente contemplados com todos os dons, com os da palavra e os da ciência,
6 tão solidamente foi confirmado em vós o testemunho de Cristo.
7 Assim, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum.
8 Ele há de vos confirmar até o fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo - 144/145

Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

Todos os dias haverei de bendizer-vos,
hei de louvar o vosso nome para sempre.
Grande é o Senhor e muito digno de louvores,
e ninguém pode medir sua grandeza.

Uma idade conta à outra vossas obras
e publica os vossos feitos poderosos;
proclamam todos o esplendor de vossa glória
e divulgam vossas obras portentosas!

Narram todos vossas obras poderosas,
e de vossa imensidade todos falam.
Eles recordam vosso amor tão grandioso
e exaltam, ó Senhor, vossa justiça.

Evangelho - Mateus 24,42-51
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 24 42 disse Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.
44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno?
46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim!
47 Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens.
48 Mas, se é um mau servo que imagina consigo:
49 - Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios,
50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe,
51 e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”.
Palavra da Salvação.

 Reflexão 

Colocando a mensagem desta passagem do Evangelho bem dentro da nossa realidade, percebemos que a lâmpada é a nossa vida, o óleo é a fé, combustível que abastece o nosso ser e faz produzir em nós a luz que nos leva a viver em harmonia interior com Deus em qualquer situação. “As jovens previdentes levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas; as jovens imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo”.   A fé é como o óleo que alimenta a nossa alma e nos prepara para enfrentarmos os momentos de escuridão, de dúvida e de incerteza. A fé é um dom de Deus que, regado pela oração, nos faz sentir o consolo do Espírito Santo, e a alegria de uma vida conformada à vontade de Deus. Por isso, ela precisa ser cultivada. As jovens imprudentes, talvez levassem uma vida despreocupada de Deus vivendo somente em função das coisas do mundo, entendendo que, na hora da necessidade, o óleo para suas lâmpadas seria providenciado ou nem atinando que a sua lâmpada precisasse de combustível. A parábola nos ensina que tem a Luz de Deus aquele (a) que cultiva a fé e vive na intimidade com o noivo, por isso, conhece os Seus passos e percebe quando Ele se aproxima.

Desse modo, permanece sempre com sua lâmpada acesa e com o óleo à sua disposição. Não será pego (a) de surpresa, pois está atento (a).  Baseados no exemplo das jovens, precisamos estar alertas, pois o noivo está chegando. O noivo é Jesus que vem ao nosso encontro e deseja nos encontrar vigilantes!   Ele chega na hora que ninguém espera! Mas poderá ser também uma tribulação, uma doença, ou até a morte.   É sempre algo inesperado, imprevisível e, se não estivermos com as nossas lâmpadas abastecidas, isto é, o nosso coração cheio de fé, confiantes e em paz, com certeza, iremos nos desesperar e dar contra testemunho. Quem se ocupa muito com as atividades do mundo se esquece de abastecer a sua lâmpada com o óleo de Deus. Encontrar-se desprevenido (a) é estar por fora da luz de Deus, é gastar o tempo somente com as coisas materiais e esquecer que a vida aqui na terra é breve e que caminhamos para a eternidade onde o noivo nos espera. Qual será o óleo com que você tem abastecido a sua lâmpada? - Você se sente preparado (a) para qualquer coisa na sua vida? Em quem você confia? -  Onde você está buscando o óleo para conservar a sua lâmpada acesa? - Em sua opinião qual é o óleo que falta na sua vida?

 

Helena Serpa

Santo Agostinho.

 Agostinho de Hipona – Wikipédia, a enciclopédia livre

Do santo que mais que qualquer outro falou de si mesmo – mas o fez com sinceridade e simplicidade, transformando em confissão, isto é, em louvor a Deus, tudo o que lhe pertence – não é fácil falar. Homem e mestre, teólogo e filósofo, moralista e apologista: todas imagens que transparecem como que em filigrama, e todas válidas, a quem observe de perto Agostinho de Hipona, bispo e doutor da Igreja. Homem, antes de tudo, com as inquietações, os anseios, as fraquezas, como nos apresenta a leitura de suas confissões, nas quais mostra a realidade nua e crua de sua alma com sinceridade e candura. No limiar de sua juventude (nasceu em Tagaste, Tunísia, em 354 do pagão Patrício e da cristã Mônica), Agostinho experimenta as contradições do seu espírito, que tem sede da verdade e se deixa seduzir pelo erro. O estudo de certa filosofia o leva à heresia maniquéia. Percebe o chamado moral, mas se vê envolvido na escuridão da carne. Aprende retórica em Cartago, depois ensina gramática em Tagaste até que aos vinte e nove anos toma o caminho do mar e após uma breve parada em Roma, chega a Milão, onde é bispo o grande Santo Ambrósio. A conversão ao cristianismo, propiciada pelas amorosas solicitudes e pelas lágrimas da mãe, chegou à maturidade num episódio singular e misterioso para o próprio Santo Agostinho que, acolhendo o convite: “Toma e lê”, encontra nas palavras do Apóstolo o empurrão decisivo: “Não vos deixeis dominar pela carne e pelas suas concupiscências”. Agostinho pede o batismo ao bispo Ambrósio e depois volta à África em veste de penitência; aí é consagrado sacerdote e depois bispo de Hipona, achando na sincera adesão à verdade cristã e na multiforme atividade pastoral a paz do coração à qual almeja seu coração atormentado pelos afetos terrenos e pela sede de verdade: “Senhor, criaste-nos para ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em ti”. Amado e venerado pelos humaníssimos dons de coração e de inteligência, morre a 28 de agosto de 430 em Hippo Regius, antiga cidade próxima à moderna Bona, na Argélia, enquanto os vândalos apertam o cerco. Vinte anos antes, Roma imperial tinha conhecido a humilhação infligida pelo bárbaro rei Alarico e este evento, para todos os que estavam convictos da perenidade da cidade eterna, moveu o bispo de Hipona a escrever outra obra-prima, a “Cidade de Deus”.

Outros Santos do mesmo dia: Santo Hermes, Santo Julião de Brioude, Santos Alexandre, João III e Paulo IV, Santo Moisés o Etíope, Santa Adelina, Santo Edmundo Arrowsmith, Santa Joaquina de Màs e Vedruna, Beato Miguel Ghebre, Beato Afonso Maria do Espírito Santo, Beato Ângelo de Pesche, Beato Aurélio de Vilanesa, e Beato Junípero Serra.

 

 

Prof. Felipe Aquino

 

Procuremos alcançar a sabedoria eterna.

santamonica2jpgUm belo testemunho de Santo Agostinho sobre sua mãe.

Estando bem perto o dia em que ela deixaria esta vida – dia que conhecias e que ignorávamos – aconteceu por oculta disposição tua, como penso, que eu e ela estivéssemos sentados sozinhos perto da janela que dava para o jardim da casa onde nos tínhamos hospedado, lá junto de Óstia Tiberina. Ali, longe do povo, antes de embarcarmos, nos refazíamos da longa viagem.

Falávamos a sós, com muita doçura e, esquecendo-nos do passado, com os olhos no futuro, indagávamos entre nós sobre a verdade presente, quem és tu, como seria a futura vida eterna dos santos, que olhos não viram, nem ouvidos ouviram nem subiu ao coração do homem(cf. 1Cor 2,9). Mas ansiávamos com os lábios do coração pelas águas celestes de tua fonte, fonte da vida que está junto de ti.

Eu dizia estas coisas, não deste modo nem com estas palavras. No entanto, Senhor, tu sabes que naquele dia, enquanto falávamos, este mundo foi perdendo o valor, junto com todos os seus deleites. Então disse ela: “Filho, quanto a mim, nada mais me agrada nesta vida. Que faço ainda e por que ainda aqui estou, não sei. Toda a esperança terrena já desapareceu. Uma só coisa fazia-me desejar permanecer por algum tempo nesta vida: ver-te cristão católico, antes de morrer. Deus me atendeu com a maior generosidade, porque te vejo até como seu servo, desprezando a felicidade terrena. Que faço aqui?” O que lhe respondi, não me lembro bem. Cinco dias depois, talvez, ou não muito mais, caiu com febre. Doente, um dia desmaiou, sem conhecer os presentes. Corremos para junto dela, mas recobrando logo os sentidos, viu-me a mime a meu irmão e disse-nos, como que procurando algo semelhante: “Onde estava eu?”

Em seguida, olhando-nos, opressos pela tristeza, disse: “Sepultai vossa mãe”. Eu me calava e retinha as lágrimas. Mas meu irmão falou qualquer coisa assim que seria melhor não morrer em terra estranha, mas na pátria. Ouvindo isto, ansiosa, censurando-o como olhar por pensar assim, voltou-se para mim: “Vê o que diz”. Depois falou a ambos: “Ponde este corpo em qualquer lugar. Não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim no altar de Deus, onde quer que estiverdes”. Terminando como pôde de falar, calou-se e continuou a sofrer com o agravamento da doença. Finalmente, no nono dia da sua doença, aos cinquenta e seis anos de idade e no trigésimo terceiro da minha vida, aquela alma piedosa e santa libertou-se do corpo.

 

Retirado do Ofício das Horas
Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo (Séc.V)
(Lib. 9,10-11: CSEL 33,215-219)