quarta-feira, 31 de maio de 2017

LITURGIA DIÁRIA - MARIA VISITA SUA PRIMA ISABEL

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Primeira Leitura (Sf 3,14-18)

Leitura da Profecia de Sofonias.
14Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 15O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. 16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! 17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, 18como nos dias de festa. Afastarei de ti a desgraça, para que nunca mais te cause humilhação”.

Responsório (Is 12,2-6)

O Santo de Israel é grande entre vós.
O Santo de Israel é grande entre vós.

Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.
E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu Santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”
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Evangelho (Lc 1,39-56)

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor.

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

 Reflexão


“Maria, foi a primeira a levar a alegria de Jesus ao mundo” Cheia do Espírito Santo e levando Jesus no seu ventre Maria foi ao encontro da sua prima Isabel, tornando-se a primeira evangelizadora! Assim sendo, apenas que a sua saudação saiu de sua boca Isabel ficou cheia do Espírito Santo! Aprendemos, então, com a Mãe de Jesus que quando levamos Jesus para as pessoas, elas também ficam cheias do Espírito, por isso, se alegram com a nossa chegada. Somos meros canais da graça do Senhor e o Espírito Santo é quem realiza a Sua obra no nosso coração e nos faz sair de nós mesmos (as) e ir à procura dos que estão necessitados. Sem mesmo perceber nós nos tornamos instrumentos de Deus na vida dos nossos irmãos para que se cumpram os Seus desígnios e os Seus planos se realizem. Basta que nos ponhamos atentos e disponíveis, o Senhor nos usa para levar consolo, abrigo, alegria e solidariedade. Maria Rua Dom Expedito Lopes nº 1949 – Dionísio Torres – Fortaleza – Ceará - Tel.: 3242.7766 3 COMUNIDADE CATÓLICA MISSIONÁRIA UM NOVO CAMINHO ROTEIRO PARA REFLEXÃO DIÁRIA DA TIA HELENA COM A PALAVRA DA SEMANA soube distinguir isto e não perdeu tempo, pôs-se a caminho das montanhas esquecendo a glória de ser mãe de Deus se fez serva, auxiliadora, anunciadora e canal da graça do Espírito Santo. Assim, ela foi a primeira a levar a alegria de Jesus ao mundo! Maria mesma se auto proclamou a bem-aventurada, feliz, cheia de graças! Somos também bem aventurados (as) se acreditamos nas promessas do Senhor. O Espírito Santo é quem nos ensina a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida, por isso, também somos felizes. Assim como visitou Isabel, transmitindo a ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio do Espírito Santo que nos ensina a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios. – Reze com Maria, hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!”- Você também se considera bem aventurado (a)? Você se sente comprometido (a) com Deus? - Você tem usado o Espírito Santo que mora em você para ir à busca daqueles que precisam ser amados e ajudados?- Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe que está precisando de amor.





Helena Serpa 

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO: RESPIRAI EM MIM

Uma das mais belas orações ao Espírito Santo atribuída a Santo Agostinho.

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Respirai em mim,
ó Espírito Santo,
para que todos os meus pensamentos
possam ser santos.

Agi em mim,
ó Espírito Santo,
para que meu trabalho
também possa ser santo.

Aproximai-vos do meu coração,
ó Espírito Santo,
para que eu só ame
o que for santo.

Fortalecei-me,
ó Espírito Santo,
para que eu defenda
tudo o que for santo.

Guardai-me, pois,
ó Espírito Santo,
para que eu sempre
possa ser santo.

Amém.





Oração atribuída a Santo Agostinho de Hipona

terça-feira, 30 de maio de 2017

LITURGIA DIÁRIA - PAI, CHEGOU A HORA!

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1a Leitura - Atos 20,17-27
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
20 17 Mas de Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja.
18 Quando chegaram, e estando todos reunidos, disse-lhes: "Vós sabeis de que modo sempre me tenho comportado para convosco, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia.
19 Servi ao Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio das provações que me sobrevieram pelas ciladas dos judeus.
20 Vós sabeis como não tenho negligenciado, como não tenho ocultado coisa alguma que vos podia ser útil. Preguei e vos instruí publicamente e dentro de vossas casas.
21 Preguei aos judeus e aos gentios a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus.
22 Agora, constrangido pelo Espírito, vou a Jerusalém, ignorando a que ali me espera.
23 Só sei que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me assegura que me esperam em Jerusalém cadeias e perseguições.
24 Mas nada disso temo, nem faço caso da minha vida, contanto que termine a minha carreira e o ministério da palavra que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho ao Evangelho da graça de Deus.
25 Sei agora que não tornareis a ver a minha face, todos vós, por entre os quais andei pregando o Reino de Deus.
26 Portanto, hoje eu protesto diante de vós que sou inocente do sangue de todos,
27 porque nada omiti no anúncio que vos fiz dos desígnios de Deus".
Palavra do Senhor.

Salmo - 67/68
Reinos da terra, cantai ao Senhor.

Derramastes lá do alto uma chuva generosa,
e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
e ali vosso rebanho encontrou sua morada;
com carinho preparastes essa terra para o pobre.

Bendito seja Deus, bendito seja cada dia
o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos!
Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador;
o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!

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Evangelho - João 17,1-11
Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 17 1 Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: "Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti;
2 e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste.
3 Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste.
4 Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer.
5 Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado.
6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra.
7 Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti.
8 Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste.
9 Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
10 Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado.
11 Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Começamos, hoje, a escutar a chamada «oração sacerdotal» de Jesus. Ao contrário dos Sinópticos, que a colocam no Getsémani, João contextualiza-a no Cenáculo. Depois dela, Jesus começa o caminho da paixão e da morte.
A primeira parte desta oração é composta por dois textos (vv. 1-5 e 6-11ª), ligados entre si pelo tema do dom de todos os homens feito a Jesus pelo Pai. Os vv.
1-5 concentram-se no pedido da glória pela Filho. Estamos no momento mais solene
do colóquio de Jesus com os discípulos. Jesus sabe que a sua hora está a chegar, e que a sua missão está próxima do fim. E, «levantando os olhos ao céu» (v. 1), dá início à sua oração.
Em primeiro lugar, Jesus pede que a sua missão atinja o seu mais elevado objectivo: a sua glorificação, para que o Pai seja glorificado (v. 1-2). O Pai tinha colocado nas mãos do seu Filho Jesus todo o poder, até o de dar a própria vida por aqueles que Lhe confiou. A vida eterna consiste em conhecer o único verdadeiro Deus e Aquele que por Ele foi enviado aos homens, o Filho (v. 3). Esta vida eterna não é a contemplação de Deus, mas aquela que se adquire pela fé. Ao concluir a sua missão na terra, Jesus declara ter glorificado o Pai, realizando a missão que Ele Lhe confiou. Aqueles que acolheram o Filho, e cumprem a sua palavra, também O glorificam.
A liturgia oferece-nos, a partir de hoje, a escuta da «oração sacerdotal» que Jesus rezou antes da sua paixão. Essa oração deixa-nos entrever algo da unidade que existe entre Ele e o Pai: «Pai, manifesta a glória do teu Filho… manifesta a minha glória junto de ti…» (v. 1). Jesus pede ao Pai que O glorifique. Está consciente de que
«chegou a hora», isto é, o tempo da sua paixão, que é também o tempo da sua
glorificação, porque é a suprema manifestação do amor do Pai, que «entregou o
Filho» (cf. Jo 3, 15), e do Filho que nos amou e se entregou por nós (cf. Ef 5, 1).
Noutro capítulo do evangelho de João, lemos: «Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!» (Jo 12, 27-28). Manifestar a glória do Pai é manifestar o Filho, para que o Filho possa glorificar o Pai: «Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória» (v. 1). O Pai não pode ser glorificado, se o Filho o não for. Por isso, quando Jesus pede ao Pai que O glorifique, não está a manifestar qualquer espécie de orgulho, mas, sim, o seu infinito amor pelo Pai. Essa manifestação acontece na sua paixão e morte, em que o Pai intervém para dar a vitória ao Filho, que assume, então, o poder sobre toda a criatura humana e lhe comunica a vida eterna.
Podemos perguntar: que é a vida eterna? Jesus responde: «Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste» (v. 3). Conhecer o Deus de Jesus Cristo, conhecer o Filho e o Espírito Santo, conhecê-los não só com a mente, mas também com o coração, conhecê-los estando em comunhão com Eles, conhecê-los esquecendo tudo o mais,
esta é a «vida eterna». O resto pertence ao mundo das coisas que passam, à infinita vaidade de tudo, ao que não tem consistência, ao que tem vida efémera, ao que não vale a pena apegar-se. A vida do cristão há-de ser um contínuo progresso no conhecimento de Deus, um perene crescimento na ciência de Cristo, um permanente caminhar no Espírito. Isto também é a vida eterna… desde já!
A glorificação do Filho acontece particularmente no Pentecostes, quando o
Espírito Santo renova os Apóstolos e toda a Igreja. A relação entre o Pai e o Filho não
é uma relação fechada, mas aberta, fecunda, tendente a transformar toda a criatura.
A nossa vocação leva-nos a unirmos ao amor oblativo com que Jesus Cristo se entregou por nós, fazendo-nos novas criaturas, animadas pelo Espírito, levando-nos a entregar-nos também, de corpo e alma, ao serviço da glória de Deus e à salvação dos irmãos. Foi essa a maravilhosa «experiência de fé do Pe. Dehon» (cf. Cst 2-8), e há- de ser essa «a nossa experiência de fé» (Cst 9), «a nossa vocação religiosa» (Cst 15) e, portanto, «a nossa resposta» de «Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus» (Cst
16), doando-nos ao Pai «pelos nossos irmãos com e como Cristo» (Cst 21), «para Glória e Alegria de Deus» (Cst 25). No Antigo Testamento, a palavra «glória» (kabod em hebraico; doxa em grego) indica tudo aquilo que manifesta Deus aos homens, sobretudo como amor gratuito e salvador.
 
 
 
 
Helena Serpa

"O MISTÉRIO DA NOSSA ASCENSÃO": MEDITAÇÃO DO PE. DIVO NARSOTTI

“A nossa ascensão a Deus implica um escondimento de nossa parte, o nosso desaparecimento. Quanto mais o homem se dirige para Deus, tanto mais se esconde na humildade.”

O texto que tornamos disponível a seguir recolhe uma breve meditação do Padre Divo Barsotti, proferida no dia 6 de maio com o título de "O mistério da nossa Ascensão". Divo Barsotti é, sem dúvida nenhuma, um dos místicos mais significativos do século XX. Com seus ensinamentos foram saciadas muitas gerações de católicos e pessoas em busca de um sentido para a sua vida.
Estamos felizes de poder oferecer este texto numa versão eletrônica para todos aqueles que querem usufruir dele para a própria edificação. Devido à sua extensão — relativamente maior do que as matérias que estamos acostumados a publicar no Blog —, preferimos publicar o texto, na íntegra, em formato PDF. Abaixo, deixamos apenas os primeiros parágrafos desta meditação.
A Ascensão é um mistério muito importante na vida espiritual do cristão porque é a Festa que apresenta o objetivo da nossa própria vida e, por isso, ordena, de alguma forma, o nosso caminho.

Também a nossa vida espiritual é uma ascensão, um caminho não tanto através do deserto, não tanto uma ascensão ao Sinai, quanto uma ascensão ao Céu, com Jesus. O objetivo do nosso caminho não é mais uma terra além do Jordão, e não é mais o cume do Sinai, é o próprio Seio do Pai, é o Céu, onde Deus se manifesta, onde nós viveremos na visão de Deus.

Moisés sobe ao Sinai para falar com Deus face a face, como um amigo costuma falar com um outro amigo, diz o Livro do Êxodo. Mas para encontrar-se com Deus, deve ir além das nuvens, de um modo a tornar-se invisível e escondido aos olhos do povo. Moisés vai além da nuvem e Jesus faz o mesmo. A nossa ascensão a Deus implica um escondimento de nossa parte, o nosso desaparecimento. Quanto mais o homem se dirige para Deus, tanto mais se esconde na humildade.

Jesus está presente entre nós, a Ascensão não o deixou afastado. Eu estarei convosco até a consumação dos séculos. Jesus está conosco, e não somente como Deus, mas também como Homem. A sua Humanidade ressuscitada da morte está conosco. Ele vive com o homem, na verdade, vivendo com o homem, e vivendo com o homem na glória que lhe pertence como o Filho Unigênito. Ele permanece escondido a todo olhar: a sua Ascensão gloriosa o subtrai da nossa vista. Na medida em que esta Humanidade se torna participante da vida divina, das propriedades próprias da Divindade, esta Humanidade se esconde, torna-se invisível. Não é que Ele não viva, mas se subtrai a nós de modo a não mais viver conosco, não, Ele vive e é, pelo contrário, a vida do mundo. Ele vem e mora entre os homens, mesmo que ninguém o descubra, mesmo que ninguém o veja, escute: neste silêncio Ele vive! Em um silêncio assim Ele permanece escondido.

Assim a vida humana: quanto mais a alma se eleva, na medida em que se eleva, entra na nuvem; na medida em que a alma se eleva para Deus, subtrai-se das experiências sensíveis; na medida em que a alma entra em comunhão com Deus, ao mesmo tempo, praticamente se dissipa diante dos olhos dos homens. Quanto mais uma alma é santa, tanto menos se pode dela falar; dos maiores santos se pode dizer bem pouco. Bem pouco se pode dizer da própria Virgem Maria, a Santa dos Santos; mas pouco se pode dizer também de São João da Cruz e de Santa Teresa do Menino Jesus. Eles viveram constantemente na luz de Deus, e a luz de Deus os envolve e os esconde. A divina Presença subtrai estas almas de toda relação com as coisas: não vivem mais na superfície, mas estão mergulhadas no Abismo. Como o mar: agita-se na superfície, mas no profundo permanece imóvel. E a alma é assim também.

[...]




Por Equipe Christo Nihil Praeponer

segunda-feira, 29 de maio de 2017

LITURGIA DIÁRIA - AGORA CREDES?

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1a Leitura - Atos 19,1-8
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
19 1 Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as províncias superiores e chegou a Éfeso, onde achou alguns discípulos e indagou deles:
2 "Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?" Responderam-lhe: "Não, nem sequer ouvimos dizer que há um Espírito Santo!
3 Então em que batismo fostes batizados?", perguntou Paulo. Disseram: "No batismo de João".
4 Paulo então replicou: "João só dava um batismo de penitência, dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus".
5 Ouvindo isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e falavam em línguas estranhas e profetizavam.
7 Eram ao todo uns doze homens.
8 Paulo entrou na sinagoga e falou com desassombro por três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus.
Palavra do Senhor.

Salmo - 67/68
Reinos da terra, cantai ao Senhor.

Eis que Deus se põe de pé e os inimigos se dispersam!
fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor
Como fumaça se dissipa, assim também os dissipais,
como a cera se derrete ao contato com o fogo,
assim pereçam os iníquos ante a face do Senhor!

Mas os justos se alegram na presença do Senhor,
rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome!
O seu nome é Senhor: exultai diante dele!

Dos órfãos ele é pai e das viúvas protetor;
é assim o nosso Deus em sua santa habitação.
É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados,
quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.

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Evangelho - João 16,29-33
Aleluia, aleluia, aleluia.
Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai (Cl 3,1).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: 16 29 "Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura.
30 Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus".
31 Jesus replicou-lhes: "Credes agora!
32 Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo.
33 Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo".
Palavra da Salvação.

Reflexão

Os discursos de Jesus, ao longo do quarto evangelho, são quase sempre incompreendidos. Hoje, ouvimos os discípulos que, com entusiasmo, dizem a Jesus: «Agora, sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação» (v. 29). É verdade que Jesus, nos discursos de adeus (Jo 14-16) falou mais claro. Mas também é verdade que, quando João escreve essas palavras, elas já eram iluminadas pela luz da Ressurreição e que, sobre a vida da Igreja, também já se projectava a luz do Pentecostes. Com a Ressurreição, tinha começado a nova era, e o Espírito Santo, o mestre interior, permitia aos discípulos a compreensão das palavras de Jesus. Ainda antes da Ressurreição, os discípulos pensaram conhecer a pessoa de Jesus, e ter uma fé adulta em Deus. Mas Jesus tem de lhes fazer compreender que a sua fé ainda é fraca e incompleta para enfrentar as provações que estão para vir (cf. v. 31). O Mestre anuncia, com amargura, que os seus amigos, que agora se afirmam crentes, O hão-de abandonar, porque não resistirão à prova da sorte humilhante a que será submetido. Mas o Senhor termina com palavras de esperança: «tende confiança: Eu já venci o mundo!» (v. 33).
Os apóstolos estavam convencidos de que tinham compreendido Jesus e o que Ele lhes dissera. Na verdade, não era assim: nem tinham compreendido a pessoa de Jesus nem a sua mensagem. A sua fé era ainda muito frágil. Precisavam mesmo do Espírito Santo. É o próprio Jesus que lhes faz notar a ilusão em que tinham caído: «Agora credes? Eis que vem a hora – e já chegou – em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só» (vv. 31-32). A provação estava próxima e revelaria a fragilidade da sua fé. Quando a fé se apoia em seguranças humanas, não resiste à provação. Mas, quando a provação encontra alguém devidamente ancorado na palavra do Senhor, e no abandono a Ele, então é purificada e lança-o no caminho de Jesus que afirma: «Eu não estou só, porque o Pai está comigo» (v. 32), e faz-nos tomar a sério as palavras do Senhor: «Tende confiança: Eu já venci o mundo!» (v.33).
As palavras de Jesus tinham um alcance que os discípulos não atingiam. Jesus ia voltar para o Pai através da paixão. Esse «regresso» é um mistério que transforma toda a natureza humana, para que os homens possam acreditar. Quando Jesus tiver realizado, pelo sofrimento e pela morte, essa transformação, poderá enviar o Espírito Santo, que fará dos Apóstolos uma nova criação. Então poderão acreditar plenamente, compreender toda a verdade.
Nós já recebemos o Espírito Santo, e já acreditamos. Mas podemos e devemos crescer na fé. Há sempre novos horizontes que se abrem e que havemos de procurar atingir, como vemos na vida dos santos. Por isso, precisamos sempre de novos dons do Espírito, que nos revelem a superficialidade da nossa adesão a Cristo nas fases anteriores e a necessidade de enfrentar novas tribulações e de receber novas graças que nos façam crescer na intimidade e na união com Ele.
Acolhamos em todos os momentos, em todas as situações o Espírito com os Seus dons. Só Ele nos fará conhecer, cada vez mais, a pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração. Só Ele nos fará compreender a sua mensagem. Só Ele nos fará caminhar no amor, mesmo no meio das tribulações, irradiando os Seus frutos (cf. Gal5, 22). Só Ele nos fará crescer à imagem de Cristo, fazendo-nos Eucaristia, para glória e alegria de Deus, e para salvação dos nossos irmãos. Poderemos, então, dizer com S. Paulo: «Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em Mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e Se entregou por mim» (Gal 2, 20).
Foi esta «experiência de fé do P. Dehon» (Cst 2). E há ser também a nossa! Tornar-nos-emos homens novos em Cristo «Homem novo» (Ef 4, 24). E «o seu Caminho será o nosso caminho» (Cst 12).
Senhor Jesus, que na tua imensa bondade nos preparas para sermos uma nova criação no teu Espírito, e para aderirmos a Ti com fé profunda, dá-nos a graça de participarmos no teu mistério de sofrimento e de alegria, no teu mistério de caridade. Nós o pedimos por intercessão de S. João Evangelista, teu Apóstolo muito amado, e nosso preceptor na contemplação do teu Lado aberto e do teu Coração trespassado. Que ele nos ensine também o espírito de reparação, de expiação, de sacrifício, para repararmos os pecados dos outros e especialmente os nossos próprios pecados. Queremos consagrar-Te a nossa vida e fazer dela uma eucaristia para Glória e Alegria do Pai. Amém.
 
 
 
 
Dehonianos

9 SINAIS QUE SUA VIDA AMOROSA ESTÁ PASSANDO POR UMA CRISE.

Casais que se negam a pensar e conversar sobre essas questões quando elas surgem acabam caminhando para o fim do relacionamento.

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“Hoje, como nunca, o casal e a família podem gritar ao mundo que o amor existe, que o ‘para sempre’ é uma realidade possível”: é o que pensa Rino Ventriglia, neurologista e psicoterapeuta especialista em casais que atravessam momentos difíceis. Segundo ele, basta estar atento a certos “sinais de alerta”, ou seja, traços que indicam que há um problema na relação.
Uma vez detectados, é preciso impedir que cresçam e trabalhar também na sua prevenção, sem ter medo de chama-los pelo nome. As pessoas que se negam a falar desses problemas, que os ocultam, que sequer o consideram como problemas ou, ainda, que não têm esperança de que algo mude, caminham para o fracasso de seu relacionamento. Mas quando se passa a falar sobre isso – com o cônjuge, com um terapeuta ou até com um amigo –, verbalizando com serenidade onde está o problema, então a solução começa a acontecer.
Confira os nove sinais que Ventriglia lista como sintomas da fragilidade do relacionamento:
1) Quando se começa a pensar: “Não sinto mais nada por ele/ela. Será que errei?”
2) A família-empresa: quando o único assunto em casa são as tarefas e deveres a cumprir.
3) Quando você começa a ir “anotando no caderninho” as pisadas na bola do seu cônjuge.
4) Aquelas zonas de sombra, os assuntos que não entram na conversa do casal: “Não, você não vai me entender”.
5) Quando o desejo sexual diminui ou desaparece. O que há por trás disso?
6) Quando o esposo e a esposa deixam de ser esposos para ser apenas “papai” e “mamãe”.
7) “A gente só briga… Até quando?”
8) Vidas paralelas: quando a vida dentro de casa é um inferno, mas lá fora tudo parece ir bem.
9) Quando alguma coisa passa a ser a válvula de escape das tensões do casamento: vícios, redes sociais, trabalho ou até mesmo uma terceira pessoa.
O que fazer ao detectar um desses problemas? Para Ventriglia, o amor conjugal tem quatro dimensões que não podem ser descuidadas: apreciar o outro, buscar compreendê-lo, cuidá-lo, querê-lo bem; interessar-se pelo outro, ou seja, ter vontade de conversar, de conhecer suas ideias, seus pontos de vista; ter prazer e alegria em estar juntos, seja com hobbies em comum, com uma refeição, com o sexo, com um dia de descanso; e compartilhar valores, ideais ou algum serviço que ambos pratiquem juntos.
Os quatro pilares precisam estar equilibrados e nenhum deles pode ser negligenciado. Se ambos só compartilham atividades de voluntariado ou de militância, mas não desfrutam de um momento juntos, haverá um vazio, e vice-versa.




(via Sempre Família)

domingo, 28 de maio de 2017

7º DOMINGO DA PÁSCOA - SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

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A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d’Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”.
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projecto de Jesus.
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.
LEITURA I – Actos 1,1-11
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No meu primeiro livro, ó Teófilo,
narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar,
até ao dia em que foi elevado ao Céu,
depois de ter dado, pelo Espírito Santo,
as suas instruções aos Apóstolos que escolhera.
Foi também a eles que, depois da sua paixão,
Se apresentou vivo com muitas provas,
aparecendo lhes durante quarenta dias
e falando lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa,
mandou lhes que não se afastassem de Jerusalém,
mas que esperassem a promessa do Pai,
«do Qual disse Ele Me ouvistes falar.
Na verdade, João baptizou com água;
vos, porém, sereis baptizados no Espírito Santo,
dentro de poucos dias».
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar:
«Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?»
Ele respondeu lhes:
«Não vos compete saber os tempos ou os momentos
que o Pai determinou com a sua autoridade;
mas recebereis a força do Espírito Santo,
que descerá sobre vós,
e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria
e até aos confins da terra».
Dito isto, elevou Se à vista deles
e uma nuvem escondeu O a seus olhos.
E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava,
apresentaram se lhes dois homens vestidos de branco,
que disseram:
«Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?
Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu,
virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
AMBIENTE
O livro dos “Actos dos Apóstolos” dirige-se a comunidades que vivem num certo contexto de crise. Estamos na década de 80, cerca de cinquenta anos após a morte de Jesus. Passou já a fase da expectativa pela vinda iminente do Cristo glorioso para instaurar o “Reino” e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho… O quadro geral é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. Quando vai concretizar-se, de forma plena e inequívoca, o projecto salvador de Deus?
É neste ambiente que podemos inserir o texto que hoje nos é proposto como primeira leitura. Nele, o catequista Lucas avisa que o projecto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou (após a ida de Jesus para junto do Pai) para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do “Reino” é uma tarefa que não está terminada, mas que é preciso concretizar na história e exige o empenho contínuo de todos os crentes. Os cristãos são convidados a redescobrir o seu papel, no sentido de testemunhar o projecto de Deus, na fidelidade ao “caminho” que Jesus percorreu.
MENSAGEM
O nosso texto começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os “Actos” com o 3º Evangelho – quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua acção no mundo (tema central do 3º Evangelho). Neste prólogo são também apresentados os protagonistas do livro – o Espírito Santo e os apóstolos, ambos vinculados com Jesus.
Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus” (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentados no próprio dia de Páscoa – cf. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.
As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos aqui resumida a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.
O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.
Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar, simbolicamente, que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.
Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, simultaneamente, esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu (vers. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projecto de libertação do homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus – o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar na história a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.
O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o “caminho” de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projecto de salvação no meio do mundo.
ATUALIZAÇÃO
Ter em conta, para a reflexão e actualização, os seguintes elementos:
• A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos, antes de mais, que uma vida, vivida na fidelidade aos projectos do Pai, é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo “caminho” de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.
• A ascensão de Jesus recorda-nos, sobretudo, que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projecto libertador no meio dos homens nossos irmãos. É essa a atitude que tem marcado a caminhada histórica da Igreja? Ela tem sido fiel à missão que Jesus, ao deixar este mundo, lhe confiou?
• O nosso testemunho tem transformado e libertado a realidade que nos rodeia? Qual o real impacto desse testemunho na nossa família, no local onde desenvolvemos a nossa actividade profissional, na nossa comunidade cristã ou religiosa?
• É relativamente frequente ouvirmos dizer que os seguidores de Jesus gostam mais de olhar para o céu do que comprometerem-se na transformação da terra. Estamos, efectivamente, atentos aos problemas e às angústias dos homens, ou vivemos de olhos postos no céu, num espiritualismo alienado? Sentimo-nos questionados pelas inquietações, pelas misérias, pelos sofrimentos, pelos sonhos, pelas esperanças que enchem o coração dos que nos rodeiam? Sentimo-nos solidários com todos os homens, particularmente com aqueles que sofrem?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 46 (47)
Refrão 1: Por entre aclamações e ao som da trombeta,
ergue Se Deus, o Senhor.
Refrão 2: Ergue-Se Deus, o Senhor,
em júbilo e ao som da trombeta.
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra.
Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai.
Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado.
LEITURA II – Ef 1,17-23
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos:
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,
vos conceda um espírito de sabedoria e de luz
para O conhecerdes plenamente
e ilumine os olhos do vosso coração,
para compreenderdes a esperança a que fostes chamados,
os tesouros de glória que encerra a sua herança entre os santos
e a incomensurável grandeza que representa o seu poder
para nós os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força
que exerceu em Cristo,
que Ele ressuscitou dos mortos
e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania,
acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo,
mas também no mundo que há de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô 1’O acima de todas as coisas
como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo,
a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
AMBIENTE
A Carta aos Efésios é, provavelmente, um dos exemplares de uma “carta circular” enviada a várias igrejas da Ásia Menor, numa altura em que Paulo está na prisão (em Roma?). O seu portador é um tal Tíquico. Estamos por volta dos anos 58/60.
Alguns vêem nesta Carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente.
Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na primeira parte da Carta e faz parte de uma acção de graças, na qual Paulo agradece a Deus pela fé dos Efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.
MENSAGEM
À acção de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus, para que os destinatários da Carta conheçam “a esperança a que foram chamados” (vers. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa “esperança” (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita (vers. 20), exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo – cf. Col 1,6). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja – o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”.
O mais significativo deste texto é, precisamente, este último desenvolvimento. A ideia de que a comunidade cristã é um “corpo” – o “corpo de Cristo” – formado por muitos membros, já havia aparecido nas “grandes cartas”, acentuando-se, sobretudo, a relação dos vários membros do “corpo” entre si (cf. 1 Cor 6,12-20; 10,16-17; 12,12-27; Rom 12,3-8); mas, nas “cartas do cativeiro”, Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para reflectir sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo.
Neste texto, em concreto, há dois conceitos muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja: o de “cabeça” e o de “plenitude” (em grego, “pleroma”).
Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa, antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa, também, que Cristo é o centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual e em direcção ao qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse “corpo”; significa, ainda, que a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça: só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência.
Dizer que a Igreja é a “plenitude” (“pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a “plenitude”, a “totalidade” de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse “corpo” onde reside que Cristo continua todos os dias a realizar o seu projecto de salvação em favor dos homens. Presente nesse “corpo”, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos” (vers. 23).
ATUALIZAÇÃO
Ter em conta, na reflexão, as seguintes linhas:
• Na nossa peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente “a esperança a que fomos chamados”. A ressurreição/ascensão/glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação. Formamos com Ele um “corpo” destinado à vida plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de avançar – apesar das dificuldades – nesse “caminho” do amor e da entrega total que Cristo percorreu.
• Dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa, também, viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos, membros do mesmo “corpo”, alimentados pela mesma vida. Estas duas coordenadas estão presentes na nossa existência?
• Dizer que a Igreja é o “pleroma” de Cristo significa que temos a obrigação de testemunhar Cristo, de torná-l’O presente no mundo, de levar à plenitude a projecto de libertação que Ele começou em favor dos homens. Essa tarefa só estará acabada quando, pelo testemunho e pela acção dos crentes, Cristo for “um em todos”.
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ALELUIA – Mt 28,19a.20b
Aleluia. Aleluia.
Ide e ensinai todos os povos, diz o senhor:
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.
EVANGELHO – Mt 28,16-20
Conclusão do santo Evangelho segundo São Mateus.
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia,
em direcção ao monte que Jesus lhes indicara.
Quando O viram, adoraram n’O; mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou Se e disse lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
Ide e ensinai todas as nações, baptizando as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando as a cumprir tudo o que vos mandei.
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
AMBIENTE
O texto situa-nos na Galileia, após a ressurreição de Jesus (embora não se diga se é muito ou pouco tempo após a descoberta do túmulo vazio – cf. Mt 28,1-15). De acordo com Mateus, Jesus – pouco antes de ser preso – havia marcado encontro com os discípulos na Galileia (cf. Mt 26,32); na manhã da Páscoa, os anjos que apareceram às mulheres no sepulcro (cf. Mt 28,7) e o próprio Jesus, vivo e ressuscitado (cf. Mt 28,10), renovam o convite para que os discípulos se dirijam à Galileia, a fim de lá encontrar o Senhor.
A Galileia – região setentrional da Palestina – era uma região próspera e bem povoada, de solo fértil e bem cultivado. A sua situação geográfica fazia desta região o ponto de encontro de muitos povos; por isso, um número importante de pagãos fazia parte da sua população. A coabitação de populações pagãs e judias fazia, certamente, com que os judeus da Galileia vivessem a religião de uma maneira diferente dos judeus de Jerusalém e da Judeia: a presença diária dos pagãos conduzia, provavelmente, os galileus a suavizar a sua prática da Lei e a interpretar mais amplamente as regras que se referiam, por exemplo, às impurezas rituais contraídas pelo contacto com os não judeus. No entanto, isto fazia com que os judeus de Jerusalém desprezassem os judeus da Galileia e considerassem que da Galileia “não podia sair nada de bom”.
No entanto, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda a sua vida. Foi, também, na Galileia que Ele começou a anunciar o Evangelho do “Reino” e que começou a reunir à sua volta um grupo de discípulos (cf. Mt 4,12-22). Para Mateus, esse facto sugere que o anúncio libertador de Jesus tem uma dimensão universal: destina-se a judeus e pagãos.
Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos num “monte que Jesus lhes indicara”. Trata-se, no entanto, de uma montanha da Galileia que é impossível identificar geograficamente, mas que talvez Mateus ligue com a montanha da tentação (cf. Mt 4,8) e com a montanha da transfiguração (cf. Mt 17,1). De qualquer forma, o “monte” é sempre, no Antigo Testamento, o lugar onde Deus se revela aos homens.
MENSAGEM
O texto que descreve o encontro final entre Jesus e os discípulos divide-se em duas partes.
Na primeira (vers. 16-18), descreve-se o encontro. Jesus, vivo e ressuscitado, revela-Se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-n’O como “o Senhor” e adoram-n’O. Depois de descrever a adoração, Mateus acrescenta uma expressão que alguns traduzem como “alguns ainda duvidaram” e outros como “eles que tinham duvidado” (gramaticalmente, ambas as traduções são possíveis). No primeiro caso, a expressão significaria que a fé não é uma certeza científica e que não exclui a dúvida; no segundo caso, a expressão aludiria a essa dúvida constante dos discípulos – expressa em vários momentos, ao longo da caminhada para Jerusalém – e que aqui perde qualquer razão de ser.
Ao reconhecimento e à adoração dos discípulos, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus, que reflecte a fé da comunidade de Mateus: Jesus é o “Kyrios”, que possui todo o poder sobre o mundo e sobre a história; Jesus “o mestre”, cujo ensinamento será sempre uma referência para os discípulos; Jesus é o “Deus-connosco”, que acompanhará, a par e passo, a caminhada dos discípulos pela história.
Na segunda (vers. 19-20), Mateus descreve o envio dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos e no coração dos discípulos. A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos destina-se a “todas as nações”.
A segunda nota dá conta das duas fases da iniciação cristã, conhecidas da comunidade de Mateus: o ensino e o baptismo. Começava-se pela catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de Jesus (o discípulo começava sempre pelo catecumenato, que lhe dava as bases da proposta de Jesus). Quando os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o baptismo – que selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (era a adesão à proposta anteriormente feita).
Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos tempos”. Esta afirmação expressa a convicção – que todos os crentes da comunidade mateana possuíam – de que Jesus ressuscitado estará sempre com a sua Igreja, acompanhando a comunidade dos discípulos na sua marcha pela história, ajudando-a a superar as crises e as dificuldades da caminhada.
ATUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar os seguintes elementos:
• Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do “Reino”; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu também pertenço – é, hoje, a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha vida de todos os dias – em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?
• A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou económicas – a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos – mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?
• Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?
• No dia em que fui baptizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?
• É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objecto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
 
 
 
 
 
Dehonianos