sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

litugia Diária - O anuncio do reino só encontra resposta naquele que se faz pequeno.


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1a Leitura - 2 Samuel 11,1-10.13-17
Leitura do segundo livro de Samuel.
11 1No ano seguinte, na época em que os reis saíam para a guerra, Davi enviou Joab com seus suboficiais e todo o Israel. Eles devastaram a terra dos amonitas e sitiaram Raba. Davi ficara em Jerusalém.
2Uma tarde, Davi, levantando-se da cama, passeava pelo terraço de seu palácio. Do alto do terraço avistou uma mulher que se banhava, e que era muito formosa. 3Informando-se Davi a respeito dela, disseram-lhe: "É Betsabé, filha de Elião, mulher de Urias, o hiteu". 4Então Davi mandou mensageiros que lha trouxessem. Ela veio e Davi dormiu com ela. Ora, a mulher, depois de purificar-se de sua imundície menstrual, voltou para a sua casa, 5e vendo que concebera, mandou dizer a Davi: "Estou grávida". 6Então Davi enviou uma mensagem a Joab, dizendo-lhe: "Manda-me Urias, o hiteu". Joab assim fez. 7Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra. 8E em seguida disse-lhe: "Desce à tua casa, e lava os teus pés. Urias saiu do palácio do rei, e este mandou que o seguissem com um presente seu". 9Mas Urias não desceu à sua casa; dormiu à porta do palácio com os demais servos de seu amo. 10Comunicaram-no a Davi: "Urias não foi à sua casa". O rei então lhe disse: "Não voltaste porventura de uma viagem? Por que não vais à tua casa?" 13Davi o convidou, fê-lo comer e beber em sua presença, e embriagou-o. Mas à noite, Urias não desceu à sua casa; saiu e deitou-se com os demais servos de seu senhor. 14Na manhã seguinte Davi escreve uma carta a Joab, enviando-a por Urias. 15Dizia na carta: "Coloca Urias na frente, onde o combate for mais renhido, e desamparai-o para que ele seja ferido e morra". 16Joab, que sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que estavam os mais valorosos guerreiros. 17Saíram os assediados contra Joab, e tombaram alguns dos homens de Davi: morreu também Urias, o hiteu.
Palavra do Senhor.

Salmo - 50/51
Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
exultarão estes meus ossos que esmagastes.
Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

Evangelho - Marcos 4,26-34
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 4 26Jesus dizia também à multidão: "O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
27Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. 28Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. 29Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita". 30Dizia ele: "A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 31É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. 32Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". 33Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender. 34E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus com duas pequenos parábolas, responde as indagações de muitos de nós, que ainda hoje, tem muitas dúvidas a respeito do Reino de Deus por imaginá-lo fora do nosso alcance, ou algo à acontecer depois da nossa morte.
Jesus explicita uma das mais belas características do Reino de Deus: Ele é algo que cresce silenciosamente dentro de nós, através de um processo lento que não visualizamos, mas que sentimos o seu efeito! Jesus nunca comparou o Reino de Deus com algo grande, extraordinário, Ele sempre o compara com coisas simples, como a dinâmica de uma semente que se desenvolve silenciosamente debaixo da terra. E para afirmar que a grandeza do Reino de Deus não se mede geograficamente, Ele o compara com uma minúscula semente de mostarda, que apesar da aparência frágil, tem uma força enorme, é capaz de romper a terra, para trazer e alimentar vidas..

Mesmo não tendo a experiência de um agricultor, todos nós sabemos que do plantio à colheita, há um processo lento que requer muita paciência de quem planta, pois uma semente, não nasce de imediato, antes, ela precisa mergulhar nas profundezas da terra para então germinar adquirir raízes para se sustentar.  Como semeadores da palavra de Deus, precisamos ter a paciência daquele que planta a semente, esperar pelo o processo, que é lento, mas que traz resultados surpreendentes! Às vezes, a pessoa ouve a palavra de Deus, no momento ela não diz nada pra ela, mas depois, essa palavra, vai entrando no seu coração e germina como uma semente!
O crescimento do Reino de Deus, não depende somente da semente (palavra) depende também da disposição do semeador, afinal, uma semente só nasce e cresce, se lançada na terra...
Sejamos semeadores da palavra de Deus, lancemos a semente na terra, (coração) contribuindo assim, para com o crescimento do Reino de Deus, que é um Reino de amor de paz e de justiça.



  Olívia Coutinho

São João Bosco, Presbítero.


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É conhecido popularmente por Dom Bosco. É um dos santos que mais atraem a simpatia de todas as classes de pessoas, mas especialmente os jovens. Nasceu em Castelnuovo d’Asti – hoje Castelnuovo Dom Bosco – a 16 de agosto de 1815. Sua mãe, Margarida Occhiena, deu-lhe uma sólida educação humana e cristã. Desde pequeno liderava um grupo de colegas, pois era dotado de muita inteligência, memória, vontade e agilidade física nos jogos. Organizava as brincadeiras, mas quando tocava o sina levava a turma à igreja. Foi ordenado sacerdote em 1841, em Turim. Começou a trabalhar junto com São José Cafasso. Desde logo sua paixão foi a educação dos jovens, de modo especial os pobres e abandonados. Recolheu um grupo para brincar, rezar e dar de comer.

No começo não tinham onde ficar. Depois abrigaram-se sob Pinardi, primeira célula do Oratório. Deu-lhe o nome de Oratório de São Francisco de Sales. Teve muitas dificuldades materiais e vários opositores no começo de sua obra. Sua mãe o ajudou muito. Sua pedagogia, baseada na alegria e no amor, conforme as palavras de São Paulo: “A caridade é benigna e paciente, tudo espera, tudo suporta…” tornou-se universal. É a prática do método preventivo. Dom Bosco assegurou a continuidade da sua obra com a fundação de duas Congregações religiosas: os padres salesianos e as irmãs filhas de Maria Auxiliadora. Foi um escritor fecundo. Fundou escolas tipográficas, revistas e editoras para difundir a boa imprensa católica. Exerceu ação de intermediário entre a Santa Sé e o governo italiano. Um santo sorridente e amável, sempre o mesmo entre os pobres ou entre reis e ministros. Era amigo dos protestantes e judeus, e escrevia: “Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas.” Morreu no dia 31 de janeiro de 1888 e foi canonizado por Pio XI em 1934.
Outros Santos do mesmo dia: São Ciro e João, Santa Marcela, São Aidano, Santo Adamnamo, Santa Úlfia, Santa Eusébio, Santa Nicetas, São Francisco Xavier Bianchi, Santa Ludovica Albertoni.


Prof Felipe Aquino

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Liturgia Diária – Somos lâmpadas a serviço da Luz de Deus.


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1a Leitura - 2 Samuel 7,18-19.24-29
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 18O rei Davi veio apresentar-se ao Senhor e disse-lhe: Quem sou eu, Senhor Javé, e quem é a minha família, para que me tenhais trazido até aqui?
19E como se isso parecesse pouco aos vossos olhos, Senhor Javé, fizestes promessas à casa de vosso servo, para tempos futuros! Acaso isso é normal para o homem, Senhor Javé?
24Estabelecestes solidamente o vosso povo de Israel, para ser eternamente o vosso povo, e vós vos tornastes o seu Deus, ó Senhor.
25E agora, Senhor Deus, cumpri para sempre a promessa que fizestes a respeito do vosso servo e da sua casa, e fazei como dissestes.
26Então será para sempre exaltado o vosso nome, e dirão: o Senhor dos exércitos é o Deus de Israel. E permaneça estável diante do vós a casa de vosso servo Davi.
27Porque vós mesmo, ó Senhor dos exércitos, fizestes ao vosso servo esta revelação: eu te construirei uma casa. Por isso o vosso servo atreveu-se a dirigir-vos esta prece.
28Agora, ó Senhor Javé, vós sois Deus, e vossas palavras são a mesma verdade. Pois que prometestes ao vosso servo esta graça,
29abençoai desde agora a sua casa, para que ela subsista para sempre diante de vós; porque sois vós, Senhor Javé, que falastes, e graças à vossa bênção a casa de vosso servo será abençoada para sempre.
Palavra do Senhor.

Salmo - 131/132
O Senhor vai dar-lhe o trono
de seu pai, o rei Davi.

Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi
e de quanto vos foi ele dedicado;
do juramento que ao Senhor havia feito
e de seu voto ao poderoso de Jacó.

"Não entrarei na minha tenda, minha casa,
nem subirei à minha cama em que repouso,
não deixarei adormecerem os meus olhos
nem cochilarem em descanso minhas pálpebras,
até que eu ache um lugar para o Senhor,
uma casa para o forte de Jacó!"

O Senhor fez a Davi um juramento,
uma promessa que jamais renegará:
"Um herdeiro que é fruto do teu ventre
colocarei sobre o torno em teu lugar!

Se teus filhos conservarem minha aliança
e os preceitos que lhes dei a conhecer,
os filhos deles igualmente hão de sentar-se
eternamente sobre o trono que te dei!"

Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
"Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!"

Evangelho - Marcos 4,21-25
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 4 21dizia-lhes Jesus ainda: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
22Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.
23Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça".
24Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".
Palavra da Salvação.

Reflexão
Por meio da Sua Palavra Jesus ilumina os nossos passos e orienta as nossas ações, pois Ele é o Verbo de Deus e a Luz do Mundo!  Nós somos como lâmpadas que refletem para o mundo o fulgor que Dele recebemos. Portanto, as nossas ações mostram ao mundo se, estamos ou não recebendo e refletindo esta luz ou se, pelo contrário a estamos camuflando, escondendo-a debaixo das nossas concepções humanas. Somos chamados a revelar com transparência tudo o que ouvimos e percebemos da Palavra de Jesus. As nossas ações devem ser como lâmpadas que refletem a mentalidade evangélica e não as nossas ideias humanas que encobrem a verdade e desvirtuam as sugestões de Deus. Por isso, não podemos nos esconder debaixo das nossas máscaras, personalidades, fingimentos. Precisamos ser fiéis e transparentes para revelar ao mundo a verdade de Cristo. No entanto, a primeira pessoa com quem devemos ser sinceros é conosco mesmos. Precisamos ser lâmpadas que apossadas da luz do Espírito Santo iluminam o nosso interior e nos ajudam descobrir e perceber toda a obra que o Senhor quer fazer em nós e por nosso intermédio. Por isso, mais uma vez Jesus nos ordena a que prestemos atenção ao que ouvimos a fim de que possamos ser fiéis a tudo quanto nos é manifesto e assim usar a medida certa nas coisas que fazemos. Quando nos auto conhecemos percebemos que as nossas ações revelam conscientemente o que  cultivamos dentro de nós mesmos (as). Por isso, é mais fácil distinguir o nosso potencial e a nossa limitação. Assim, portanto, podemos usar com os outros, a mesma medida que nos é adequada e, assim fazer justiça sendo coerentes com o que o Senhor nos dá. Quanto mais usarmos bem os dons que recebemos de Deus e com humildade admitirmos as nossas restrições, mais o Senhor nos abençoará e nos cumulará de graças. As nossas ações devem ser, portanto, produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos.  Se cultivarmos em nós bons pensamentos e regarmos os nossos bons sentimentos poderemos também realizar boas obras as quais serão como lâmpadas acesas que poderão ser vistas por todas as pessoas. – Você se considera uma lâmpada a serviço da Luz de Deus para o mundo? - Você é uma pessoa transparente e sincera? – As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? – Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? – E com os seus?  – A  medida que você usa para as outras pessoas é a mesma que você usa para medir as suas ações? 
 
Helena Serpa

O que é o Ano Litúrgico?

Podemos dizer que o chamado Ano Litúrgico é um “Calendário Religioso”, que marca os principais acontecimentos da História da Salvação.

Sendo assim, o Ano Litúrgico tem início com o Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento, começa e termina quatro semanas antes do Natal, é baseado nas fases da lua, e é formado por dois grandes ciclos: O Natal e Páscoa. Ao lado do Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas, chamado Tempo Comum.

Existem vários tipos de calendários, como o calendário lunar, baseado nas fases da Lua, no qual ano é composto de 12 lunações de 29 dias e 12 horas, ou seja, 354 ou 355 dias; ou ainda, o calendário solar, baseado no tempo gasto pela terra para dar uma volta completa em torno do sol; entre outros. No entanto, nem sempre coincidem com o ano civil, no qual o ano começa no dia 1º de janeiro e termina no dia 31 de dezembro.

Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Liturgia Diária - A Palavra de Deus é a semente.


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1a Leitura - 2 Samuel 7,4-17
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 4Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5"Vai e dize ao meu servo Davi: 'eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?'
8Dirás, pois, ao meu servo Davi: 'eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre'".
17Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação'.
Palavra do Senhor.

Salmo - 88/89
Guardarei eternamente para ele a minha graça. 

"Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito, 
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. 
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, 
de geração em geração garantirei o teu reinado!" 

Ele, então, me invocará: "Ó Senhor, vós sois meu Pai, 
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!" 
E por isso farei dele o meu filho primogênito, 
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo. 

Guardarei eternamente para ele a minha graça 
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel. 
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência, 
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.

Evangelho - Marcos 4,1-20
Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
4 1Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3"Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem".
9E dizia: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!"
10Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11Ele disse-lhes: "A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado".
13E acrescentou: "Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14O semeador semeia a palavra.
15Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um".
Palavra da Salvação.

Reflexão 
 
Meditando mais uma vez com a Parábola do Semeador, ressalta aos nossos olhos o verbo imperativo que Jesus usou para chamar a atenção da multidão, “Escutai”, assim como também a afirmação que fez quando terminou de contar a Parábola: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” Chegamos, então, à conclusão de que o entendimento à Palavra do Senhor depende muito do modo como nós a escutamos e de como concentramos a nossa atenção e o  nosso zelo, colocando ou não o nosso coração à disposição de Deus e em intimidade com Ele.  Jesus usa figuras simples da vida corriqueira do homem para explicar o reino dos céus. O semeador é Ele mesmo! O terreno é o nosso coração! A semente é a Sua Palavra! É o próprio Jesus quem, por meio de um ou de outro, sai espalhando a semente da Sua Palavra.  Há os que “escutam” a Palavra de modo muito superficial e, por isso, facilmente ela é arrancada da sua mente.  Por causa da falta de atenção e concentração, ela é esquecida – “é a semente plantada à beira do caminho”. Outros há que “escutam” a Palavra com mais aplicação e ela encontra guarida no coração, porém, lhes faltam perseverança e determinação. Desse modo, por qualquer coisa e diante da primeira dificuldade, desistem e começam a desconfiar das promessas de Deus. Sucumbem diante dos desafios que a Palavra lhes propõe – “é a semente que cai em terreno pedregoso”. Acontece também que existem aqueles que “ouvem” a palavra e a assimilam dando demonstração de que ela fecundará, no entanto, o trabalho, a família, os planos, os bens, o amor à riqueza intervêm e eles entram na rotina da vida consentindo que as preocupações os sufoquem e deixem de lado a mensagem da Palavra de Deus e os Seus ensinamentos – “é a semente que caiu no meio dos espinhos”. Há outros, no entanto, a quem a mesma Palavra foi lançada, porém, ao contrário dos demais, escutaram-na com decisão e com consciência de acolher os ensinamentos de Deus. Não opõem resistência, despojam-se dos seus conceitos e dão a devida importância ao que “escutam”, assim, colhem frutos de uma vida fecunda. – “é a parte que caiu em terra boa e deu fruto” como o próprio Jesus conta no Evangelho. Jesus também nos dá a chave do mistério do reino de Deus quando diz: “Para os que estão fora, tudo acontece em parábolas”!  A multidão que acompanhava Jesus fazia-o de longe, às margens, na praia, e, por isso, não compreendia o que Ele lhe falava. Os seus discípulos, porém, subiam com Ele na barca, estavam perto Dele, O escutavam e tinham a chance de apreender melhor porque Jesus lhes explicava. Quem está longe das coisas de Deus, longe da Igreja, vê, mas não enxerga, escuta, mas não compreende, por isso, não se converte e permanece na escuridão. Tanto na Igreja como em comunidade nós temos a oportunidade de escutar melhor para entender os ensinamentos de Jesus. Assim sendo, nós temos a chance de sondar o terreno do nosso coração e perceber se a Palavra está ou não dando frutos na nossa vida ou se estamos apenas ouvindo falar, porém, sem escutar e pôr em prática. Esta avaliação, nós a fazemos nas horas em que enfrentamos a tribulação, nos momentos de preocupações, diante da ilusão das riquezas e outros empecilhos que nos desafiam. O nosso coração é um terreno fértil quando a Palavra se faz vida na nossa vida e, mesmo no meio das provocações nós damos testemunho da nossa fé. -  Como está o terreno do seu coração? – Você tem colocado zelo em escutar a Palavra do Senhor?  -  Aonde você tem buscado o entendimento das coisas de Deus? – Quando “escuta” a Palavra de Deus você tem o propósito de vivenciá-la?  - Você tem acolhido a semente da Palavra ou tem desistido Dela por qualquer motivo?
 
 
Helena Serpa

O que é a Teologia do Corpo?

logo“Deus modelou o homem com as próprias mãos (…) e imprimiu na carne modelada sua própria forma, de modo que até o que fosse visível tivesse a forma divina” CIC § 704
“Teologia do Corpo” é o título que papa João Paulo II deu ao primeiro grande projeto de ensino de seu pontificado. Em 129 pequenas palestras, pronunciadas entre setembro de 1979 e novembro de 1984, ofereceu à Igreja e ao mundo uma valiosa reflexão bíblica sobre o sentido da corporeidade humana, em especial sobre a sexualidade e o desejo erótico.
O teólogo católico George Weigel descreve esta teologia do corpo como “uma das mais ousadas reconfigurações da teologia católica dos últimos tempos” (…), “algo como uma bomba-relógio teológica, programada para detonar com dramáticas consequências (…) talvez no século 21”. Esta visão nova do amor sexual “apenas começou a tocar a teologia da Igreja, a pregação e a educação religiosa”. Quando, porém, ela se impuser plenamente – prenuncia Weigel- “produzirá um dramático desenvolvimento no modo de pensar, virtualmente, sobre todos os temas importantes do Credo” (WH pp. 336, 343, 853).
DEUS, SEXO E SENTIDO DA VIDA
Por que a reflexão do Papa sobre o amor sexual iria afetar “todos os ternas importantes do Credo?” Porque sexo não é apenas sexo. A maneira corno entendemos e expressamos nossa sexualidade revela as nossas convicções mais profundas sobre quem somos, quem é Deus, o significado do amor, da organização da sociedade e até do universo. Por isso a teologia do corpo de João Paulo II representa muito mais que urna reflexão sobre o sexo e o amor conjugal. Através da objetiva do matrimônio e da união “numa só carne” dos cônjuges – diz o Papa -, descobrimos “o sentido de toda existência, o sentido da vida” (29/10/1980)¹.
E o sentido da vida, segundo Cristo, é amar como ele ama (cf. Jo 15,12). Uma das intuições mais importantes do Papa é o de ter Deus gravado esta vocação de amar como ele ama em nossos corpos, ao nos criar homem e mulher e chamando-nos a ser “uma só carne” (d. Gn 2, 24). Muito mais que uma simples nota de rodapé da vida cristã, a maneira como entendemos o corpo e o relacionamento sexual “abarca toda a Bíblia” (13/01/1982). Ela nos imerge na “perspectiva de todo o Evangelho, de todo o ensinamento, de toda a missão de Cristo” (03/12/1980).
A missão de Cristo é restaurar a ordem do amor num mundo seriamente corrompido pelo pecado. E, corno sempre, a união dos sexos encontra-se na base da humana “ordem do amor”. Portanto, o que aprendemos na teologia do corpo apresentada pelo Papa é muito “importante para o matrimônio e a vocação cristã dos esposos e das esposas”. Não obstante, “é igualmente essencial e valioso para a compreensão do homem em geral: para a compreensão fundamental de si mesmo e da sua existência no mundo” (15/12/1982).
Não admira que tenhamos tanto interesse pelo sexo. A união do homem com a mulher é um “grande mistério” que nos leva – se não nos desviarmos do caminho em nossa jornada exploratória – ao âmago do plano de Deus em relação ao universo (cf. Ef 5, 31-32).

O CRISTIANISMO NÃO REJEITA O CORPO
Na área da religião, as pessoas estão habituadas com a ênfase no campo espiritual. Daqui porque muitos sentem-se até desconfortáveis diante do relevo que às vezes se dá ao corpo. Mas, para João Paulo II, esta é uma separação artificial. O espírito, claro, tem prioridade sobre a matéria. No entanto, o Catecismo da Igreja Católica ensina que “sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e de símbolos materiais” (n. 1146).
Como criaturas corporais que somos, esta é, em certo sentido, a única via pela qual nos é dado experimentar o mundo espiritual: no mundo físico e através dele, em nosso corpo e através dele. Deus, ao assumir um corpo na Encarnação, é justamente aqui que, com toda a humildade, se encontra conosco, isto é, em nosso estado físico e humano.
Tragicamente, muitos cristãos crescem pensando que seus corpos (especialmente sua sexualidade) são obstáculos inerentes à vida espiritual. Acham que a doutrina cristã considera a alma como “boa”, e o corpo como “ruim”. Ora, esta maneira de pensar está longe da autêntica perspectiva cristã! A ideia de o corpo ser mau é uma heresia (um erro aberrante, explicitamente condenado pela Igreja) conhecida com o nome de Maniqueísmo.
A denominação vem de Mani ou Maniqueu, criador de uma seita baseada num dualismo, em que corpo e alma estão engajados numa luta sem tréguas entre si. Segundo eles, o corpo e tudo o que fosse ligado à sexualidade devia ser condenado como fonte de mal. Nós, entretanto, como cristãos, cremos que tudo quanto Deus criou é “muito bom”, conforme nos garante a Bíblia (d. Gn 1,31). João Paulo II resumiu assim a distinção essencial: se a mentalidade maniqueísta considera o corpo e a sexualidade um “antivalor”, o cristianismo ensina que eles “constituem um ‘valor que nunca chegaremos a apreciar suficientemente'” (22/10/1980).
Noutras palavras, se o Maniqueísmo afirma que “o corpo é mau”, o Cristianismo responde que, ao contrário, ele “é tão bom que somos incapazes de avaliar toda a sua bondade”.
Então, o problema da nossa cultura saturada de sexo não é propriamente a supervalorização do corpo e do sexo. O problema está em termos falhado na compreensão de quanto o corpo e o sexo são realmente valiosos. O cristianismo não rejeita o corpo! Numa espécie de “ode à carne”, o Catecismo proclama: “‘A carne é o eixo da salvação’. Cremos em Deus que é o criador da carne. Cremos na Palavra feita carne para redimir a carne. Cremos na ressurreição da carne, na consumação da criação e na redenção da carne” (CIC 1015, ênfase do autor).
A SACRAMENTALIDADE DO CORPO
A fé católica – se o leitor ainda não se deu conta – é uma religião bem carnal, sensual. Encontramos Deus mais intimamente através de nossos sentidos corporais e de “tudo” o que constitui o mundo material: banhando o corpo com água, no batismo; ungindo-o com óleo no batismo, na crisma, nas ordens sagradas, na unção dos enfermos; comendo o corpo de Cristo e bebendo seu sangue na Eucaristia; impondo as mãos nas ordens sagradas e na unção dos enfermos; declarando os pecados com nossa boca na confissão, e unindo indissoluvelmente o homem com a mulher em “uma só carne”, no matrimônio.
De que melhor maneira podemos descrever o “grande mistério” dos sacramentos senão dizendo que eles são os meios materiais, através dos quais alcançamos os tesouros espirituais de Deus? Nos sacramentos, o espírito e a matéria como que “se beijam”. O céu e a terra se abraçam numa união sem fim.
O próprio corpo humano, em certo sentido, é um “sacramento”. Usamos aqui a palavra num sentido mais amplo e mais antigo que aquele que estamos habituados a ouvir. Mais do que referir-se aos sete sinais da graça instituídos por Cristo, João Paulo II, ao falar no corpo como um “sacramento”, quer dizer que ele é um sinal que torna visível o mistério invisível de Deus. Nós não podemos ver Deus, que é puro espírito. No entanto, o cristianismo é a religião do Deus que se manifesta. Deus quer revelar-se a nós. Ele quer tornar visível a todos o seu ministério espiritual invisível, de forma a podermos “vê-lo”. Como faz isto?
Quem de nós não experimentou ainda um profundo sentimento de pasmo, de admiração, ao contemplar uma noite estrelada, ou um magnífico pôr-do-sol, ou a delicadeza de uma flor? Em tais momentos estamos, de certo modo, “contemplando a Deus”. Ou, mais exatamente, vendo seu reflexo. Sim, porque “a beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador” (CIC n. 341). E, contudo, quem é a coroa da criação? Quem, com mais eloquência que as outras criaturas de Deus, “fala” na beleza divina? A resposta é: o homem e a mulher e o seu chamado a uma comunhão fecunda. “Deus criou o ser humano à sua imagem. À imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos’” (…) (Gn 1,27-28).
¹ As citações tiradas da “Teologia do Corpo” de João Paulo II são indicadas pela data em que foi proferida a palestra.


Retirado do livro: “Teologia do Corpo para principiantes, Uma introdução básica à Revolução Sexual por João Paulo II”. Christopher West.