sexta-feira, 31 de maio de 2019

Liturgia Diária – Maria, foi a primeira a levar a alegria de Jesus ao mundo.

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1a Leitura - Sofonias 3,14-18
Leitura da profecia de Sofonias.
3 14 Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém!
15 O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça.
16 Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: "Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços!
17 O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito
18 como num dia de festa. Suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha que pesa sobre ti".
Palavra do Senhor.

Salmo - Is 12
O santo de Israel é grande entre vós.

eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
Com alegria bebereis do manancial da salvação.

E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”

Evangelho - Lucas 1,39-56
Aleluia, aleluia, aleluia.
És feliz porque creste, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"
46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa".
Palavra da Salvação.

 Reflexão 

Cheia do Espírito Santo e levando Jesus no seu ventre Maria foi ao encontro da sua prima Isabel, tornando-se a primeira evangelizadora! Assim sendo, apenas a sua saudação saiu de sua boca Isabel ficou cheia do Espírito Santo! Aprendemos, então, com a Mãe de Jesus que quando levamos Jesus para as pessoas, elas também ficam cheias do Espírito, por isso, se alegram com a nossa chegada. Somos meros canais da graça do Senhor e o Espírito Santo é quem realiza a Sua obra   no nosso coração e nos faz sair de nós mesmos (as) e ir à procura dos que estão necessitados. Sem mesmo perceber nós nos tornamos instrumentos de Deus na vida dos nossos irmãos para que se cumpram os Seus desígnios e os Seus planos se realizem. Basta que nos ponhamos atentos e disponíveis, e o Senhor nos usa para levar consolo, abrigo, alegria e solidariedade. Maria soube distinguir isto e não perdeu tempo, pôs-se a caminho das montanhas esquecendo a glória de ser mãe de Deus se fez serva, auxiliadora, anunciadora e canal da graça do Espírito Santo. Assim, ela foi a primeira a levar a alegria de Jesus ao mundo! Maria mesma se auto proclamou a bem-aventurada, feliz, cheia de graças! Somos também bem-aventurados (as) se acreditamos nas promessas do Senhor.  O Espírito Santo é quem nos ensina a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida, por isso, também somos felizes. Assim como visitou Isabel, transmitindo a ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio do Espírito Santo que nos ensina a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios.      – Reze com Maria, hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!” - Você também se considera bem aventurado (a)? Você se sente comprometido (a) com Deus? - Você tem usado o Espírito Santo que mora em você para ir à busca daqueles que precisam ser amados e ajudados? - Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe que está precisando de amor.
 
 
 
 
Helena Serpa

A Coroação de Nossa Senhora.

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A tradição de coroar a imagem de Nossa Senhora no mês de maio, especialmente no encerramento do mês a Ela dedicado, é antiga em nossa Igreja, e surgiu na Europa. Naquela região, o mês é primavera, são colhidos os frutos da terra e as flores do campo são cheias de cores e de perfumes. E isto remete a Maria, que é considerada a flor mais bela. No século X, o rei da Hungria Santo Estevão consagrou o seu reino a Nossa Senhora, colocando a sua coroa aos pés da imagem de Maria Santíssima. O mesmo fez Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, gesto repetido por Dom João IV, com oferta de vassalagem e promessa de feudo de Portugal a Nossa Senhora. Daí por diante os reis de Portugal não mais usaram a coroa, pois pertencia a Maria Santíssima, e todos são retratados sem coroa, tendo-a ao lado em uma almofada. A Rainha era a Mãe do Céu.
Esta tradição se solidificou no século XIV, em Paris, onde a figura de Maria ganhou destaque. A Mãe de Deus era simbolizada como uma flor adornada de jóias, então, surgiram as coroações. Foi São Felipe Neri que começou a dedicar o mês de maio à Maria fazendo a ela homenagens com flores. Daí vem o piedoso costume da Coroação de Nossa Senhora, como sempre se fez e faz em muitas paróquias. Desde então, devotos realizam coroações da imagem de Nossa Senhora durante este mês. A tradição chegou ao Brasil através dos portugueses.
Este gesto da coroação é simbólico. É uma maneira de externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe.
As homenagens também são uma forma de reconhecimento: Maria é a Mãe de Deus!
Celebrar o Mês de Maria é devotar o nosso amor à Mãe de Deus e nossa Mãe. Um dos elementos marcantes do catolicismo é a devoção mariana. Coroar Nossa Senhora é demonstrar que a reconhecemos como “Rainha”, mesmo na simplicidade de sua figura.
Maria é rainha porque é Mãe de Cristo, o Rei. É rainha porque excede todas as criaturas em santidade: “Ela encerra toda a bondade das criaturas”, diz Dante na Divina Comédia. Todos os cristãos veem e veneram nela a superabundante generosidade do amor divino, que a cumulou de todos os bens. Mas ela distribui real e maternalmente tudo o que recebeu do Rei, protege com o seu poder os filhos adquiridos em virtude da sua corredenção, e os alegra com os seus dons, pois o rei determinou que toda graça passe por suas mãos de rainha.
Por isso, a Igreja convida os fiéis a invocá-la não só com o doce nome de mãe, mas também com aquele reverente de rainha, como no céu a saúdam com felicidade e amor os anjos, os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens. Maria foi coroada com o dúplice diadema de virgindade e de maternidade divina: “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”. No Céu, a Virgem de coração mais humilde foi a mais exaltada, conforme prometeu Jesus: “quem se humilha será exaltado”. Foi recebida no Céu pelos coros dos anjos e coroada por seu Divino Filho, recebendo as honras da Santíssima Trindade.





Site Catedral de São Miguel Arcanjo

Como surgiu a coroação de Nossa Senhora?


Coroação de Nossa Senhora
Giacomo di Mino (1340-1350) / Domínio Público

Uma das mais belas tradições religiosas, que encanta adultos e crianças

A tradição de coroar Maria chegou no Brasil com os colonizadores portugueses. São Felipe Néri fez com que o mês de maio se tornasse de maneira especial o mês dedicado a Maria. No final do referido mês, São Felipe Néri sempre oferecia uma coroa de flores à Nossa Senhora.
Em 1884, a princesa Isabel em sua segunda visita à Basílica Velha fez um gesto carinhoso: ofereceu para a Mãe Aparecida uma coroa. Esta coroa foi colocada na imagem de Nossa Senhora em uma cerimônia solene do decreto do Papa Pio X, onde Maria foi coroada como Rainha.
Mas, foi em 1930 que o Papa Pio XI decretou a Mãe Aparecida como Rainha e Padroeira do Brasil. Reviver este momento de coroar Nossa Senhora, é assumir que Ela é mãe e rainha de nossa pátria e de todo o povo brasileiro, que tem imenso amor pela Mãe Aparecida e seu Santuário.
Em maio, o Santuário de Aparecida convida você a fazer esta tradição se manter viva e preparou roteiros oracionais para quem quiser promover a Coroação de Nossa Senhora na sua comunidade. Vamos juntos homenagear Maria!




(Com informações de A12)

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Liturgia Diária - O Espírito Santo é quem nos ensina todas as coisas.

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1a Leitura - Atos 18,1-8
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
2 Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, e sua mulher Priscila. Eles pouco antes haviam chegado da Itália, por Cláudio ter decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo uniu-se a eles.
3 Como exercessem o mesmo ofício, morava e trabalhava com eles. (Eram fabricantes de tendas.)
4 Todos os sábados ele falava na sinagoga e procurava convencer os judeus e os gregos.
5 Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à pregação da palavra, dando aos judeus testemunho de que Jesus era o Messias.
6 Mas como esses contradissessem e o injuriassem, ele, sacudindo as vestes, disse-lhes: “O vosso sangue caia sobre a vossa cabeça! Tenho as mãos inocentes. Desde agora vou para o meio dos gentios”.
7 Saindo dali, entrou em casa de um prosélito, chamado Tício Justo, cuja casa era contígua à sinagoga.
8 Entretanto Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com todos os da sua casa. Sabendo disso, muitos dos coríntios, ouvintes de Paulo, acreditaram e foram batizados.
Palavra do Senhor.

Salmo - 97/98
O Senhor fez conhecer seu poder salvador
perante as nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terá inteira,
alegrai-vos e exultai!

Evangelho - João 16,16-20
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu não vos deixarei órfãos: eu irei, mas voltarei, e o vosso coração muito há de se alegrar (Jo 14,18).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
16 16 Jesus disse: “Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai”.
17 Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: “Que é isso que ele nos diz: ‘Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver?’ E que significa também: ‘Eu vou para o Pai?’”
18 Diziam então: “Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer”.
19 Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: “Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: ‘Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver’.
20 Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria”.
Palavra da Salvação.

Reflexão
Jesus fazia de tudo para que Seus discípulos percebessem o grande mistério da Sua missão aqui na terra e os instruía sobre as coisas que iriam acontecer. Assim, Ele lhes dava sempre sinais de esperança a fim de lhes mostrar o sentido para tudo que Ele teria que vivenciar. Com efeito, Ele lhes falava abertamente que iria embora, mas que voltaria em breve e que isto seria necessário acontecer. Os discípulos, no entanto, ainda não conseguiam entender o que Jesus lhes anunciava, pois, não haviam recebido o Espírito Santo. Jesus foi para junto do Pai para que o Espírito Santo viesse nos ensinar todas as coisas. Hoje nós percebemos e comprovamos este fato, pois sem a manifestação do Espírito nós permanecemos estáticos, aéreos e confusos. Nunca poderíamos entender as palavras de Jesus se o Espírito não nos tivesse sido dado.  Às vezes ficamos tristes, mas logo depois compreendemos o porquê de todos os acontecimentos. Existe um infinito de esperança que move o nosso coração quando nos apropriamos do poder do Espírito Santo. Só Ele tem a capacidade de nos convencer de que nada do que passamos aqui na terra será em vão para a conquista do reino dos céus. Não tenhamos medo das coisas que não acontecem de acordo com o nosso planejamento. O Pai não quer que se perca ninguém e tudo faz para a nossa salvação. Por meio da Palavra de Jesus nós podemos fortalecer o dom da fé e ter esperança de que a tristeza de hoje, amanhã será alegria. – Você está aberto (a) para as manifestações do Espírito Santo? – Você costuma entristecer-se por causa do que não deu certo? – Você tem cultivado o dom da fé e da esperança? – Em que esta palavra poderá ajuda-lo (a) mais? 


 
Helena Serpa

Como Maria pode ouvir as nossas preces?

virgemm1Algumas pessoas perguntam como a Virgem Maria, e também os santos, podem ouvir as nossas orações, de tantas pessoas ao mesmo tempo, no mundo todo, e atender a todos simultaneamente. Será que ela é como Deus, onipotente ou onisciente?
Não. Nada disso. Nossa Senhora não tem esses atributos divinos, mas acontece que ela e os santos estão em comunhão com Deus, então, participam desses dons divinos, mesmo sem tê-los naturalmente. Participam deles pela graça. Como assim? É através de Deus, com quem estão em comunhão plena, que eles ficam sabendo de nossos pedidos. Para Deus nada é impossível.
Outra coisa que é preciso entender é que na eternidade não há mais o tempo como aqui nesta vida terrena. Aqui tudo depende do tempo. Na eternidade não existe o tempo. É por isso que um teólogo – Karl Ranner – disse que “Deus é um instante que não passa”. Para Deus não há passado, presente e futuro, como para nós; para Ele tudo é só presente. O tempo faz existir o passado e o futuro; mas quando ele não existe, há só presente.

Isto significa que, em Deus, Nossa Senhora e os santos, não precisam de tempo para atender muitas pessoas que lhes pedem ajuda ao mesmo tempo. Aqui na terra, se você quiser atender, por exemplo, dez pessoas, com dez minutos para cada uma, vai precisar de cem minutos; mas na eternidade isso não é necessário porque não existe o tempo. Todos são atendidos no mesmo instante, algo que equivale a gastar na terra os cem minutos.
Mesmo aqui na terra o tempo é relativo. O Dr. Albert Einstein, Prêmio Nobel de Física, mostrou com a “Teoria da Relatividade” que o tempo de duração de um fenômeno, e também o espaço que ocupa, dependem da velocidade do objeto observado. Por exemplo, uma régua de 20 cm, parada, se for medida com uma velocidade próxima da luz (0,99 da velocidade da luz) terá seu tamanho apenas de 18,9 cm, ocupa menos espaço. Einstein mostrou também, no “paradoxo dos gêmeos” que se dois irmão gêmeos partirem para uma viagem ao redor da terra, um com velocidade normal, e outro com velocidade próxima da luz (0.99 c), quando ambos voltarem, o gêmeo que viajou com velocidade próxima da luz, chegará com menos idade que seu irmão; isto é, mais novo.
Ora, se o tempo é algo relativo já nesta vida; na outra é completamente diferente da nossa realidade. Isto explica um pouco como os Santos e a Virgem Maria podem atender os pedidos de todos, sem a dificuldade do tempo e do espaço, e sem precisarem ter os atributos de Deus. Quem lá chegar verá.


Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Liturgia Diária - Não estamos aqui à mercê da sorte.

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1a Leitura - Atos 17,15.22-18,1
Leitura dos Atos dos apóstolos.
17 15 Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível.
22 Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: “Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. 23 Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘A um Deus desconhecido’. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio! 24 O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas. 25 Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas. 26 Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. 27 Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós. 28 Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça... 29 Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens. 30 Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem. 31 Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos”. 32 Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: “A respeito disso te ouviremos outra vez”. 33 Assim saiu Paulo do meio deles. 34 Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros.
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
Palavra do Senhor.

Salmo - 148
Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

Louvai o Senhor Deus nos altos céus,
louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
louvai-o, legiões celestiais!

Reis da terra, povos todos, bendizei-o,
e vós, príncipes e todos os juízes;
e vós, jovens, e vós moças e rapazes,
anciãos e criancinhas, bendizei-o!

Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos,
porque somente o seu nome é excelso!
A majestade e esplendor de sua glória
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.

Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
é um hino para os filhos de Israel,
este povo que ele ama e lhe pertence.

Evangelho - João 16,12-15
Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
16 12 Assim falou Jesus: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. 14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
Palavra da Salvação.

Reflexão 
 
Jesus continua nos prometendo o Espírito Santo da verdade, Aquele que nos revela os planos de Deus e nos prepara até para as coisas futuras que Ele irá nos propor. Portanto, não estamos aqui à mercê da sorte, mas o Pai tem um plano para cada um de nós e o Espírito Santo é quem nos ajuda a realizar tudo conforme a Sua vontade.  Por isso mesmo é que as coisas que Jesus tem a nos dizer só nos serão compreensíveis quando nos apossamos do Espírito da verdade que Ele já nos enviou e nos convence da verdade. O Espírito Santo é Aquele que nos dá o conhecimento da vontade do Pai e dos Seus projetos para a nossa vida. Somente Ele é capaz de nos fazer compreender a Palavra, as moções, os fatos e acontecimentos e até as coisas que estão por vir. Deus vive no nosso coração e o Seu Espírito nos conduz. Enquanto não nos deixamos mergulhar no Espírito Santo, nós, como os discípulos de Jesus, não seremos capazes de compreender as revelações do Senhor em relação à nossa vida, à nossa missão e, também para as nossas realizações pessoais e na nossa família.  Jesus e o Pai são Um e têm em Si o entendimento perfeito do que é bom para cada um de nós. Nós podemos perceber as Suas revelações por meio da Sua Palavra, mas também por intermédio de pessoas que são Seus mensageiros para nós. Seremos seus fiéis seguidores se acolhermos as Suas orientações de coração sem dúvidas nem questionamentos. Assim agindo nós faremos o teste da obediência a Deus por intermédio dos homens e a consequência disso, será uma vida harmoniosa com Deus, conosco e com os nossos irmãos e irmãs. Precisamos estar atentos às pessoas que nos esclarecem os mistérios de Deus, conforme a Sua Palavra.  – O que Jesus tem lhe falado nesses últimos tempos? – Você consegue apreender os recados de Deus quando ouve a homilia do padre, na missa? – Quando medita na palavra, você consegue decifrar os mistérios que Deus quer lhe revelar?
 
 
 
Helena Serpa

Um sinal infalível para distinguir um inimigo de Deus: o desprezo por Maria.

Nossa Senhora do Carmo
CC
Inglaterra: Nossa Senhora do Carmo. São Simão Stock vivia num mosteiro em Cambridge. Certo dia, rezando a Nossa Senhora para que lhes enviassem um sinal de proteção, Maria apareceu-lhe e entregou um escapulário. Desde, então, o uso do escapulário foi se espalhando ao redor do mundo, assim como a devoção a Nossa Senhora do Carmo.

Um dos santos católicos mais conhecidos pela devoção mariana declara, contundente: "Quem não tiver Maria por mãe, não tem Deus por Pai"

Autor do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria“, São Luís Maria Grignion de Montfort é um dos santos católicos mais conhecidos por viver e espalhar o amor a Nossa Senhora.
Nessa missão devocional, ele às vezes precisou empregar palavras contundentes, voltadas não àqueles que não conhecem Maria e por isso não compreendem o seu amor, mas sim àqueles que, conhecendo-a e sabendo que o próprio Jesus a confiou a nós e nos confiou a ela, ainda assim a desprezam, detestam ou propositalmente a ignoram.
Algumas dessas palavras fortes podem ser conferidas no seguinte extrato do mesmo tratado:
“Tal como na geração natural e corporal existe um pai e uma mãe, assim também na geração sobrenatural e espiritual há um pai que é Deus e uma mãe que é Maria. Todos os verdadeiros filhos de Deus têm Deus por Pai e Maria por sua mãe; quem não tiver Maria por mãe, não tem Deus por Pai.
É por isto que os infames, tais como os hereges e os cismáticos, que detestam, desprezam ou ignoram a Santíssima Virgem, não têm Deus por pai apesar de cheios de arrogância proclamarem que têm, porque não têm Maria por mãe. De fato, se eles a tivessem por mãe iriam amá-la e honrá-la como os bons e verdadeiros filhos naturalmente amam e honram a mãe que os deu à vida.
Um sinal infalível e sem engano pelo qual podemos distinguir um herege, um homem de doutrina falsa, um inimigo de Deus, de um dos verdadeiros amigos de Deus é que o herege e o pecador endurecido não mostram nada a não ser desprezo e indiferença por Nossa Senhora. Eles se esforçam, com palavras e exemplo, aberta ou insidiosamente, algumas vezes sob pretextos enganadores, para rebaixar o amor e a veneração a ela”.




terça-feira, 28 de maio de 2019

Liturgia Diária – O Espírito Santo é o Enviado do Pai e do Filho para nos santificar!

 
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1a Leitura - Atos 16,22-34
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
16 22 O povo insurgiu-se contra eles. Os magistrados mandaram arrancar-lhes as vestes para açoitá-los com varas.
23 Depois de lhes terem feito muitas chagas, meteram-nos na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. 24 Este, conforme a ordem recebida, meteu-os na prisão inferior e prendeu-lhes os pés ao cepo. 25 Pela meia-noite, Paulo e Silas rezavam e cantavam um hino a Deus, e os prisioneiros os escutavam. 26 Subitamente, sentiu-se um terremoto tão grande que se abalaram até os fundamentos do cárcere. Abriram-se logo todas as portas e soltaram-se as algemas de todos. 27 Acordou o carcereiro e, vendo abertas as portas do cárcere, supôs que os presos haviam fugido. Tirou da espada e queria matar-se. 28 Mas Paulo bradou em alta voz: “Não te faças nenhum mal, pois estamos todos aqui”. 29 Então o carcereiro pediu luz, entrou e lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e Silas. 30 Depois os conduziu para fora e perguntou-lhes: “Senhores, que devo fazer para me salvar?” 31 Disseram-lhe: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família”. 32 Anunciaram-lhe a palavra de Deus, a ele e a todos os que estavam em sua casa. 33 Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família. 34 Em seguida, ele os fez subir para sua casa, pôs-lhes a mesa e alegrou-se com toda a sua casa por haver crido em Deus.
Palavra do Senhor.

Salmo - 137/138
Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios1
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Estendereis o vosso braço em meu auxílio
e havereis de me salvar com vossa destra.
Completai em mim a obra começada;
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos.

Evangelho - João 16,5-11
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade (Jo 16,7.13).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
16 5 Disse Jesus: “Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’
6 Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração. 7 Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. 8 E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo. 9 Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. 10 Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; 11 ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado”.
Palavra da Salvação.

Reflexão 
 
A liturgia desse tempo, nos prepara para o dia de Pentecostes! Por isso, mais uma vez Jesus conscientiza aos Seus discípulos de que embora estivesse voltando para o Pai continuaria fiel ao Seu Projeto de salvação e enviaria Aquele que esclareceria todas as dúvidas, que iria nos defender das armadilhas deste mundo, o Defensor, Advogado, o Espírito Santo de Deus. Eles continuavam sem compreender e ficavam tristes, porque Jesus lhes falava de despedidas e de que iria deixá-los. Isto acontecia por que eles ainda não haviam entendido que Jesus era o Filho de Deus e que viera numa missão inovadora. Hoje, nós já podemos comprovar que o Espírito Santo é quem nos faz enxergar o nosso pecado, é Ele quem nos ensina a viver a justiça e nos livra da mentalidade do mundo julgador que prega a tirania, o interesse próprio e o cobiçar todas as coisas. O Espírito Santo é o Enviado do Pai e do Filho para nos santificar e nos fazer trilhar o caminho para o céu. O Espírito Santo nos faz enxergar as coisas que não estamos “vendo” e fogem do alcance dos nossos olhos físicos, e nos ajuda a não cair no pecado e nas teias do inimigo de Deus o qual já foi julgado e condenado, pois, foi vencido por Jesus.  Precisamos estar convencidos de que o inimigo não tem mais poder sobre nós, mas sim, o Espírito Santo que nos faz pertencer Àquele que é Justo, Jesus Cristo, nosso Senhor. Dentro do nosso coração cultivamos a esperança de que seremos santos, porque assim é a vontade de Deus! – Você ainda se sente órfão de Deus ou já se apossou do Espírito Santo que Jesus enviou? – Você ainda tem medo de algumas coisas ou já se apossou do Espírito Defensor? – Você percebe que já está trilhando o caminho para o céu? 




Helena Serpa 

Um Salmo para trazer confiança e paz ao seu coração

Se você está se sentindo ansioso(a) ou com medo, reze este Salmo e coloque-se sob a proteção de Deus.


Muitas vezes, quando estamos sentindo ansiedade ou medo, precisamos de algo para nos encorajar e trazer a paz de volta à nossa alma. Uma das melhores maneiras de fazer isso é rezar os Salmos.
Os Salmos são verdadeiras poesias inspiradas por Deus, mas escritas por alguém que enfrenta os sofrimentos. Eles nos mostram como uma pessoa pode estar nas profundezas do desespero e continuar acreditando na Providência Divina.
Há um Salmo, em particular, que pode ajudar a trazer a paz de volta à sua mente e sua alma: é o Salmo 90 (91). Ele foca na proteção de Deus, que nunca falha, e como Deus estará sempre ao nosso lado, mesmo quando tudo cair.

Reze agora:
“Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente,
dize ao Senhor: ‘Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em quem eu confio’.
É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção.
Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,

nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.
Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita: tu não serás atingido.
Porém, verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,
porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos.

Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.
‘Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória. Será favorecido de longos dias, e eu lhe mostrarei a minha salvação.’”



Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/05/21/um-salmo-para-trazer-confianca-e-paz-ao-seu-coracao/

Maria Santíssima na Piedade Cristã

MariaSantissima-140411“A Mariologia não constitui um entrave para a verdadeira piedade? Ela pode desviar de Cristo a atenção dos fiéis, criando obstáculos a uma devoção cristocêntrica?”
Desde cedo na era cristã, a atenção dos fiéis se voltou para Maria, Mãe de Jesus, e, consequentemente, Mãe de Deus feito homem (theotókos, em grego). A piedade para com Maria se foi desenvolvendo no decorrer dos séculos, à semelhança do que se dá com as potencialidades de uma semente destinadas a se desabrochar lentamente. Nos últimos tempos, as expressões de devoção mariana chegaram ao auge; tomadas em si mesmas ou independentemente do seu quadro real, poderiam causar estranheza, dando talvez a crer que os fiéis admitem dois Mediadores — Cristo e Maria — ou prestam a Maria o culto que só a Deus convém.
De antemão seja dito de maneira peremptória: a teologia católica professa um único Mediador entre Deus e os homens — Jesus Cristo (cf. 1 Tim 2,5) — e rejeita qualquer forma de devoção a Maria que se possa confundir com a adoração devida a Deus só. Maria é criatura; por isto todo o apreço que os fiéis lhe dedicam, tem que se referir, em última análise, ao Criador ou a Deus.
Feita esta observação, procuremos averiguar como se poderia delinear a genuína atitude dos fiéis frente a Maria ou o lugar que a piedade para com Maria deve ocupar na vida cristã. A seguir, acrescentar-se-á algo a respeito das duas tendências da Mariologia contemporânea.
1. A genuína devoção a Maria
Todo cristão é chamado a reproduzir em si a imagem do Cristo Jesus, ao qual o Pai quis nos tornássemos configurados (cf. Rom 8, 29). Em consequência, a espiritualidade cristã é essencialmente cristocêntrica, ou seja, voltada para Cristo, o Primogênito dentre muitos irmãos (cf. Rom 8,29). O cristão tem que prolongar em si os sentimentos do Cristo Jesus (cf. Flp 2,5): é Cristo quem nele vive, padece e triunfa (cf. Gál 2,20; Col 1,24; Flp 4,13).
Ora o cristocentrismo da piedade cristã, entre outras consequências, há de acarretar a seguinte: em relação à Mãe de Jesus — Maria — o cristão procurará comportar-se como um outro Jesus. A própria devoção a Cristo, ou melhor, a identificação com Cristo o levará a estimar Maria; ele então cultivará em si o afeto filial e a ternura dedicada que o Senhor Jesus nutria para com sua Mãe Santíssima.. Em outros termos: o genuíno cristão não pode deixar de alimentar em si uma profunda piedade mariana; tal piedade contudo jamais será independente da piedade para com Cristo, nem anterior a esta (como se os fiéis passassem de Maria a Jesus, e de Jesus ao Pai), mas será toda iluminada pela perspectiva de Cristo, toda vivida por causa de Jesus.

Eis como D. Columba Marmion, que tanto explanou a nossa filiação adotiva em Cristo, expõe a doutrina acima:
«Nossa perfeição se deve avaliar pelo nosso grau de semelhança a Jesus Cristo… Ora o amor e o respeito de Jesus para com sua Mãe eram imensos; por conseguinte, devo procurar Imitar Jesus nesse ponto».
«Devemo-nos tornar pela graça o que Jesus é por natureza: filho de Deus e filho de Maria».
«Há dois atributos fundamentais que constituem, por assim dizer, a essência do Homem-Deus; imitá-los, reproduzi-los em nós, eis a essência da nossa santidade: Jesus é ‘Filho do Pai’ e ‘Filho de Maria’. Quanto mais formos, por Jesus, ‘filhos do Pai’ e ‘filhos de Maria’, tanto mais participaremos da sua santidade infinita, tanto mais seremos perfeitos» (textos transcritos da obra de M. M. Philipon, La doctrine spirituelle de Dom Marmion. Paris 1954, 286. 299).
A respeito das relações de Jesus com Maria nos SS. Evangelhos, cf. «P. R.» 6/1958, qu. 8.
Desta forma a devoção para com Maria aparece arraigada no âmago mesmo da vida cristã; longe de constituir uma etapa medianeira ou preliminar na demanda de Cristo, ela vem a ser a expressão mais óbvia da inserção em Cristo que constitui a artéria central da vida sobrenatural. O cristão renasce em Cristo (nada é anterior a Jesus, entre os mananciais da vida cristã) ; é também em Cristo que o fiel desenvolve a sua vida espiritual; por isto mesmo é ele devoto de Maria; a piedade para com a Mãe de Jesus não divide a atenção do cristão, mas, ao contrário, é toda inspirada e canalizada pela piedade para com Jesus.
«Jesus Cristo é nosso modelo. Assim como encontramos nele o modelo perfeito do Filho de Deus, nele também encontramos o modelo perfeito do filho de Maria».
«Jesus amou e honrou sua Mãe. A nós toca honrá-la, amá-la, regozijar-nos por todos os seus privilégios». «… Amemos Maria mais que todas as genitoras… Maria vê Jesus em cada um de nós» (D. Marmion, ob. cit. 301).
É na base destas ideias que se fala da «maternidade espiritual» de Maria em relação ao gênero humano. As palavras «Eis teu filho» que Jesus proferiu a Maria indicando João Evangelista (cf. Jo 19, 26), recobrem todos os homens na medida em que cada um é irmão de Jesus, seja por afinidade de natureza (todos são filhos de Adão), seja por afinidade sobrenatural (em virtude do batismo).
Pode-se ainda observar que a piedade para com Maria leva espontaneamente os fiéis a procurar reproduzir em si as virtudes da Mãe de Jesus (ninguém é verdadeiro devoto dos santos, caso não seja também zeloso imitador dos mesmos). Na verdade, as virtudes de Maria não são senão facetas da plenitude de perfeição de Jesus mesmo (cf. Jo 1,16); considerando a vida de Maria nos quadros que a Escritura Sagrada sucessivamente descreve (desde a Anunciação do Anjo até a descida do Espírito Santo em Pentecostes), os fiéis vão contemplando, em última análise, a maneira concreta como a vitória de Cristo se realizou na mais digna das criaturas: a humildade de Maria, seu devotamento à obra da Redenção, sua perseverança na fé, sua paciência no sofrimento são lições que devem levar os fiéis a concretizar em sua vida pessoal a figura de Jesus; é. em última instância, o Cristo que os fiéis contemplam em Maria e é a Cristo que Maria os quer fazer chegar. A devoção a Maria, assim como procede da união do cristão com Cristo, deve terminar em aumento dessa mesma união com o Senhor.
Destarte a verdadeira devoção mariana consistirá em que cada cristão se torne para Maria um outro filho, um «outro Cristo», o que só se pode dar por efeito de uma identificação crescente com Cristo ou na base de uma piedade estritamente cristocêntrica.
A propósito muito se recomenda a citada obra de Philipon: «A doutrina espiritual de D. Marmion» (tradução brasileira da Ed. AGIR), no cap. «A Mãe de Cristo».
A história dos estudos marianos tem suas fases bem características, através das quais se foi desenvolvendo a riqueza doutrinária contida no grão de mostarda ou na semente da Revelação primitiva; as proposições referentes a Maria foram sendo sucessivamente afirmadas no decorrer dos séculos, não como novas verdades de fé. mas como explicitações de verdades já professadas no credo inicial da Cristandade.
Assim se distinguem:
– o período patrístico, em que os grandes bispos e defensores da fé na Igreja primitiva elaboraram os primeiros dados da Mariologia: muito focalizaram o paralelismo entre Maria e a Igreja, ambas realizando a função da Maternidade em relação a Cristo (Maria por obra do Espírito Santo gerou o Cristo físico; a Igreja, por obra do mesmo Espírito, que age através dos sacramentos, gera o Cristo místico nas almas). O período atingiu seu apogeu no concílio de Éfeso (431), quando foi definida a divina maternidade de Maria. Seguiu-se…
– o período dos pregadores orientais (até o séc. IX): falando aos fiéis por ocasião das festas de Maria, os teólogos e pastores de almas foram exaltando as prerrogativas da Mãe de Deus: preservação de todo pecado, assunção corpórea aos céus, aspectos de seu poder intercessor. Vieram…
– os séculos XII e XIII no Ocidente, em que S. Anselmo, S. Bernardo, S. Boaventura deram notável incremento à piedade para com Maria, realçando seu papel no plano divino;
– do fim do séc. XIII a meados do séc. XVI, a teologia em geral se viu depauperada pela baixa do nível filosófico e cultural da época;
– em fim do séc. XVI registrou-se um surto dos estudos marianos, entrando muito em foco a Imaculada Conceição; o movimento partiu da Espanha e atingiu o seu auge entre 1630 e 1650; teve, porém, o seu lento declínio, de sorte que no começo do séc. XIX a literatura referente a Maria era escassa e de fraco conteúdo.
– por volta de 1840 recomeçou a ascensão: aparecimento da Imaculada e comunicação da Medalha Milagrosa a Sta. Catarina Labouré, em 1830; definição da Imaculada, em Í854; aparições da Imaculada em Lourdes (1858).
– no início do séc. XX novo Impulso foi dado à Mariologia, Impulso que, a partir de 1930, como se sabe, tomou vulto inédito na história da Teologia.
Hoje em dia duas são as diretivas predominantes nos estudos concernentes à Santa Mãe de Deus: a tendência que se poderia chamar «Cristotípica», e a «eclesiotípica». A primeira, representada principalmente por teólogos espanhóis, procura explanar tudo que há de original e próprio em Maria, tendendo a colocá-la num plano que transcende o das demais criaturas e o da Igreja; Maria aparece assim como colaboradora intimamente associada à obra de Cristo e da Redenção (é essa tendência que muito promove os estudos sobre a «Corredentora, a Medianeira Universal»…).
A orientação eclesiotípica, professada principalmente por teólogos alemães, tende, ao contrário, a ver o que há de comum entre Maria e a Igreja; Maria é tida então como protótipo e miniatura da Igreja («Ecclesia»). Tal corrente é muito mais bíblica e tradicional,… mais segura e construtiva, porque menos sutil e abstrata. Tomou forte incremento nos últimos anos, de certo modo em reação contra divagações acadêmicas da tendência «cristotípica»; é sóbria e reservada em suas publicações, ao passo que a corrente cristotípica se mostra extraordinariamente fecunda e prolixa. A orientação eclesiotípica merece todo encômio por ser uma expressão da volta às fontes muito acentuada entre os fiéis católicos contemporâneos (cf. «P. R.» 20/1959, qu. 3). É na direção eclesiotípica que se deve desejar o desenvolvimento dos estudos marianos.
Aliás, o paralelo «Maria-Igreja» vem a ser o ponto de encontro de dois outros paralelismos focalizados pelos cristãos antigos e medievais: «Eva-Maria» e «Eva-Igreja». Maria e a Igreja representam realizações grandiosas e sucessivas de uma realidade única e básica: a Maternidade sobrenatural, que gera Cristo e os cristãos. Acontece, porém, que, desempenhando essa sua missão, Maria e a Igreja não fazem senão reparar e restaurar a maternidade mesma que Eva pela primeira vez representou na história, mas representou de maneira falha, gerando para a morte, e não para a vida. Assim Maria e a Igreja constituem facetas de uma segunda Eva. verdadeira Mãe dos vivos (cf. Gên 3,20); por sua vez, Maria, a Igreja e Eva vêm a ser concretizações de uma realidade grandiosa e primordial — a Maternidade e sua função salvífica no plano de Deus.
Fazendo eco, no setor da piedade, a essa corrente mariológica tradicional ou muito reabastecida pelas fontes, é que se situa o tipo de piedade mariana indicada no primeiro parágrafo da presente resposta: o cristão deve mais e mais tornar-se um outro Cristo; em consequência há de ser genuíno «filho do Pai» e devoto filho de Maria.
Conhecendo este belo aspecto da piedade mariana, os irmãos separados já não ressentirão as dificuldades que lhes causam certas formas de devoção que o povo católico às vezes cultiva com exuberância, mas sem orientação teológica, formas de devoção, portanto, pouco representativas da mente da Igreja. Longe de ser aberração ou desvio, vê-se que uma piedade filial para com Maria, a. Mãe de Jesus, não pode deixar de decorrer da configuração do cristão ao Cristo Jesus.
Note-se, aliás, que a consideração de Maria «Mãe de Jesus» é predominante na devoção dos cristãos orientais: as imagens ou Ícones de Maria costumam apresentar a Senhora com o Menino-Deus nos braços.



Dom Estêvão Bettencourt (OSB)