segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - Só uma coisa te falta...

 Jesus é o Senhor!: EVANGELHO SÃO MARCOS 10,17-30 - 28º DOMINGO DO TEMPO  COMUM - ANO "B" Leituras: Sb 7,7-11; Sl 89; Hb 4,12-13 - ANO DA PAZ -- COR  VERDE - LITURGIA: P/11/10/ 2015

Leitura (1 Pedro 1,3-9)

Leitura da primeira carta de São Pedro

3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo 4para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha e que é reservada para vós nos céus. 5Graças à fé e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. 6Isso é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. 7Desse modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira – mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo – e alcançará louvor, honra e glória no dia da manifestação de Jesus Cristo. 8Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, 9pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.

 Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 110(111)

O Senhor se lembra sempre da Aliança.

Eu agradeço a Deus de todo o coração  junto com todos os seus justos reunidos!  Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

Ele dá o alimento aos que o temem  e jamais esquecerá sua Aliança.  Ao seu povo manifesta seu poder,  dando a ele a herança das nações. 

Enviou libertação para o seu povo,confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito,  permaneça eternamente o seu louvor. 

Evangelho (Marcos 10,17-27)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico,  para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

 Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” 20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 22Mas, quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24Os discípulos se admiravam com essas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.

Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, assistimos à cena já conhecida do jovem rico. Aproxima-se de Cristo um rapaz que desde a meninice guarda fielmente os Mandamentos: “Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe”. Ao saber disto, Jesus o olha com carinho, amando-o, e diz-lhe com toda simplicidade: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”. O que pede o Senhor a esse jovem virtuoso e cheio da graça de Deus, já que era objeto do amor de Cristo, é que ele, além de cumprir com os Mandamentos, busque também crescer no amor. O problema é que, ao contrário do que às vezes se pensa, o caminho do amor é negativo, e não positivo. 

Porque o amor cristão não consiste em fazer muitas coisas, como se tentássemos provar a Deus o quanto o amamos; antes, a santidade começa pelo desprendimento de tudo o que nos liga à terra e nos impede de ser elevados ao céu pelo sopro do Espírito Santo: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres”, desfazendo-te de ti mesmo, pois só assim “terás um tesouro no céu”, para onde te elevarei, não por teus méritos, mas pela minha graça. Poderíamos ainda comparar o jovem rico com uma folha viçosa e cheia de vida, mas que não voa, por estar presa aos ramos. A folha não irá alçar voo por um esforço seu, pois isto está além de sua natureza, mas apenas quando se desprender da árvore e deixar-se levar pelo vento. Assim é a santidade cristã: se não guardamos os Mandamentos, somos folha seca e dura, lançada ao pé da árvore, que nem vive nem o vento levanta; se os guardamos, somos folha verde e viva, mas que ainda está presa ao tronco; se, além de os guardar, nos desligamos também dos laços e afetos do mundo, somos folha livre e solta, que o Espírito conduz aonde quiser: “Vai, vende tudo o que tens. Depois vem e segue-me”. Que nos deixemos atrair por esse grande amor que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Guardando a sua palavra, desapeguemo-nos dos amores falsos e pálidos desta vida e deixemos que o sopro do Espírito nos leve de uma vez para as alturas da caridade: “Para Deus tudo é possível”!

 

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domingo, 27 de fevereiro de 2022

8º Domingo do Tempo Comum - A cegueira dos hipócritas.

 Evangelho de hoje (Lc 6,39-42) - Egídio Serpa | Egídio Serpa - Diário do  Nordeste

Leitura (Eclesiástico 27,5-8)

Leitura do livro do Eclesiástico

5Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um homem aparecem no seu falar. 6Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. 7O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. 8Não elogies a ninguém antes de ouvi-lo falar, pois é no falar que o homem se revela.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 91(92)

Como é bom agradecermos ao Senhor.

 Como é bom agradecermos ao Senhor  e cantar salmos de louvor ao Deus altíssimo! Anunciar pela manhã vossa bondade,  e o vosso amor fiel, a noite inteira. 

 O justo crescerá como a palmeira,  florirá igual ao cedro que há no Líbano;  na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. 

Mesmo no tempo da velhice darão frutos,  cheios de seiva e de folhas verdejantes; e dirão: “É justo mesmo o Senhor Deus:  meu rochedo, não existe nele o mal!” 

Leitura (1 Coríntios 15,54-58)

Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos, 54quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: “A morte foi tragada pela vitória. 55Ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?” 56O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. 57Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo. 58Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, empenhando-vos cada vez mais na obra do Senhor, certos de que vossas fadigas não são em vão, no Senhor.

Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 6,39-45)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Como astros no mundo vós resplandeceis,  mensagem de vida ao mundo anunciando; da vida a Palavra, com fé, proclamais,  quais astros luzentes no mundo brilhais! (Fl 2,15s)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 43Não existe árvore boa que dê frutos ruins nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros nem uvas de plantas espinhosas. 45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”.

Palavra da salvação.

Reflexão

Entrando em acérrima polêmica com os líderes religiosos de Israel, Jesus nos fala hoje a respeito da cegueira que é fruto da soberba. O Senhor denuncia aqui a incapacidade de eles conduzirem com retidão o povo que lhes foi confiado, justamente por serem incapazes de olhar para si mesmos, ou seja, são gente sem humildade, que anda com os olhos vendados para os próprios defeitos e imperfeições. Porque uma visão realista e sensata sobre a própria condição, o homem só pode tê-la se, humilhando-se diante de Deus, reconhece ser pecador, ser alguém pequeno, que não pode arvorar-se a mestre e guia de ninguém. O orgulho, pelo contrário, causa um como que delírio no espírito humano, pois é típico do soberbo achar-se uma "enormidade", alguém que está acima da norma, e que por isso olha os outros de cima para baixo, à maneira de quem, do alto de sua cadeira, julga e despreza o populacho. — "Hipócrita!", é a palavra que o Senhor dirige a estes que, sem tirar primeiro a trave do próprio olho, pretendem tirar o cisco do olho de seu irmão.

O verdadeiro pastor, no entanto, é aquele que se deixa pastorear; é aquele que, para levar os outros a Deus, sabe que é ele, em primeiro lugar, que precisa ser conduzido ao trono da graça. Só pode ser mestre, pois, quem antes se faz discípulo; só pode guiar quem antes, humildemente, se deixa ser guiado. Disto se percebe que a virtude da humildade, longe de rebaixar a pessoa, exalta-a, porque lhe dá o espírito necessário para ser líder e guia dos demais: "Todo discípulo bem formado", com efeito, "será como o Mestre", que se humilhou até ao extremo para que nós, que nada somos, nos tornássemos filhos do Altíssimo. Peçamos hoje a Deus que nos introduza na luz da verdade e nos conceda, por sua bondade infinita, a humildade de que precisamos para, santificando-nos nEle, atrairmos para o amor de Cristo uma multidão de outras almas. No final de nossa oração, dirijamos o olhar à Virgem Santíssima, que, por fazer-se escrava do Senhor, mereceu tornar-se Rainha do Céu e Mãe de todos os cristãos.

 

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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - “Deixai vir a mim as criancinhas”.

 Jesus Deixa que as Criancinhas Venham a Ele

Leitura (Tiago 5,13-20)

Leitura da carta de São Tiago

Caríssimos, 13se alguém dentre vós está sofrendo, recorra à oração. Se alguém está alegre, entoe hinos. 14Se alguém dentre vós estiver doente, mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. 15A oração feita com fé salvará o doente, e o Senhor o levantará. E, se tiver cometido pecados, receberá o perdão. 16Confessai, pois, uns aos outros os vossos pecados e orai uns pelos outros para alcançar a saúde. A oração fervorosa do justo tem grande poder. 17Assim Elias, que era um homem semelhante a nós, orou com insistência para que não chovesse, e não houve chuva na terra durante três anos e seis meses. 18Em seguida tornou a orar, e o céu deu a chuva e a terra voltou a produzir o seu fruto. 19Meus irmãos, se alguém de vós se desviar da verdade e um outro o reconduzir, 20saiba este que aquele que reconduz um pecador desencaminhado salvará da morte a alma dele e cobrirá uma multidão de pecados.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 140(141)

Minha oração suba a vós como incenso!

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; quando eu grito, escutai minha voz!  Minha oração suba a vós como incenso,  e minhas mãos, como oferta da tarde!

 Ponde uma guarda em minha boca, Senhor, e vigias às portas dos lábios!  A vós, Senhor, se dirigem meus olhos,  em vós me abrigo: poupai minha vida! 

Evangelho (Marcos 10,13-16)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, 13traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele”. 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

Palavra da salvação.

Reflexão

Receber o Reino de Deus como criança significa, antes de tudo, entregar-se ao Pai com confiança e espontaneidade, com a candura e a simplicidade típicas de um espírito inocente. Não se trata, portanto, de infantilismo nem de comportar-se como um "mimado", para quem o centro do mundo se confunde com os próprios interesses e desejos. Jesus nos chama, no Evangelho de hoje, a reassumir aquela postura de amizade íntima e confiante com que Adão e Eva, antes do pecado, se relacionavam com Deus; foi justamente após a Queda que, vendo-se nus, eles se ocultaram não só de vergonha, mas sobretudo por medo do Senhor: "O homem e sua mulher", diz o livro do Gênesis, "esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: 'Onde estás?' E ele respondeu: 'Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me'" (Gn 3, 8-10). Precisamos deixar que Cristo, associando-nos aos seus sofrimentos, trabalhe e purifique nossas paixões desordenadas que, como que borbulhando em nosso espírito, nos fazem indóceis ao toque suave da graça e desconfiados da bondade de tão amável Senhor. Peçamos-lhes, pois, que nos dê um coração de criança, para que possamos receber o Reino de seu Pai com as devidas disposições.

 

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - Jesus fala sobre o divórcio.

 Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus - Evangelho do dia 04 de junho de  2020 Marcos 12,28-34 Aleluia, aleluia, aleluia. Jesus Cristo salvador  destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo

Leitura (Tiago 5,9-12)

Leitura da carta de São Tiago

9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor. 11Reparai que consideramos como bem-aventurados os que perseveraram. Ouvistes falar da perseverança de Jó e conheceis o êxito que o Senhor lhe deu – pois o Senhor é rico em misericórdia e compassivo. 12Sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra forma de juramento. Antes, que o vosso sim seja sim e o vosso não, não. Então não estareis sujeitos a julgamento.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 102(103)

O Senhor é indulgente, é favorável.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor,  não te esqueças de nenhum de seus favores!

Pois ele te perdoa toda culpa e cura toda a tua enfermidade;  da sepultura ele salva a tua vida  e te cerca de carinho e compaixão. 

O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo.  Não fica sempre repetindo as suas queixas nem guarda eternamente o seu rancor. 

4. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, / tanto é grande o seu amor aos que o temem; / quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes. – R.


Evangelho (Marcos 10,1-12)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vossa Palavra é a verdade;  santificai-nos na verdade! (Jo 17,17) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu esse mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” 10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.

Palavra da salvação.

Reflexão

Estamos diante dos fariseus que já tinham uma opinião formada sobre a questão do divórcio. Eles não buscavam uma resposta, mas armavam uma cilada para Jesus. Eles não estavam focados nos princípios de Deus sobre o casamento, mas na concessão mosaica para o divórcio. O que queriam era colocar Jesus contra Herodes. Foi nessa mesma região que João Batista foi preso e degolado por denunciar o divórcio ilegal e o casamento ilícito de Herodes com sua cunhada Herodias. Os fariseus instigavam Jesus a ter a mesma atitude de João, pensando que com isso, teria o mesmo destino. O que os fariseus queriam era que Jesus se tornasse intolerável em termos políticos e religiosos. Por outra, eles queriam colocar à prova a ortodoxia de Jesus, para poderem acusá-lo de heresia. Se Jesus dissesse que era lícito, ele afrouxaria o ensino de Moisés sobre o divórcio. Mateus registra essa mesma pergunta acrescentando um dado importante: “É lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo”? (Mt 19.3). Moisés havia ensinado que se o homem encontrasse alguma coisa indecente na mulher, lavraria carta de divorcio e a despediria (Dt 24.1). A grande questão é entender o que significa essa “coisa indecente”.
Jesus não caiu na armadilha dos fariseus. Ele respondeu a pergunta deles com outra pergunta, abrindo a porta para a verdadeira interpretação sobre a concessão de Moisés acerca do divórcio. Algumas verdades são destacadas aqui:
Deus instituiu o casamento, não o divórcio. O casamento é a expressa vontade de Deus, não o divórcio. No princípio, quando Deus instituiu o casamento (Gn 1.27; 2.24), antes da queda humana, não havia nenhuma palavra sobre divórcio. Ele é fruto do pecado. Ele é resultado da dureza do coração. Enquanto o casamento é digno de honra entre todos (Hb 13.4), Deus odeia o divórcio (Ml 2.16).
Jesus como supremo intérprete da Escritura diz que Moisés não mandou divorciar por qualquer motivo, ele permitiu por um único motivo, a dureza de coração (10.4,5; Mt 19.8). Mateus registra a pergunta dos fariseus assim: “Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar”? (Mt 19.7). Na verdade, Moisés nunca mandou. O divórcio nunca é um mandamento ou ordem, mas uma permissão e uma permissão regida por balizas bem estreitas, ou seja, a dureza da coração.
O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento é ordenado por Deus, o divórcio não. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus ama o casamento, mas odeia o divórcio. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família.
“Vocês ouviram a apelação dos mestres judeus sobre Deuteronômio 24:1, com a intenção de consubstanciar uma prática que permita aos maridos divorciar-se, livremente e a seu bel-prazer, de suas esposas, fornecendo-lhes simplesmente um estúpido documento legal de transação”.  “Mas eu digo a vocês”, continuou Jesus, que tal comportamento irresponsável da parte do marido fará com que ele, sua esposa e os novos parceiros tenham uniões que não constituem casamentos, mas adultérios. Neste princípio geral, temos uma exceção. A única situação em que o divórcio e o novo casamento são possíveis sem transgredir o sétimo mandamento é quando o casamento já foi quebrado por algum sério pecado sexual.
            Não podemos esquecer que o divórcio existe por causa da dureza do coração humano. Tanto o contexto anterior como todo ensino da Bíblia fala de reconciliação [arrependimento e perdão]. O padrão é o coração de Deus, não o coração duro do homem. Antes de falarmos de divórcio temos que falar sobre o que é casamento e sobre reconciliação. Depois dessa compreensão é que podemos achar espaço para falarmos de divórcio. O divórcio por questões banais: o amor acabou, achou alguém mais atraente, não sinto mais nada, não há comunicação. Se você entrar para o divórcio, se houver outro casamento haverá adultério, pois mesmo se legalmente for aprovado, diante do Senhor você é casado com o cônjuge. O divórcio não é a resposta, abre ferida. As conseqüências são terríveis para todos.
A solução é o perdão não o divórcio.  Conclusão: Dicas para proteger seu matrimônio: 1. Ponha Deus em primeiro lugar. 2. Ponha Seu Cônjuge em primeiro depois de Deus. Não são os filhos.  3. Comunique-se Diariamente com Seu Cônjuge. Fale de suas necessidades. 4. Gaste Tempo a sós com seu cônjuge. 5. Elogie Seu Cônjuge Regularmente, Reservadamente e Publicamente. 6. Tenha expectativas realistas. 7. Tenha determinação de permanecer casado. 8. Pese o Custo humano de Divórcio - Advogado, pensão, os efeitos nas crianças, reputação.  9. Aprenda a Crescer nas Dificuldades. 10. Peça ajuda de alguém na crise.
Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.
 
 
 
por Pe. Bantu Mendonça katchipwi Sayla

 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - Ai dos que praticam escândalo!

 Evangelho (Mc 9,41-50)... - Paróquia Senhor Bom Jesus | Facebook

Leitura (Tiago 5,1-6)

Leitura da carta de São Tiago

1E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes como fogo. Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede, o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa-vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 48(49)

Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos céus.

Este é o fim do que espera estultamente,  o fim daqueles que se alegram com sua sorte;  são um rebanho recolhido ao cemitério, e a própria morte é o pastor que os apascenta. 

São empurrados e deslizam para o abismo. Logo seu corpo e seu semblante se desfazem,  e entre os mortos fixarão sua morada.  Deus, porém, me salvará das mãos da morte  e junto a si me tomará em suas mãos.

Não te inquietes quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa;  pois, ao morrer, não levará nada consigo,  nem seu prestígio poderá acompanhá-lo. 

4. Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: / todos te aplaudem, tudo bem, isso que é vida! / Mas vai-se ele para junto de seus pais, / que nunca mais e nunca mais verão a luz. – R.

Evangelho (Marcos 9,41-50)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Acolhei a Palavra de Deus, não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2,13) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41“Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.(44) 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés do que, tendo os dois, ser jogado no inferno.(46) 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”.

Palavra da salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje fala-nos do escândalo, um pecado contra a beneficência que consiste em um dito ou fato menos reto que dá ao próximo ocasião de queda (cf. S. Tomás de Aquino, STh II-II, q. 43, a. 1). Etimologicamente, a palavra escândalo (do gr. σκάνδαλον) significa pedra de tropeço, isto é, qualquer ofendícula que pode machucar o pé e fazer-nos cair, e daí, em sentido translatício, passou a significar em teologia qualquer ato ou omissão externa e deliberada que, tendo certa aparência de mal, é para o próximo ocasião, ainda que não causa, de ruína espiritual. O escândalo é tanto mais grave quanto mais grave é o pecado a que ele dá ocasião e quanto mais inocente é a pessoa escandalizada. É por isso que o Senhor diz: “Se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem”, ou seja, quem tem ainda uma fé frágil e incipiente, “melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Deve-se saber, no entanto, que uma ação gravemente pecaminosa perpetrada diante de outrem não tem razão de escândalo em sentido próprio, se é certo que essa ação não terá sobre ele nenhum influxo, ou por causa de sua firmeza na virtude, ou porque em si mesmo ele já está determinado a pecar [1]. 

E é por isso que se costuma dizer: “Diante do santo e do celerado, não há escândalo” (coram sanctis et sceleratis non fit scandalum). Nesse sentido, só se comete escândalo diante de pessoas que são “pequeninas”, ou seja, que já têm fé e certa inclinação à virtude, mas que não chegaram ainda àquela santidade que não cede mais às solicitações do pecado. Ao chamar a atenção dos Apóstolos para esse fato, Jesus nos faz ver que todos os fiéis já firmes na fé têm responsabilidade sobre esses pequenos, que podem fragilizar-se em seu crença em Cristo e na Igreja ao verem outros cristãos portando-se de maneira indigna, maledicente, grosseira, irreverente, obscena etc. Para que não os induzamos a pecar e a perder a pouca fé que têm, é dever nosso extirpar o mais possível todos os nossos hábitos e atitudes que podem ser ocasião de queda para os outros. É este o sentido daquelas palavras do Senhor: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a! Se teu pé te leva a pecar, corta-o! Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!”, porque se até um membro do nosso corpo pode ser para alguém motivo de escândalo, que dizer dos nossos maus hábitos, do nosso jeito pouco atencioso, da nossa mania de falar baixezas, de ler indecências, de vestir-nos sem pudor? Vale a pena pagar o preço de morrermos para nós mesmos, arrancando de nossos corações tudo o que é pouco proveitoso para a caridade, porque o prêmio disto será, não só a nossa própria santificação e salvação, mas a edificação do próximo, a melhor defesa pública da doutrina católica e a melhor forma de honrarmos a Santa Madre Igreja. — Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros!

 

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - Os perigos da inveja.

 Evangelio - Miércoles 7 de marzo. | KÉNOSIS

Leitura (Tiago 4,13-17)

Leitura da carta de São Tiago

Caríssimos, 13e agora, vós que dizeis: “Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, negociando e ganhando dinheiro”. 14No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece. 15Em vez de dizer: “Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”, 16vós vos gloriais de vossas fanfarronadas. Ora, toda arrogância desse tipo é um mal. 17Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 48(49)

Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos céus!

Ouvi isto, povos todos do universo,  muita atenção, ó habitantes deste mundo; poderosos e humildes, escutai-me,  ricos e pobres, todos juntos, sede atentos!

Por que temer os dias maus e infelizes  quando a malícia dos perversos me circunda?  Por que temer os que confiam nas riquezas  e se gloriam na abundância de seus bens? 

Ninguém se livra de sua morte por dinheiro  nem a Deus pode pagar o seu resgate.  A isenção da própria morte não tem preço;  não há riqueza que a possa adquirir,  nem dar ao homem uma vida sem limites  e garantir-lhe uma existência imortal.

Morrem os sábios e os ricos igualmente;  morrem os loucos e também os insensatos,  e deixam tudo o que possuem aos estranhos.


Evangelho (Marcos 9,38-40)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”.

Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, vemos os Apóstolos corroídos de indignação ao contemplarem um estranho ao círculo dos discípulos operando milagres em nome do Senhor. Aproveitando-se da ocasião, Cristo lhes repreende a atitude claramente mesquinha e oferece-nos, de resto, a oportunidade de refletir a respeito do vício ilustrado nesse trecho: a inveja. Tradicionalmente enumerada entre os pecados capitais, a inveja consiste numa espécie de tristeza pelo fato de alguém possuir um bem que não nos pertence. Quando transposto para o plano dos bens espirituais, esse pecado pode ter consequências nefastas; sentimo-nos "detentores" absolutos da bondade e dos dons divinos e, por isso, julgamo-nos defraudados se alguém dá mostras de ser mais santo ou agraciado do que nós. Por inveja, tratamos como rivais os que vemos dedicar-se com maior empenho à vida de oração, desagrada-nos ouvir dizer de suas virtudes e qualidades, podemos chegar até mesmo ao ponto de odiar aqueles que alcançaram uma excelência espiritual que pensamos ser exclusivamente nossa. Trata-se, com efeito, de um pecado diabólico, pelo qual a morte mesma entrou no mundo.

O remédio para essa grave enfermidade d'alma, um obstáculo bastante perigoso ao progresso no amor, será, em primeiro lugar, pedir a Deus em assídua e perseverante oração que nos faça humildes e abra os nossos olhos para reconhecer, de um lado, os bens imerecidos que dEle recebemos e, de outro, a maldade radicada em nosso coração. Em segundo lugar, precisamos exercitar a virtude da benevolência, pela qual desejamos, com toda sinceridade, o bem do nosso próximo. Se percebermos o menor traço de inveja a despontar em nosso íntimo, recorramos sem demoras aos braços do Senhor e lhe imploremos que cumule com ainda maiores e mais abundantes graças aquele a quem o demônio nos incita a desejar mal. Aprendamos, a exemplo de tantos santos, a depositar a nossa alegria no mérito dos nossos irmãos; coloquemo-nos nos últimos nos lugares, que são os que nos cabem, e digamos todos os dias aquela ladainha tão cheia de consolo e esperança para nós, que sentimos o peso morto dessa imperfeição: "Ó Jesus, manso e humildade de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!"

 

 

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Liturgia Diãria - “Não foi a carne nem o sangue”

 Reflexão do Evangelho – Mt 16,13-19 – Vocacional Oblata

Leitura (1 Pedro 5,1-4)

Leitura da primeira carta de São Pedro

Caríssimos, 1exorto aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que será revelada: 2sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele não por coação, mas de coração generoso; não por torpe ganância, mas livremente; 3não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas, antes, como modelos do rebanho. 4Assim, quando aparecer o pastor supremo, recebereis a coroa permanente da glória.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 22(23)

O Senhor é o pastor que me conduz,  não me falta coisa alguma.

O Senhor é o pastor que me conduz;  não me falta coisa alguma.  Pelos prados e campinas verdejantes,  ele me leva a descansar.  Para as águas repousantes me encaminha  e restaura as minhas forças. 

Ele me guia no caminho mais seguro,  pela honra do seu nome.  Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, /nenhum mal eu temerei.  Estais comigo com bastão e com cajado,  eles me dão a segurança! 

Preparais à minha frente uma mesa,  bem à vista do inimigo;  com óleo vós ungis minha cabeça,e o meu cálice transborda.

4. Felicidade e todo bem hão de seguir-me / por toda a minha vida; / e na casa do Senhor habitarei /pelos tempos infinitos. – R.

Evangelho (Mateus 16,13-19)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Tu és Pedro, e sobre esta pedra  eu irei construir minha Igreja,  e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

Palavra da salvação.

Reflexão

Celebramos hoje a festa da Cátedra de São Pedro, por ocasião da qual a Igreja repete, agora pela pena de S. Mateus, a mesma cena que meditávamos ontem, ainda que do ponto de vista de S. Marcos. Aqui, o evangelista nos conduz a Cesareia de Filipe, onde S. Pedro professa sua fé em Cristo, e este, ao ver o príncipe dos Apóstolos deixar-se iluminar pelo Espírito Santo, prorrompe de júbilo, dizendo: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”. Porque, com efeito, como diz a Epístola aos Tessalonicenses, o homem é corpo, alma e espírito: corpo e alma, na ordem meramente natural, e espírito, quando elevado pela graça à participação da natureza divina. Os que são só corpo e alma, movem-se ora pelos apetites sensíveis, quando não cresceram ainda em virtude, ora pelo conhecimento do bem e do dever, quando começam a sair da “infância” moral e adquirem os primeiros hábitos virtuosos. Mas tudo isso é ainda muito pouco para um cristão, porque não é o sangue nem a carne, mas somente o Pai celeste que nos pode levar ao conhecimento de seu Filho encarnado, Jesus Cristo, nem há virtude natural que, sozinha, sem um dom gratuito dos céus, nos faça dignos de receber a luz da fé. 

Por isso, o fiel precisa que Deus, que lhe deu o corpo e a alma naturais, lhe dê também um espírito, isto é, uma modificação íntima operada pela graça que o torne apto para ser movido pelo Espírito Santo, o único que pode levar-nos a dizer, com aquela fé sobrenatural: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Que, por intercessão de S. Pedro, fundamento da Igreja e princípio visível da unidade da fé, Deus nos conceda o dom de sua graça e faça bem-aventuradas as nossas almas, por crerem como convém à nossa salvação e santificação diária.

 

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Liturgia Diária - Tudo é possível ao que crê.

 Santo Antonio Maristela - Evangelho da 7ª Semana do Tempo Comum Marcos 9, 14-29 Naquele tempo, descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e  chegando perto dos outros discípulos, viram que

Leitura (Tiago 3,13-18)

Leitura da carta de São Tiago

Caríssimos, 13quem dentre vós é sábio e inteligente? Que ele mostre, por seu reto modo de proceder, a sua prática em sábia mansidão. 14Mas se fomentais, no coração, amargo ciúme e rivalidade, não vos glorieis nem procedais em contradição com a verdade. 15Essa não é a sabedoria que vem do alto. Ao contrário, é terrena, materialista, diabólica! 16Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. 17Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. 18O fruto da justiça é semeado na paz para aqueles que promovem a paz.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 18(19B)

Os ensinos do Senhor são sempre retos, / alegria ao coração!

A lei do Senhor Deus é perfeita,  conforto para a alma!  O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,  alegria ao coração.  O mandamento do Senhor é brilhante,  para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,  imutável para sempre.  Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios  e a voz da minha alma;  que ela chegue até vós, ó Senhor,  meu rochedo e redentor!

Evangelho (Marcos 9,14-29)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte;  fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, 14descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e chegando perto dos outros discípulos, viram que estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns mestres da Lei estavam discutindo com eles. 15Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo. 16Jesus perguntou aos discípulos: “O que discutis com eles?” 17Alguém da multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito. Mas eles não conseguiram”. 19Jesus disse: “Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei que suportar-vos? Trazei aqui o menino”. 20E levaram-lhe o menino. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. 21Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. 22E muitas vezes o espírito já o lançou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”. 23Jesus disse: “Se podes!… Tudo é possível para quem tem fé”. 24O pai do menino disse em alta voz: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”. 25Jesus viu que a multidão acorria para junto dele. Então ordenou ao espírito impuro: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno que saias do menino e nunca mais entres nele”. 26O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto, e por isso todos diziam: “Ele morreu!” 27Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o e o menino ficou de pé. 28Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram a sós: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” 29Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração”.

Palavra da salvação.

Reflexão

Narra o Evangelho desta segunda-feira a cura de um menino epilético. Embora conste esse episódio nos três sinóticos (cf. Mt 17, 14‑20; Lc 9, 37‑43a), só o de Marcos refere o diálogo entre Cristo e o pai do endemoniado, sem contar uma série de outros detalhes que vale a pena destacar, para que se veja a riqueza da cena e as sutilezas de doutrina que o Espírito Santo quis registrar nessas páginas. Após descer o Senhor do monte da transfiguração, diz o Texto sagrado que estava à espera d'Ele uma multidão acalorada, e no meio dela os discípulos, de quem se pediam contas por não terem conseguido expulsar o mau espírito que entrara num menino. Às queixas e lamentos do pai responde o Senhor com um diagnóstico válido tanto para o desespero deste homem quanto para a ineficácia dos Apóstolos: “Ὦ γενεὰ ἄπιστος” (v. 19), “Ó geração sem fé”. O pai, depois de informar Jesus do histórico da criança, Lhe pede com o coração apertado, deixando escapar a um tempo toda a sua desesperação: “ἀλλ᾽ εἴ τι δύνῃ, βοήθησον ἡμῖν σπλαγχνισθεὶς ἐφ᾽ ἡμᾶς” (v. 22), “Se tens poder, acorre aos nossos gritos e tem compaixão de nós”. O verbo σπλαγχνίζομαι, como se sabe, significa “remexer-se as vísceras”, o que conota um movimento físico, profundo, de piedade, que faz estremecer de emoção ante a miséria alheia. Fazendo suas estas dores paternas, contesta Cristo com fina delicadeza, de tal maneira que à cura física da criança faça preceder a cura espiritual do pai: “Τὸ Εἰ δύνῃ, πάντα δυνατὰ τῷ πιστεύοντι” (v. 23), “Se tens poder!... Tudo pode aquele que crê”, ao que o homem reage em soluços, libertando-se com um grito de fé do “espírito” que o tinha emudecido pela incredulidade: “Πιστεύω· βοήθει μου τῇ ἀπιστίᾳ” (v. 24), “Eu creio. Mas vinde em socorro à minha falta de fé”. Desta forma, podendo Cristo, como autor da fé, dar àquele homem o poder da fé, por fim se realizou o milagre que não fora possível sem a oração do pai, não em favor do filho, mas em remédio de sua própria incredulidade. Porque, explica o Senhor, “essa espécie de demônios”, não só dos que se apoderam do corpo, mas sobretudo dos que ligam o entendimento e a vontade para que não creiam, “não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração”, e não por qualquer uma, mas por aquela a que Jesus nos provoca hoje: “Πιστεύω· βοήθει μου τῇ ἀπιστίᾳ”, “Eu creio. Mas vinde em socorro à minha falta de fé”. Seja este o nosso pedido, não só nesta segunda, mas em todos os dias de nossa vida, pois só Deus nos pode infundir a fé, sem a qual não O podemos agradar.

 

 

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