segunda-feira, 29 de abril de 2024

5ª Semana da Páscoa - O Deus que habita em nós.

Deus está em todos os corações? (Homilia Diária.1470)

Esta é uma das virgens sábias e prudentes, que foi ao encontro de Cristo com sua lâmpada acesa, aleluia.

Catarina nasceu na Itália em 1347 e lá faleceu no ano 1380. Aos 16 anos, abandonou o luxo da nobreza e ingressou na Ordem Terceira de São Domingos, na qual levou uma vida austera de serviço aos doentes e encarcerados. Tendo aprendido a escrever apenas na idade adulta, ditava suas cartas e as enviava ao papa, a bispos e reis, gerando mudanças sociais e políticas. Muito se empenhou pelo retorno do papa de Avinhão, na França, para Roma. Embalada por sua íntima união com Deus, deixou-nos grandes escritos místicos. Aprendamos com essa santa doutora a aplicar nossos talentos em favor do dinamismo da Igreja.

Primeira Leitura: Atos 14,5-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, em Icônio, 5pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. 6Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. 7Aí começaram a anunciar o Evangelho. 8Em Listra havia um homem paralítico das pernas, que era coxo de nascença e nunca fora capaz de andar. 9Ele escutava o discurso de Paulo. E este, fixando nele o olhar e notando que tinha fé para ser curado, 10disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre os teus pés”. O homem deu um salto e começou a caminhar. 11Vendo o que Paulo acabara de fazer, a multidão exclamou em dialeto licaônico: “Os deuses desceram entre nós em forma de gente!” 12Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio, porque era Paulo quem falava. 13Os sacerdotes de Júpiter, cujo templo ficava defronte à cidade, levaram à porta touros ornados de grinaldas e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios. 14Ao saberem disso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes e foram para o meio da multidão, gritando: 15“Homens, o que estais fazendo? Nós também somos homens mortais como vós e vos estamos anunciando que precisais deixar esses ídolos inúteis para vos converterdes ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 16Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho. 17No entanto, ele não deixou de dar testemunho de si mesmo através de seus benefícios, mandando do céu chuvas e colheitas, dando alimento e alegrando vossos corações”. 18E assim falando, com muito custo, conseguiram que a multidão desistisse de lhes oferecer um sacrifício. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 113B(115)

Não a nós, ó Senhor, não a nós, / ao vosso nome, porém, seja glória.

1. Não a nós, ó Senhor, não a nós, † ao vosso nome, porém, seja a glória, / porque sois todo amor e verdade! / Por que hão de dizer os pagãos: / “Onde está o seu Deus, onde está?” – R.

2. É nos céus que está o nosso Deus, / ele faz tudo aquilo que quer. / São os deuses pagãos ouro e prata, / todos eles são obras humanas. – R.

3. Abençoados sejais do Senhor, / do Senhor que criou céu e terra! / Os céus são os céus do Senhor, / mas a terra ele deu para os homens. – R.

Evangelho: João 14,21-26

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito Santo, o Paráclito, / haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado, aleluia! (Jo 14,26) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Encontramo-nos hoje no Cenáculo, onde Jesus, dirigindo suas últimas palavras aos Apóstolos antes de entregar-se à morte, diz como há de ser a nossa vida após sua gloriosa Ascensão aos céus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, meu Pai o amará, nós viremos a ele e nele estabeleceremos nossa morada”. Neste breve versículo, ecoado em muitas outras passagens do Novo Testamento (cf. 1Jo 4, 16; 1Cor 3, 16s; 6, 19; 2Cor 6, 16; 2Tm 1, 14), está condensado o que em teologia espiritual se costuma chamar “inabitação trinitária”, ou seja, a presença real das divinas pessoas da SS. Trindade na alma em estado de graça. Para entendermos mais a fundo esse mistério insondável, convém ler o Evangelho de hoje de baixo para cima, isto é, vendo nos últimos versículos as condições que possibilitarão o que, nos trechos iniciais, corresponde a essa habitação íntima que Deus faz nas almas justas.

Em primeiro lugar, é preciso que o Pai, em nome do Filho ressuscitado, envie do alto do céu o Paráclito, o Espírito Santo, que, derramado como óleo de unção sobre o Cristo Cabeça, escorre pelos membros de seu Corpo, que é a Igreja. É do Pai, através do Filho, que recebemos o Espírito Santo, de maneira que todos os toques do Paráclito em nossa alma são também toques do Senhor ressuscitado. Ora, esses toques suaves da graça, que nos vão ensinando e recordando tudo o que Jesus fez e disse, nos dão força para cumprir os Mandamentos e amar a Deus de todo coração. Esse amor, obra do Espírito consolador, nos torna semelhantes ao Filho, a quem o Pai, cheio de contentamento, passa agora a enxergar nos membros da Igreja. Ao que assim se encontrar, como imagem de Cristo, o Pai pode então dizer: “Eis o meu Filho amado” (cf. Mt 3, 17), e nele fazer a sua morada. Porque o Pai está sempre onde está o Filho, e onde estão o Pai e o Filho, ali está sempre o Espírito de Amor.

Que possamos abrir nosso coração à ação da graça divina, a fim de prepararmos a Deus uma morada menos indigna de sua majestade. Por isso, imploremos hoje que o Espírito Santo desça às nossas almas, dê-nos a sua força, impila-nos a amar ardentemente e a reconhecer o grandioso mistério que se opera dentro nós quando temos a dita de estar em graça. Confiemo-nos também, de modo particular, à intercessão de S. Elisabete da Trindade, que viveu e experimentou profundamente o mistério dessa divina inabitação.

 

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domingo, 28 de abril de 2024

5º Semana da Páscoa - Podados para amar.

 O bio-sistema de Jesus: a Videira e os ramos (02/05/2021) « Centro Loyola  de Fé

Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas! Aos olhos das nações revelou sua justiça, aleluia! (Sl 97,1s)

Cantemos as maravilhas de Deus unidos a Jesus, a Videira da qual recebemos a seiva do Espírito que nutre a nossa vida cristã. Vivendo em Cristo, tornamo-nos ramos sadios e aptos a produzir bons frutos. A participação na Eucaristia nos anime a guardar os mandamentos, para que Deus permaneça em nós e nós nele, glorificando-o com nossas ações.

Primeira Leitura: Atos 9,26-31

A Palavra de Deus nos convida a testemunhar a fé no Ressuscitado e viver o amor fraterno, unidos a Cristo como ramos à videira.

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 26Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo. 27Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. 28Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo. 30Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesareia e daí o mandaram para Tarso. 31A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 21(22)

Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia!

1. Sois meu louvor em meio à grande assembleia; / cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! / Vossos pobres vão comer e saciar-se, † e os que procuram o Senhor o louvarão. / “Seus corações tenham a vida para sempre!” – R.

2. Lembrem-se disso os confins de toda a terra, / para que voltem ao Senhor e se convertam, / e se prostrem, adorando, diante dele / todos os povos e as famílias das nações. / Somente a ele adorarão os poderosos, / e os que voltam para o pó o louvarão. – R.

3. Para ele há de viver a minha alma, / toda a minha descendência há de servi-lo; / às futuras gerações anunciará / o poder e a justiça do Senhor; / ao povo novo que há de vir, ela dirá: / “Eis a obra que o Senhor realizou!” – R.

Segunda Leitura: 1 João 3,18-2

Leitura da primeira carta de São João18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus, e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. – Palavra do Senhor.

Evangelho: João 15,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.

Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor; / quem em mim permanece, esse dá muito fruto (Jo 15,4s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira, e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
esus diz hoje aos Apóstolos: “Vós já estais limpos por causa da palavra que Eu vos falei”. Isso significa que a palavra de Deus, se escutada e acolhida como convém, tem a virtude de nos purificar. Mas para entendermos a fundo essa frase de Nosso Senhor, precisamos notar que ela depende da que vem imediatamente antes: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto Ele o corta; e todo ramo que dá fruto, Ele o limpa, para que dê mais fruto ainda”. Ou seja, a palavra de Deus nos purifica na medida em que, inseridos no Corpo de Cristo pelo Batismo e a graça santificante, recebemos a seiva de vida eterna que nos vem por meio da fé. Quanto mais unidos estamos a Cristo como ramos à videira, mais o Pai que está nos céus nos poda e purifica, a fim de que, recebendo o influxo de sua vida, cresçamos e frutifiquemos em abundância. Pelo Batismo, já somos ramos de Jesus; mas para que demos o fruto sazonado do amor — e não apenas folhas —, temos de deixar-nos podar, limpar, purificar por aquele que é o autor da nossa santificação. Essa poda consiste, entre outras coisas, em abandonar não só o pecado, mas também os amores, divertimentos e afetos que, mesmo não sendo pecaminosos, são próprios de um espírito mundano, hostil à mondadura que Deus quer levar a cabo em nossas almas. Por isso, entreguemo-nos sem medos às mãos do Pai celeste, que, como zeloso agricultor, não medirá esforços para arrancar todas as ervas daninhas que têm impedido de crescer no terreno dos nossos corações a flor de uma caridade mais pura e perfeita.


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sábado, 27 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - Cristo vive e age em nós.

 Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida

Povo adquirido por Deus, anunciai os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas à sua luz maravilhosa, aleluia (1Pd 2,9).

No rosto de Jesus, contemplamos a face humana de Deus, que se revela em sua ação salvadora. Caminhando “cheios de alegria e do Espírito Santo”, sigamos confiantes o Senhor ressuscitado, sem temer os que se levantam contra seu projeto de amor, e em seu nome celebremos com alegria esta grande ação de graças ao Pai.

Primeira Leitura: Atos 13,44-52

Leitura dos Atos dos Apóstolos 44No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a Palavra de Deus. 45Ao verem aquela multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e, com blasfêmias, opunham-se ao que Paulo dizia. 46Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: “Era preciso anunciar a Palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que nos vamos dirigir aos pagãos. 47Porque esta é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra'”. 48Os pagãos ficaram muito contentes quando ouviram isso e glorificavam a Palavra do Senhor. Todos os que eram destinados à vida eterna abraçaram a fé. 49Desse modo, a Palavra do Senhor espalhava-se por toda a região. 50Mas os judeus instigaram as mulheres ricas e religiosas, assim como os homens influentes da cidade, provocaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. 51Então os apóstolos sacudiram contra eles a poeira dos pés e foram para a cidade de Icônio. 52Os discípulos, porém, ficaram cheios de alegria e do Espírito Santo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 97(98)

Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus.

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.

2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.

3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.

Evangelho: João 14,7-14

Aleluia, aleluia, aleluia.

Se guardais minha Palavra, diz Jesus, / realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 7“Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai; 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Ontem, perguntado por Tomé, Jesus disse ser o caminho; hoje, instado por Filipe, quer introduzir-nos na vida íntima que Ele e o Pai compartilham. “Quem me vê”, diz o Senhor, “vê também o Pai”, ou seja, quem participa de sua vida, já aqui na terra, toma parte também na vida escondida de Deus Pai lá no céu. Isso nos mostra a importância e o valor de uma vida espiritual bem cultivada. Assim como o Filho, gerado desde toda a eternidade, vive reclinado sobre o peito do Pai, assim também nós, renascidos pela água e pelo Espírito, temos de viver com a cabeça reclinada sobre o Coração de Nosso Senhor, a exemplo do discípulo amado na Última Ceia. É por este caminho, de união com Cristo, que receberemos o influxo vivificante de sua graça. Mas esta união só será possível se tivermos fé: “Crede-me”, pede Ele aos Apóstolos, senão pelas palavras, ao menos em razão das obras que o veem realizar, sobretudo em suas próprias almas. Que Jesus se digne abrir os nossos olhos para a sua presença em nossas vidas e, tocando-nos com sua graça, faça-nos crescer de fé em fé, até o dia em que, rasgado o véu, poderemos contemplá-lo a rosto descoberto.

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sexta-feira, 26 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - Em que sentido Jesus é o Caminho?

 Em que sentido Jesus é o Caminho?

Vós nos redimistes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações, e fizestes de nós um reino e sacerdote para nosso Deus, aleluia (Ap 5,9s).

A promessa se cumpriu! Jesus ressuscitou dos mortos e é o Caminho para que a humanidade chegue até Deus, a Verdade que liberta da ilusão do pecado e a Vida que não tem fim. Em Cristo temos a certeza de encontrarmos morada na casa do Pai e consolação durante nossa peregrinação rumo aos céus.

Primeira Leitura: Atos 13,26-33

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26“Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados. 28Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num túmulo. 30Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: ‘Tu és o meu filho, eu hoje te gerei'”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 2

Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

1. “Fui eu mesmo que escolhi este meu rei / e, em Sião, meu monte santo, o consagrei!” / O decreto do Senhor promulgarei, † foi assim que me falou o Senhor Deus: / “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” – R.

2. Podes pedir-me e, em resposta, eu te darei † por tua herança os povos todos e as nações, / e há de ser a terra inteira o teu domínio. / Com cetro férreo haverás de dominá-los / e quebrá-los como um vaso de argila! – R.

3. E agora, poderosos, entendei; / soberanos, aprendei esta lição: / com temor servi a Deus, rendei-lhe glória / e prestai-lhe homenagem com respeito! – R.

Evangelho: João 14,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sou o caminho, a verdade e a vida; / ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, afirma Jesus por ocasião de uma dúvida de Tomé, que lhe perguntara: “Senhor, nós não sabemos para onde vais”. Nega o Apóstolo o que logo antes havia dito Cristo, a saber, que conheciam eles para onde deviam ir e o caminho para lá chegar: “Para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. Tomé, no entanto, nega conhecer uma e outra coisa, embora as conhecesse sem se dar conta. Era verdade que o sabiam os discípulos, embora ignorassem sabê-lo. Muitas coisas, com efeito, sabiam os Apóstolos sobre o Pai e o Filho, todas aprendidas da boca de Cristo; ignoravam, porém, que era para o Pai que o Senhor voltava, e que era o Filho o caminho para lá chegarem. Não admira pois que, estando há tempos em companhia de Jesus, não tivessem compreensão plena de sua doutrina, porque, embora o conhecessem perfeitamente como homem, conheciam apenas imperfeitamente sua divindade, segundo aquilo de : “A águia não conhece a vereda, nem o olho do abutre a enxergou” ( 28, 7). E acrescenta Tomé: “Como podemos conhecer o caminho?”, pois o conhecimento do caminho depende do conhecimento do destino. Por isso, afirma Cristo ser o Caminho, segundo a sua humanidade, e também a Verdade e a Vida, segundo a sua divindade, e por conseguinte tanto a via para o destino como o destino a que se chega por essa via. É o Caminho por sua humanidade, porque é pela fé nele, pelos méritos de sua Paixão e pela graça de seus sacramentos que alcançamos a salvação: “Tende fé em Deus, tende fé em mim também”; e é a Verdade e a Vida, por sua divindade e, portanto, a consumação de nossa existência quanto ao intelecto, que só se há de aquietar quando conhecer diretamente a Verdade completa, e quanto à nossa vontade, que só repousará tranquila no Bem quando tiver garantida uma vida interminável junto de Deus. E para chegarmos um dia a essa morada que o Filho encarnado nos tem preparada, não há outro meio senão Ele mesmo, sob cujo Nome havemos de ser salvos: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” [1].


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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Festa - São Marcos, Evangelista

 Celebremos São Marcos Evangelista nesta segunda-feira, 25…

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura, aleluia! (Mc 16,15)

João Marcos era membro de uma família de Jerusalém que pôs sua casa à disposição dos primeiros cristãos. Foi fiel discípulo de Pedro e acompanhou Paulo em seu cativeiro em Roma. A ele é atribuída a redação do Evangelho de Marcos, o qual nos apresenta um Messias humilhado, sofredor, crucificado e reconhecido como Filho de Deus pelo centurião. Celebremos esta festa com o sincero desejo de conhecer e amar, de maneira mais profunda, nosso Mestre Jesus Cristo.

Primeira Leitura: 1 Pedro 5,5-14

Leitura da primeira carta de São Pedro – Caríssimos, 5revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. 6Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora. 10Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna em Cristo, vos restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros. 11A ele pertence o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12Por meio de Silvano, que considero um irmão fiel junto de vós, envio-vos esta breve carta, para vos exortar e para atestar que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho. 14Saudai-vos uns aos outros com o abraço do amor fraterno. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 88(89)

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

1. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, / de geração em geração eu cantarei vossa verdade! / Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” / E a vossa lealdade é tão firme como os céus. – R.

2. Anuncia o firmamento vossas grandes maravilhas, / e o vosso amor fiel, a assembleia dos eleitos, / pois quem pode, lá nas nuvens, ao Senhor se comparar / e quem pode, entre seus anjos, ser a ele semelhante? – R.

3. Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; / seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! / Exultará de alegria em vosso nome dia a dia / e, com grande entusiasmo, exaltará vossa justiça. – R.

Evangelho: Marcos 16,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

É Cristo que anunciamos, / Jesus Cristo, o Crucificado, / poder e sabedoria de Deus (1Cor 1,23s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. – Palavra da salvação.

Reflexão

Baseada em testemunhos antiquíssimos, a tradição cristã sempre atribuiu o segundo Evangelho a um singelo escritor que, embora não fizesse parte do Colégio Apostólico, deixou provas suficientes de haver conhecido Nosso Senhor diretamente: trata-se de São Marcos, cuja festa temos hoje a alegria de celebrar. Como de costume entre os judeus da época, o nome "Marcos" é por certo o sobrenome romano de João Marcos (Yohanan Markos), mencionado em várias passagens do Novo Testamento (cf. At 12, 12.25; 13, 5-13; 15, 37.39) como sendo companheiro de São Paulo em sua primeira missão evangelizadora (cf. At 13, 5) e discípulo de São Pedro (cf. 1Pd 5, 13), além de primo do levita São Barnabé (cf. Col 4, 10). Os Atos dos Apóstolos também nos fazem saber que Maria, uma viúva de posses e convertida à fé cristã, era sua mãe. A ela deve ter pertencido, ao que parece, o conhecido Horto das Oliveiras, aonde Jesus costumava ir para recolher-se em oração.

Algumas outras tradições, cuja veracidade não se pode garantir com segurança, identificam a casa de Marcos com o Cenáculo em que se celebrou a Santa Ceia (cf. Mc 14,15) e ocorreu a vinda do Espírito Santo sob a forma de línguas de fogo (cf. At 1, 13). Foi justamente para lá, "onde muitos se tinham reunido e faziam oração" (At 12, 12), que São Pedro se dirigiu após escapar da prisão em que Herodes Agripa I o havia metido. A darmos crédito a certos escritos antigos, parece algo provável que Marcos seja aquele "homem, carregando um cântaro de água" (Mc 14, 13s), que levara os Apóstolos até à sala em que Cristo havia de celebrar sua última Páscoa. Em todo caso, ainda que não tenha sido do grupo dos Doze nem tampouco acompanhado a pregação do Senhor pela Palestina, São Marcos decerto conheceu a Cristo e presenciou ao menos um importante episódio de sua vida: o aprisionamento. Com efeito, é apenas no seu Evangelho que ficamos sabendo do jovem coberto apenas de um pano de linho que, atemorizado diante dos soldados, fugiu às pressas no meio da noite, deixando para trás o lençol que o cobria (cf Mc 14, 51s).

Além do que nos contam os Atos do Apóstolos, são poucas as notícias que nos restam a seu respeito; depois do martírio de Pedro e Paulo, o seu itinerário de evangelizador e catequista se torna bastante incerto e de difícil recomposição. São Jerônimo e Eusébio, com base em tradições anteriores, dizem que Marcos fundou no Egito a igreja de Alexandria, cuja liturgia permanece, ainda hoje, intimamente ligada ao nome do seu santo patriarca. Martirizado por volta do ano 68 numa aldeola chamada Búcoli, São Marcos, com suas fraquezas e virtudes, deixou à cristandade um exemplo forte de humildade e confiança sempre crescente na graça de Deus. Embora sejamos fracos (ou precisamente por isso!), o Senhor quer servir-se de nós para realizar uma obra que é inteiramente sua: temos, pois, de colocar-nos à disposição da Vontade divina, que pode transformar nossas costumeiras faltas de fortaleza e constância em fontes preciosas de conversão e abnegação. Entreguemo-nos inteiramente às mãos de Deus! Sejamos pouco seguros de nós mesmos, tão falhos e fracos, e depositemos toda a nossa confiança no Único que nunca falha nem pode desfalecer!

 

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quarta-feira, 24 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - Crer em Jesus é crer no Pai.

 Evangelho do Dia: Eu vim ao mundo como luz (Jo 12, 44-50) – Oratório São  Luiz – 120 Anos

Eu vos louvarei, Senhor, entre os povos e anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia (Sl 17,50; 21,23).

Iluminado pelas palavras de Jesus, o ser humano é conduzido a uma vida plena de sentido. Os discípulos e discípulas de Cristo são convidados, em todos os tempos e lugares, a viver e anunciar com ousadia suas palavras de salvação. Celebrando a Páscoa, glorifiquemos o Pai pelo grande dom do seu Filho salvador.

Primeira Leitura: Atos 12,24-13,5

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 24a palavra do Senhor crescia e se espalhava cada vez mais. 25Barnabé e Saulo, tendo concluído seu ministério, voltaram de Jerusalém, trazendo consigo João, chamado Marcos. 13,1Na Igreja de Antioquia havia profetas e doutores. Eram eles: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado junto com Herodes, e Saulo. 2Um dia, enquanto celebravam a liturgia em honra do Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. 3Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e deixaram-nos partir. 4Enviados pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e daí navegaram para Chipre. 5Quando chegaram a Salamina, começaram a anunciar a Palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Eles tinham João como ajudante. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 66(67)

Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem.

1. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, / e sua face resplandeça sobre nós! / Que na terra se conheça o seu caminho / e a sua salvação por entre os povos. – R.

2. Exulte de alegria a terra inteira, / pois julgais o universo com justiça; / os povos governais com retidão / e guiais, em toda a terra, as nações. – R.

3. Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem! / Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, / e o respeitem os confins de toda a terra! – R.

Evangelho: João 12,44-50

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
O Evangelho de hoje traz a parte final do Livro dos Sinais, na qual o evangelista faz um balanço. Muitos acreditaram em Jesus e tinham a coragem de manifestar sua fé publicamente como discípulos e as discípulas. Outros acreditaram, mas não tiveram a coragem de manifestar publicamente sua fé. Tinham medo de serem expulsos da sinagoga. E muitos não acreditaram: Apesar de Jesus ter realizado na presença deles tantos sinais, não acreditaram nele. Assim se cumpriu a palavra dita pelo profeta Isaías: "Senhor, quem acreditou em nossa mensagem? Para quem foi revelada a força do Senhor? Depois desta constatação geral, João retoma alguns dos temas centrais do seu evangelho: Crer em Jesus é crer naquele que o enviou. Esta frase é um resumo do evangelho de João. É o tema que aparece e reaparece de muitas maneiras. Jesus está tão unido ao Pai, que ele já não fala em nome próprio, mas sempre em nome do Pai. Quem vê a Jesus vê o Pai. Se quiser conhecer a Deus, olhe para Jesus. Deus é Jesus!
Jesus é a luz que veio ao mundo. Aqui João retoma o que já tinha sido dito no prólogo: O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo ser humano. A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam. Aqui ele repete: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em mim não fique nas trevas”. Jesus é uma resposta viva às grandes interrogações que movimentam e inspiram a busca do ser humano. Ele é uma luz que clareia o horizonte. Faz descobrir o lado luminoso da escuridão da fé.
Não vim para julgar o mundo. Chegando no fim de uma etapa, surge a pergunta: “Como vai ser o julgamento? Nestes dois versículos o evangelista esclarece o tema do julgamento. O julgamento não se faz na base da ameaça com maldições. Jesus diz: Eu não condeno quem ouve as minhas palavras e não obedece a elas, porque eu não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeita e não aceita minhas palavras, já tem o seu juiz: a palavra que eu falei será o seu juiz no último dia. O julgamento consiste na maneira como a pessoa se define frente à verdade e frente a sua própria consciência.
O que digo, eu o digo conforme o Pai me disse. As últimas palavras do Livro dos Sinais são um resumo de tudo que Jesus disse e fez até agora. Ele reafirma o que afirmava desde o começo: Não falei por mim mesmo. O Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. E eu sei que o mandamento dele é a vida eterna. Portanto, o que digo, eu o digo conforme o Pai me disse. Jesus é o reflexo fiel do Pai. Por isso mesmo, ele não oferece prova nem argumento aos que o provocam para que se legitime e apresente suas credenciais. É o Pai que o legitima através das obras que ele faz. E dizendo obras, não se refere só aos grandes milagres, mas a tudo que ele disse e fez, até nas mínimas coisas. Jesus, ele mesmo, é o Sinal do Pai. Ele é o milagre ambulante, a transparência total. Ele já não se pertence, mas é todo inteiro propriedade do Pai. As credenciais de um embaixador não vem dele mesmo, mas vem daquele a quem representa. Vem do Pai.
Pai, como discípulo da luz, quero deixar-me sempre guiar por teu Filho. Só, assim, as ciladas do demônio não prevalecerão sobre mim. Vem em meu auxílio!
 
Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 23 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - O que motiva a sua fé?

 Jesus no Meio de Opositores e Seguidores - Thaisa Fernandes

Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus. O Senhor, nosso Deus, o Todo-poderoso passou a reinar, aleluia (Ap 19,7.6).

As ovelhas de Jesus, bom pastor, conhecem sua voz e o seguem confiantes, em comunhão com o Pai. Formando sua Igreja, anunciam em todos os tempos e lugares, para todos os povos e nações, a mensagem da ressurreição, que reveste a história da humanidade de novo rumo e esperança.

Primeira Leitura: Atos 11,19-26

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 19aqueles que se haviam espalhado por causa da perseguição que se seguiu à morte de Estêvão chegaram à Fenícia, à ilha de Chipre e à cidade de Antioquia, embora não pregassem a Palavra a ninguém que não fosse judeu. 20Contudo, alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a pregar também aos gregos, anunciando-lhes a Boa-nova do Senhor Jesus. 21E a mão do Senhor estava com eles. Muitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. 22A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia. 23Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. 25Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 86(87)

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.

1. O Senhor ama a cidade / que fundou no monte santo; / ama as portas de Sião / mais que as casas de Jacó. / Dizem coisas gloriosas / da cidade do Senhor. – R.

2. “Lembro o Egito e Babilônia / entre os meus veneradores. / Na Filisteia ou em Tiro † ou no país da Etiópia, / este ou aquele ali nasceu.” / De Sião, porém, se diz: † “Nasceu nela todo homem; / Deus é sua segurança”. – R.

3. Deus anota no seu livro, † onde inscreve os povos todos: / “Foi ali que estes nasceram”. / E por isso todos juntos / a cantar se alegrarão; / e, dançando, exclamarão: / “Estão em ti as nossas fontes!” – R.

Evangelho: João 10,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.

Minhas ovelhas escutam minha voz, / eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Perguntam hoje a Cristo se é o Messias: “Dize-nos abertamente”, e Ele não só responde com um rotundo sim: “Já vo-lo disse”, mas oferece as razões de sua resposta: “As obras que eu faço dão testemunho de mim”, e denuncia a causa por que muitos, diante de afirmações tão claras, confirmadas com sinais tão evidentes, ainda não creem: “Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”. Três coisas, portanto, se devem notar neste Evangelho. A primeira é que Jesus, contra o que afirmam alguns modernistas, não só tinha consciência de ser o Filho de Deus como o ensinou de maneira explícita a todo o povo: “Eu e o Pai somos um”, isto é, somos uma só coisa ou temos em comum a mesma substância. A segunda é que Jesus confirmou, com sinais certíssimos e adequados à inteligência de todos, sua missão e filiação divinas, de modo que não pudessem alegar desculpa alguma para a própria incredulidade as testemunhas oculares de seus milagres: “As obras que eu faço dão testemunho de mim”. A terceira e última, consequência da anterior, é que o ato de fé salutar, embora conte — como é conforme à razão humana — com argumentos externos de credibilidade, não é causado nem tem por motivo próprio estes sinais exteriores, mas depende da abertura interior do coração à graça atual preveniente com que Deus inspira a vontade e ilumina a inteligência para assentir internamente ao que não pode, sem culpa, negar externamente. É por isso que diz aos fariseus: “Vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”, pois “as minhas ovelhas escutam a minha voz”, isto é, não rejeitam a moção da graça interna, mas se deixam guiar por ela, como ovelhas que seguem, não a voz mercenária das paixões, mas a doce e suave do Bom Pastor. Aí temos uma radiografia do que é a fé verdadeira e um mapa para sabermos que caminho estamos trilhando, ou seja, se temos fé pelo motivo certo, que é a palavra de Deus, ou se a temos rejeitado, porque nos recusamos a escutar o que Eles nos tem gritado internamente com o auxílio de suas graças externas.


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segunda-feira, 22 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - O único caminho que leva a Deus.

 PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO: Evangelho do dia, domingo, 25/04/2015

Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele, aleluia (Rm 6,9).

Jesus, bom pastor, reúne todas as ovelhas no seu redil, sem excluir nenhuma dos seus cuidados e proteção. Ele as faz “sair todas” das amarras da morte e da escravidão, conduzindo-as à “conversão que leva para a vida”, e vida em abundância. Ouvindo a voz do Senhor na liturgia, celebremos reverentes sua Páscoa.

Primeira Leitura: Atos 11,1-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1os apóstolos e os irmãos que viviam na Judeia souberam que também os pagãos haviam acolhido a Palavra de Deus. 2Quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica começaram a discutir com ele, dizendo: 3“Tu entraste na casa de pagãos e comeste com eles!” 4Então, Pedro começou a contar-lhes, ponto por ponto, o que havia acontecido: 5“Eu estava na cidade de Jope e, ao fazer oração, entrei em êxtase e tive a seguinte visão: vi uma coisa parecida com uma grande toalha que, sustentada pelas quatro pontas, descia do céu e chegava até junto de mim. 6Olhei atentamente e vi dentro dela quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis e aves do céu. 7Depois ouvi uma voz que me dizia: ‘Levanta-te, Pedro, mata e come’. 8Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! Porque jamais entrou coisa profana e impura na minha boca’. 9A voz me disse pela segunda vez: ‘Não chames impuro o que Deus purificou’. 10Isso repetiu-se por três vezes. Depois a coisa foi novamente levantada para o céu. 11Nesse momento, três homens se apresentaram na casa em que nos encontrávamos. Tinham sido enviados de Cesareia, à minha procura. 12O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar. Os seis irmãos que estão aqui me acompanharam e nós entramos na casa daquele homem. 13Então ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa e dizer: ‘Manda alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. 14Ele te falará de acontecimentos que trazem a salvação para ti e para toda a tua família’. 15Logo que comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que desceu sobre nós no princípio. 16Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. 17Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós, que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus?” 18Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificavam a Deus, dizendo: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!” – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 41(42)

Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.

1. Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente minha alma / por vós, ó meu Deus! – R.

2. A minha alma tem sede de Deus / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a alegria de ver / a face de Deus? – R.

3. Enviai vossa luz, vossa verdade: / elas serão o meu guia; / que me levem ao vosso monte santo, / até a vossa morada! – R.

4. Então irei aos altares do Senhor, / Deus da minha alegria. / Vosso louvor cantarei ao som da harpa, / meu Senhor e meu Deus! – R.

Evangelho: João 10,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor; conheço minhas ovelhas, / e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus: 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
O Evangelho desta segunda-feira dá continuidade ao tema central da liturgia de ontem, 4.º Domingo depois da Páscoa, em que o Senhor se nos apresenta sob a figura do bom pastor de nossas almas. A primeira coisa que convém ter presente é que Jesus, em sentido estrito, não nos fala aqui por meio de parábolas, mas, sim, de metáforas. Ele se identifica ora com o pastor, ora com a porta do redil das ovelhas, contrapondo-se assim à figura do ladrão e do mercenário. O discurso que Ele hoje nos dirige, portanto, não consiste em uma história, em uma narrativa de tipo parabólico, mas em uma série de comparações que servem para destacar o seu papel de Salvador. Ele, Deus feito carne, é a única porta pela qual podemos ir ao Pai. É por meio de sua humanidade santíssima, unida à divina pessoa do Verbo, que trilhamos o caminho que Deus mesmo escolheu para nos salvar e levar-nos à união consigo na glória do céu. É por isso, aliás, que a Igreja conclui todas as suas preces e súplicas com as seguintes palavras: “Por Nosso Senhor Jesus Cristo”, já que não existe nenhum outro nome pelo qual possamos ser salvos. Esta é a razão por que devemos sempre, por um lado, ter uma grandíssima devoção à humanidade de Cristo e, por outro, resistir à pretensão de querer chegar a Deus fora da única via que a Ele conduz: o seu Filho unigênito. Que Deus Pai nos conceda, pois, ternos e profundos sentimentos de adoração por seu Filho encarnado, que sem deixar de ser o que era assumiu o que não era, a fim de que nós, mortos para o pecado, nascêssemos para a vida e, glorificados em nossa humanidade no último dia, participássemos finalmente dos esplendores de sua divindade.


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domingo, 21 de abril de 2024

4º Domingo da Páscoa - Jesus, o bom Pastor.

 Jesus, o bom pastor - Jo 10,1-10 » Cidade News Online

A terra está repleta da misericórdia do Senhor; por sua palavra os céus foram firmados, aleluia (Sl 32,5s).

O Bom Pastor entregou inteiramente sua vida por nós e manifesta sua ternura por todos os que se deixam conduzir por ele. Como filhos e filhas reunidos para celebrar, buscamos nosso refúgio no Senhor, que é bom e misericordioso e nos conduz por caminhos seguros. Rezemos pelas vocações presbiterais e religiosas e por todas as que se dispõem a estar a serviço do Reino de Deus.

Primeira Leitura: Atos 4,8-12

Em Cristo ressuscitado, bom pastor e pedra angular, encontramos a salvação. Por meio dele, Deus demonstrou o amor com que trata cada um de nós.

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 8Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: “Chefes do povo e anciãos, 9hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e pelo modo como foi curado. 10Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré – aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos -, que este homem está curado diante de vós. 11Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se tornou a pedra angular. 12Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 117(118)

A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular.

1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!” / É melhor buscar refúgio no Senhor / do que pôr no ser humano a esperança; / é melhor buscar refúgio no Senhor / do que contar com os poderosos deste mundo! – R.

2. Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes / e vos tornastes para mim o salvador! / A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular. / Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: / que maravilhas ele fez a nossos olhos! – R.

3. Bendito seja, em nome do Senhor, / aquele que em seus átrios vai entrando! / Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço! / Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores! / Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!” – R.

Segunda Leitura: 1 João 3,1-2

Leitura da primeira carta de São João – Caríssimos, 1vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai. 2Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. – Palavra do Senhor.

Evangelho: João 10,11-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor. / Eu conheço minhas ovelhas e elas me conhecem a mim (Jo 10,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus: 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isto que o Pai me ama, porque dou a minha vida para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Depois de Jesus ter proclamado que Ele é a porta por onde passam as ovelhas, agora vemo-l’O afirmar: “Eu sou o bom pastor”. Enquanto o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas, O empregado não! Ele somente trabalha por dinheiro; ele não é pastor, e por outra, as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegar, deixa as ovelhas entregues à sua sorte e desaparece fugindo. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque não busca senão o salário, a recompensa do seu trabalho. E por isso, não lhe importa que aparecendo o  lobo as ovelhas sejam atacadas e devoradas.

Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.

Jesus é quem comunica a vida plena. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos os homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, Jesus conhece suas ovelhas e elas o conhecem.

E por nos conhecer nos compreende e perdoa os nossos deslizes e quedas. Trata as nossas feridas e nos reveste de dignidade de filhos. O conhecimento dele é fruto do convívio e do diálogo com Deus seu Pai e que gera o amor. Para Jesus não existe massa humana amorfa. Jesus mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama a cada um pelo nome e a cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é de mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai.

O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer!

 
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sexta-feira, 19 de abril de 2024

3ª Semana da Páscoa - Fé e Eucaristia.

 BLOG DO THIAGO PEREIRA CASSIANO SHALOM: liturgia do dia O pão da vida Jesus  cristo

O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor, aleluia (Ap 5,12).

A Eucaristia que celebramos nos une a Cristo, comunicando-nos a vida divina: “Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele”. As palavras de Jesus são capazes de provocar uma mudança profunda em nosso modo de agir – como aconteceu com Saulo no caminho de Damasco -, tornando-nos apóstolos do Ressuscitado.

Primeira Leitura: Atos 9,1-20

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Ele apresentou-se ao sumo sacerdote 2e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos para Jerusalém os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho. 3Durante a viagem, quando já estava perto de Damasco, Saulo, de repente, viu-se cercado por uma luz que vinha do céu. 4Caindo por terra, ele ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” 5Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. 6Agora, levanta-te, entra na cidade, e ali te será dito o que deves fazer”. 7Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de espanto, porque ouviam a voz, mas não viam ninguém. 8Saulo levantou-se do chão e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada. Então pegaram nele pela mão e levaram-no para Damasco. 9Saulo ficou três dias sem poder ver. E não comeu nem bebeu. 10Em Damasco havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: “Ananias!” E Ananias respondeu: “Aqui estou, Senhor!” 11O Senhor lhe disse: “Levanta-te, vai à rua que se chama Direita e procura, na casa de Judas, por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está rezando”. 12E, numa visão, Saulo contemplou um homem chamado Ananias entrando e impondo-lhe as mãos para que recuperasse a vista. 13Ananias respondeu: “Senhor, já ouvi muitos falarem desse homem e do mal que fez aos teus fiéis que estão em Jerusalém. 14E aqui em Damasco ele tem plenos poderes, recebidos dos sumos sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome”. 15Mas o Senhor disse a Ananias: “Vai, porque esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. 16Eu vou mostrar-lhe quanto ele deve sofrer por minha causa”. 17Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas no caminho, ele me mandou aqui para que tu recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. 18Imediatamente caíram dos olhos de Saulo como que escamas e ele recuperou a vista. Em seguida, Saulo levantou-se e foi batizado. 19Tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco 20e logo começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 116(117)

Ide por todo o mundo, / a todos pregai o Evangelho.

1. Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, / povos todos, festejai-o! – R.

2. Pois comprovado é seu amor para conosco, / para sempre ele é fiel! – R.

Evangelho: João 6,52-59

Aleluia, aleluia, aleluia.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue / em mim permanece, e eu vou ficar nele (Jo 6,56). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. 59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum. – Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Cristo alude do modo o mais claro e explícito ao mistério da Eucaristia: "A minha carne é verdadeira comida", diz o Senhor, "e o meu sangue, verdadeira bebida". Aqui, o Senhor se nos oferece como o alimento que fará o gérmen da vida eterna, que foi plantado em nós por ocasião do Batismo, ir crescendo e amadurecendo pouco a pouco, conforme a nossa cooperação e docilidade à Graça, até chegarmos, se Deus assim o quiser, à plenitude da bem-aventurança celeste: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".

No entanto, para que as nossas comunhões se tornem verdadeiras e eficazes refeições espirituais, precisamos achegar-nos a Jesus com profundos sentimentos de fé; temos, por assim dizer, de O tocar com aquela mesma confiança da hemorroíssa. Com efeito, de que valeu tantos e tantos judeus e a tão numerosos guardas romanos o haver tocado e apalpado a carne do Verbo humanado, se não era a fé e o amor, senão a curiosidade e o despeito que lhes dominava o coração? "Minha filha", disse Jesus à mulher que padecia dum fluxo de sangue, "a tua fé te salvou; vai em paz" (Lc 8, 48).

Por isso, a nossa comunhão deve ser acompanhada sempre por uma fé viva, ardente, fervorosa. Se não crermos, de nada nos adiantará tocar e ser tocados por Cristo. De fato, como lemos em São Lucas, uma multidão O comprimia de todos os lados; mas somente a fé daquela pobre doente foi capaz de fazer sair do Senhor uma força: "Alguém me tocou", quer dizer, tocou-me com a fé e com a caridade que Eu desejo de vós (cf. Lc 8, 46). Que as nossas Missas sejam docemente temperadas com mais atos de fé e amor ao Senhor Sacramentado. Confiemo-nos, por fim, aos cuidados da nossa Mãe Santíssima, que decerto nos há de ajudar a receber o Corpo e o Sangue do seu Filho cada dia com mais amor, humildade e devoção.

 
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domingo, 14 de abril de 2024

3º Domingo da Páscoa - Não é vã a nossa esperança!

 Um “espírito desencarnado”?

Aclamai a Deus, terra inteira, cantai salmos a seu nome, glorificai-o com louvores, aleluia (Sl 65,1s).

O Ressuscitado caminha conosco e manifesta-se como presença viva e real a cada um dos seus seguidores, fazendo brilhar em nós o esplendor de sua face. Abramos a inteligência para entendermos tudo o que Ele nos diz e deixemos que o amor de Deus se realize plenamente em nós pela celebração desta Eucaristia.

Primeira Leitura: Atos 3,13-15.17-19

Cristo ressuscitado, o Santo, o Justo, autor da vida e nosso eterno defensor junto ao Pai, convida-nos a ouvir e guardar sua Palavra, fonte de paz e de perdão.

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: 13“O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. 14Vós rejeitastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação para um assassino. 15Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. 17E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. 18Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. 19Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 4

Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

1. Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! † Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição, / atendei-me por piedade e escutai minha oração! – R.

2. Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo / e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece! – R.

3. Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?” / Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face! – R.

4. Eu tranquilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, / pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida! – R.

Segunda Leitura: 1 João 2,1-5

Leitura da primeira carta de São João 1Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. 3Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. 4Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. 5Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 24,35-48

Aleluia, aleluia, aleluia.

Senhor Jesus, revelai-nos o sentido da Escritura, / fazei o nosso coração arder quando nos falardes (Lc 24,32). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 35os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois, disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras 46e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
As aparições do Senhor ressuscitado aos Apóstolos, segundo o relato de S. Lucas, revestem-se de algumas características que, por um motivo ou outro, nem sempre são notadas pelos demais evangelistas, ao menos não com a mesma clareza e destaque. A primeira delas refere-se ao fato de que os Apóstolos, ao verem Cristo de volta à vida, não podiam acreditar no que viam, “porque estavam muito alegres e surpresos”. A razão disso é que a esperança cristã, por ser uma virtude teologal, depende da ação de Deus, ao passo que a esperança meramente humana, fundada em expectativas naturais, é insuficiente para nos levar a crer nos bens prometidos por Ele. Existe uma desproporção entre o que somos capazes de esperar apenas com nossas forças e a grandeza, superior à nossa compreensão e racionalidade, das maravilhas do Senhor. É por isso que os Apóstolos, ao mesmo tempo que se alegram de ver o Ressuscitado, não conseguem fiar-se dos próprios olhos: a Ressurreição de Cristo, nesse sentido, é “boa demais para ser verdade”, superando em muito tudo o que a razão humana poderia intuir e o coração do homem poderia esperar. Ao aparecer hoje no meio dos Onze, Jesus quer tirá-los dos limites estreitos das esperanças naturais para, por sua ação divina, introduzi-los no mistério da verdadeira esperança cristã, fundada na fé sobrenatural, capaz de enxergar, sob a luz da sabedoria divina, que o Cristo tinha de padecer, morrer e ressuscitar ao terceiro dia, a fim de que no seu Nome santíssimo fossem anunciados o perdão dos pecados e a conversão de todos os povos. Que Ele toque hoje os nossos corações e nos faça dar esse passo da esperança humana àquele esperança que, segundo S. Paulo, prevalece sobre toda outra esperança (cf. Rm 4, 18): o Senhor ressuscitou verdadeiramente, como prometera, e unidos a Ele também nós hemos de ressuscitar!

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