terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - RECEBERÁ CEM VEZES MAIS

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1a Leitura - Eclesiástico 35,1-15
Leitura do livro do Eclesiástico.
35 1 Aquele que observa a lei faz numerosas oferendas.
2 É um sacrifício salutar guardar os preceitos, e apartar-se de todo pecado.
3 Afastar-se da injustiça é oferecer um sacrifício de propiciação, que consegue o perdão dos pecados.
4 Aquele que oferece a flor da farinha dá graças, e o que usa de misericórdia oferece um sacrifício.
5 Abster-se do mal é coisa agradável ao Senhor; o fugir da injustiça alcança o perdão dos pecados.
6 Não te apresentarás diante do Senhor com as mãos vazias,
7 pois todos (esses ritos) se fazem para obedecer aos preceitos divinos.
8 A oblação do justo enriquece o altar; é um suave odor na presença do Senhor.
9 O sacrifício do justo é aceito (por Deus). O Senhor não se esquecerá dele.
10 Dá glória a Deus de bom coração e nada suprimas das primícias (do produto) de tuas mãos.
11 Faze todas as tuas oferendas com um rosto alegre, consagra os dízimos com alegria.
12 Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de acordo com o que tuas mãos ganharam,
13 pois o Senhor retribui a dádiva, e recompensar-te-á tudo sete vezes mais.
14 Não lhe ofereças dádivas perversas, pois ele não as aceitará.
15 Nada esperes de um sacrifício injusto, porque o Senhor é teu juiz, e ele não faz distinção de pessoas.
Palavra do Senhor.


Salmo - 49/50
A todos que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

“Reuni à minha frente os meus eleitos,
que selaram a aliança em sacrifícios!”
testemunha o próprio céu seu julgamento,
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

“Escuta, ó meu povo, eu vou falar;
Ouve, Israel, eu tenho contra ti:
eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!
Eu não venho censurar teus sacrifícios,
pois sempre estão perante mim teus holocaustos.

Imola a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
Quem me oferece um sacrifício de louvor,
este, sim, é que me honra de verdade.
A todo homem que procede retamente,
eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.

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Evangelho - Marcos 10,28-31
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 28 Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos."
29 Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho
30 que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.
31 Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."
Palavra da Salvação.

 Reflexão

O discurso de Jesus, depois do colóquio com o homem rico, deixou os discípulos apavorados. Pedro toma a palavra para tentar clarificar a confusão que se abatera sobre todos: que será de nós que «deixámos tudo e te seguimos»? (v. 28). Jesus garante-lhes que Deus não se deixa vencer em generosidade. Acolherá na vida eterna aqueles que, deixando tudo, O seguem; mas também lhes permite usufruir, desde já, da riqueza dos seus dons, e está com eles para os apoiar nas perseguições. Marcos faz uma lista detalhada dos bens de que os discípulos podem, desde já, usufruir, e conclui com a máxima sobre os primeiros e os últimos no Reino (cf. Mt 19, 30; 20, 26; Lc 13, 30). Há que estar atento contra as falsas seguranças, e empenhar-se num permanente esforço de conversão.
 
Meditatio
A vida das comunidades, que avançam pelos caminhos do Senhor, preanunciada pelos Profetas, e na qual os pregadores do evangelho pedem perseverança, está permeada de alegrias e de sofrimentos. É um caminho de purificação e de confiança. Jesus promete àqueles que O seguem, não só a vida eterna no futuro, mas também, já agora, o cêntuplo das coisas deixadas, com perseguições à mistura. A vocação cristã não é apenas renúncia, mas privilégio: «quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna» (vv. 29-30). O cêntuplo, com perseguições, porque a terra ainda não é o céu!
Que é a vida eterna prometida por Jesus? É aquele de que fala João, quando escreve: «Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste» (Jo 17, 3). É uma vida que começa na fé e termina na visão. A pobreza por causa de Cristo é condição para possuir tudo.
«Como filhos obedientes, não vos conformeis com os antigos desejos do tempo da vossa ignorância; mas, assim como é santo aquele que vos chamou, sede santos, vós também, em todo o vosso proceder, conforme diz a Escritura: Sede santos, porque Eu sou santo» (vv. 15-16). É Deus que nos chama à santidade. Mas, se não nos abrirmos a esse chamamento, não darão fruto as graças que diariamente recebemos de Deus com essa finalidade. E não nos pode tornar santos.
A Santidade é a finalidade para a qual tende a nossa cristã, toda a nossa vida religiosa: «Com todos os nossos irmãos cristãos, somos levados a seguir os passos de Cristo, para alcançar a santidade (cf. 1 Tes 4,7). «Para isto fostes chamados: o próprio Cristo sofreu por vós e deixou-vos o exemplo para seguirdes os seus passos"»(1 Pd 2,21). Radicada no Baptismo e na Confirmação, a nossa vocação religiosa é um dom particular em ordem à glória de Deus e para testemunhar o primado do Reino» (Cst 13). Que a Virgem Maria nos ajude!
 
Oratio
Senhor, faz-me compreender que a vida no Reino não está privada de consolações dignas da minha condição humana. Viver em Ti, que vives na tua Igreja, é partilhar a tua condição de «pedra angular», preciosa para o Pai, mas rejeitada pela humanidade. Viver em Ti, é beber o teu cálice, receber o teu baptismo, participar na tua Paixão, mas também participar na glória da tua Ressurreição!
Tudo depende do modo como acolho o teu m
istério pascal, na sua totalidade, e me situo nele. Deste-nos duas mãos: se numa escrever zero e noutra um, terei um, ou terei dez, conforme as colocar.
Assim as alegrias e sofrimentos da minha vida podem servir para me perder ou para me santificar. Tudo depende do modo como os encaro e situo na vivência do teu mistério pascal. Que a minha decisão contribua sempre para enriquecer a santidade da tua Igreja. Amém.





Dehonianos


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - "VENDER" OS BENS PARA DESFRUTAR DO REINO

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1a Leitura - Eclesiástico 17, 20-28
Leitura do livro do livro do Eclesiástico.
17 20 Aos penitentes, porém, abre o caminho da justiça: conforta os desfalecidos, e conserva-lhes a verdade como destino.
21 Converte-te ao Senhor, abandona os teus pecados.
22 Ora diante dele e diminui as ocasiões de pecado.
23 Volta para o Senhor, afasta-te de tua injustiça, e detesta o que causa horror a Deus.
24 Conhece a justiça e os juízos de Deus; permanece firme no estado em que ele te colocou, e na oração constante ao Altíssimo.
25 Anda na companhia do povo santo, com os que vivem e proclamam a glória de Deus.
26 Não te detenhas no erro dos ímpios, louva a Deus antes da morte;
27 após a morte nada mais há, o louvor terminou. Glorifica a Deus enquanto viveres; glorifica-o enquanto tiveres vida e saúde; louva a Deus e glorifica-o em suas misericórdias.
28 Quão grande é a misericórdia do Senhor, e o perdão que concede àqueles que para ele se voltam!
Palavra do Senhor.

Salmo - 31/32

Ó justos, alegrai-vos no Senhor! 
Feliz o homem que foi perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado
e em cuja alma não há falsidade!

Eu confessei, afinal, meu pecado
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”
E perdoastes, Senhor, minha falta.

Todo fiel pode, assim, invocar-vos
durante o tempo da angústia e aflição,
porque, ainda que irrompam as águas,
não poderão atingi-lo jamais.

Sois para mim proteção e refúgio;
na minha angústia me haveis de salvar
e envolvereis a minha alma no gozo
da salvação que me vem só de vós.



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Evangelho - Marcos 10,17-27
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9).
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 17 tendo Jesus saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?"
18 Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom.
19 Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."
20 Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade."
21 Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
22 Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.
23 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"
24 Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas!
25 É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus."
26 Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?"
27 Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
Palavra da Salvação.


 Reflexão

As inquietações brotam de dentro do nosso coração e é de dentro de nós que parte o apelo de que algo a mais nós precisamos fazer. Por isso, ao aproximar-se de Jesus aquele jovem tinha consciência de que que estava levando uma vida “correta” , procurava seguir os mandamentos, mas mesmo assim, sentia no seu coração que isso era pouco e que algo ainda precisava acontecer. Por isso, ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Jesus então, sabendo o que se passava no íntimo daquele homem foi em cima da ferida: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”  Nós também vivemos uma vida correta, seguindo as regras do jogo, mas sem perceber, nós esperamos que um dia alguma coisa mude na nossa vida. No fundo, nós ansiamos pela hora da graça de Deus, o kairós, um momento de conscientização em que nos decidiremos radicalmente pelo seguimento de Jesus. No entanto, apesar de desejarmos, como aquele homem nós também não queremos nos apartar dos “nossos bens”, que são a nossa vontade própria, o nosso orgulho, o nosso amor próprio, a nossa privacidade, o nosso dinheiro, os bens materiais que possuímos e nos enchemos de tristeza com a proposta de Jesus. Jesus sabe o quão difícil é para nós seguir o Seu conselho, mas também sabe que só seremos completamente livres e felizes se fizermos o que Ele nos propõe. É difícil um rico entrar no reino dos céus, porque o reino pertence àqueles que estão livres dos apegos mundanos e quanto mais bens nós possuímos mais difícil será para usufruirmos da simplicidade do reino dos céus. No entanto, Jesus nos consola e anima quando diz que “para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. Peçamos ao Senhor a graça de conseguirmos “vender” os nossos bens para desfrutarmos do Seu reino, desde já, no agora da nossa vida. - Você possui muitos bens? – Como você tem viajado, livremente ou absorto com a sua “bagagem”? – O pouco ou muito que você tem atrapalha o seu relacionamento com Deus e com o próximo? – Existe alguma coisa que o seu coração pede para fazer? O quê?  





Helena Serpa

E SE TRATÁSSEMOS A BÍBLIA COMO TRATAMOS NOSSO CELULAR?

 Uma agenda de números para ter sempre à mão 
 http://i0.wp.com/aleteiaportuguese.files.wordpress.com/2017/02/web-pray-bible-phone-distracted-woman-shutterstock_535304617-paejar-ai.jpg?resize=874%2C0&quality=70&strip=all&ssl=1
Se carregássemos a Bíblia em nossa bolsa, mochila, pendurada no cinto ou no bolso?
Se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia?
Se a usássemos para enviar mensagens para os nossos amigos?
Se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela?
Se a déssemos de presente aos nossos filhos, para estar sempre em contato com eles?
Se a levássemos nas viagens, para usar em caso de emergências?
Se a abríssemos imediatamente em caso de perigo?
Ao contrário do celular, a Bíblia nunca fica sem sinal. Podemos nos conectar para estar em contato com Deus em qualquer lugar (inclusive no pico de uma montanha ou em alto-mar).
Não precisamos nos preocupar com a falta de crédito, porque Jesus já pagou para sempre a recarga e o crédito é ilimitado.
Melhor ainda: a comunicação nunca se interrompe e a bateria está carregada para a vida inteira.
Ah, só existe um modelo, ele se atualiza sozinho, nunca sai de moda e é sempre perfeito.
NÚMEROS PARA DISCAR EM CASO DE NECESSIDADE:
• Se você está triste, João 14
• Se as pessoas falam mal de você, Salmo 27
• Se você está nervoso ou estressado, Salmo 51
• Se está preocupado, Mateus 6,19-24
• Se está em perigo, Salmo 63
• Se precisa fortalecer a sua fé, Hebreus 11
• Se você se sente sozinho e tem medo, Salmo 22
• Se você é duro e crítico, 1 Coríntios 13
• Para conhecer o segredo da felicidade, Colossenses 3, 12-17
• Se você se sente triste e abandonado, Romanos 8, 31-39
• Se precisa de paz e descanso, Mateus 11, 25-30
• Se o mundo parece maior que Deus, Salmo 90
Anote estes números na agenda (pode ser inclusive a do celular!), porque podem ser muito úteis em alguns momentos da sua vida.
Há momentos nos quais é melhor ter um número bíblico (para encontrar a ajuda de Deus) que ter um número de telefone (para encontrar a ajuda das pessoas).
Você é especial para Deus, nunca se canse de buscá-lo.





(Artigo de Tiziana Galluso, do blog Cavalieri dela Luce)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

8º DOMINGO DO TEMPO COMUM - NÃO PODEREIS SERVIR A DEUS E AO DINHEIRO

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Domingo da busca do Reino de Deus. Devemos concentrar todas as nossas energias e preocupações na busca do Reino de Deus e sua justiça, pois tudo o mais nos vem por acréscimo. Na Eucaristia, sentimos que nosso Deus não nos abandona nem esquece, demonstrando a cada um amor infinito. Podemos, portanto, depositar Nele nossa confiança.
Celebramos em comunhão com as pessoas empenhadas na construção da nova sociedade, fundada nos valores do Reino: partilha solidária, respeito pela cultura, diálogo com o diferente, justiça e paz.
Antífona de entrada: O Senhor é meu apoio, da angústia me livrou; o Senhor é meu amigo e por isso me salvou! (Salmo 17/18,19-20).
Primeira leitura: Isaias 49,14-15
Aos exilados da Babilônia, tomados pelo desânimo e pelo desalento, o profeta Isaias diz esta pequena palavra anunciada neste domingo.
Os dois versículos de Isaias 49 são escolhidos para acompanharem a leitura de Mateus 6,24-34. Ambos os trechos contêm um raciocínio com maior força ou de mais ou menos importante para o mais importante, aplicando-o à relação amorosa de Deus e as pessoas. Em Isaias focaliza-se o sujeito, em Mateus o objeto deste amor. Isaias 49,14-15: mesmo se uma mãe esquecesse o seu filho, Deus jamais esqueceria o Seu povo; Mateus 6: se Deus cuida das plantas e dos animais, quanto mais cuidaria de vocês, Seus filhos. Encontra-se aqui o amor de Deus comparado com o amor de um pai e de uma mãe para com os seus filhos. O texto de Isaias é um triunfo na teologia feminina. O alvo principal do texto é introduzir no povo derrotado, fora da pátria e humilhado, a certeza da fé e a firme esperança de que eu - apesar dos pesares, apesar da destruição da capital Jerusalém e apesar do exílio para longe da pátria - Deus permanece o Senhor da história e se manifestará de novo como o Santo de Israel, o Poderoso de Jacó, o Redentor e Salvador.
Deus é o Salvador de Seu povo que precisa de libertação e de salvação. O amor que move Deus pode ser comparado como o amor que uma mãe tem para com o filho de suas entranhas. Este amor materno de Deus encontra-se também em Isaias 42,14 e 66,13.
Salmo responsorial 61/62,2-3.6-9ab
O Salmo é uma invocação e súplica. O salmista descreve rapidamente sua situação, "dos confins da terra"; seus sentimentos internos. O salmista tem a certeza de ser ouvido. O pedido do rei, referindo-se também à "presença de Deus".
O salmista canta: "Só em Deus a minha alma tem repouso, porque Dele é que me vem a salvação!" Este é um salmo de confiança individual. Vale a pena confiar em Deus a salvação, refúgio e rochedo, pois Ele resgata a dignidade da pessoa.
O rosto de Deus neste salmo. O rosto de Deus aparece, sobretudo, nos versículos 2-3.6-9 e também nos versículos 12-13. É chamado de rocha, salvação e fortaleza (versículos 3.7), que faz repousar a alma do fiel (versículos 2a. 6a), de onde vem a esperança das pessoas (versículo 6b), tornando-as inabaláveis (versículos 3b. 7b). duas vezes afirma-se que é refúgio (versículos 8.9), capaz de fazer justiça, isto é, defender a fama (versículo 8a) de quem confia nele. O povo pode confiar em Deus em qualquer situação (versículo 9a).
Várias vezes nos evangelhos Jesus ensinou a todos Jesus ensinou a confiar nele e em Deus (João 14,1; 16,33; Marcos 4,40). Não se trata, porém, de confiança inconseqüente (confiar sem fazer nada), mas de confiar fazendo e de caminhar confiando. Quando expressamos em atos nossa confiança, então Deus age e podemos nos surpreender com Sua ação em nós.
O cristão pode rezar este salmo desejando a presença de Deus no templo. Contudo, chegando ao templo terreno, sente uma nova saudade daquele templo celeste, onde se manifesta a face de Deus: ali poderá habitar para sempre junto a Deus, ali terá a herança dos que temem o nome do Senhor Jesus.
Em certo sentido, o cristão repete o que a Carta aos Hebreus diz de Abraão (Hebreus 11,13-16).
Cantando este salmo, invoquemos ao Senhor cheios de confiança, porque só Nele encontramos a segurança da nossa vida.
 
Segunda leitura: 1 Coríntios 4,1-5
Dos dezesseis capítulos que compõem a Primeira Carta de São Paulo aos coríntios, os quatro primeiro capítulos são dedicados à solução do grave problema das divisões que surgiram naquela comunidade. A Igreja de Corinto se dividira em grupos, uns que se diziam de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro (1 Coríntios 1,12).  Surge um grave problema: Os convertidos de Paulo, em vez de considerarem a Deus como o agente primordial da salvação e a Cristo como o fundamento do edifício da vida cristã, agruparam-se em torno das figuras do Evangelho. Estes eram vistos não como instrumentos da graça, mas como agentes de uma atividade salvífica totalmente autônoma, separada de sua fonte, o Cristo Senhor.
Em 1 Coríntios 4,1-5, Paulo adverte os destinatários de sua carta contra o juízo temerário sobre os seus guias espirituais. Somente a Deus cabe tal julgamento. Somente a Ele, Senhor comum dos pregadores e dos fiéis, é reservado um juiz soberano e definitivo. É ele quem escolheu os apóstolos a serem servidores de Cristo e administradores de seus mistérios. A Ele apenas, conhecedor dos segredos do coração humano, os encarregados de dispensar tais mistérios deverão prestar, contas: "Quanto a mim pouco me importa ser julgado por vós ou por um tribunal...Quem me julga é o Senhor" (1 Coríntios 4,3-4).
Tal verdade, obviamente, não livra os pregadores de uma necessária e constante autocrítica: "Verdade é que a minha consciência de nada me acusa" (1 Coríntios 4,4), e "o que se requer dos administradores, é que cada qual seja fiel" (1 Coríntios 4,2).
Dessas reflexões de Paulo, segue-se que uma vez que os fiéis não devem julgar os seus ministros, não devem também tomar partido por um ou por outro. Com efeito, quem pode medir a importância de um serviço eclesial? Quem pode julgar a eficiência no plano da salvação de palavras simples ou de um chefe de comunidade aparentemente inapto? Uma homilia simples pode possuir uma eficiência maior do que um discurso magistral. Um simples Cura D'Ars pode ter feito mais pelo crescimento do Reino de Deus do que um Jean Paul Sartre, um Rousseau.
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Evangelho: Mateus 6,24-34
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos 6 24 "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.
25 Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes?
26 Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?
27 Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
28 E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam.
29 Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles.
30 Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
31 Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?
32 São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.
33 Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.
34 Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado".
Palavra da Salvação.
Em grande parte este passo do Sermão da Montanha (Mateus capítulos de 5 a 7) tem seus paralelos em Lucas, no Sermão da Planície (Lucas 6,17-49). Podemos ler em Mateus 6,24-34 como um comentário da primeira, quarta e oitava bem-aventurança. Primeira: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu". Quarta: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados". Oitava: "Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu".
Em Mateus 6,24 o discípulo de Jesus é colocado diante da alternativa bem clara: Deus ou as posses. E, Mateus 6,33 espera-se do cristão uma não menos clara opção em favor do Reino e da Justiça do Pai co céu. Aos ricos, Jesus colocou, diante da alternativa: ou Deus ou as posses; aos pobres Ele pregou, porém, a primazia do Reino e da Justiça do Pai celeste sobre os cuidados terrenos. A personificação da posse, que dá poder absoluto sobre a pessoa humana, é produto da febril fantasia daqueles mesmos que perseguem as posses como algo absoluto. Nessas pessoas, a posse ocupa o lugar de Deus como fonte de vida e felicidade e como sumo bem.
Originalmente estas parábolas seriam destinadas aos pobres. Eles correm o perigo de serem tão absorvidos pelas preocupações pelo mínimo necessário que se esquecem de Deus, pelo motivo oposto. Em nome de Deus Jesus vem oferecer a ricos e pobres o Reino e a Justiça de Deus-Pai.
O Evangelho fornece uma mensagem única: sejamos embora ricos ou pobres, nossa vida se acha orientada para o Reino dos Céus, e esta orientação não pode ser anulada por exigências ou preocupações que venham a eliminar esta opção fundamental na vida cristã.
Da Palavra celebrada ao cotidiano da vida
Jesus lembra a todos nós que o discipulado é opção, acima de tudo, por Deus e pelo seu Reino. O dinheiro iníquo é rival irreconciliável com o Deus verdadeiro, que é doador generoso. Jesus quer ver os seus seguidores livres da preocupação excessiva com comida e roupa. Eles são convidados a olharem os pássaros do céu e os lírios do campo e perceberem o cuidado de Deus com a sua criação, e, mais ainda, com o ser humano. Com isso, Jesus não está orientando a desocupação nem a despreocupação, mas apenas acertando a "pré-ocupação", aquilo que precede a toda ocupação. Pois, se a pré-ocupação não está bem certa, as nossas ocupações são todas elas em vão. Inventamos muitas preocupações mal aplicadas (em dinheiro, comida, bebida, vestuário, carro, apartamento, etc.).  A cobiça está profundamente ligada à ansiedade e leva a pessoa a ser possuída por seus bens, mais do que a possuí-los. O que está em jogo é a concentração nos valores do Reino e a confiança em Deus.
Comer e beber deveriam ser ocupações tão naturais, que não precisaríamos fazer delas uma pré-ocupação, algo que predisse a todas as nossas ações. Não devemos criar problemas antecipado com relação a tudo isso, porque cada dia já traz ocupação que chega.
Vivemos num mundo em que, cada vez mais, consumir parece ser a meta fundamental para ser feliz. A pessoa fica dividida entre o seu desejo mais profundo a as "coisas" que o mercado oferece. Há uma profunda relação entre a procura do Reino e o desapego das preocupações consumistas que a sociedade nos impõe pela propaganda e pela ideologia individualista. Esse apelo nada tem a ver com o desencanto pela vida e pelas coisas que ela oferece. Jesus nos ensina a mudar o objetivo da preocupação e colocar o Reino como valor absoluto.
Na assembléia litúrgica, expressamos essa opção fundamental por Deus e pelo seu Reino e recebemos o seu carinho na Palavra que nos orienta e na mesa que sacia a nossa sede e fome de amor e de felicidade.
A Palavra se faz celebração
O Senhor é nosso apoio
A antífona de entrada traz o Salmo 17: "O Senhor se tornou meu apoio". O tom de toda a celebração é dado por este refrão, lembrando que aos fiéis basta a confiança na mão de Deus que retira os seus da morte. Harmonicamente, todos os textos da Liturgia da Palavra coincidem nesse ponto. A eucologia, por sua vez vai um pouco além, interpretando a Escritura na insistência de que a confiança em Deus se desdobra numa vida de paz (cf. oração do Dia). Assim, para os fiéis, a maior riqueza advém desta mesma confiança de que Deus cuida dos seus e lhes cumula de bens (cf. Oração sobre as oferendas). No fim das contas, viver na terra - o que engloba as relações de posse e administração - configura-se sinal do que é do céu. (cf. Oração depois da comunhão). A conclusão de São Paulo é perfeita: "Que todo mundo se considere como servidores de Cristo e administradores do mistério de Deus". (II Leitura).
Buscar o Reinado de Deus
A Liturgia celebrada tem por finalidade gerar a confiança fundamental do fiel em Deus, de modo que subordinando-lhe a existência, torne-se no mundo um sinal de seu amor e sua bondade que são faces da salvação que o povo espera (cf. Salmo Responsorial). Deus vem em socorro de todos os mortais com a sua divindade, reza o Prefácio do Tempo Comum III e nisto consiste sua glória, isto é, Deus se mostra à sua criação para auxiliá-la a perseverar nos caminhos da vida e chegar àquela condição de imagem e semelhança com a qual nasceu. De sua parte (da criação), resta o conforto de aninhar-se no colo divino, regozijando-se por suas carícias que humanizam, pois livram da morte. (cf. Prefácio TC III). Deitar-se no colo de alguém, além de intimidade, conota confiança e esperança. É, portanto, uma boa metáfora oferecida pela liturgia deste domingo.
Ligando a Palavra com a ação eucarística
Na assembléia litúrgica, reunida em nome do Senhor, expressamos nossa opção fundamental pela Trindade a fonte da unidade e recebemos seu amo na Palavra proclamada que nos conduz e na mesa que o Senhor com seu Corpo e sangue nos sacia.
A Eucaristia nos leva à justiça do Reino para que possamos lutar contra a injustiça que desfigura a vida de tantos irmãos e irmãs que clamam por justiça e paz. Participar da Eucaristia é comprometer-se com a prática do amor solidário para que todos tenham "vida e vida em abundância" (João 10,10).
A Eucaristia é o momento em que os discípulos missionários do Senhor Jesus renovam sua confiança no Deus da vida e amadurecem na esperança de dias melhores onde todos possam ter esperança de uma sociedade fraterna.
É, na Eucaristia, Pão Vivo descido do céu, que encontramos força para seguir na caminhada pascal, para eliminar da sociedade todas as forças da morte e assim testemunhamos o Pai que está no céu, mas que quer a justiça na terra.
 
 
 
 
padre Benedito Mazeti

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - DEUS É QUEM UNE HOMEM E MULHER








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1a Leitura - Eclesiástico 6,5-17

Leitura do livro do Eclesiástico.
6 5 Uma boa palavra multiplica os amigos e apazigua os inimigos; a linguagem elegante do homem virtuoso é uma opulência.
6 Dá-te bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.
7 Se adquirires um amigo, adquire-o na provação, não confies nele tão depressa.
8 Pois há amigos em certas horas que deixarão de o ser no dia da aflição.
9 Há amigo que se torna inimigo, e há amigo que desvendará ódios, querelas e disputas;
10 há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da desgraça.
11 Se teu amigo for constante, ele te será como um igual, e agirá livremente com os de tua casa.
12 Se se rebaixa em tua presença e se retrai diante de ti, terás aí, na união dos corações, uma excelente amizade.
13 Separa-te daqueles que são teus inimigos, e fica de sobreaviso diante de teus amigos.
14 Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro.
15 Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé.
16 Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo.
17 Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante.
Palavra do Senhor.


Salmo - 118/119
Guiai-me pela estrada do vosso ensinamento!
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre;
os vossos mandamentos ensinai-me!

Minha alegria é fazer vossa vontade;
eu não posso esquecer vossa palavra.

Abri meus olhos, e então contemplarei
as maravilhas que encerra a vossa lei!

Fazei-me conhecer vossos caminhos,
e então meditarei vossos prodígios!

Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei,
e de todo o coração a aguardarei.

Guiai meus passos no caminho que traçastes,
pois só nele encontrarei felicidade.

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Evangelho - Marcos 10,1-12
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 1 saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.
2 Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.
3 Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"
4 Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."
5 Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;
6 mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;
8 e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."
10 Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.
11 E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.
12 E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Diante do que Jesus expõe neste Evangelho nós verificamos que ainda hoje a aliança entre os casais se rompe por causa da dureza dos corações que não se rendem ao Amor e à graça de Deus que se derramam em forma de uma bênção especial no momento que assumem o compromisso um com o outro. A verdadeira aliança se realiza no corpo e no espírito e uma coisa não pode estar dissociada da outra.  Tem que ser em espírito e em verdade e não apenas de fachada e de aparência.   Quem quebra esta aliança está tentando quebrar um elo que Deus fez. Muitos casamentos são falsos aos olhos de Deus, pois Ele conhece as intenções dos corações e percebe os interesses que estão ocultos por detrás do que aparentam. Quando não há sinceridade não há aliança, é fantasia, é utopia. Há que se ter uma formação humana e espiritual aprofundada para que haja uniões lícitas aos olhos de Deus. Precisamos a cada dia nas nossas orações pedir ao Espírito Santo discernimento e sabedoria para fazermos as escolhas que serão abençoadas por Deus. E aos que já se consagraram diante do Altar, também cabe fortalecer esta aliança através de uma renovação constante porque o Senhor, todos os dias, nos dá as graças necessárias. Somente em função de um amor abençoado por Deus, o homem, pode deixar seu pai e sua mãe para unir-se a uma mulher e vice-versa. A aliança é feita nos corações. Deus é quem une o homem e a mulher numa só carne através deste anel. – Como você interpreta essa Palavra? – Ela vai de encontro a sua mentalidade ou você sabe acolher o pensamento do Senhor? -  Peça ao Espírito Santo para clarear as suas ideias!  !  




Helena Serpa

OS CRISTÃOS ACREDITAM EM VIDA EXTRATERRESTRE?

O Papa Francisco perguntou se teríamos de evangelizar os marcianos, caso aparecessem no nosso planeta. O que a Igreja diz sobre este tema?

 


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Em uma das suas homilias, o Papa Francisco perguntou o que aconteceria se os extraterrestres viessem ao nosso planeta, se seria preciso evangelizá-los também.
“Se amanhã chegasse uma expedição de marcianos, por exemplo, e alguns deles viessem a nós… Marcianos! Verdes, com nariz grande e orelhas pontudas, como as crianças os imaginam… E se um deles dissesse: ‘Quero me batizar’. O que aconteceria?”, perguntou.
Aproveitando o bom humor e a linguagem simples do Papa Francisco, podemos refletir: será que a Igreja já se pronunciou sobre a possível existência da vida extraterrestre?
Antes de abordar o núcleo da questão, é preciso fazer duas observações. A primeira é que esta questão pode ser tratada pela teologia (levando em consideração os conhecimentos da ciência), mas não pelo Magistério da Igreja. Se alguém procurar algum pronunciamento da Igreja sobre o tema, verá que não há nada.
A segunda observação é que a verdadeira questão não diz respeito à possível vida extraterrestre em geral, mas somente à possível vida inteligente. A existência de vida extraterrestre não inteligente, seja elementar ou complexa (uma bactéria, uma planta ou um animal) não tem relevância teológica alguma. É um assunto que compete exclusivamente à ciência, sem que apresente problema doutrinal algum.
Diferente é o caso de seres inteligentes alienígenas. De fato, alguns acham que sua descoberta acabaria com os fundamentos da fé cristã – baseando-se em uma interpretação literal dos primeiros capítulos do Gênesis, própria dos evangélicos protestantes, não dos católicos. Mas há certas dificuldades.
Do ponto de vista do que poderíamos chamar de “teologia da criação”, não há inconvenientes em ceder espaço a outros seres inteligentes. O universo é muito grande e Deus pode criá-los. O fato de que o homem apareça como rei da criação não tem maior alcance que seu próprio âmbito, até onde ele pode chegar. A Bíblia fala deste mundo, e não diz nada sobre outros possíveis mundos habitáveis ou habitados.
As dificuldades vêm da chamada “teologia da redenção”. Nela, vemos o que parece ser uma relação, já não privilegiada, mas exclusiva de Deus com o homem. A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade se encarnou, fez-se Homem, e este Homem está à direita do Pai, como juiz e rei universal.
Jesus pode ter feito o mesmo com outra espécie de seres inteligentes? Estritamente impossível não é, mas parece bastante improvável. No entanto, também é verdade que Ele pode ter escolhido outro caminho de salvação para eles.
Contudo, neste contexto, o aparecimento de outros tipos de seres inteligentes não parece encaixar bem, razão pela qual o mais razoável, sem descartar a possibilidade contrária, parece ser um pouco céticos sobre sua existência.
Poderíamos pensar que esta postura vai contra a ciência, mas não é verdade. Em nome da ciência, surgem muitas expectativas, de forma que parece estar cada vez mais próxima a descoberta de alienígenas, mas o fato é que até hoje não se descobriu nenhum indício de sua existência.
Além disso, o que a ciência mostra é que, conforme se conhece melhor a realidade extraterrestre, cada vez é preciso buscar mais longe. Há poucos anos, as expectativas se focavam em Marte (ainda hoje falamos de “marcianos” para nos referirmos aos extraterrestres), mas hoje já se descarta o sistema solar como habitat de alienígenas.
Conforme o conhecimento científico vai avançando, dentro de pouco parece que descartaremos uma distância menor que 10 anos-luz. E isso é muito longe (o Sol está a uns 7 minutos-luz). Por isso, o que a ciência realmente está fazendo parece ser acabar com as expectativas, ao invés de gerá-las.





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - AS NOSSAS OBRAS, VÃO NORTEAR NOSSO DESTINO


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1a Leitura - Eclesiástico 5,1-10
Leitura do livro do Eclesiástico.
5 1 Não contes com riquezas injustas. Não digas: "Tenho o suficiente para viver", pois no dia do castigo e da escuridão, isso de nada te servirá.
2 Quando te sentires forte, não te entregues às cobiças de teu coração.
3 Não digas: "Como sou forte!" ou: "Quem me obrigará a prestar contas dos meus atos?",
4 pois Deus tomará sua vingança. Não digas: "Pequei, e o que me aconteceu de mal?", pois o Senhor é lento para castigar (os crimes).
5 A propósito de um pecado perdoado, não estejas sem temor, e não acrescentes pecado sobre pecado.
6 Não digas: "A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados",
7 pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores.
8 Não demores em te converteres ao Senhor, não adies de dia em dia,
9 pois sua cólera virá de repente, e ele te perderá no dia do castigo.
10 Não te inquietes à procura de riquezas injustas, de nada te servirão no dia do castigo e da escuridão.
Palavra do Senhor.



Salmo - 1
É feliz quem a Deus se confia!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.

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Evangelho - Marcos 9,41-50Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2,13).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, disse Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa.
42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar!
43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível
44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora; melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível
46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres lançado à geena do fogo,
48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Porque todo homem será salgado pelo fogo.
50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros”.
Palavra da Salvação.




Receberemos a recompensa ou a condenação de Deus, a partir do testemunho de vida que apresentarmos durante o tempo em que estivermos aqui na terra. Seremos recompensados por tudo o que fizermos em Nome de Jesus, mesmo que seja o menor gesto ou a ação mais simples, como dar um copo d’agua. Na mesma proporção, mesmo que estejamos a serviço do reino, seremos condenados se formos uma pedra de tropeço na caminhada de alguém que procura Deus.  Por isso, neste Evangelho Jesus nos exorta a cortar radicalmente toda e qualquer motivação que nos direcione ao pecado. Assim, Ele nos fala de cortar a mão, o pé, o olho, como figuras que simbolizam o que fazemos, aonde vamos e a nossa maneira de ver as realidades do mundo. Será muito melhor cortar as ações que nos levam ao pecado do que perder definitivamente o nosso lugar no reino dos céus.  As nossas obras, vão nortear o nosso destino final, por isso, a mão, o pé, o olho, significam aqui as nossas atitudes de agir, de ir, de olhar, concupiscências  que nos arrastam para o pecado que é o mal que nos leva à morte eterna, isto é, ao inferno.  O reino dos céus já começa aqui e para que o experimentemos e vivamos em sintonia com Deus, temos que cortar tudo o que nos separa do Seu amor divino e paternal. Por último Jesus fala para que tenhamos sal em nós mesmos: que tenhamos amor, zelo, gosto, fervor, piedade, ação, porque assim damos vida nova ao mundo.  A sua maneira de olhar as coisas, de falar, de agir o têm levado para uma vida boa ou má? – Você tem aproveitado as pequenas oportunidades para expressar no mundo o amor que recebe de Deus? – Você ainda está esperando por grandes acontecimentos para sentir-se convocado a pregar as coisas simples da vida? 




Helena Serpa 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - LIGADO NA TERRA, LIGADO NO CÉU

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1a Leitura - 1 Pedro 5,1-4
Leitura da primeira carta de são Pedro.
Carríssimos, 5 1 eis a exortação que dirijo aos anciãos que estão entre vós; porque sou ancião como eles, fui testemunha dos sofrimentos de Cristo e serei participante com eles daquela glória que se há de manifestar.
2 Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado. Tende cuidado dele, não constrangidos, mas espontaneamente; não por amor de interesse sórdido, mas com dedicação;
3 não como dominadores absolutos sobre as comunidades que vos são confiadas, mas como modelos do vosso rebanho.
4 E, quando aparecer o supremo Pastor, recebereis a coroa imperecível de glória.
Palavra do Senhor.


Salmo - 22/23
O Senhor é o pastor que me conduz,
não me falta coisa alguma.
O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro,
pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,
eles me dão a segurança!


Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,
e o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
e na casa do Senhor habitarei
pelos tempos infinitos.
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Evangelho - Mateus 16,13-19
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja, e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: "No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?"
14 Responderam: "Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas".
15 Disse-lhes Jesus: "E vós quem dizeis que eu sou?"
16 Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!"
17 Jesus então lhe disse: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Todos nós podemos dar testemunho de fé na Palavra de Jesus e afirmar que a nossa Igreja Católica foi edificada sobre o fundamento dos apóstolos e com o poder do Espírito Santo, por isso, “o poder do inferno nunca poderá vencê-la”. Foi pelo poder do Espírito Santo que Pedro identificou Jesus como o Messias, o Filho de Deus, vivo, recebendo d’Ele, então, o poder e a autoridade para chefiar a Sua Igreja, como pastor do rebanho de Deus aqui na terra. Pedro é, portanto, a pedra sobre a qual Jesus edificou a Sua Igreja e lançou os Seus fundamentos. Portanto, podemos estar firmes de que o sucessor de Pedro age também com o poder do Espírito Santo e tem plena convicção diante de Deus e daquilo que lhe é inspirado.  Nós somos a Igreja, e o Espírito Santo é quem nos motiva, inspira e convence a continuarmos firmes na fé em Jesus Cristo e na assistência que Ele dá àqueles a quem convoca. O Evangelho também nos esclarece que só o Espírito Santo pode nos revelar a verdadeira identidade de Jesus e a vontade do Pai para a nossa vida. Quando somos inspirados pelo Espírito Santo nós também nunca nos enganamos e temos sabedoria para discernir todos os desafios que nos são propostos pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos interpela, nos questiona e nos motiva também a compreender quem somos nós e qual o nosso papel na edificação do reino de Deus. Somos pedras vivas na construção da Igreja, e através dela o Pai nos revela o Seu amor e nos orienta na caminhada aqui na terra. Como Igreja, nós também recebemos as chaves do reino dos céus que é a Salvação de Jesus, portanto, toda obra que fizermos aqui na terra, boa ou má, terá repercussão no céu para onde caminhamos.  Cada um de nós, portanto, tem uma missão muito especial aos olhos de Deus e é um instrumento Seu para a concretização do Seu Plano para a humanidade.   Assim como conscientizou a Pedro da sua missão aqui na terra, Jesus quer nos direcionar para que sejamos fiéis ao Projeto do Pai através de nós e também nos dá a chave do Seu Amor que abre a porta dos corações a quem Ele quer conquistar por nosso intermédio. – Você tem plena confiança no poder do Espírito Santo que inspira o Pastor Maior da Igreja? – Você reconhece a necessidade de orar pela Igreja? – Você tem consciência da missão que Deus lhe entregou para que se concretize durante a sua vida? - Você tem um nome que designa uma missão muito especial.     O que pode significar? Pergunte ao Espírito Santo! - Você sabia que tudo o que fizer na terra, terá também repercussão no céu?
 
 
 
 
 
Helena Serpa

ESTÁ CANSADO DE OUVIR ACUSAÇÕES DE QUE OS CATÓLICOS ADORAM IMAGENS?

 Mas se não é verdade que cometemos idolatria, então por que usamos imagens?

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“Por que nós, católicos, temos imagens de quem adoramos, ou seja, de Deus? De onde nasceu essa ideia?” (Noemí F.Q., via Facebook)
O uso de imagens e quadros religiosos em igrejas e dentro de casa é muito difundido desde tempos imemoriais. A questão das imagens sagradas costuma ser bastante polêmica; e na relação entre a Igreja e as pessoas que pretendem seguir a Cristo fora dela, a polêmica se acirra mais ainda, porque essas pessoas, entre muitos outros erros, acham que a Igreja católica adora imagens, o que não é verdade.
Para esclarecermos o assunto, vamos repassar a história sagrada. Comecemos observando que, no Antigo Testamento, era severamente proibido o culto a todo tipo de imagens ou representações plásticas da divindade.
O primeiro mandamento do decálogo afirma com palavras contundentes: “Não farás para ti outros deuses diante de mim. Não farás escultura nem imagem alguma… Não te prostrarás perante elas nem lhes darás culto, porque eu, Javé, teu Deus, sou um Deus cioso…”. (Ex 20, 3-5). Fica proibido, portanto, todo tipo de imagens apresentadas como divindade.
Esse mandamento começa dizendo: “Não farás para ti outros deuses diante de mim”. Ou, dito de outra maneira: “Não faças nenhum ídolo”. Apesar desta proibição tão clara, porém, e imediatamente depois de prometer que iria cumprir a lei, o povo fabrica um bezerro de ouro e o adora como se fosse um deus: “Este é o teu Deus, Israel, aquele que te tirou do Egito” (Ex 32,8). Era justamente contra isso que Deus tinha advertido o seu povo. E é por causa deste pecado de idolatria que Deus decide destruir o povo. Só a intercessão de Moisés consegue a piedade e o perdão de Deus (Ex 32, 1-14).  E Deus dá um alerta aos israelitas também quanto às imagens que eles venham a encontrar entre os povos pagãos: “Queimareis as esculturas dos seus deuses e não cobiçareis o ouro nem a prata que as recobrem” (Dt 7,25).
Naturalmente, esta proibição permanece de pé no Novo Testamento com a mesma intenção e com o mesmo objetivo. A Bíblia mostra que os cristãos também evitaram o uso de imagens que pudessem ser objeto de adoração. São Paulo diz, em seu discurso em Atenas: “Se somos estirpe de Deus, não podemos pensar que a divindade se pareça com imagens de ouro ou de prata ou de pedra, esculpidas pela destreza e pela fantasia de um homem” (At 17, 29). O apóstolo São João também declara: “Filhos meus, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5,21). Para a Igreja nascente, é bem claro que a adoração deve ser tributada somente a Deus. Por isso, no Império Romano, muitos cristãos foram martirizados: por se recusarem a adorar os ídolos.
Agora, levemos em conta que os ídolos não são necessariamente esculturas ou imagens. Também há ídolos imateriais, sutis e muito capazes de nos absorver, nos quais nos refugiamos e colocamos a nossa vã segurança. São ídolos que conservamos bem escondidos em nosso íntimo: a ambição material, o desejo de celebridade, o afã de poder, a sexualidade desordenada, a ilusão de ser os únicos amos da nossa vida, algum pecado ao qual estamos especialmente apegados e muitos outros ídolos afins. Em todos os casos, qualquer ídolo nos afasta de Deus e nos distrai do nosso autêntico objetivo de vida: a salvação.
Qual é o motivo da proibição do Antigo Testamento?
A verdadeira razão dessa proibição é que Deus é o único Deus. Ele não se resigna a ser, por exemplo, o primeiro entre os deuses. Ele é o único. Por conseguinte, os deuses ou ídolos não são nada. Isaías ridiculariza os ídolos e aqueles que os adoram (Is 44, 9-20).
Era proibido representar a Deus com imagens para que as pessoas não achassem que Deus tivesse a forma de uma criatura ou fosse um objeto. No fundo, o mandamento zela pelo bem do povo, para que o próprio povo não se condene adorando um erro. O que não se aceita, portanto, é recorrer a objetos materiais e depositar neles a plena confiança que devemos ao Deus único, vivo e verdadeiro. Deus não é um ser material, mas uma realidade espiritual. Por isso é que o povo não pode adorar sequer representações materiais do verdadeiro Deus, porque corre o perigo de confundir o Deus verdadeiro com a imagem que o representa, chegando a crer que se trata de um Deus material.
Por que, então, existiram e existirão as imagens?
O que muitos desconhecem é que, assim como existe uma proibição de cultuar imagens (e já sabemos o porquê), também existe uma permissão de fazer imagens!
Vamos levar em consideração que a proibição se refere diretamente à adoração das imagens em si mesmas, e não ao simples fato de fazê-las para que elas sirvam apenas como sinal da presença de Deus. Neste sentido, Deus mesmo manda fazer coisas, objetos e imagens. É o caso da Arca da Aliança, com seus querubins de ouro e com o propiciatório também de ouro puro (Ex 25, 10-22). São elementos que não merecem as honras divinas: não podemos render culto a eles como se eles fossem Deus.
Mas o povo precisava (e precisa ainda) desses sinais sensíveis. Deus mandou construir aquele sinal da sua presença no meio do povo. Recorre-se à Arca de Deus para fazer oração porque ela é sinal da presença de Deus. Prova disso é que a própria tenda do encontro foi construída por ordem divina e estava cheia de imagens. O Templo de Jerusalém também as tinha. E fica claro que elas não violavam a proibição decretada por Deus.
Outro exemplo? A fabricação da serpente de bronze, que Deus ordena a Moisés: “Faz uma serpente de bronze e expõe-na sobre um mastro (o próprio Jesus Cristo menciona aquela serpente de bronze como símbolo dele mesmo). Todo aquele que for ferido e olhar para ela, viverá” (Num 21, 6-9). Naturalmente, não é que a serpente de bronze tivesse alguma virtude especial que a elevasse ao nível de divindade. Olhar para ela era um ato de fé e de confiança na Palavra que Deus tinha pronunciado. Tanto é que, mais adiante, o povo se desvia dessa intenção e passa a prestar culto à própria serpente. Nesse momento, Ezequias manda destruí-la (2 Re 18, 4).
São do Antigo Testamento os textos da Bíblia que proíbem fazer imagens e devem-se ao risco de o povo cair na idolatria, a exemplo dos povos vizinhos, que adoravam ídolos como se eles fossem deuses. Já os textos do Novo Testamento que falam dos ídolos se referem propriamente a ídolos adorados por pagãos, e não a simples imagens. O II Concílio Ecumênico de Niceia, por isso, no ano de 787, “justificou o culto das sagradas imagens…” (Catecismo da Igreja Católica, 2131).
O Deus do Antigo Testamento não tinha corpo, era invisível. Não podia ser representado por imagens. Mas a partir de quando Deus se revelou em forma humana, Cristo se tornou “a imagem visível do Deus invisível”, como diz São Paulo (Col 1,15). No Novo Testamento, a permissão de usar imagens que representam a divindade assume um caráter novo, graças ao fato da Encarnação do Filho de Deus. Deus continua sendo puramente espiritual, mas assumiu uma natureza humana, que é material. Por esta razão, é lógico representá-lo para lhe dar culto (Catecismo da Igreja Católica, 1159; 2129).  A representação de imagens de Cristo é completamente lícita, já que é a representação de alguém que é realmente Deus. O culto que damos a Jesus, portanto, olhando para uma imagem dele, não é de adoração à materialidade dessa imagem, mas à própria Divina Pessoa que nela está representada. E ao olharmos, por exemplo, para a imagem do Cristo crucificado, recordamos o muito que Ele sofreu por nós e nos sentimos movidos a amá-lo mais e a confiar mais nele.
Em qualquer dos casos, o cristão sabe que a imagem, embora represente Cristo, não é a divindade em si, e, por consequência, não se presta culto a essa materialidade. Uma imagem representa o Filho de Deus ou outras pessoas intimamente relacionadas com Ele: por isso é lícito representar com imagens a Virgem Maria e os santos. A imagem é simplesmente uma representação e uma lembrança daquelas pessoas: quando se ora diante de uma imagem, não se cultua o objeto, não se fala à materialidade da imagem, mas se rende culto a Deus (culto de latria), a Maria (culto de hiperdulia) ou aos santos (culto de dulia). Diz o II Concílio de Niceia, de 787 (sessão 7ª, 302): “A honra tributada à imagem se dirige a quem ela representa” (Denzinger, pág. 155).
Na Igreja, veneramos os santos porque eles merecem o nosso respeito, admiração e gratidão. Graças às suas imagens, nós os recordamos e, ao mesmo tempo, eles nos trazem à mente verdades religiosas de grande proveito espiritual, dizendo-nos algo relacionado com as suas vidas. Por exemplo, graças às imagens podemos recordar quem era o santo (leigo, religioso, bispo etc.), que virtude ele mais praticou (pureza, desapego, humildade etc.), o que o tornou santo (martírio, estudo, missão etc.). Assim também, ao vermos uma imagem da Mãe de Deus, vem à nossa memória que, no céu, nós temos uma mãe imaculada que nos ama, que intercede por nós e que nos incentiva a levar uma vida santa.
Quando vemos uma imagem das almas do purgatório, recordamos a realidade do purgatório e somos movidos a orar pelos falecidos. As imagens são uma espécie de retrato de entes queridos, a quem recordamos com respeito e carinho. Quando beijamos a foto dos nossos entes queridos que já partiram ou que estão longe, não é a foto em si o que estamos homenageando: estamos recordando, pensando e sendo carinhosos como os nossos entes queridos ali representados.
Há nos livros de história retratos de grandes personagens para que os leitores os conheçam e, caso tenham sido bons, admirem e imitem; não há nisso mal nenhum.
Em edifícios e praças públicas há estátuas de grandes heróis a cujos pés são colocadas flores. Quem critica este gesto? Quem afirma que todas as pessoas que praticam esse gesto estão “adorando imagens”? Sabemos que, na verdade, o que elas fazem é homenagear e recordar com respeito essas pessoas, dignas, para elas, de lembrança e de respeito.
Os santos, através das suas imagens, não são adorados, mas sim venerados. A adoração é reservada somente a Deus. Venerar, porém, é reconhecer o valor de alguém ou de algo que merece o nosso respeito. Nós veneramos os nossos pais e a nossa pátria, mas não os adoramos. Adoramos somente a Deus.
Um protestante me disse uma vez: “Mas ajoelhar-se diante das imagens é adoração”. Este é outro erro dos protestantes. Isto é o que eles acham. Quem pode ver o interior das pessoas e acusá-las de idolatria, fazendo um juízo temerário com base em aparências exteriores? Mesmo os mais humildes, no fundo do seu coração, sabem que uma imagem sagrada ou religiosa não é Deus, nem é o santo a quem eles querem prestar respeito. Mesmo uma criança, sem muito conhecimento religioso, entende, quando vê uma imagem, que se trata simplesmente de uma imagem.
Devemos recordar que o gesto de ficar de joelhos tem significados diferentes dependendo da intenção com que é realizado. Diante de uma imagem, é um ato de veneração a quem a imagem representa. Quando os anciãos de Israel se prostravam diante da Arca da Aliança, não se prostravam diante de uma caixa de madeira, mas diante de Deus, ali representado. Quando rezamos diante do sacrário ou diante de uma custódia, não rezamos para uma caixa ou para um objeto metálico: rezamos e adoramos a Deus, presente no sacramento da Eucaristia.
Externamente, poderia parecer que um gesto de veneração a uma imagem é semelhante ao de um pagão idólatra que adora a imagem por si mesma. Há, porém, uma diferença substancial. Qual? A intenção do coração e o significado da imagem para a pessoa. As imagens não têm, para nós, o mesmo significado que tinham para os pagãos; eles de fato as consideravam deuses. Nós não as adoramos; nós sabemos perfeitamente que as imagens são apenas representações, seja de Cristo, seja dos seus santos.
Não devemos tirar as coisas do seu contexto. O proibido é a adoração das imagens como ídolos em si mesmas. A própria palavra hebraica usada no primeiro mandamento da Lei de Deus é “pésel”, que significa “ídolo”. Na mesma língua, há outras palavras que se referem a outros tipos de imagens não idolátricas, como as decorativas ou representativas. Se uma imagem não é um ídolo, ela não representa problema algum e podemos manter os nossos templos cheios delas, tal como estava o Templo de Salomão, que foi visitado por Jesus sem que Ele fizesse qualquer objeção à presença dessas imagens.
Quando os fiéis beijam as relíquias de santos e tocam nas imagens, o que eles fazem? Expressam amor pelos intercessores ali representados e que são estímulo para a nossa vida cristã. Trata-se, é claro, de uma fé simples, como a daqueles que esperavam receber a graça da cura ao tocar nos lenços de São Paulo (At 19,12), ou como o bem conhecido caso da hemorroíssa que, ao tocar no manto de Jesus, ficou curada (Marcos 5,26-31). Alguém considera que essas pessoas foram curadas por lenços e mantos? Jesus mesmo não falou da fé como de um grão de mostarda? (Mt 17,20).
Outro protestante me disse um dia: “Se a Igreja retirasse todas as imagens dos templos, eu poderia considerar a possibilidade de voltar à comunhão com ela”.
Esta não parece ser a solução para os problemas que enfrentamos com as seitas. Não vamos destruir todas as imagens porque alguns protestantes interpretam mal os ensinamentos da Igreja ou as atitudes de um bom fiel.
A solução do problema é a catequese, para que se chegue à maturidade da fé com toda a sua liberdade interior.



Pe. Henry Vargas Holguín