terça-feira, 31 de outubro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - O REINO DE DEUS É COMO UMA SEMENTE QUE CRESCE

Resultado de imagem para Lc 13,18-21)
Primeira Leitura (Rm 8,18-25)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 18eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.
- Palavra do Senho
 
Responsório (Sl 125)
— Maravilhas fez conosco o Senhor!
— Maravilhas fez conosco o Senhor!
— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.

— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
 Resultado de imagem para JESUS E MULTIDÃO
Evangelho (Lc 13,18-21)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Em sua carta aos romanos, Paulo nos fala que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que espera por nós. A bem da verdade, vivemos em um mundo que nos decepciona 24 horas por dia. Tudo se resulta em ilusões, roubalheiras, corrupções, vaidade,  violência e acima de tudo muita injustiça. Só o amor a Deus e ao irmão tem o poder de superar tanta barbaridade! Porém, infelizmente, muitos são envolvidos, enlaçados, comprometidos nesse mar de lamas.

Paulo nos aponta como meio único de salvação dessa calamidade humana, a nossa libertação rumo a glória de Deus. Estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo de tanto sofrimento desta vida presente.Sem querer ser pessimista, podemos considerar que toda a criação, toda geração humana até ao tempo presente, está GEMENDO COMO QUE EM DORES DE PARTO.  Assim, estamos só aguardando o momento da libertação, o tempo da esperança nas promessas de Cristo. 

EVANGELHOO Reino de Deus pode ser comparado a uma planta que cresce pelo poder de Deus. Semeamos a semente e Deus cuida do resto.
Do mesmo modo, nós, os semeadores da palavra, semeamos a semente recebida de Jesus Cristo, e Deus Pai cuida de fazer multiplicar essa mesma palavra entre os homens e as mulheres.Por vezes podemos ficar desanimados, dom receio e sem coragem de anunciar a palavra em certos lugares. Podemos achar que de nada vai adiantar. Porém, como disse Jesus, fazemos a nossa parte e Deus faz a sua. É Ele que vai cuidar do crescimento da planta. É Deus que faz com que a semente germine, faz com que a palavra dê frutos nas mentes daqueles e daquelas que a ouvem. Basta que façamos a nossa parte de forma consciente. Basta que primeiro vivamos, praticamos, para depois semear.Aqueles e aquelas que nos ouvem, sentem, percebem, se estamos falando da boca para fora, ou SE O QUE FALAMOS NOS VEM DE DENTRO DA ALMA!E, acredite. É exatamente isso que faz funcionar! É exatamente a nossa vivência a qual é percebida pelos demais que nos assistem, que faz com que eles assimilem a palavra de boa vontade, E ISSO LHES FAZ CRESCER NA FÉ.É assim que a semente é germinada, é assim que a semente da palavra vai crescer dentro daqueles que a escutam! E isso é semelhante ao grão de mostarda que embora sendo pequeno, resultará em uma planta grande, como disse Jesus, nosso Mestre!Por outro lado, se falamos bonito mas apenas falamos com os lábios, a assembleia não vê a hora daquele discurso enfadonho terminar. É realmente muito cansativo, ouvir palavras, apenas palavras, jogadas ao vento, sem nenhum sinal de vivência do que se está dizendo. Sem nenhum recolhimento, sem nenhuma expressão de verdadeira fé, sem nenhum ponto de apoio para a nossa decepção a respeito do caos, da desilusão representada por este mundo em que estamos vivendo. Um mundo sem Deus!...

 

 
  José Salviano.  

HALLOWEEN - A VOLTA AO PAGANISMO

O halloween tem uma origem pagã. Esta celebração se atribui a um povo que habitava nas Inglaterra: os celtas. Esta festa tinha como objetivo principal celebrar os mortos. Acreditavam que na noite do dia 31 de outubro, o deus da morte permitia aos mortos voltar a terra para criar um ambiente de terror. A invasão dos romanos (46 a.C) às ilhas britânicas deu como resultado a mistura dos costumes da cultura celta com os usos e costumes da Europa. Esta influência foi diminuindo com a pregação do evangelho, e desapareceu totalmente no final do II século do cristianismo.

Esta comemoração voltou aos poucos como uma festa para as crianças usarem fantasias de bruxas ou outros personagens maus. Para ganhar simpatia juntou-se o costume de distribuir doces. Pôr trás de algo aparentemente inofensivo existe toda uma trama para voltar a crenças pagãs.
Muitos grupos satanistas e ocultistas usam o dia 31 de outubro como a sua data mais importante. Chamam a este dia de “ Festival da morte”, e é reconhecido pôr todos os satanistas, ocultistas e adoradores do diabo como véspera do ano novo da bruxaria.
Anton LaVey, autor da “ Bíblia satânica ” e sumo sacerdote da igreja de satanás, diz que o dia mais importante para os seguidores o maligno é o halloween. LaVey diz que nesta noite os poderes satânicos ocultos e de bruxaria estão no seu nível de potência mais alto, e qualquer bruxo ou ocultista encontrará mais êxito no dia 31de outubro, porque satanás e seus poderes estão em seu ponto mais alto nesta noite. Estes seguidores do príncipe da mentira asseguram que durante a noite do halloween, os anjos decaídos, assim como toda a classe de espíritos malignos percorrem o mundo inteiro.
Também é um fato registrado e documentado que na noite do dia 31 de outubro na Irlanda, Estados Unidos e outros países se realizam missas negras, cultos espíritas e outras reuniões relacionadas com o mal e o ocultismo.
Estas poucas informações servem para mostrar o lado negativo do halloween. A mensagem de amor, paz, caridade e esperança de Jesus Cristo é completamente contrária às imagens sangrentas, que retratam bruxas, mortos saindo de túmulos, vampiros e outros monstros. Halloween é na verdade uma celebração da maldade.
“ Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” 2Tm 4,3-4
 
Fonte:encontrocomcristo.com.br

O QUE É A FESTA DE HALLOWEEN?


baixaki-tim-trauer-halloween-2005-2800O Halloween é uma festa comum nos EUA e Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro, de origem pagã. A comemoração veio dos antigos Celtas, um povo que habitava a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, Irlanda) a mais de 2000 anos atrás, vindos da Ásia. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo um antigo ritual de sua religião druida, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, no último dia do ano, que para eles era o dia 31 de outubro e queriam, entre outras coisas, se alimentar e assustar as pessoas. Acreditavam também no aparecimento das bruxas, mulheres que tinham vida sexual com demônios e que faziam muito mal às pessoas, ao gado, às plantações, etc.
Com isso, os Celtas costumavam se vestir com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos e as bruxas. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas especialmente com o trabalho de São Patrício no século IV e São Columbano no século VI. Com isso, a Igreja Católica transformou este ritual pagão, em uma festa religiosa. Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado, deveria honrar os santos, daí veio o “All Hallows Day”: o “Dia de Todos os Santos”. Mas, a tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era chamada de “All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.

Prof Felipe Aquino

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - SOMOS HOMENS E MULHERES ENCURVADOS

 Resultado de imagem para JESUS CURA MULHER ENCURVADA
Primeira Leitura (Rm 8,12-17)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
12Irmãos, temos uma dívida, mas não para com a carne, para vivermos segundo a carne. 13Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis, mas se, pelo espírito, matardes o procedimento carnal, então vivereis. 14Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá — ó Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros — herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo —; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele.
- Palavra do Senhor.

Responsório (Sl 67)
— Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
— Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
— Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Mas os justos se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
— Dos órfãos ele é pai, das viúvas, protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
— Bendito seja Deus, bendito seja cada dia, o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador; o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!
 Resultado de imagem para Lc 13,10-17
Evangelho (Lc 13,10-17)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus.
14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.
15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.
— Palavra da Salvação.

Jesus libertou uma mulher que estava encurvada há dezoito anos, isto é, um tempo determinado da sua vida. Para nós, isso poderá significar o tempo em que passamos entregues às nossas próprias sugestões, vivendo conforme a vontade da nossa humanidade, entregues ao espírito do mundo, que nos encurva e nos submete às suas mazelas e misérias. Consequentemente, nos tornamos pessoas infelizes, doentes, incapazes de caminhar livremente, com o olhar voltado somente para baixo, para nós mesmos (as), para nossos interesses. Enquanto não formos curados (as) por Jesus o espírito do mal nos escravizará. O tempo em que vivemos assim, não conta para Deus se nos deixarmos tocar pela força operadora de Jesus que deseja nos salvar mesmo que seja um "dia de sábado". Dia de sábado, hoje, poderá ser aquele momento em que todos acham inconveniente se falar de Deus, mesmo que haja muitas pessoas que precisam ouvir o que o Senhor tem a lhes falar.  Ou então, aquela ocasião em que entendemos não ter nada a ver se tocar nas coisas do espírito, quando estamos tratando dos negócios, de trabalho, de estudos, enfim, de coisas "importantes" para o desenvolvimento social. Às vezes, em um aniversário ou em uma festa onde todos se divertem, há alguém precisando conhecer Jesus, ser tocado por Ele e nós respeitamos as "conveniências" e nos omitimos. Para nós também Jesus diz: "Hipócritas!" Sim, somos hipócritas porque não temos coragem de anunciar Jesus por onde andamos, temos respeito humano e não queremos nos expor, por orgulho. Somos homens e mulheres encurvados (as) que precisamos de salvação, cura e libertação. Portanto, peçamos a Deus a graça de sermos curados (as) para amar e servir a Deus em qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer lugar, mesmo que seja dia de sábado. - Você escolhe hora e lugar adequados para falar de Jesus? - Você se envergonha de falar das coisas de Deus nos ambientes do mundo? - Você também se sente um homem ou uma mulher encurvada que precisa ser tocada por Jesus? -  O que lhe tem feito sentir-se encurvado (a)? A falta de perdão? O desamor? Reflita!
 
 
 
 
 
Helena Serpa


"REFORMA" NÃO, REVOLUÇÃO.

Já se passaram 500 anos desde a revolução de Lutero. Não é mais tempo de polêmica, mas de entendimento e reconciliação. Mas nunca à custa da verdade e do que realmente nos revela a história.

Resultado de imagem para “Reforma” não, revolução

Há uma grande confusão hoje em dia no que diz respeito à figura de Lutero, e convém deixar claro que, do ponto de vista da teologia dogmática e da doutrina da Igreja, ele foi responsável, não por uma reforma, mas por uma revolução, isto é, uma mudança total dos fundamentos da fé católica. Tampouco seria realista afirmar que sua intenção tenha sido apenas a de lutar contras alguns abusos no uso das indulgências ou contra os pecados da Igreja da Renascença. Abusos e pecados, sempre os houve dentro da Igreja, não só durante o Renascimento, mas ainda nos dias de hoje. Constituímos a Santa Igreja em virtude da graça de Deus e dos sacramentos, mas todos os homens pertencentes a ela são pecadores, todos precisam de perdão, de arrependimento, de penitência.
Esta distinção é muito importante. Em seu livro de 1520, De Captivitate Babylonica Ecclesiæ, aparece com absoluta clareza que Lutero renunciou a todos os princípios da fé católica, da Sagrada Escritura, da Tradição apostólica, do magistério do Papa e dos Concílios, do episcopado. Nesse sentido, Lutero destruiu o conceito de desenvolvimento homogêneo da doutrina cristã, tal como explicado na Idade Média, e chegou a negar os sacramentos como sinais eficazes da graça neles contida, substituindo essa eficácia objetiva por uma fé subjetiva. Lutero aboliu cinco sacramentos e, além disso, negou a Eucaristia: o seu caráter sacrificial e a conversão real da substância do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus Cristo. E não só isso. Afirmou que o sacramento da ordem, tanto episcopal quanto presbiteral, é uma invenção do Papa — para ele, o Anticristo —, e não parte da Igreja de Jesus Cristo. Nós, porém, cremos que a hierarquia sacramental, em comunhão com o sucessor de Pedro, é um elemento essencial da Igreja Católica, e não apenas o princípio de uma organização humana.
É por isso que não podemos aceitar que a reforma de Lutero seja entendida como uma reforma da Igreja, em sentido católico. Só é católica a reforma que significa uma renovação na graça e nos costumes da fé de sempre, uma renovação espiritual e moral dos cristãos, e não uma “refundação”, uma “nova” Igreja.
É, portanto, inaceitável afirmar que a reforma de Lutero tenha sido “um evento do Espírito Santo”. Ao contrário, foi algo contra ele, pois o Espírito Santo auxilia a Igreja a preservar sua continuidade por meio do Magistério eclesiástico, sobretudo pelo serviço do ministério petrino. Foi apenas sobre Pedro que Jesus fundou sua Igreja (cf. Mt 16, 18), a qual é “a Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3, 15). O Espírito Santo não se contradiz a si mesmo.
São muitas as vozes que se levantam, entusiasmadas, para falar de Lutero, mas desconhecendo qual foi exatamente a sua teologia, a sua polêmica e as drásticas consequências de um movimento que representou a destruição da unidade de milhões de cristãos com relação à Igreja Católica. Podemos avaliar de modo positivo a sua boa vontade, sua explicação lúcida dos mistérios da fé comum, mas não suas investidas contra a fé católica, sobretudo no que se refere aos sacramentos e à estrutura hierárquico-apostólica da Igreja.
Também não é correto afirmar que Lutero teve inicialmente boas intenções, como se o responsável por seu desvio tenha sido a postura rígida da Igreja. Isso não é verdade. Com efeito, Lutero pretendia combater, sim, o comércio de indulgências, devido, não às indulgências em si mesmas, mas enquanto elemento do sacramento da Penitência.
Tampouco é verdade que a Igreja se tenha recusado a dialogar. Depois de sua disputa com John Eck, Lutero teve a chance de falar ao Cardeal Caetano, enviado pelo Papa a título de legado. Podem-se discutir modos e procedimento; mas, quando se trata da substância mesma da doutrina, é preciso reconhecer que a autoridade da Igreja não cometeu erro algum. Do contrário, dever-se-ia sustentar que a Igreja pôde ter ensinado erros quanto à fé ao longo de dois mil anos, quando sabemos — e este é um elemento essencial da doutrina — que a Igreja não pode errar na transmissão da salvação mediante os sacramentos.
O Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Não se devem confundir erros pessoais, os pecados dos membros da Igreja, com erros na doutrina e nos sacramentos. Quem assim pensa, crê que a Igreja é somente uma organização feita de homens e nega o princípio segundo o qual Jesus mesmo fundou a sua Igreja e a protege na transmissão da fé e da graça sacramental através do Espírito Santo. A Igreja não é uma organização meramente humana; é o próprio Corpo de Cristo, onde existe a infalibilidade conciliar e papal de um modo precisamente definido. Todos os Concílios se referem à infalibilidade do Magistério quanto à definição da fé católica. Em meio à confusão atual, há muitos que pretendem solapar a realidade: dizem que o Papa é infalível quando fala em privado, ao mesmo tempo em que dizem ser falíveis os Papas que propuseram publicamente a fé católica ao longo da história.
Sim, já se passaram 500 anos. Não é mais tempo de polêmica, mas de entendimento e reconciliação. Mas não à custa da verdade. Não se deve agravar a confusão. Ora, se devemos, por um lado, reconhecer a eficácia do Espírito Santo nos cristãos não-católicos de boa vontade, que não cometeram pessoalmente esse pecado de ruptura com a Igreja, não podemos, por outro, alterar a história do que se passou há 500 anos. Uma coisa é o desejo de manter boas relações com os cristãos não-católicos de hoje, a fim de os aproximar da plena comunhão com a hierarquia católica e com a aceitação da Tradição apostólica segundo a doutrina da Igreja; outra coisa é a incompreensão ou a falsificação do que ocorreu 500 anos atrás e do impacto desastroso que se lhe seguiu. Impacto, aliás, contrário à vontade de Deus: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21).


Cardeal Gerhard L. Müller,  La Nuova Bussola QuotidianaTradução:  Equipe Christo Nihil Praeponere29 de Outubro de 2017

domingo, 29 de outubro de 2017

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM - A HARMONA DE DOIS AMORES INSEPARÁVEIS


Resultado de imagem para JESUS E FARISEUS


A Palavra de Deus deste domingo nos convida ao desafio da demonstração da nossa fé através do Amor a Deus e ao próximo (evangelho). A primeira leitura tirada do livro do Êxodo nos sugere o cuidado com os mais fracos da comunidade. Deus é aliado deles e quando abraçamos a luta para defendê-los e promovê-los realizamos a vontade de Deus que é misericordioso (1ª leitura). Esse dinamismo de sensibilidade e solidariedade sempre acontece quando a Palavra de Deus é acolhida e seriamente assimilada pela comunidade (2ª leitura).

1ª leitura: Ex. 22,20-26

Cuidar dos mais fracos

Temos aqui um exemplo de precisas indicações de como concretizar o amor a Deus. O texto que temos aqui (Ex. 22,20-26) é a continuação da exposição do decálogo, os dez Mandamentos da lei de Deus que conhecemos. Na verdade, por respeito às origens, o decálogo não recebe o nome de “lei”, mas de “palavras”. Os mandamentos, muito mais que uma direta comunicação de um recado de Deus para a humanidade, é uma resposta dela ao Amor de Deus. Mas como vivenciá-la na prática? Nesta primeira leitura temos um exemplo. Amar a Deus quer dizer dar atenção, ou melhor, cuidar dos mais frágeis. O próximo é aquele que mais precisa de ajuda para poder viver com dignidade. Logo após o texto do Decálogo do livro do Êxodo (Ex. 20,1-21), segue o texto do Código da Aliança que aparece como uma espécie de tradução concreta do amor a Deus em diversas dimensões: social, religiosa, ecológica, econômica... O amor a Deus não deve se resumir em puro sentimento, mas num compromisso de qualidade de relação conosco e com os outros. O presente texto da leitura de hoje ressalta quatro categorias de pessoas profundamente necessitadas daquele contexto bíblico: o estrangeiro, a viúva, o órfão e o pobre. Todos eles, na condição em que viviam, passavam por uma situação de grande vulnerabilidade; eram indefesos e viviam à mercê dos mais variados tipos de violência. Os estrangeiros eram todos aqueles que, perseguidos por motivos vários, sobretudo de guerra, eram expulsos do aconchego da própria cultura e se refugiavam em outros povos pedindo abrigo e proteção, passando por uma experiência de grande sofrimento: sem famílias, sem referência cultural, sem o conhecimento da língua, sem amizade. Explorá-los nessa situação era crueldade (hoje seria um crime considerado “hediondo”!), muitos eram escravizados e viviam humilhados. A viúva e o órfão, mãe e filho, numa sociedade patriarcal, estavam totalmente desprotegidos, sem amparo e sem força nem meios para sua sustentabilidade econômica. O pobre, enquanto pessoa desprovida dos meios necessários para sua digna subsistência, também participava da mesma condição. Mais que pobres, eram empobrecidos! O texto não faz menção ao apelo à dignidade pessoal de cada um. Isso será fruto de uma consciência de dignidade humana que a humanidade vai adquirir ao longo dos séculos. Mas quem ama logo descobre o que falta ao bem-estar do outro. A motivação básica que aparece para o cuidado deles, é o Amor a Deus (causa teológica): Deus aparece como aliado dos pobres: “se os maltratardes, gritarão por mim e eu ouvirei o seu clamor”, “ser clamar por mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso” (Ex. 22,22.26b).

Nossa vida

Temos nesse texto de modo muito claro algumas mensagens bem concretas: a) A nossa Aliança com Deus (fé, batismo), não pode ser inconsequente. Imediatamente após a colocação do texto dos dez mandamentos segue uma série de prescrições bem concretas em vista de favorecer ao povo a tradução em miúdos da fé em Deus. Deus se manifesta na pessoa dos mais pobres. O fundamento do cuidado especial para com os pobres e desvalidos está na mesma origem de igualdade: fomos criados à imagem e semelhança de Deus, por essa razão somos todos merecedores de toda atenção e respeito. A pobreza não é uma condição natural, mas sociocultural, sociopolítica, socioeconômica... A desigualdade social violenta é um subproduto do egoísmo humano. b) O “grito desses pobres”, fragilizados, constitui uma espécie de ameaça aos promotores das suas injustiças: se gritam a Deus os escutará e dará uma resposta em defesa deles. Deus é o Advogado dos pobres e desprezados deste mundo. Os pobres e excluídos de hoje, quando organizados, também são capazes de amedrontar os poderosos. Por isso os dominadores usam de estratégias para amordaçá-los de diversas formas: com a educação maquiada, com presentes, com promessas, ou mesmo através da promoção do “pão e circo” (comida e espetáculos gratuitos). Infelizmente essa ainda é uma estratégia de dominação muito usada por governos em nossos dias; sobretudo de perfil populista. c) Há uma profunda relação entre fé e cidadania... O amor a Deus que não se materializa em compromissos com a melhoria da qualidade de vida e partilha de bens, é vazio. Assim diz o Evangelista João: “Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos com palavras, nem com a língua, mas com obras e de verdade” (1Jo 3, 17-18). “Se alguém diz: "Eu amo a Deus", e, no entanto, odeia o seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).

Salmo 18

Este salmo é um hino de agradecimento a Deus que protege os perseguidos e preserva a autoridade dos seus servos. Este salmo foi composto por Davi quando Javé o libertou de todos os seus inimigos e da mão de Saul (cf. Sl 18,1.31-36). Deus é visto como força, rochedo, fortaleza, libertador, refúgio, escudo, baluarte (cf.Sl 18,2). Por isso Louvado seja! Deus está próximo daquele injustamente perseguido, restaura-lhe seu vigor e mantém autoridade (cf. Sl 18,7-24). Deus é fiel com o fiel, íntegro com os íntegros, puro com os puros (cf. Sl 18,26-27). Deus é força que move os pobres na resistente luta por vida mais digna.

2ª leitura: 1Ts. 1,5a-10

Uma comunidade que cresce na fé e no amor

A comunidade de Tessalônica era fervorosa e teve um grande progresso na fé a ponto de se tornar um modelo para outras comunidades: “a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte” (1Ts. 1,8), “assim vos tornastes modelo para todos os fieis da Macedônia e da Acaia” (1Ts. 1,7). Paulo enumera três causas desse sucesso: a) Esses cristãos assimilaram e vivenciavam a mensagem que lhes fora semeada, tornando-se, desse modo imitadores de Cristo (cf. 1Ts 1,6);  b) Foram dóceis aos ensinamentos de Paulo e seguiram seu exemplo, imitando suas ações (cf. 1Ts. 1,6); c) Acolheram a Palavra com alegria apesar das tribulações.

Dessa forma, tinham um comportamento exemplar, cultivavam um dinamismo missionário propagando a Palavra de Deus, tinham boa qualidade de relacionamento com os outros e abandonaram a idolatria (os falsos deuses) confirmando assim, sua  mudança de vida e perseverança no bem.

Nossa vida

Esse relato de Paulo que manifesta a alegria pelo progresso dessa comunidade, nos lança um convite para refletirmos sobre a parábola do Semeador. A semente que caiu no bom terreno germinou, brotou, cresceu e deu frutos a base de cem, sessenta e trinta frutos por um (cf. Mt. 13,1-9). Mas se pensarmos em nível pessoal, perguntemo-nos como está o nosso ritmo de crescimento na fé, no humanismo, da esperança, da sensibilidade para com os mais necessitados. O texto nos convida a não sermos estéreis, incapazes de transformar em vida as boas mensagens que recebemos. A acolhida da Palavra de Deus está na base desse processo de conversão, crescimento espiritual e produção de bons frutos; quando é acolhida com alegria e assimilada, a Palavra de Deus transforma nossa vida pessoal de das nossas comunidades.  A prática do Amor depende do Alimento da Palavra de Deus: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2Tm. 3,16-17).
 Resultado de imagem para JESUS E FARISEUS
Evangelho: Mt. 22,34-40
Aleluia, aleluia, aleluia.
Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
22 34 Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se
35 e um deles, doutor da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova:
36 “Mestre, qual é o maior mandamento da lei?”
37 Respondeu Jesus: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito’.
38 Este é o maior e o primeiro mandamento.
39 E o segundo, semelhante a este, é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’.
40 Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas”.
Palavra da Salvação.

Amar a Deus e o próximo como a si mesmo

Mais uma vez um grupo de fariseus se reúne para por Jesus à prova lançando-lhe uma pergunta: “Mestre qual é o maior dos mandamentos da Lei?” (Mt. 22,36). Para nós hoje, essa pergunta não se apresenta com dificuldade para ser respondida, mas para um judeu fiel e até um rabino do tempo de Jesus a resposta não era tão fácil. Isso porque os dirigentes religiosos judaicos (sacerdote, sumo-sacerdotes e anciãos), não só contemplavam a obediência dos clássicos dez mandamentos, mas deviam estar atentos a um total de 613 exigências preceituais, sejam positivas (“faça!”) ou proibitiva (“não faça”!). Em meio a tantos preceitos, acabaram perdendo o fundamento de tudo. Os líderes do judaísmo haviam multiplicado os mandamentos. Infelizmente para muitos, como se percebe no caso dos fariseus, a razão de ser de cada exigência parecia desaparecida. Na sua resposta, Jesus está denunciando exigências desnecessárias e resgatando a primazia do Amor a Deus, inseparável do amor ao próximo. Essa primazia de Deus (amor) deveria secundarizar centenas de exigências preceituais, sobretudo, aquelas relacionadas à esfera religiosa. A Ele nos empenhamos com as forças num amor que compromete a totalidade da nossa pessoa: com todo coração (consciência), com a alma (paixão, sentimentos...) e com toda a razão (inteligência). Jesus propõe a necessidade de resgate do eixo unificador de tudo, da base fundamental de toda lei e prescrição: o amor em duas direções a Deus e ao próximo inseparavelmente. Tudo é dom de Deus, a Ele nós pertecemos, a Ele nos voltamos por inteiro. Mas essa primazia de Deus não pode ser abstrata, teórica, vazia... Muito mais que sentimento é convicção de dever fazer o bem ao outro. “Como a si mesmo” é o parâmetro que Jesus nos coloca. Nas entre linhas, a idéia de Bem está implícita: ninguém faz mal a si mesmo (em sã consciência!). Amar é bem-quer e o bem fazer ao outro. O amor a Deus e ao próximo constitui o eixo unificador da fé e da esperança cristã. Quando Jesus diz que desses dois mandamentos “dependem a lei e os profetas” significa que esse é o fundamento do conjunto de todas as leis, prescrições religiosas e civis colecionadas Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio), atribuídos a Moisés. Ao centro do Pentateuco está o código da Aliança (Ex. 20,23-23,19), a Lei da Santidade (Lv 17-22) e o Código Deuteronômico (Dt. 12-26). Um conjunto de exigências que tinham como fundamento o Amor a Deus e ao próximo. Vai dizer São Paulo que a prática do Amor constitui a plenitude da Lei (cf. Gl. 5,14). Vale dizer que a lei tem uma função pedagógica de conduzir, orientar, explicitar exigências... (cf. Gl. 5,24-25), mas quando ela perde o seu fundamento (promover a Vida) não serve mais para nada. Em vez de promover e libertar, massacra, humilha, oprime a pessoa. Gera a violência.

Nossa vida

O texto fala por si mesmo com um conjunto de mensagens muito claras... mas sempre vale a pena pontualizar algo mais. Jesus nos convida a refletir sobre a inseparabilidade do amor a Deus e ao próximo: a) É preciso estarmos atentos à hipocrisia religiosa: louvar a Deus, cantar “Amém! Aleluia!  e desprezar os outros, sermos-lhe indiferentes, ou violentos... b) A inseparabilidade desse amor – em duas direções -  nos conduz a dar um fundamento para a filantropia (fazem o bem aos outros). Quando a filantropia (amor ao ser humano) é alicerçada na fé, chama-se Caridade. c) Amor ao próximo depende da compreensão da dignidade humana (valor da pessoa) e da sua auto-estima: como pode alguém cuidar dos outros se não cuida de si mesmo? Como é possível alguém ser delicado com os outros se é violento consigo? Como alguém pode promover os outros se não zela por si mesmo? Como será capaz de amar os outros, se não se ama, se não se aceita, não se quer bem? Como alguém poderá lutar pela libertação dos outros se vive preso em si mesmo... no egoísmo, no vícios, nas manias...?
Antônio de Assis Ribeiro - SDB (padre Bira)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

NÃO HÁ NADA MAIS CANSATIVO DO QUE SER AQUILO QUE VOCÊ NÃO É

É assim que a gente se sente amado na vida: no momento em que a gente pode se mostrar de fato

Resultado de imagem para DUAS CARAS NO GRUPO DE ORAÇAO

É muito bom a gente ser olhado nos olhos por alguém que nos permita ser só aquilo que a gente está conseguindo ser naquela hora. Alguém que nos acolha do jeito que a gente é, ou do jeito que a gente está. Por isso que eu creio que o verdadeiro amor ele não chega na nossa vida, não quando o outro diz que nos ama. O verdadeiro amor chega na nossa vida quando o outro sem dizer uma palavra nos olha nos olhos e nos convence que nos ama.
Sem precisar dizer. Sem precisar usar do recurso da palavra nos olha nos olhos e nos deixa à vontade. Porque as pessoas que verdadeiramente nos amam nos deixam à vontade para sermos aquilo que a gente verdadeiramente é. Não fica exigindo o que a gente não pode, sabe por quê? Ela não ama a expectativa, mas ela ama a realidade. Quem ama a expectativa corre o risco de nunca amar ninguém. Agora quem descobre que o amor – e que a fraternidade, ela – consiste em você acolher aquilo que tem qualidades e defeitos, aí vira realidade.
Eu sou amado, não quando apenas mostro minhas qualidades, me sinto amado no dia que o outro descobre o meu maior defeito, e mesmo assim, me olha, sorri, e me diz: eu te amo mesmo assim.
É por isso que nós na vida podemos nos ajudar, e o amor Cristão passa pelo amor humano o tempo todo, pois há muitas pessoas que precisam disso. Eu, como Padre, peço sempre a Deus a Graça. Por exemplo, hoje nessa praça, deixá-lo entrar em seu coração. E poder dizer para Ele apenas coisas que façam bem a Ele.
[…]
Tem uma coisa muito séria que a gente tem que se fazer: como é que eu deixei a sua vida no momento que eu passei por ela? Como é que você deixou a vida daquele outro no momento em que você passou pela vida dele?
Você deixou alguma coisa que vale a pena ou você deixou marcas de destruição? É por isso que a gente tem que ser na medida certa. Que a gente tenha essa responsabilidade.
Olha, se for para eu entrar na sua vida, eu só quero lhe fazer o bem, porque de gente que só faz o mal você já está cheio, eu acredito. Por isso quando for arrumar um namorado, ou quando for arrumar namorada – que eu sei que tá doido pra fazer isso, né = antes de permitir que ele entre na sua vida tire a sua maquiagem pra ele ver bem quem você é. Para ele não há mar uma ilusão, mas para ele armar uma mulher de verdade.
É assim que a gente se sente amado na vida. No momento que a gente pode se mostrar de fato. No momento que a gente pode se mostrar de verdade. Eu sou só isso! E aí o outro olha pra você e diz: eu não consigo ser nem a metade do que eu sou longe de você. E aí a gente começa a se fazer bem, e não é só namoro. Não! Relacionamento de amizade, se for para eu ser seu amigo eu só quero ser se for para tornar melhor o que você é.
Se não eu não faço a menor diferença. Eu quero entrar na sua vida se for para me ajudar a ser melhor do que você é. Se não eu posso ficar de fora dessa história, e ficar absolutamente dispensável. Agora se eu puder trazer um dedinho de diferença na sua história, eu gostaria, se você me permitir.
É isso que faz a diferença, gente que nos dá uma segunda oportunidade. Porque a gente ser amado no momento que a gente merece ser amado é fácil, quando a gente faz tudo certinho, o outro nos olha nos olhos e sorri. Mas quando a gente faz tudo errado? Aí que você descobre se o outro te ama ou não.
Porque na vida nós só temos o direito de dizer eu amo você depois de termos dito infinitas vezes eu perdoo você.
Se não tem perdão nunca existiu o amor. Por isso que esses namorinhos que acabam na primeira vez que você pisou na bola nunca teve amor. Se não é capaz de perdoar o seu erro, se não é capaz de olhar nos seus olhos e recomeçar, nunca te amou. Porque a vida ser humano é assim: cheia de defeitos, cheia de falhas. Ninguém é perfeito. E amar consiste em encontrar essas imperfeições e descobrir que nós somos o casal perfeito de tão imperfeitos que nós somos.
Quando juntos nós juntamos as nossas forças, as nossas imperfeições, eu te dou as minhas qualidades você me dá as suas e assim a gente vai costurando os defeitos juntos e a gente vai se tornando o melhor.
Sozinho eu não consigo ser nem a metade do que eu sou quando estou do seu lado.
por que você me ajuda a esquecer dos deveres que eu tenho. Agora tem outros que você precisa dizer olha: quando você está do meu lado eu fico muito pior, porque você me lembra todos os defeitos que nem toda hora. O que me fascina em Jesus é isso, Ele olha nos nossos olhos só vê o que temos de bom. Jesus nos olha nos olhos e diz: se quiser pode ser diferente.
Porque quem ama de verdade nunca apontou passado aponta sempre o futuro. Se há tantos que ficam sentadas dizendo: o que você fez, olha o que você deixou de fazer. Há muitos que nos dizem: não precisa olhar o que você fez nem precisa olhar o que você deixou de fazer, olha apenas aquilo que ainda pode ser feito. É isso que faz a diferença na nossa vida.




Proseando Poesia |

LITURGIA DIÁRIA - HIPÓCRITA!

Resultado de imagem para jesus E FARISEUS
1a Leitura - Romanos 7,18-25
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.
7 18 Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.
19 Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. 20 Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. 21 Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. 22 Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. 23 Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. 24 Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?... 25 Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!
Palavra do Senhor.

Salmo - 118/119
Ensinai-me a fazer vossa vontade!

Dai-me bom senso, retidão, sabedoria,
pois tenho fé nos vossos santos mandamentos!

Porque sois bom e realizais somente o bem,
ensinai-me a fazer vossa vontade!

Vosso amor seja m consolo para mim,
conforme a vosso servo prometestes.

Venha a mim o vosso amor e viverei,
porque tenho em vossa lei o meu prazer!

Eu jamais esquecerei vossos preceitos,
por meio deles conservais a minha vida.

Vinde salvar-me, ó Senhor, eu vos pertenço!
Porque sempre procurei vossa vontade.
Imagem relacionada

Evangelho - Lucas 12,54-59
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 54 Jesus ainda dizia ao povo: “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Aí vem chuva’. E assim sucede.
55 Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: ‘Haverá calor’. E assim acontece. 56 Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente? 57 Por que também não julgais por vós mesmos o que é justo? 58 Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. 59 Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo”.
Palavra da Salvação.

 Jesus não tinha medo de dizer na cara dos líderes judaicos que eles eram HIPÓCRITAS. E por que eles eram assim? Acontece que para eles, religião e política não se diferenciavam. Era tudo uma coisa só. Ao longo dos tempos, o povo hebreu foi modificando os mandamentos que lhes fora dado por Moisés, chegando ao ponto de misturar seus interesses com a religiosidade. Eles confundiam as duas coisas, de modo que a religião resultou desfigurada, com muitos preceitos, porém sem caridade. Pelo contrário, exploravam os pobres em seus benefícios e o pior, faziam isso em nome de Deus.Os mesmos líderes religiosos, eram os donos do poder.
Imagine uma coisa dessa nos dias de hoje! Dê uma olhadinha lá em cima, como agem aqueles que detêm o poder! O que fazem? Caso você esteja alienado, ou seja, alheio ao que se passa, é só assistir os noticiários.HIPÓCRITA é todo aquele e aquela que vivem uma coisa e acredita em outra. São aqueles que falam bonito e fazem exatamente o contrário.
A hipocrisia é uma mentira! É viver uma mentira deslavada, que muitas vezes está sendo notada por muitos ou por quase todos.  É tentar tampar o Sol com uma peneira. É querer enganar os demais com discursos bonitos e palavras decoradas, argumentos deslizantes, inconsistentes, mentirosos, etc.O hipócrita tenta parecer verdadeiro, porém, não passa de um grande mentiroso, falso, que só defende os seus próprios interesses, e leva uma vida egoísta, sendo ALHEIO, INDIFERENTE AOS PLANOS DE DEUS.Jesus nos diz hoje que devemos interpretar os tempos presentes. Não podemos fazer uma catequese mostrando somente os tempos passados, mesmo que sejam dos tempos de Jesus, e ignorar o que acontece hoje aqui na nossa sociedade, no nosso país. Precisamos pisar no chão. Precisamos estar ligados nos acontecimentos de hoje, como o fez o Mestre. Seus ensinamentos foram todos baseados na realidade daquele povo sofrido. E podemos ver claramente isso através das suas parábolas.
O semeador saiu a semear.  O bom pastor. O bom samaritano, todas elas foras reflexões tiradas do dia a dia daquele povo.
Então, meus irmãos, por que nós, catequistas de hoje ficamos ignorando o nosso dia a dia?  Jesus não fez isso!  E aí? Somos seus seguidores ou o que?Antigamente se dizia que o catequista deveria ter o jornal numa das mãos e a Bíblia na outra mão.  Hoje, como ler jornal é uma realidade quase extinta, poderíamos dizer que o catequista é aquele que se prepara estando de olho nos noticiários da T.V. usando o computador, e tudo o mais, que lhe forneça informação do mundo em seu redor, e, é claro, a Bíblia, que não sai do seu lado, da sua mente.O catequista, além de buscar a sua própria salvação, busca a salvação dos irmãos e irmãs. É aquele que assimila, e pratica a palavra, e as notícias, a luz do espírito de Deus, e em seguida procura levar esta experiência de vida e de Deus, para a irmã, para o irmão.Você é uma, um desses, então parabéns! Este é o caminho certo.  







José Salviano   

 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - JESUS NÃO VEIO TRAZER A PAZ?

 Resultado de imagem para Lucas 12,49-53
1a Leitura - Romanos 6,19-23
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.
6 19 Vou-me servir de linguagem corrente entre os homens, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois, como pusestes os vossos membros a serviço da impureza e do mal para cometer a iniqüidade, assim ponde agora os vossos membros a serviço da justiça para chegar à santidade.
20 Quando éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da justiça. 21 Que frutos produzíeis então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a morte. 22 Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna. 23 Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo - 1
É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Imagem relacionada
Evangelho - Lucas 12,49-53
Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele! (Fl 3,8s)
 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 49 disse Jesus: “Eu vim lançar fogo à terra, e que tenho eu a desejar se ele já está aceso? 50 Mas devo ser batizado num batismo; e quanto anseio até que ele se cumpra! 51 Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação. 52 Pois de ora em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três; 53 estarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra”.
Palavra da Salvação.




A primeira vista, a afirmação de Jesus pode nos parecer um absurdo. Alguém poderia dizer: Como pode o Filho de Deus dizer que não veio ao mundo para nos trazer a paz? Não foi Ele quem disse aos apóstolos: “Eu vos dou a minha paz, eu vos deixo a minha paz”? Como pode Jesus ter vindo ao mundo para provocar atritos e  confusão entre nós? Ele que nos desejou a paz,   como poderia ter dito uma coisa dessa?Porém, pensando bem, Ele falou o certo. Pois a sua verdade, nos coloca em choque uns com os outros. A justiça que saiu da boca do Filho de Deus, coloca em confronto os justos contra os injustos. A própria fé, nos divide. Na nossa família há pessoas que acreditam e pessoas que não acreditam. Então, falar de Deus, de Jesus, explicar o Evangelho, viver segundo o Evangelho, pode causar desentendimentos graves entres os membros de uma mesma família.O que não dizer lá na empresa? Na academia, na sociedade?Se algum governante defender os direitos dos pobres, dos trabalhadores, como o fez Jesus, terá de enfrentar o ódio e as pressões dos ricos, e são eles que pagam mais impostos. Por isso, esse governo “populista”, como são ironicamente chamados, com certeza será deposto pelos poderosos, descrentes, e portanto, injustos. A Jesus dividiu os homens segundo suas escalas de valores. De um lado encontramos os que são dele e, de outro, os que são do mundo. E esta divisão é causadora de conflitos, muitos deles foram conflitos sangrentos, conflitos armados, como por exemplo, podemos citar as cruzadas, os conflitos na própria Palestina, e por outros cantos do mundo.São conflitos gerados pela diferença de valores, pelos que têm fé e pelos que não têm. Pelos justos que denunciam as injustiças, e pelos injustos que praticam todo tipo de crueldade contra os pobres. Aqueles como nós que abraçamos a fé em Deus, temos a consciência de que nunca vamos agradar a todos. De que nunca seremos aplaudidos por todos, mais sim, que poderemos até ser odiados por muitos, apedrejados, ou coisa desse tipo. Como cristãos, devemos enfrentar o conflito com o mundo, mas não com as mesmas armas do mundo, uma vez que estas levam à morte. Devemos enfrentar o mundo com a fé, com muita oração, com a espiritualidade, a entrega, a partilha, a doação, a fraternidade, o testemunho, o profetismo, que são valores do Reino e levam à vida. (CNBB) Não tenha medo de dar testemunho de sua fé. Quando for preciso dizer a verdade de Cristo a uma pessoa, mesmo irmã ou irmão, filhos, ou até mesmo seus pais.É preciso que tenhamos coragem não podemos deixar os nossos entes queridos seguirem o caminho que leva ao inferno! Precisamos fazer alguma coisa, pelo menos mostrar a eles o seu grande erro!   




José Salviano.