sábado, 29 de fevereiro de 2020

Liturgia Diaria - O grande segredo.

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1a Leitura - Isaías 58,9-14
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor: 58 9 "Se expulsares de tua casa toda a opressão, os gestos malévolos e as más conversações;
10 se deres do teu pão ao faminto, se alimentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite resplandecerá como o dia pleno. 11 O Senhor te guiará constantemente, alimentar-te-á no árido deserto, renovará teu vigor. Serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis. 12 Reerguerás as ruínas antigas, reedificarás sobre os alicerces seculares; chamar-te-ão o reparador de brechas, o restaurador das moradias em ruínas. 13 Se te abstiveres de calcar aos pés o sábado, de cuidar de teus negócios no dia que me é consagrado, se achares o sábado um dia maravilhoso, se achares respeitável o dia consagrado ao Senhor, se tu o venerares não seguindo os teus caminhos, não te entregando às tuas ocupações e às conversações, 14 então encontrarás tua felicidade no Senhor: eu te farei galgar as alturas da terra, e gozar a herança de Jacó, teu pai". Porque a boca do Senhor falou.
Palavra do Senhor.

Salmo - 85/86
Ensinai-me os vossos caminhos e, na vossa verdade, andarei.

Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido,
escutai, pois sou pobre e infeliz!
Protegei-me, que sou vosso amigo,
e salvai vosso servo, meu Deus,
que espera e confia em vós!

Piedade de mim, ó Senhor,
porque clamo por vós todo o dia!
Animai e alegrai vosso servo,
pois a vós eu elevo a minha alma.

Ó Senhor, vós sois bom e clemente,
sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece,
o lamento da minha oração!

Evangelho - Lucas 5,27-32
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 5 27 Jesus viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e disse-lhe: "Segue-me".
28 Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu. 29 Levi deu-lhe um grande banquete em sua casa; vários desses fiscais e outras pessoas estavam sentados à mesa com eles. 30 Os fariseus e os seus escribas puseram-se a criticar e a perguntar aos discípulos: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e pessoas de má vida?" 31 Respondeu-lhes Jesus: "Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. 32 Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores".
Palavra da Salvação.

Reflexão

A maior condição para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus é justamente a de nos sentirmos pecadores e necessitados de perdão. Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o grande amor do Pai por cada um de nós e nos fazer participar do reino dos céus cuja porta é a Sua Misericórdia. E a cada um a quem Jesus diz, “segue-me” Ele dá oportunidade de conversão e de vida nova. Os fariseus, no entanto, não entendiam assim, pois queriam ser justos com suas próprias forças.

O grande segredo de Levi (Mateus), cobrador de impostos, pecador público foi o de reconhecer a sua condição de miséria. Mesmo sendo ele, considerado explorador e ladrão do povo, acolheu o convite de Jesus e O seguiu. Quando nós caminhamos aqui na terra seguindo as concepções do mundo, isto é, de como a maioria das pessoas pensa e age, a Palavra de Deus nos confunde porque fala justamente o avesso do que todos pregam. Ao contrário do que todos nós imaginamos, Jesus vem nos dizer que não veio chamar os justos, mas os pecadores e é a esses que Ele procura. Portanto, precisamos reconhecer a nossa condição de pecador para que Jesus também nos diga: “segue-me” Assim, Ele nos dará oportunidade de conversão e de vida nova. Quanto mais doente estiver uma pessoa maior será a sua cura, por isso Jesus nos diz: “os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes!” A nossa necessidade de conversão é perene e nós nunca podemos nos contentar com o que já progredimos. A cada dia precisamos ouvir o chamado do Senhor, necessitamos recebê-Lo na nossa casa e nos sentar à mesa com Ele para que sejamos curados (as) das nossas mazelas e dores. - Você também reconhece que é doente e necessitado (a) de salvação e de cura?  – Na sua casa há alguém que precisa urgentemente receber a cura do Senhor? - Você já pensou em levar Jesus para sua casa e apresentá-Lo à sua família e aos seus amigos?   

Helena Serpa

Como conquistar a virtude da fortaleza?

Pode-se dizer que há “três forças” com as quais podemos conquistar a virtude da fortaleza. Não só com uma ou duas delas, mas com as três.

1. A força do Ideal
Só pode ter a virtude cristã da fortaleza – ser corajoso para lançar-se, e ser firme para aguentar – aquele que possui um motivo poderoso, um ideal pelo qual valha a pena viver e morrer.
Numa sala da sede central do Opus Dei em Roma, São Josemaria Escrivá mandou colocar, como sanefa junto ao teto, a seguinte frase várias vezes repetida: “Vale a pena, vale a pena…”. Um visitante perguntou-lhe por que estava tão repetida, e ele respondeu:
«Porque mesmo assim há alguns que não se apercebem disso».
Uma vida sem ideal é triste, facilmente se decompõe e afunda na moleza. Nietzsche dizia (e desta vez acertou): «quando se tem algum “porquê”, qualquer “como” se pode suportar». É penoso ver tanta gente sem “porquê”.
Nós, os cristãos, «temos um tesouro de vida e de amor que não pode enganar» (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n.265). O Amor, com maiúscula, esse é o grande ideal do cristão.
Aquele que o conhece, que o assume, e que ganha entusiasmo por ele, renova suas forças, cria asas como de águia, corre e não se afadiga, anda, anda e nunca se cansa (Is 40, 31).
Quem conhece Cristo, quem se enamorou dele e dele fez seu ideal (pois isso é ser cristão), entende por experiência estas palavras do Cântico dos Cânticos: O amor é forte como a morte…, suas chamas são chamas de fogo, labaredas divinas. Águas torrenciais não puderam extinguir o amor (Ct 8, 6-7).
Como diz o Papa Francisco: «Precisamos nos deter em oração para pedir a Jesus que volte a cativar-nos» (Evangelii Gaudium, n. 264).

2. A segurança da fé
«Alguns passam pela vida como por um túnel, e não compreendem o esplendor e a segurança e o calor do sol da fé» (Caminho, 575).
Queremos ver ao vivo esse “esplendor, segurança e calor” da fé? Ouçamos as experiências de São Paulo, exemplo impressionante de fortaleza.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?… Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores pela virtude do que nos amou! (Rm 8, 35.37).
Será que era um otimista por natureza? Não. Ele conhecia bem a sua fraqueza. Na mesma carta aos Romanos, falava dela: Quem me livrará deste corpo de morte? (Rom 7, 4). E também
escreveu aos coríntios, contando-lhes a sua incapacidade de superar uma dificuldade – tudo indica que era uma doença –que o limitava e, às vezes, o prostrava, atrapalhando o seu trabalho. Sentindo-se incapaz de vencer esse mal, dirigiu a Cristo uma oração cheia de humildade e de fé: Por três vezes pedi ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a minha força se revela totalmente” (2 Cor 12, 8-9). Depois disso, São Paulo escrevia: Alegro-me nas minhas fraquezas…, pois, quando me sinto fraco, então é que sou forte (Ibidem,12, 10). E, com o coração cheio de confiança em Deus, desafiava as provações e contrariedades: Tudo posso naquele que me dá força! (Fl 4, 13).
Esta é a grande “fonte” da fortaleza cristã: a confiança total em Deus – porque Tu és, ó Deus, a minha fortaleza (Sl 42 [43],2) –, manifestada na oração cheia de fé e constância, e na luta esforçada por corresponder à ajuda divina. Essa luta é precisamente a terceira força para ganhar fortaleza.

3. A têmpera do sacrifício
A virtude humana da fortaleza – como todas as virtudes morais – consolida-se e cresce com o nosso esforço repetido. Já víamos que o Catecismo frisa que «as virtudes morais são adquiridas humanamente…, por atos deliberados,… com todas as forças sensíveis e espirituais» (nn. 1803, 1804, 1810). Quando lutamos com fé e amor, a graça do Espírito Santo as sobrenaturaliza (cf. Caps. 9 e 10).
A luta por fazer «atos deliberados» da virtude da fortaleza exige necessariamente o sacrifício, a mortificação da moleza e das outras fraquezas.
Mais uma vez, é preciso repetir: «Onde não há mortificação, não há virtude» (Caminho, n. 180).
Se queremos ser fortes, contemos em primeiro lugar com a fortaleza de Deus, e depois descubramos – com generosidade, sem medo – as mortificações concretas de que precisamos para vencer a moleza de caráter e a falta de espírito de sacrifício.
Podem servir de orientação os seguintes pensamentos de Caminho:
– «Acostuma-te a dizer que não» (n. 5). Naturalmente trata- se agora do “não” que dizemos às tentações da facilidade e da covardia.
– «Vontade. – Energia. – Exemplo. – O que é preciso fazer, faz-se… Sem hesitar… Sem contemplações» (n. 11). Ou seja, sem concessões nem desculpas, por mais “razoáveis” que pareçam.
– «As tuas grandes covardias de agora são – é evidente – paralelas às tuas pequenas covardias diárias. “Não pudeste” vencer nas coisas grandes, porque “não quiseste” vencer nas coisas pequenas» (n. 828).
– «Vontade. É uma característica muito importante. Não desprezes as pequenas coisas, porque, através do contínuo exercício de negar e negares-te a ti próprio nessas coisas – que nunca são futilidades nem ninharias –, fortalecerás, virilizarás, com a graça de Deus, a tua vontade, para seres, em primeiro lugar, inteiro senhor de ti mesmo. – E depois, guia, chefe, líder!
– que prendas, que empurres, que arrastes, com o teu exemplo e com a tua palavra e com a tua ciência e com o teu império» (n. 19).

Retirado do livro: “A Conquista das Virtudes”. Padre Francisco Faus. Ed. Cléofas.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Liturgia Diária - Como Jejuar.


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1a Leitura - Isaías 58,1-9
Leitura do livro do profeta Isaías.
58 1Clama em alta voz, sem constrangimento; faze soar a tua voz como a corneta. Denuncia a meu povo suas faltas, e à casa de Jacó seus pecados.
2Sem dúvida eles me procuram dia após dia, desejam conhecer o comportamento que me agrada, como uma nação que houvesse sempre praticado a justiça, sem abandonar a lei de seu Deus. Informam-se junto a mim sobre as exigências da justiça, desejam a presença de Deus.
3De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários.
4Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz.
5O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor?
6Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo.
7É repartir seu alimento com o esfaimado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seu semelhante.
8Então tua luz surgirá como a aurora, e tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se; tua justiça caminhará diante de ti, e a glória do Senhor seguirá na tua retaguarda.
9Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos dirá: Eis-me aqui! Se expulsares de tua casa toda a opressão, os gestos malévolos e as más conversações;
Palavra do Senhor.

Salmo - 50/51
Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!

Evangelho - Mateus 9,14-15
Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará! (Am 5,14)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 14Então os discípulos de João, dirigindo-se a Jesus, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?"
15Jesus respondeu: Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Por que os discípulos de Jesus não jejuavam como o faziam os fariseus? É porque a presença de Jesus com eles era uma festa. E em uma festa ninguém fica sem comer. Ninguém jejua.
Você já imaginou? Em uma festa todo mundo comendo e bebendo, e lá num canto, um indivíduo esquisito, vestido de preto, e com uma barba grande, fazendo oração, e com um copo de água sobre a mesa?
Muito estranho. Não é mesmo? Esse sujeito imaginário estaria fazendo jejum enquanto todos comem e bebem!
A resposta de Jesus aos que perguntaram por que os discípulos não jejuavam, foi pronta e categórica. Como poderia alguém jejuar em um clima de festa?
Jesus explica que na sua presença, nenhum jejum era necessário, pois Ele é o noivo que traz  a alegria da salvação para a humanidade, o clima é de festa, e não de penitência.
Amigos. Onde Jesus estiver não há lugar para tristeza e desolação! Jesus está com você agora? Você comungou o corpo e o sangue de Jesus? Acabou de receber a Eucaristia? Então Jesus está com você. Por isso, não há motivo de tristeza, de cara emburrada, mas mais sim, de rosto alegre, semblante radiante, olhar firme, mesmo diante das adversidades dessa vida. Mesmo na doença, quem está com Jesus, não pode estar triste. Soframos com coragem, e sem essa cara de moribundo. Ora, afinal, mesmo que você já esteja de partida, você está indo para o Paraíso.  É parecido com aquela alegria de quem está de malas prontas para uma viagem a um lugar maravilhoso, nas ilhas do Caribe, ou para uma das lindas praias da Indonésia ou da Nova Zelândia, por exemplo!  
Nas sextas-feiras da quaresma são dias de jejum, penitência e oração, incluindo a via-sacra.
Aproveitemos dessa oportunidade para aumentar a nossa riqueza espiritual, e nossa santidade.
POIS, SE A PRÁTICA DO PECADO NOS AFASTA DA ORAÇÃO, NOS DESESTIMULA A REZAR, PELO CONTRÁRIO, A PRÁTICA DA ORAÇÃO MESMO EM PECADO, NOS DÁ FORÇA PARA NÃO PECAR.
Se for possível, pare o que você está fazendo neste instante, feche os olhos e reze. Reze o Pai Nosso. Pelo menos dirija o seu pensamento ao Pai, e diga alguma coisa, peça, agradeça, mesmo sem parar o que esteja fazendo.
O nosso jejum demonstra a nossa dependência de Deus, demonstra o reconhecimento dos nossos muitos pecados. E também, demonstra a nossa solidariedade com aqueles e aquelas que passam fome. Aqueles que vivem em estado de “jejum” obrigatório por não ter o que comer.
E a culpa desse “jejum” dos nossos irmãos famintos, é toda nossa. Pois o alimento deles é de responsabilidade inteiramente nossa. Não podemos ignorá-los, não podemos deixá-los morrer de fome e de frio!
Sabe porque? Porque seria o mesmo que deixar Jesus caído na nossa porta, com fome, sede e passando frio. Pense nisso, pois será de grande valia para a sua salvação eterna.
Pensando assim, e agindo desse modo, que tal fazer jejum, e aquela comida que sobrou, levá-la para os famintos?
Aí, sim! O seu jejum terá grande valia! E não aquele jejum em que você depois jogou a comida que não comeu no lixo!
Jejum é penitência! Jejum é purificação, principalmente quando pensamos naqueles que vivem em estado de “jejum” obrigatório e constante!
 

José Salviano

Estas são 4 maneiras de lucrar indulgência plenária a cada dia na Quaresma.

Muitas pessoas não sabem que cada dia do Tempo da Quaresma, no qual os católicos nos preparamos para viver a Semana Santa e para celebrar a Páscoa, é uma oportunidade para lucrar uma indulgência plenária.
O Catecismo da Igreja Católica explica que a indulgência “é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”.
As indulgências, que podem ser parciais ou plenárias, podem ser lucradas para si mesmos ou pela alma de um falecido. Não se pode lucrar por outra pessoa viva.
Na Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, Paulo VI disse que “se os fiéis transferem as indulgências a favor dos defuntos, exercem então de maneira excelente a caridade e, elevando seu pensamento para as realidades celestes, tratam as coisas terrestres do modo mais correto”.
Vale a pena ressaltar que se pode lucrar apenas uma indulgência plenária por dia.

A primeira maneira de lucrar uma indulgência plenária é seguir o caminho da Via-Sacra. Nela recordamos e meditamos na Paixão e Morte do nosso Senhor.
Participar da Via-Sacra junto com as três condições para obter a indulgência, pode nos levar a lucrá-la todos os dias.
Para aqueles que não puderem fazê-lo fisicamente, o Manual das Indulgências da Santa Sé afirma que “os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma piedosa leitura e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por algum tempo, por exemplo, um quarto de hora”.
Afirma também que, “conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de quatorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do mistério de cada estação”.
A segunda forma de lucrar uma indulgência plenária é através da oração do Terço. Para lucrar a indulgência, devemos rezá-lo com devoção em uma igreja, oratório, na família, em uma comunidade religiosa ou associação de fiéis e, em geral, “quando vários dos fiéis se reúnem com um propósito honesto”, menciona o manual. Vale lembrar que rezar o terço em família é uma grande bênção e uma bela prática para este tempo litúrgico.
A terceira forma é a Adoração Eucarística por pelo menos meia hora. A adoração de Jesus Cristo, Deus e verdadeiro Homem, é a nossa resposta ao amor que Deus tem por cada um de nós, assim como o reconhecimento de nossas fraquezas diante dele.
A quarta forma é ler ou escutar as Sagradas Escrituras por pelo menos meia hora.
Para lucrar a indulgência plenária é preciso também cumprir com três condições: confissão sacramental dos pecados, receber a Santa Comunhão e oração pelas intenções do Papa. Esta oração, diz o Vaticano, “é deixada para a escolha dos fiéis, mas se sugere um ‘Pai-Nosso’ e uma ‘Ave Maria'”.
O Vaticano também afirma que “as três condições podem ser preenchidas em dias diversos (aproximadamente 20 dias), antes ou após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Soberano Pontífice se façam no mesmo dia em que se faz a obra”.
“Com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice”, acrescenta.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/estas-sao-4-maneiras-de-lucrar-indulgencia-plenaria-a-cada-dia-na-quaresma-12051

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Liturgia Diária - Renuncie a si mesmo.


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1a Leitura - Deuterônomio 30,15-20
Leitura do livro do Deuteronômio.
30 15Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal. 16Mando-te hoje que ames o Senhor, teu Deus, que andes em seus caminhos, observes seus mandamentos, suas leis e seus preceitos, para que vivas e te multipliques, e que o Senhor, teu Deus, te abençoe na terra em que vais entrar para possuí-la.
17Se, porém, o teu coração se afastar, se não obedeceres e se te deixares seduzir para te prostrares diante de outros deuses e adorá-los, 18eu te declaro neste dia: perecereis seguramente e não prolongareis os vossos dias na terra em que ides entrar para possuí-la, ao passar o Jordão.
19Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a I tua posteridade, 20amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele. Porque é esta a tua vida e a longevidade dos teus dias na terra que o Senhor jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó, teus pais.
Palavra do Senhor.

Salmo - 1
É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.

Evangelho - Lucas 9,22-25
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (Mt 4,17).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 22Jesus acrescentou: "É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia".
23Em seguida, dirigiu-se a todos: "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.
24Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á.
25Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?"
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Renunciar a si mesmo é  fazer uma doação  da nossa  inteligência que nos foi dada por Deus, para o serviço do Reino. Renunciar a si mesmo é buscar o Reino de Deus em primeiríssimo lugar. E com toda certeza, todo o resto nos será dado de acréscimo. Renunciar a si mesmo é fazer a vontade do Pai. E não levar uma vida como se fôssemos viver aqui para sempre. É buscar os caminhos de verdade e vida, os caminhos da justiça, de verdade em vez da mentira, os caminhos retos em vez dos tortuosos, os caminhos que nos lavam para a casa do Pai.  Isso sim, é que é viver! 

O que significa  renunciar-se a si mesmo?    Significa não ser egoísta priorizando a sua vontade, mais sim a vontade do Pai. Significa dizer não para o seu corpo para poder receber o corpo e o sangue de Cristo menos indignamente. É entregar a sua vida para seguir e mostrar aos demais, o verdadeiro caminho verdade e vida.  É a vida do sacerdote. Ele renuncia a si mesmo, doando-se pela causa do reino de Deus, e grande será sua recompensa no céu.
E o que significa tomar uma cruz e seguir Jesus?  Nossa vida é rodeada de cruzes, as quais nem sempre as tomamos, nem sempre as assumimos, nem sempre as aceitamos. É um paraplégico ou deficiente visual na nossa família, é um filho ou filha que aprontou alguma, ou alguma pessoa no trabalho ou da família que nos maltrata, nos persegue, etc.
São várias cruzes que temos de carregar, para poder seguir Jesus. E muitos de nós carregamos tais cruzes,  reclamando, xingando  blasfemando.
É bom lembrar que é uma  blasfêmia maldizer as nossas cruzes, por que elas fazem parte do nosso viver. São permitidas por Deus por que precisamos delas, pode ser para nos purificar, para nos completar, ou para baixar a nossa crista de arrogância, ou mesmo porque as merecemos, pelo mau uso que fizemos da nossa liberdade.
Em vez de xingar  ou amaldiçoar as suas cruzes, rezemos  com força e peçamos a Deus o perdão dos seus pecados, para que  nós  possamos merecer a redução do peso delas.  
Ah! Não se esqueça de oferecer todo dia o sofrimento decorrente das suas cruzes, em perdão dos seus pecados. Não existe um viver sem cruzes. Todos nós temos as nossas cruzes. E só Jesus pode nos ajudar a atenuar o peso delas. Sabe como? Procurando fixar a nossa mente mais nas coisas agradáveis da nossa vida para esquecer um pouco as nossas cruzes. Se ficarmos só pensando no sofrimento das nossas cruzes ficarmos por demais infelizes.   Lembre-se do que Jesus disse: "Meu fardo é leve..."   
Já reparou que, em uma festa a gente foge quase que totalmente das nossas cruzes? Divertimos, sorrimos, dançamos, e nem pensamos nas cruzes. Nos dias de Natal e Ano Novo também. Comemos, bebemos, nos abraçamos, e não pensamos em coisas ruins. Depois voltamos a "vaca fria"  do nosso dia a dia para nos atormentar com o nosso pensamento dominante estacionado no peso das nossas cruzes.   
Prezados irmãos: Vamos pedir a Deus paciência e forças para carregar as nossas cruzes.  Releia esta meditação quando as suas cruzes parecerem pesadas demais.
E lembre-se. Pintou uma cruz nova, pintou novos problemas, REZE O PAI NOSSO. E você verá que  tudo vai se resolver. Acredite.          
O sofrimento nos reconduz a Deus.  Pode ser que estamos afastados dos caminhos que nos levam a casa do Pai, e eis que nos vem o sofrimento, a tormenta, e em vez de suportá-lo com resignação, nós nos revoltamos, e por isso ficamos cada vez mais longe de Deus. Queridos irmãos, e irmãs. Aceitemos o sofrimento como um meio de nos aproximar mais de Deus. Como um meio de nos purificar, para que Deus perdoe os nossos pecados e nos torne menos indignos de merecermos a glória eterna.


José Salviano.

Como entender a cura entre gerações?

pecadossA cura dita “entre gerações” não pode significar que uma geração tenha de prestar expiação pelos pecados dos antepassados pois cada um responde por si apenas.
Pode-se entender tal cura do seguinte modo: todo pecado deixa suas consequências na sociedade em que tenha sido cometido: mau exemplo, ódio de uns para os outros, estímulo à vingança…
Ora o que o cristão pede a Deus, não é o perdão dos pecados alheios (no além já não há conversão), mas pede que faça cessar a má influência que os pecados dos antepassados exercem seja extinta, ficando todos os descendentes isentos de qualquer consequência negativa derivada dos pecados dos antepassados.
Debate-se muito a questão da “cura entre gerações”: deveria uma geração prestar satisfação a Deus pelos pecados de seus antepassados? – É o que passamos a examinar nas páginas subsequentes.
1. Uma falsa interpretação
Há quem julgue que o sofrimento que alguém hoje padece não é senão a consequência dos pecados dos antepassados, pois está escrito em Êx 20,5: “Castigo a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam”. Seria preciso então pedir a Deus a cessação de tal castigo.
Esta concepção é falha a mais de um título:
a) pode dar a crer que estamos sujeitos a certa fatalidade, pesada e cruel, atormentando pessoas inocentes. O livre arbítrio não funcionaria; haveria um destino traçado para cada ser humano em consequência dos pecados dos antepassados:
No tempo do exílio de Judá na Babilônia (587-538), muitos dos exilados se recusavam a fazer penitência, pois diziam que estavam sendo punidos não por causa de seus pecados, mas por causa da iniquidade dos ancestrais. Assim se exprimia a mentalidade do clã: todos pagam por um. – A este modo de pensar se opuseram, em nome do Senhor, os profetas Jeremias e Ezequiel:
Jr 31, 29s: “Naqueles dias não se dirá mais: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados. Mas cada um morrerá por sua própria iniquidade: todo aquele que comer uvas verdes, ficará com os dentes embotados.” Ver Ezequiel 18, 1-9.
Como se vê, a responsabilidade é pessoal, ao invés do que pensavam os antigos judeus, que professava a mentalidade do clã: esta não levava devidamente em conta o indivíduo, mas o clã, o conjunto a que pertencia cada indivíduo. Aos poucos foi-se valorizando o indivíduo como tal e suas responsabilidades pessoais. Não há destino; o livre arbítrio do homem é capaz de fazer suas opções, sem depender do que tenham feito ou não feito os antepassados.
Locução semelhante ocorre em Êx 20, 8: “Uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e observam os meus mandamentos.” A alusão à mentalidade do clã chega a ser hiperbólica. – Daí a pergunta:

2. Como entender a cura entre gerações?
Eis a explicação mais plausível:
Toda iniquidade, principalmente as graves falhas, deixam marcas na sociedade em que vive o pecador: um mau exemplo, um precedente daninho que se abre, ódio, desejo de retaliação… Não é só o pecador que se prejudica pelo pecado, mas é a sociedade que com ele sofre danos físicos ou morais. Principalmente os familiares mais próximos descendentes do delinquente culpado sentirão a amargura da herança deixada pelo(s) ancestrais falecidos. Os pecados cometidos pelos antepassados podem ter consequências para as gerações futuras não porque Deus queira castigar a estas, mas porque transmitem um âmbito marcado pelo pecado. Esse âmbito pode influenciar o livre arbítrio de alguns descendentes, mas não lhe tira a liberdade de optar pelo bem, à revelia do que sugere o legado recebido dos ancestrais.
É sobre este pano de fundo que se coloca a cura das gerações. Esta não pede a Deus perdão pelas culpas dos antepassados, mas pede que os desgastes causados pelo pecado dos mais velhos não afetem os descendentes. O sofrimento de que padece alguém hoje não é necessariamente castigo; pode ser uma provação; Deus é pai, que ama seus filhos e, por isto, os educa e corrige, burilando suas arestas para que possam ser cidadãos dignos da Jerusalém celeste. A graça de Deus pode livrar determinado indivíduo dos seus sofrimentos, principalmente quando obtida através da Santa Missa. Mas, como dito, o sofrimento pode ser uma provação valiosa que faz amadurecer a nossa fé e que convém aceitar generosamente, sem que o cristão peça a sua cessação, mas antes peça a coragem para atravessar com alegria e magnanimidade o período da provação, do qual poderá sair ainda mais santificado.
Em conclusão dizemos: a) após quanto ponderamos não creiamos que todo sofrimento é castigo de pecados do sofredor ou dos seus antepassados, mas b) também reconheçamos que estamos sujeitos a sofrer das imprudências ou da altivez de nossos ancestrais (sem que Deus esteja punindo por pecados do passado).

Dom Estêvão Bettencourt, OSB Revista Pergunte e Responderemos. n. 551 – Maio, 2008.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Quarta-Feira de Cinzas - Convertei-vos e credes no evangelho.


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1a Leitura - Joel 2,12-18
Leitura da profecia de Joel.
2 12Por isso, agora ainda - oráculo do Senhor -, voltai a mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto.
13Rasgai vossos corações e não vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo, longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige.
14Quem sabe se ele mudará de parecer e voltará atrás, deixando após si uma bênção, ofertas e libações para o Senhor, vosso Deus?
15Tocai a trombeta em Sião: publicai o jejum, convocai a assembléia, reuni o povo;
16santificai a assembléia, agrupai os anciãos, congregai as crianças e os meninos de peito; saia o recém-casado de seus aposentos, e a esposa de sua câmara nupcial.
17Chorem os sacerdotes, servos do Senhor, entre o pórtico e o altar, e digam: Tende piedade de vosso povo, Senhor, não entregueis à ignomínia vossa herança, para que não se torne ela o escárnio dos pagãos! Por que diriam eles: onde está o seu Deus?
18O Senhor afeiçoou-se à sua terra, teve compaixão de seu povo;
Palavra do Senhor.

Salmo - 50/51
Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Criai em mim um coração que seja puro,
daí-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Daí-me de novo a alegria de ser salvo
e confirmai-me com espírito generoso!
Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!

2a Leitura - 2 Coríntios 5,20-6,2
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
5 20Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!
21Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus.
1Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão.
2Pois ele diz: "Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação". Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Mateus 6,1-6.16-18
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 6 1Disse Jesus: "Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.
2Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
3Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.
4Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á.
5Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
6Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
16Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
17Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto.
18Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

O Evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos alerta sobre o perigo de cairmos na hipocrisia de praticar boas obras somente para sermos vistos, elogiados, e ver crescer o nosso prestígio frente as pessoas.
O texto nos apresenta três exercícios que poderão  nos ajudar a crescer na vida cristã, que é a esmola, a oração e o jejum.
A esmola, no seu sentido amplo, é toda a nossa disponibilidade em  ajudar ao próximo, tanto materialmente como espiritualmente...
A oração é o nosso contato íntimo e filial com Deus, é a prova de que reconhecemos nossas fragilidades e queremos  nos colocar na sua total dependência. E o jejum, é o exercício do autocontrole das nossas vontades, firmando a nossa resistência ao pecado.
Quem tem um relacionamento com o irmão através da partilha, da atenção para com os necessitados, vive a caridade (esmola). Do mesmo modo, quem tem um relacionamento íntimo com Deus, tem uma vida de oração. E quem consegue ter    um autocontrole sobre suas vontades e seus impulsos, pratica o jejum.
Todas essas, praticas, quando partidas do coração, nos possibilitam uma vivencia harmoniosa com Deus e com os irmãos. Porém, se junto a elas, estiver embutido o desejo de sermos vistos e elogiados pelas pessoas, estas práticas, perdem o seu valor, não serão reconhecidas por Deus, serão aplaudidas pelos os homens e ignoradas por Deus.
O sacrifício que agrada a Deus, não é o que fazemos para cumprir preceitos e sim, o que fazemos de coração, na gratuidade, como oferta de amor a Ele e aos irmãos...
 
 

Olívia Coutinho