terça-feira, 30 de novembro de 2021

Liturgia Diária - Festa de Santo André, Apóstolo.

 Eu Vos Farei Pescadores de Homens

Leitura (Romanos 10,9-18)

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
10 9Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação.
11A Escritura diz: "Todo o que nele crer não será confundido".
12Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam,
13porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?
15E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito: "Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas?"
16Mas não são todos que prestaram ouvido à boa nova. É o que exclama Isaías: "Senhor, quem acreditou na nossa pregação"?
17Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo.
18Pergunto, agora: "Acaso não ouviram? Claro que sim! Por toda a terra correu a sua voz, e até os confins do mundo foram as suas palavras".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 18/19A

Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

Os céus proclamam a glória do Senhor,
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite essa mensagem,
a noite à noite publica essa notícia.

Não são discursos nem frases ou palavras,
nem são vozes que possa ser ouvidas;
seu som ressoa e se espalha em toda a terra,
chega aos confins do universo a sua voz.

Evangelho (Mateus 4,18-22)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde após mim, disse o Senhor, e eu ensinarei a pescar gente (Mt 4,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
4 18 Jesus, caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 E disse-lhes: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”.
20 Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Celebramos hoje a Festa de S. André, Apóstolo, irmão de S. Pedro. Jesus Cristo, que escolheu doze discípulos dentre os seus vários seguidores, para que estivessem com Ele de mais perto (cf. Mc 3, 14), ao longo de sua vida aqui na terra deu mostras de uma especial predileção por quatro Apóstolos: S. João e S. Tiago, filhos de Zebedeu, por um lado; S. André e S. Pedro, por outro. Esses dois pares de irmãos presenciaram os momentos mais importantes da vida do Senhor: a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração, a agonia mortal no Horto das Oliveiras etc. Ora, dado que Deus tem os seus prediletos, escolhidos a dedo para o bem dos outros, e nunca age sem uma razão conveniente, pode-se dizer que Jesus escolheu estes irmãos, propondo-os como modelo a ser imitado pelos outros fiéis, porque em cada um deles resplandecem as virtudes em que mais nos devemos exercitar. 

S. João, com efeito, é o Apóstolo da contemplação, da devoção filial à Virgem Maria, da perseverança aos pés da Cruz, da intimidade com o Coração Sagrado de Nosso Senhor. S. Pedro, ao contrário, é o Apóstolo da ação, da fé operante, da evangelização sem fronteiras. S. André, por sua vez, é o Apóstolo da Cruz, da perfeita configuração com o Cristo que sofre: ele, unindo-se à Paixão do Mestre, foi crucificado em uma crux decussata, ou seja, em forma de “x”. S. André participou, assim, na própria carne do mistério da Paixão redentora de Nosso Senhor e, desse modo, seguiu o único caminho, aberto por Ele, que todos nós devemos de percorrer antes de entrarmos na glória da Ressurreição. — Que este santo Apóstolo interceda hoje por nós e nos alcance as graças necessárias para abraçarmos a Cruz quando, como e onde o Senhor quiser.

 

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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Liturgia Diária - O advento de Cristo à nossa alma.

 A fé que deixou Jesus admirado | Igreja Cristã Internacional de São Paulo

Leitura (Isaías 2,1-5)

Leitura do livro do profetas Isaías.
2 1 Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém.
2 No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes,
3 e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas". Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4 Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra.
5 Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 121/122

Que alegria quando me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”


Que alegria quando ouvi que me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.

Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam!
Que a paz habite dentro de teus muros,
tranqüilidade em teus palácios!

Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: “A paz esteja em ti!”
Pelo amor que tenho à casa do Senhor,
eu te desejo todo bem!

Evangelho (Mateus 8,5-11)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó vinde libertar-nos, Senhor e nosso Deus; mostrai a vossa face e nós seremos salvos! (Sl 79,4).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 8 5 entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito".
7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei".
8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.
9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e a meu servo: ‘Faze isto’, e ele o faz".
10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel.
11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó".
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho com que se abre a féria desta primeira semana do Advento recorda-nos a um tempo a vinda de Cristo para a qual mais nos devemos preparar e o meio adequado de fazermos essa preparação. A vinda de Cristo, como já meditamos em anos passados, pode ser entendida de três modos: a) de um lado, há o advento na carne, a ser celebrado dentro em pouco no Natal; b) de outro, há o advento na glória, que aguardamos, expectantes, ao longo de todo o ano; c) e, por fim, há o advento espiritual de Cristo em nossas almas, para o qual a Igreja nos prepara proximamente em cada Missa, ao repetir no momento da comunhão aquelas palavras que vemos caírem hoje, cheias de humildade, dos lábios do centurião romano: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra, e serei curado”. É para esta última vinda que mais nos devemos preparar, não por terem as outras pouca importância, mas por não poderem ser bem vividas sem esta. Pois Cristo veio na carne justamente para vir à nossa alma, e quando voltar em sua glória não irá mais do que consumar no céu o que já começou a operar em nós na terra. Mas como se preparar para receber a Cristo desse modo? Responde o centurião, e repete-o a Igreja: “Dizei uma palavra”. 

E que palavra é esta senão a que pronuncia o sacerdote, ministro de Nosso Senhor, ao recitar a fórmula da absolvição sacramental, pela qual a graça santificante nos é restituída, se a houvermos perdido, ou fortalecida, se a houvermos bem guardado? Por isso, a primeira coisa a que nos exorta a Santa Igreja, neste início de Advento, é que sem demora, feito um diligente exame de consciência, nos apresentemos no tribunal da Penitência para ali, com devoção e o firme propósito de nunca mais pecar, limparmos a nossa alma, abrirmos o nosso coração à graça divina e, deste modo, podermos oferecer a Jesus sacramentado uma morada menos indigna, menos impura, ornamentada com os seus próprios dons, construída, como templo vivo, por suas próprias mãos: “Dizei uma palavra, e serei curado”, — sed tantum dic verbo, et sanabitur anima mea.

 

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domingo, 28 de novembro de 2021

1º Domingo do Advento - O “princípio e fundamento” de nossa existência.

 Os Últimos Tempos-1º Domingo do Advento (Ano C)

Leitura (Jeremias 33,14-16)

Leitura do livro do profeta Jeremias.

33 14 “Eis que outros dias virão.
15 E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a eqüidade na terra.
16 Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será chamada Javé-nossa-justiça”.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 25/24

Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.

Leitura (1 Tessalonicenses 3,12-4,2)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
3 12 Que o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco.
13 Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!
4 1 No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais.
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 21,25-28.34-36)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
21 25 Disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
26 Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
28 Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
34 Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso.
35 Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
36 Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho deste domingo tem duas partes: a primeira (v. 25-28) fala do abalo deste mundo que passa; a segunda (v. 34-36), de como os homens devem preparar-se para a vinda de Cristo, não só no fim dos tempos, mas também no dia a dia.

No que pode ser considerado o núcleo do ensinamento dessa liturgia, Nosso Senhor adverte os Seus discípulos: "Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis (1) por causa da gula, da embriaguez (2) e das preocupações da vida" (v. 34).

A expressão grega βαρηθῶσιν, aqui traduzida como "insensíveis", está ligada mais propriamente à noção de peso, gravidade. Traz a ideia de um coração apegado à baixeza deste mundo terreno, inclinado às coisas desta vida – das quais, nessa passagem, Cristo cita duas, constituindo como que "dois estágios" de conversão: a primeira diz respeito aos prazeres da carne (κραιπάλῃ, no original); a segunda, às preocupações desta vida (μερίμναις βιωτικαῖς, no grego).

A "primeira conversão", por assim dizer, consiste em livrar-se dos pecados ligados aos sentidos. Qualquer pessoa íntegra e com o mínimo de virtudes humanas é capaz de perceber o mal em que se afundam as pessoas dependentes do álcool, viciadas em drogas ou obstinadas por sexo. Os seus maus hábitos as conduzem a uma condição pior que a dos próprios animais: estes, de fato, sendo só carne, estão satisfeitos vivendo de comer, beber e ter sexo; o ser humano, ao contrário, nunca se contenta simplesmente com prazeres carnais, porque a sua alma imortal tem sede de uma felicidade que só Deus pode preencher.

O primeiro passo de quem quer converter-se, portanto, é viver a virtude da temperança. Para isso serve a prática do jejum, vivamente recomendada neste tempo do Advento que se inicia.

Há, todavia, uma "segunda conversão", que consiste em ordenar os nossos esforços para o fim adequado. Não basta deixar as drogas, a bebida ou a prostituição, se não se entende a razão pela qual se deixa tudo isso. Não basta comportar-se bem, se se perde de vista a meta por que trabalhar. Ninguém se engane: a primeira etapa da conversão é muito importante, deixar os pecados mortais é essencial, mas não se pode ficar estacionado nisso, sob pena de que a moral cristã se transforme em um mero "moralismo" ou "código de etiqueta".

A analogia de Marta e Maria, contida no Evangelho de S. Lucas (10, 38-42), ajuda a ilustrar bem que são as "preocupações desta vida", de que devemos nos desprender. Ao cuidar da cozinha e dos afazeres da casa, Marta não está fazendo nada de ilícito, muito pelo contrário. Sua agitação, no entanto, denuncia a desordem em que se encontra a sua alma: mesmo fazendo coisas boas, ela acabou menosprezando "a melhor parte"; desligada da virtude da prudência, que ordena todas as coisas para o seu devido fim, a sua atitude tornou-se motivo de repreensão.

Daí a importância de fixar a meta, o "princípio e fundamento" de toda a nossa existência. O grande Santo Inácio de Loyola os definia assim:

"O homem é criado para louvar, prestar reverência e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isto, salvar a sua alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para que o ajudem a conseguir o fim para que é criado. Donde se segue que o homem tanto há de usar delas quanto o ajudam para o seu fim, e tanto deve deixar-se delas, quanto disso o impedem." [1]

Que este tempo do Advento nos ajude em nossa "segunda conversão", a fim de que ordenemos todos os atos da nossa vida para o louvor, a reverência, o serviço de Deus e a salvação da nossa alma.

 

Referências

  1. Exercícios Espirituais, n. 23.
  2. https://padrepauloricardo.org/episodios/o-principio-e-fundamento-de-nossa-existencia

 

sábado, 27 de novembro de 2021

Liturgia Diária - Corações insensíveis.

  Reflexão do Evangelho: Vigiai e orai - CEBI
Leitura (Daniel 7,15-27)

Leitura da profecia de Daniel.
7 15 Quanto a mim, Daniel, senti minha alma desfalecer dentro de mim, e fiquei perturbado por essas visões de meu espírito.
16 Aproximando-me de um dos assistentes, perguntei-lhe sobre a realidade de tudo isso. Respondeu-me dando a explicação seguinte:
17 "Esses grandes animais, (disse), em número de quatro, são quatro reis que se levantarão da terra.
18 Mas os santos do Altíssimo receberão a realeza e a conservarão por toda a eternidade.
19 Quis então saber exatamente o que representava o quarto animal, diferente dos demais, pavoroso em extremo, cujos dentes eram de ferro e as garras de bronze, que devorava, depois triturava e calcava aos pés o que sobrava".
20 Quis ser informado sobre os dez chifres que tinha na cabeça, bem como a respeito desse outro chifre que havia surgido e diante do qual três chifres haviam caído, esse chifre que tinha olhos e uma boca que proferia palavras arrogantes, e parecia maior do que os outros.
21 Tinha visto esse chifre fazer guerra aos santos e levar-lhes vantagem, até o momento em que veio o ancião,
22 quando foi feita justiça aos santos do Altíssimo e quando lhes chegou a hora de obterem a realeza.
23 Ele me respondeu: "O quarto animal é um quarto reino terrestre, diferente de todos os demais, que devorará, calcará e aniquilará o mundo.
24 Os dez chifres indicam dez reis levantando-se nesse reino. Mas depois deles surgirá outro, diferente, que destronará três.
25 Proferirá insultos contra o Altíssimo, e formará o projeto de mudar os tempos e a lei; e os santos serão entregues ao seu poder durante um tempo, tempos e metade de um tempo.
26 Mas realizar-se-á o julgamento e lhe será arrancado seu domínio, para destruí-lo e suprimi-lo definitivamente.
27 A realeza, o império e a suserania de todos os reinos situados sob os céus serão devolvidos ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é eterno e a quem todas as soberanias renderão seu tributo de obediência".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
 
Filhos dos homens, bendizei o Senhor!
Filhos de Israel, bendizei o Senhor!
 
Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor!
Servos do Senhor, bendizei o Senhor!
 
Almas dos justos, bendizei o Senhor!

Evangelho (Lucas 21,34-36)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o filho do homem! (Lc 21,36).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 21 34 disse Jesus aos seus discípulos: "Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso.
35 Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
36 Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem".
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho que neste fim de ano litúrgico nos é proclamado adverte-nos para a necessidade de estarmos atententos e sóbrios para a vinda do Filho do Homem. Temos, pois, de tomar cuidado para que os nossos corações não se tornem insensíveis nem por causa da gula e da embriaguez nem por causa das preocupações do vida. Com isso, Jesus não apenas nos chama à temperança no uso das coisas dos mundo, mas também nos recorda que não fomos criados para os prazeres da carne; o nosso destino, com efeito, está no céu e na alegrias celestes, razão por que é lá, onde a traça não rói e o ladrão não rouba, que devemos manter o pensamento e pôr nossa esperança. Não podemos deixar, como diz o Evangelho, que o nosso coração se embote, se cegue, se torne insensível — perda, por assim dizer, o seu acume — pela gula e embriaguez. Peçamos hoje a Cristo Jesus que nos dê medida e sobriedade em todas as nossas atividades e ocupações, de modo que vivamos neste desterro como quem sabe que verdadeira felicidade só existe, de fato, na pátria do Céu.

 

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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Liturgia Diária - Graças que não passam.

 A figueira Estéril - Instituto Hesed

Leitura (Daniel 7,2-14)

Leitura da profecia de Daniel.
Eu, Daniel, 7 2 via, no transcurso de minha visão noturna, os quatro ventos do céu precipitarem-se sobre o Grande Mar.
3 Surgiram das águas quatro grandes animais, diferentes uns dos outros.
4 O primeiro parecia-se com um leão, mas tinha asas de águia. Enquanto o olhava, suas asas foram-lhe arrancadas, foi levantado da terra e erguido sobre seus pés como um homem, e um coração humano lhe foi dado.
5 Apareceu em seguida outro animal semelhante a um urso; erguia-se sobre um lado e tinha à boca, entre seus dentes, três costelas. Diziam-lhe: "Vamos! Devora bastante carne!" 6 Depois disso, vi um terceiro animal, idêntico a uma pantera, que tinha nas costas quatro asas de pássaro; tinha ele também quatro cabeças. O império lhe foi atribuído.
7 Finalmente, como eu contemplasse essas visões noturnas, vi um quarto animal, medonho, pavoroso e de uma força excepcional. Possuía enormes dentes de ferro; devorava, depois triturava e pisava aos pés o que sobrava. Ao contrário dos animais precedentes, ostentava dez chifres.
8 Como estivesse ocupado em observar esses chifres, eis que surgiu, entre eles outro chifre menor, e três dos primeiros foram arrancados para dar-lhe lugar. Este chifre tinha olhos idênticos aos olhos humanos e uma boca que proferia palavras arrogantes.
9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
11 Olhei então, devido à balbúrdia causada pelos discursos arrogantes do chifre, olhei até o momento em que o animal foi morto, seu corpo subjugado e a fera jogada ao fogo.
12 Quanto aos outros animais, o domínio lhes foi igualmente retirado, mas a duração de sua vida foi fixada até um tempo e uma data.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

Montes e colinas, bendizei o Senhor!
Plantas da terra, bendizei o Senhor!
Mares e rios, bendizei o Senhor!

Fontes e nascentes, bendizei o Senhor!
Baleias e peixes, bendizei o Senhor!

Pássaros do céu, bendizei o Senhor!
Feras e rebanhos, bendizei o Senhor!

Evangelho (Lucas 21, 29-33)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2129Jesus acrescentou ainda esta comparação: "Olhai para a figueira e para as demais árvores.
30Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão.
31Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus.
32Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra.
33Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão".
Palavra da Salvação.

Reflexão

Nosso Senhor nos conta hoje uma de suas parábolas a respeito dos sinais dos tempos: do mesmo modo como a figueira e todas as árvores anunciam a proximidade do verão, assim também os sinais de que Cristo nos vem falando nos últimos dias prenunciarão a chegada do Reino de Deus. O sinal por excelência, no entanto, é a própria caducidade do mundo: os dias brotam ao amanhecer e à noite já estão secos, desgastados. "O céu e a terra passarão" e levarão consigo, sem deixar vestígios, as suas veleidades. A Palavra de Deus, porém, permanece para sempre; gerações vêm e vão, e a Verdade do Senhor mantém-se inabalável, eterna. A leitura desta 6.ª-feira, com efeito, nos chama a atenção para dois fatos de grande importância para a nossa vida espiritual: a transitoriedade das realidades materiais, palpáveis e efêmeras, e a perenidade das coisas espirituais, duradouras e invisíveis.

Por isso, a Igreja nos oferece hoje a oportunidade de celebrarmos a festa de Nossa Senhora das Graças e nos convida, assim, a considerar o inestimável valor dos bens espirituais que a nossa amada Mãe do Céu nos pode dispensar. Devemos, sim, pedir a Deus benefícios materiais: ajudas, socorros e curas. Todas essas graças passageiras, "mundanas", porém, devem conduzir-nos àquilo que efetivamente não passa. De fato, de que adiantaria o Senhor ressuscitar um nosso amigo querido para que depois, recuperado, este viesse a morrer eternamente? Peçamos-lhe a cura do corpo, mas lhe imploremos sobretudo a salvação da alma; oremos pela saúde física, mas trabalhemos antes pelo vigor das virtudes. Que Deus abra nossos olhos para os sinais que anunciam a cada um de nós a proximidade do seu Reino: a fraqueza do corpo, o brancura dos cabelos, a morte dos familiares. Que Ele nos inspire a querer apenas o que não passa, as suas divinas graças, e nos permita viver, ao lado de nossa Mãe Santíssima, a vida que nunca acaba, que nunca envelhece.

 

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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Liturgia Diária - A última Páscoa da Igreja.

 LITURGIA DA PALAVRA: LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 21,20-28 - 27.11.2014 -  Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.

Leitura (Daniel 6,12-28)

Leitura da profecia de Daniel.
6 12Então esses homens acorreram amotinados e encontraram Daniel em oração, invocando seu Deus.
13Foram imediatamente ao palácio do rei e disseram-lhe, a respeito do edito real de interdição: "Não promulgaste, ó rei, uma proibição estabelecendo que quem nesses trinta dias invocasse algum deus ou homem qualquer que fosse, à exceção tua, seria jogado na cova dos leões?" "Certamente", respondeu o rei, "(assim foi feito) segundo a lei dos medos e dos persas, que não pode ser modificada".
14"Pois bem", continuaram: "Daniel, o deportado de Judá, não tem consideração nem por tua pessoa nem por teu decreto: três vezes ao dia ele faz sua oração".
15Ouvindo essas palavras, o rei, bastante contrariado, tomou contudo a resolução de salvar Daniel, e nisso esforçou-se até o pôr-do-sol.
16Mas os mesmos homens novamente o vieram procurar em tumulto: "Saibas, ó rei", disseram-lhe, "que a lei dos medos e dos persas não permite derrogação alguma a uma proibição ou a uma medida publicada em edito pelo rei".
17Então o rei deu ordem para trazerem Daniel e o jogarem na cova dos leões. "Que o Deus, que tu adoras com tanta fidelidade", disse-lhe, "queira ele mesmo salvar-te!"
18Trouxeram uma pedra, que foi rolada sobre a abertura da cova; o rei lacrou-a com seu sinete e com o dos grandes, a fim de que nada fosse modificado em relação a Daniel.
19De volta a seu palácio, o rei passou a noite sem nada tomar, e sem mandar vir concubina alguma para junto de si. Não conseguiu adormecer.
20Logo ao amanhecer levantou-se e dirigiu-se a toda pressa à cova dos leões.
21Quando se aproximou, chamou Daniel com voz cheia de tristeza: "Daniel", disse-lhe, "servo de Deus vivo, teu Deus que tu adoras com tanta fidelidade terá podido salvar-te dos leões?"
22Daniel respondeu-lhe: "Senhor, vida longa ao rei!
23Meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões; eles não me fizeram mal algum, porque a seus olhos eu era inocente e porque contra ti também, ó rei, não cometi falta alguma".
24Então o rei, todo feliz, ordenou que se retirasse Daniel da cova. Foi ele assim retirado sem traço algum de ferimento, porque tinha tido fé em seu Deus.
25Por ordem do rei, mandaram vir então os acusadores de Daniel, que foram jogados na cova dos leões com suas mulheres e seus filhos. Não haviam tocado o fundo da cova, e já os leões os agarraram e lhes trituraram os ossos!
26Então o rei Dario escreveu: "A todos os povos, a todas as nações e aos povos de todas as línguas que habitam sobre a terra, felicidade e prosperidade!
27Por mim é ordenado que em toda a extensão de meu reino, se mantenha perante o Deus de Daniel temor e tremor. É o Deus vivo, que subsiste eternamente; seu reino é indestrutível e seu domínio é perpétuo.
28Ele salva e livra, faz milagres e prodígios no céu e sobre a terra: foi ele quem livrou Daniel das garras dos leões".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
 
Orvalhos e garoas, bendizei o Senhor!
Geada e frio, bendizei o Senhor!
Gelos e neves, bendizei o Senhor!
 
Noites e dias, bendizei o Senhor!
Luzes e trevas, bendizei o Senhor!
 
Raios e nuvens, bendizei o Senhor!
Ilhas e terra, bendizei o Senhor!

Evangelho (Lucas 21,20-28)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28)
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 21 20disse Jesus aos seus discípulos: "Quando virdes que Jerusalém foi sitiada por exércitos, então sabereis que está próxima a sua ruína.
21Os que então se acharem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade retirem-se; os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
22Porque estes serão dias de castigo, para que se cumpra tudo o que está escrito.
23Ai das mulheres que, naqueles dias, estiverem grávidas ou amamentando, pois haverá grande angústia na terra e grande ira contra o povo.
24Cairão ao fio de espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos pagãos, até se completarem os tempos das nações pagãs.
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
26Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
27Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
28Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação".
Palavra da Salvação.

Reflexão

A Liturgia das últimas semanas tem-nos falado dos momentos finais de Cristo em Jerusalém. Após o episódio da oferta da viúva, Jesus deu início ao seu sermão escatológico: Lc 21, 5-19 centrava-se sobretudo nas tribulações finais que precederão o fim do mundo; os vv. 20-28, por sua vez, referem-se hoje, de modo particular, à ruína de Jerusalém, à dispersão do povo judaico e à segunda vinda de Cristo. Para entender melhor o ensinamento contido nessa passagem, convém olhar não tanto para o futuro, aqui predito em cores bastante vívidas, como para o passado da história da salvação, registrado concretamente no Livro de Êxodo. Quando Moisés foi enviado por Deus para libertar do Egito o povo de Israel, o faraó, graças à dureza de seu coração, teve de padecer uma série de pragas até que, finalmente, com a morte dos primogênitos, ele permitisse aos israelitas partirem de sua terra. Portanto, a libertação de Israel, comemorada pela instituição da Páscoa (gr. πάσχα, “passagem”), não foi possível senão após um período intenso e prolongado de luta e tribulação, ao longo do qual o povo escolhido teve de ser provado na paciência e na fidelidade. Assim também, nos últimos dias, a libertação do novo Israel, que é a Igreja Católica, só terá lugar após grandes conflitos e perseguições. A isso alude o Catecismo ao dizer que “a Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor”, do qual é Corpo místico e prolongação histórica, “na sua morte e ressurreição” (n. 677). 

No entanto, essa prova final, que abalará a fé de muitos e porá a descoberto o mistério da iniquidade que atravessa a história humana, não nos deve assustar, mas firmar-nos na esperança, pois quando essas coisas começarem a acontecer, veremos o Filho do Homem vir com grande poder e glória para libertar-nos do nosso cativeiro. Os que não creem definharão de medo, “só em pensar no que vai acontecer” (v. 26), mas os que já agora mantêm acesa a luz podem estar seguros de que atrás daquela cruz, e também das que hoje nos afligem, se oculta o caminho da ressurreição, da Páscoa para o triunfo derradeiro dos filhos de Deus, da passagem que leva ao Reino definitivo de justiça, de paz e de amor: “Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima” (v. 28).

 

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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Liturgia Diária - A última provação da Igreja.

 Jesus, o homem que tinha verdadeiros amigos - Regnum Christi

Leitura (Daniel 5,1-6.13-14.16-17.23-28)

Leitura da profecia de Daniel.
5 1 O rei Baltazar deu uma festa para seus mil nobres, em presença dos quais pôs-se a beber vinho.
2 Excitado pela bebida, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que seu pai Nabucodonosor tinha arrebatado ao templo de Jerusalém, a fim de que o rei, seus nobres, suas mulheres e suas concubinas deles se servissem para beber.
3 Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido arrebatados ao templo de Deus em Jerusalém. O rei, seus nobres, suas mulheres e suas concubinas beberam neles
4 e, depois de terem bebido vinho, entoaram o louvor aos deuses de ouro e prata, bronze, ferro, madeira e pedra.
5 Ora, nesse momento, eis que surgiram dedos de mão humana a escrever, defronte do candelabro, no revestimento da parede do palácio real. O rei, à vista dessa mão que escrevia,
6 mudou de cor; pensamentos tétricos assaltaram-no; os músculos de seus rins relaxaram-se e seus joelhos entrechocaram-se.
13 Daniel foi então introduzido diante do rei, o qual lhe disse: "és realmente Daniel, o deportado de Judá, que meu pai trouxe aqui da Judéia?
14 Ouvi dizer a teu respeito que o espírito dos deuses habita em ti e que se encontram em ti uma luz, uma inteligência e uma sabedoria singulares.
16 Ora, asseguraram-me que tu és mestre na arte das interpretações e das soluções de enigmas. Portanto, se puderes ler esse texto e me dar o seu significado, serás revestido de púrpura, usarás ao pescoço um colar de ouro e ocuparás o terceiro lugar no governo do reino".
17 Respondeu Daniel ao rei: "Guarda teus presentes; concede-os a outros! Lerei, todavia, este texto ao rei e dar-lhe-ei o significado.
23 Tu te ergueste contra o Senhor do céu. Trouxeram-te os vasos de seu templo, nos quais bebestes o vinho, tu, teus nobres, tuas mulheres e tuas concubinas. Deste louvor aos deuses de prata e ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, cegos, surdos e impassíveis, em lugar de dar glória ao Deus de quem depende o teu sopro (vital) e todo teu destino.
24 Assim, por ordem sua, essa mão foi enviada e essas palavras foram traçadas.
25 O texto aqui escrito (se lê): MENÊ, TEQUEL e PERÊS.
26 Eis o significado dessas palavras: MENÊ - Deus contou (os anos) de teu reinado e nele põe um fim;
27 TEQUEL - foste pesado na balança e considerado leve demais;
28 PERÊS - teu reino vai ser dividido e entregue aos medos e persas.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

Lua e sol, bendizei o Senhor!
Astros e estrelas, bendizei o Senhor!

Chuvas e orvalhos bendizei o Senhor!
Brisas e ventos, bendizei o Senhor!

Fogo e calor, bendizei o Senhor!
Frio e ardor, bendizei o Senhor!

Evangelho (Lucas 21,12-19)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Permanece fiel até a morte e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2,10)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, 21 12disse Jesus aos seus discípulos: "Antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim.
13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.
14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,
15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários.
16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.
17Sereis odiados por todos por causa do meu nome.
18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.
19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação".
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje, seguindo o tom escatológico típico desta última semana do Ano Litúrgico, fala-nos da perseguição que devem padecer os seguidores de Cristo. Não se trata de uma novidade dos nossos tempos, mas de uma realidade que acompanha a Igreja desde as suas origens e que irá recrudescer à medida que se forem aproximando os derradeiros momentos da história. A Igreja, lembra-nos o Catecismo (cf. nn. 675-677), será submetida a uma prova final; haverá uma impostura do Anticristo, ou seja, a instauração de uma falsa religião, que dirá trazer à humanidade a solução de todos os seus problemas, à custa, porém, da apostasia da verdade. Será nesse clima de pseudo-messianismo que a Igreja, cujo triunfo final, à semelhança de Cristo, só se dará depois de uma Páscoa de dores e perseguições, verá seus bancos praticamente vazios; os cristãos de verdade, fiéis ao Senhor até o extremo, serão reduzidos a um número tão irrisório que o último desencadear do mal (cf. Ap 20, 7-10) fará com que a Igreja pareça morta aos olhos do mundo, como se houvera desaparecido de uma vez para sempre.

Mas Cristo, que nos deu a garantia de que as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela, fará descer do céu, em glória e majestade, a sua Esposa, a Jerusalém celeste e sem fim (cf. Ap 21, 2-4). Enquanto aguardamos esses acontecimentos, nós cristãos devemos continuar rezando pela conversão do maior número possível de almas, sacrificando-nos por inteiro a Deus, que permite sejamos perseguidos e odiados para que, configurados ao seu Filho crucificado, entremos com Ele na glória da Ressurreição. Roguemos, pois, à Virgem SS., Rainha dos mártires, que nos faça perseverar firmes na fé e preparar o nosso coração para o triunfo glorioso e definitivo de Nosso Senhor.

 

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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Liturgia Diária - A Paixão da Igreja.

 PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO: Evangelho de hoje, terça-feira, 22/11/2016

Leitura (Daniel 2,31-45)

Leitura da profecia de Daniel.
Naqueles dias, Disse Daniel a Nabucodonosor: 2 31 "Senhor: contemplavas, e eis que uma grande, uma enorme estátua erguia-se diante de ti; era de um magnífico esplendor, mas de aspecto aterrador.
32 Sua cabeça era de fino ouro, seu peito e braços de prata, seu ventre e quadris de bronze,
33 suas pernas de ferro, seus pés metade de ferro e metade de barro.
34 Contemplavas (essa estátua) quando uma pedra se descolou da montanha, sem intervenção de mão alguma, veio bater nos pés, que eram de ferro e barro, e os triturou.
35 Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram com a mesma pancada reduzidos a migalhas, e, c3omo a palha que voa da eira durante o verão, foram levados pelo vento sem deixar traço algum, enquanto que a pedra que havia batido na estátua tornou-se uma alta montanha, ocupando toda a região.
36 Eis o sonho. Agora vamos dar ao rei a interpretação.
37 Senhor: tu que és o rei dos reis, a quem o Deus dos céus deu realeza, poder, força e glória;
38 a quem ele deu o domínio, onde quer que habitem, sobre os homens, os animais terrestres e os pássaros do céu, tu és a cabeça de ouro.
39 Depois de ti surgirá um outro reino menor que o teu, depois um terceiro reino, o de bronze, que dominará toda a terra.
40 Um quarto reino será forte como o ferro: do mesmo modo que o ferro esmaga e tritura tudo, da mesma maneira ele esmagará e pulverizará todos os outros.
41 Os pés e os dedos, parte de terra argilosa de modelar, parte de ferro, indicam que esse reino será dividido: haverá nele algo da solidez do ferro, já que viste ferro misturado ao barro.
42 Mas os dedos, metade de ferro e metade de barro, mostram que esse reino será ao mesmo tempo sólido e frágil.
43 Se viste o ferro misturado ao barro, é que as duas partes se aliarão por casamentos, sem porém se fundirem inteiramente, tal como o ferro que não se amalgama com o barro.
44 No tempo desses reis, o Deus dos céus suscitará um reino que jamais será destruído e cuja soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros, enquanto que ele subsistirá eternamente.
45 Foi o que pudeste ver na pedra deslocando-se da montanha sem a intervenção de mão alguma, e reduzindo a migalhas o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. Deus, que é grande, dá a conhecer ao rei a sucessão dos acontecimentos. O sonho é bem exato, e sua interpretação é digna de fé".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

Obras do Senhor, bendizei o Senhor!
Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
Céus do Senhor, bendizei o Senhor!
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor!

Águas do alto céu, bendizei o Senhor!
Potências do Senhor, bendizei o Senhor!

Evangelho (Lucas 21,5-11)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei! (ap 2,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, 21 5 como chamassem a atenção de Jesus para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:
6"Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído".
7Então o interrogaram: "Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?"
8Jesus respondeu: "Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu'; e ainda: 'O tempo está próximo'. Não sigais após eles.
9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim".
10Disse-lhes também: "Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.
11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu".
Palavra da Salvação.

Reflexão

Jesus nos dirige hoje o seu discurso escatológico, isto é, as suas profecias a respeito do Fim dos Tempos e dos eventos que o sinalizarão. É importante ter presente que, no contexto da narrativa de São Lucas, esses ensinamentos de Cristo estão relacionados à destruição tanto da cidade santa quanto do Templo de Jerusalém, identificado noutra passagem com o próprio corpo do Senhor. "Não ficará pedra sobre pedra", diz Jesus, referindo-se à futura ruína do Templo e à oblação do seu corpo no patíbulo da Cruz. O Evangelho desta 3.ª-feira, com efeito, pode ser lido à luz da Paixão e da Páscoa do Senhor e servir, de resto, como o itinerário que a Igreja terá de percorrer até o advento do seu Senhor, cuja vida imita e, de certo modo, recapitula. Jesus indica, pois, à Igreja e a cada um de nós que não há outro caminho para a glória da ressurreição, do triunfo definitivo sobre morte, senão a páscoa, isto é, o sofrimento, amorosamente padecido e tolerado, das cruzes que dia a dia somos convidados a carregar (cf. Mt 10, 38; Mc 8, 34).

O próprio Catecismo (cf. n. 677) nos recorda que a Igreja como um todo, seguindo o Senhor em sua Morte e Ressurreição, só entrará na alegria definitiva do Reino por meio da "derradeira Páscoa", da provação final "que abalará a fé de muitos crentes." Assim também nós, membros deste Corpo e, portanto, destinados a padecer o que padeceu Cristo, cabeça da Igreja, temos de abraçar o caminho da cruz que nos está reservado. "Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e haverá grandes sinais no céu", diz Nosso Senhor, "mas não será logo o fim", porque é "preciso que essas coisas aconteçam primeiro." Porque é pelo sofrimento que Deus nos salva; é pela morte que nos faz entrar na verdadeira vida; é pela paciência no sofrimento que nos dá a alegria do seu convívio; é, enfim, pela crucificação do mundo e de nossas vidas que Ele nos chama a participar da ressurreição do seu Filho, "primogênito entre uma multidão de irmãos" (Rm 8, 20).

 

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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Liturgia DIária - A oferta da viúva.

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Leitura (Daniel 1,1-6.8-20)

Leitura da profecia de Daniel.
1 1No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio sitiar Jerusalém.
2O Senhor entregou-lhe Joaquim, rei de Judá, bem como parte dos objetos do templo, que Nabucodonosor transportou para a terra de Senaar, para o templo de seu deus: foi na sala do tesouro do templo de seu deus que ele os colocou.
3O rei deu ordem ao chefe de seus eunucos, Asfenez, para trazer-lhe jovens israelitas, oriundos de raça real ou de família nobre,
4isentos de qualquer tara corporal, bem proporcionados, dotados de toda espécie de boas qualidades, instruídos, inteligentes, aptos a ingressarem (nos serviços do) palácio real; ser-lhes-ia ensinado a escrever e a falar a língua dos caldeus.
5O rei destinou-lhes uma provisão cotidiana, retirada das iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia. A formação deles devia durar três anos, após o que entrariam a serviço do rei.
6Entre eles encontravam-se alguns judeus: Daniel, Ananias, Misael e Azarias.
8Daniel tomou a resolução de não se contaminar com os alimentos do rei e com seu vinho. Pediu ao chefe dos eunucos para deles se abster.
9Este, graças a Deus, tomado de benevolência para com Daniel, atendeu-o de boa vontade,
10 mas disse-lhe: "Temo que o rei, meu senhor, que estabeleceu vossa alimentação e vossa bebida, venha a notar vossas fisionomias mais abatidas do que as dos outros jovens de vossa idade, e que por vossa causa eu me exponha a uma repreensão da parte do rei".
11Mas Daniel disse ao dispenseiro a quem o chefe dos eunucos havia confiado o cuidado de Daniel, Ananias, Misael e Azarias:
12"Rogo-te, faze uma experiência de dez dias com teus servos: que só nos sejam dados legumes a comer e água a beber.
13Depois então compararás nossos semblantes com os dos jovens que se alimentam com as iguarias da mesa real, e farás com teus servos segundo o que terás observado".
14O dispenseiro concordou com essa proposta e os submeteu à prova durante dez dias.
15No final deste prazo, averiguou-se que tinham melhor aparência e estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam das iguarias da mesa real.
16Em conseqüência disso o dispenseiro retirava os alimentos e o vinho que lhes eram destinados, e mandava servir-lhes legumes.
17A esses quatro jovens, Deus concedeu talento e saber no domínio das letras e das ciências. Daniel era particularmente entendido na interpretação de visões e sonhos.
18Ao fim do prazo fixado pelo rei para a apresentação, o chefe dos eunucos introduziu-os na presença de Nabucodonosor,
19o qual palestrou com eles. Entre todos os jovens nenhum houve que se comparasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. Por isso entraram eles a serviço do rei.
20Em qualquer negócio que necessitasse de sabedoria e sutileza, e que o rei os consultasse, este achava-os dez vezes superiores a todos os escribas e mágicos do reino. Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Dn 3

A vós louvor, honra e glória eternamente!

Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, nome santo e glorioso.
A vós louvor, honra e glória eternamente!

No templo santo onde refulge a vossa glória.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
E em vosso trono de poder vitorioso.
A vós louvor, honra e glória eternamente!

Sede bendito, que sondais as profundezas.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
E superior aos querubins vos assentais.
A vós louvor, honra e glória eternamente!

Sede bendito no celeste firmamento.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Obras todas do Senhor, glorificai-o.
A ele louvor, honra e glória eternamente!

Evangelho (Lucas 21,1-4)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
21 1 Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo.
2 Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas,
3 e disse: "Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros.
4 Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento".
Palavra da Salvação.

Reflexão

Tendo enfim chegado a Jerusalém, Jesus vive a partir de agora os seus últimos momentos antes da Paixão. O Senhor está no Templo, escreve São Lucas, e assiste às ofertas que por lá se faziam. Ricos e abastados depositam no cofre somas vultosas daquilo que lhes resta; entregam, pois, apenas os restolhos das riquezas que o próprio Senhor, em sua imensa generosidade, lhes dera. Eis que uma viúva, discreta e silenciosa, dirige-se ao gazofilácio e deixa ali duas moedinhas: ela, "da sua pobreza", ofereceu a Deus "tudo o que tinha para viver." O episódio desta pobre viúva como que recapitula o drama básico que a humanidade vive desde as suas origens.

Esta cena, com efeito, pode ser contemplada já em Caim e Abel: aquele oferecera em oblação os frutos da terra; este, no entanto, devolveu ao Senhor os primogênitos dos seus rebanhos (cf. Gn 4, 3-4). Abel de bom grado consagrou a Deus o que de melhor conseguira produzir; mas Caim, de sua parte, endureceu-se, recusou oferecer ao Senhor as primícias da sua colheita. O primeiro tornou-se justo: é em Abel que, de certo modo, nasce a Igreja, a Igreja dos que, por fidelidade a Deus, derramam por Ele seu sangue inocente. Caim, ao contrário, é o primeiro dos réprobos, dos que, por não quererem entregar-se a Deus, acabam por desviar-se dele: "E tu serás peregrino e errante sobre a terra" (Gn 4, 12).

O Evangelho de hoje nos coloca, assim, diante duma escolha: seguir a Igreja de Abel, que, com o coração aberto, entrega tudo a Deus, ou a "igreja" de Caim, que "se retirou da presença do Senhor" (Gn 4, 16). Cristo, porém, já Se adianta e nos exorta a fazer nossa a gratidão daquela viuvinha. Pois tudo quanto temos e possuímos dele mesmo o recebemos; por isso, quando lhe entregamos tudo, nada perdemos; antes ganhamos, porque restituímos ao Sumo Bem todos os dons que Ele a toda hora nos comunica. Ofereçamo-nos, pois, inteiramente à Fonte de todo bem; façamos de nossas vidas uma oblação agradável aos Seus olhos; entreguemo-nos com aquela generosa disposição da viúva: dar tudo o que temos para viver nesta vida, a fim de podermos, esquecendo-nos de nós mesmos, nascer para a vida que nunca acaba.

 

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