domingo, 31 de maio de 2020

Solenidade de Pentecostes - Como o Pai me enviou, eu também vos envio"

5 passos para uma amizade íntima com o Espírito Santo - Comunidade ...

1a Leitura - Atos 2,1-11
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

2 1 Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2 De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5 Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. 6 Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: "Não são, porventura, galileus todos estes que falam? 8 Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!"
Palavra do Senhor.


Salmo - 103/104

Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.
 

Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!
Encheu-se a terra com as vossas criaturas1

Se tirais o seu respiro, elas perecem
e voltam para o pó de onde vieram.
Enviais o vosso espírito e renascem
e da terra toda a face renovais.
 
Que a glória do Senhor perdure sempre,
e alegre-se o Senhor em suas obras!
Hoje, seja-lhe agradável o meu canto,
pois o Senhor é a minha grande alegria!


2a Leitura - 1 Coríntios 12,3-7.12-13
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.

12 3 Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: "Jesus é o Senhor", senão sob a ação do Espírito Santo.
4 Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
5 Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor.
6 Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.
12 Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.
13 Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito.
Palavra do Senhor.

Evangelho - João 20,19-23

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde, Espírito divino, e enchei com vossos dons os corações dos fiéis; e acendei neles o amor como um fogo abrasador!
Jesus é o Senhor!: SOLENIDADE DE PENTECOSTES - EVANGELHO JOÃO 20 ...
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

20 19 Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: "A paz esteja convosco!" 20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21 Disse-lhes outra vez: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós". 22 Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo. 23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Celebramos hoje, em nossas igrejas domésticas, a Solenidade de Pentecostes! 
A promessa de Jesus se cumpriu: o Espírito Santo nos foi enviado! Espírito Santo, que se faz presente em nós desde o nosso Batismo, mas que nem sempre reconhecemos a sua ação libertadora e santificadora na nossa vida!
A definição marcante desta Solenidade  é a "Germinação da Igreja", a caminhada da Igreja missionária, começou em Pentecostes, quando o Espírito Santo entra em suas entranhas tornando-a viva e atuante, na pessoa dos apóstolos. Foi a partir de Pentecostes, que a igreja começou a falar em línguas, ou seja, a falar a linguagem do amor, que é uma linguagem universal e que mesmo sendo desdobrada em vários idiomas, é a única comunicação, capaz de ser entendida pelos os povos de todas as nações!
 
A missão da Igreja consiste em revelar aos homens, a vida nova que brota da ressurreição de Jesus, a sua grande riqueza, está na abertura aos povos de todas as culturas. A Igreja é unidade, ela é a guardiã do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Nesta festa, que também podemos chamar de festa missionária, devemos alargar o nosso olhar para o mundo inteiro, onde a igreja se faz presente na pessoa de muitos missionários, homens e mulheres, que apesar das inúmeras dificuldades, se prontificam em gastar a vida no anuncio do evangelho, dando continuidade a missão de Jesus. Unamos a estes missionários, no desejo de fazer chegar a outros irmãos, a verdade que liberta! Sabemos que os desafios daqueles que se entregam à missionariedade são muitos, mas sabemos também, que o Espírito Santo anima e dá força a quem abraça a missão de anunciador do Evangelho, possibilitando a todos conhecer Jesus.
 
O evangelho que a liturgia desta solenidade nos convida a refletir, apresenta-nos a comunidade de homens novos, que nasceram da cruz e da ressurreição de Jesus e que foram libertados pela a força santificadora e libertadora do Espírito Santo. Tudo começa no primeiro encontro de Jesus com os discípulos, logo após a sua ressurreição. Foi neste encontro, que Jesus comunicou-lhes o seu Espírito, num gesto de soprar sobre eles! Ao soprar o Espírito Santo sobre os discípulos, Jesus nos faz recordar o sopro de Deus na criação, o sopro que deu vida a criatura humana, gesto que Jesus repete como início de uma nova criação! Cheios do Espírito Santo, os discípulos se libertam do medo que os aprisionavam, foi a partir daquele momento, que as palavras de Jesus, que até então, não eram compreendidas, tornam-se claras para eles. “Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados." Com o sopro do Espírito Santo, Jesus concede a igreja, na pessoa dos apóstolos, o poder de perdoar pecados. É Deus quem tem o poder de perdoar pecados, mas Jesus concede este poder e o transmite a sua Igreja, trata-se do sacramento da reconciliação. 
 
Quando Jesus diz: “Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados,” não significa uma condenação, e sim, um insistente apelo à conversão, ou seja, não é a Igreja que não perdoa esses pecados, pelo o contrário, a Igreja trabalha o arrependimento, favorecendo as condições para que a pessoa possa se redimir. Pecados não perdoados são aqueles pecados que temos a consciência de tê-los, mas  permanecemos neles, sem nos abrimos ao arrependimento, o que significa um fechamento a ação do Espírito Santo, ou seja, o fechamento à graça do perdão! No sopro do Espírito Santo sobre os discípulos, é expressa a criação renovada, é o Espírito Santo que recria a comunidade dos apóstolos e descerra suas portas para a missão! Os discípulos só conseguiram tomar atitudes corajosas para anunciar o evangelho, depois que receberam o Espírito Santo. Eles se tornaram tão corajosos a ponto de se prontificarem a dar a vida pela a causa de Jesus, que passou a ser também causa deles.
Com Pentecostes, encerra-se o tempo Pascal, mas este acontecimento não é o final de uma caminhada, e sim, o começo de um novo peregrinar rumo a casa do Pai! Os atos dos Apóstolos começaram com o sopro do Espírito Santo, também, os nossos atos, começam à partir da nossa conscientização de que a força santificadora do Espírito Santo, nos orienta e nos ilumina  na missão.
 

Olívia Coutinho

A visitação da Virgem Maria.

Amar é servir! Desinteressadamente. É a primeira lição que Maria nos dá.

Tão logo o Arcanjo Gabriel anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Salvador, e Maria vai, apressadamente, diz São Lucas, para fazer uma visita à sua prima Isabel, já idosa, para ajudá-la nos serviços do lar. A Virgem caminha cerca de 200 km, passa pela Samaria e chega a Judeia, vai à cidade de Ain-Karin, no alto das montanhas da Judeia onde morava o sacerdote Zacarias.
Certamente, Maria caminha, por uma semana, meditando o mistério anunciado pelo anjo: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo!”. “Não temas Maria, encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho que colocarás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á filho do Altíssimo e o Senhor Seu Deus lhe dará o trono do seu Pai Davi… e o seu reino não terá fim” (Lc 1,30ss).
Seu coração humilde transbordava de alegria e júbilo, ainda sem entender tudo. Mas, apesar de tudo o que se passava em sua mente e em seu coração, ela pensa na sua idosa parenta Isabel, que precisa dela. Vai, então, às pressas pelas montanhas da Judeia. Ao chegar à casa de Isabel, a saúda: Shalom! João Batista estremece no seio de Isabel, e esta, cheia do Espírito Santo, diz São Lucas, exclama:
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lc 1,40-45).

Isabel é a primeira pessoa, iluminada pelo Espírito Santo, que percebe que está diante da Mãe de Deus humanado. “A Mãe do meu Senhor!”. Ciente desta verdade, diante de Jesus e de João Batista que se encontram ainda nos seios de suas mães, com sentimentos de humilde gratidão para com a grandeza e bondade de Deus, Maria, cheia do Espírito Santo, expressa com o Magnificat, toda a sua alegria e júbilo:

“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre” (Lc 46-55).

Vinte séculos de cristianismo repetiram rezando e cantando este hino. Este canto é o suficiente para provar e demonstrar a visita do Anjo e o prodígio operado na Virgem Maria. Se ela não tivesse estado sob a ação do Espírito Santo, jamais aceitaria ser chamada de “bendita entre todas as mulheres”, como lhe disse Isabel. E como se atreveria a dizer que “todas as gerações me chamarão de bem aventurada”. E o mais admirável é que todas as suas palavras se realizaram e todos os séculos passam ante Ela cantando a sua felicidade sem igual, de ser escolhida para ser a Mãe de Deus, por ser a mais humilde de todas as mulheres.
O Verbo encarnado em Maria é causa de graça para Isabel que, pelo Espírito Santo, percebe os grandes mistérios que se operam nela: a sua dignidade de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação do Batista, precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe.
Maria ficou com Isabel até o nascimento de João Batista, servindo-a humildemente. A primeira coisa que faz a Mãe de Deus, é servir! Amar é servir! Desinteressadamente. É a primeira lição que Maria nos dá. Ela não levou em conta ser a Mãe do Salvador; teria o direito de ser servida; mas, ao contrário, vai logo servir. Reinar com Cristo é servir!

São Francisco de Sales, doutor da Igreja, diz: “Na Encarnação Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor… Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus, pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar a Deus que não vemos, se não amamos os homens que vemos. Esta parte realiza-se na Visitação”.
Depois dos oito dias para o rito da circuncisão de João Batista e imposição do nome, Maria volta para Nazaré.
A festa da Visitação, de origem franciscana, que os frades menores já a celebravam em 1263, era celebrada a dois de julho, isto é, ao término da visita de Maria.
A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo papa Urbano VI (1378-1389) para propiciar com a intercessão de Maria a paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do Ocidente no século 14.
O atual calendário litúrgico abandonou a data tradicional de 2 de julho para fixar-lhe a memória no último dia de maio, como coroação do mês que a devoção popular consagra ao culto particular da Virgem.

Prof. Felipe Aquino

sábado, 30 de maio de 2020

Liturgia Diária – A nossa história é única!.

  Jo 21, 15-19 - Sou Catequista
1a Leitura - Atos 28,16-20.30-31
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

28 16 Chegados que fomos a Roma, foi concedida licença a Paulo para que ficasse em casa própria com um soldado que o guardava.
17 Três dias depois, Paulo convocou os judeus mais notáveis. Estando reunidos, disse-lhes: “Irmãos, sem cometer nada contra o povo nem contra os costumes de nossos pais, fui preso em Jerusalém e entregue nas mãos dos romanos. 18 Estes, depois de terem instruído o meu processo, quiseram soltar-me, visto não achar em mim crime algum que merecesse morte. 19 Mas, opondo-se a isso os judeus, vi-me obrigado a apelar para César, sem intentar contudo acusar de alguma coisa a minha nação. 20 Por esse motivo, mandei chamar-vos, para vos ver e falar convosco. Porquanto, pela esperança de Israel, é que estou preso com esta corrente”. 30 Paulo permaneceu por dois anos inteiros no aposento alugado, e recebia a todos os que vinham procurá-lo. 31 Pregava o Reino de Deus e ensinava as coisas a respeito do Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade e sem proibição.
Palavra do Senhor.

Salmo - 10/11

Ó Senhor, quem tem reto coração
há de ver a vossa face.

Deus está no templo santo
e no céu tem o seu trono;
volta os olhos para o mundo,
seu olhar penetra os homens.

Examina o justo e o ímpio
e detesta o que ama o mal.
Porque justo é nosso Deus,
o Senhor ama a justiça.
Quem tem reto coração
há de ver a sua face.

Evangelho - João 21,20-25
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade (Jo 16,7.13)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
21 20 Voltando-se Pedro, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (aquele que estivera reclinado sobre o seu peito, durante a ceia, e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te há de trair?”).
21 Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, e este? Que será dele?” 22 Respondeu-lhe Jesus: “Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu”. 23 Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse: “Não morrerá, mas: Que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?” 24 Este é o discípulo que dá testemunho de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé o seu testemunho. 25 Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.
Palavra da Salvação.

Reflexão
 
Refletindo sobre o chamado de Pedro neste Evangelho nós constatamos e percebemos que para cada um de nós o Senhor tem um desígnio diferente. A nossa história é única e difere da de todo o mundo, porque somos únicos e cada um de nós tem um chamado pessoal. Pedro queria saber de Jesus o que iria acontecer a João e dava sinais de dúvidas em relação ao discípulo que Jesus amava. Jesus, no entanto, não lhe correspondeu à sua curiosidade, e disse: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, o que te importa isso? Tu segue-me!” 

Não precisamos nos importar com aquelas pessoas que ainda resistem em nos acompanhar, pois o Senhor tem uma hora destinada a cada um. O plano de Deus para nós é perfeito e tem um sentido definido e uma marca singular, portanto, ao invés de nos preocupar com o projeto de Deus para as outras pessoas   devemos estar atentos à voz de Jesus que nos diz, pessoalmente, “Tu, segue-me!” É importante que permaneçamos quietos (as) e abandonados (as) às sugestões do Espírito que perscruta o nosso coração e sabe precisamente de tudo o que necessitamos. Devemos nos alegrar quando o Senhor nos chamar particularmente, pois assim conheceremos que a vontade de Deus está se cumprindo em nós.  - Por que nos preocupamos com a caminhada dos outros? – Por que não aceitamos a nossa missão sem deixar de fiscalizar a missão das outras pessoas? – Você está seguro (a) de que tem feito o que lhe cabe? – Como você vê as outras pessoas que não estão fazendo igual a você? – Você se acha superior a elas?


Helena Serpa

Por que Maria é chamada de Porta do Céu?

mariaMaria é chamada de a Porta do Céu, pois foi através dela que Nosso Senhor passou do céu à terra. Ezequiel, profetizando sobre Maria diz: O Senhor disse-me: Este pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado. O príncipe, entretanto, enquanto tal, poderá aí assentar-se para tomar sua refeição diante do Senhor.


Agora isso está cumprido. Não apenas por Nosso Senhor vir de sua carne e ser seu Filho, mas, além disso, por ela ter tido um lugar na economia da Redenção; está cumprido em seu espírito e vontade, bem como em seu corpo. Eva teve uma parte na Queda do homem, embora fosse Adão nosso representante, cujo pecado nos fez pecadores. Foi Eva quem tudo iniciou ao tentar Adão. A Escritura diz: A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente. Convinha, em seguida, pela misericórdia de Deus, que como a mulher iniciou a destruição do mundo, assim também a mulher deveria iniciar sua recuperação. Como Eva abriu o caminho para o ato fatal do primeiro Adão, assim Maria deveria abrir o caminho para a grande realização do segundo Adão, justamente Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio para salvar o mundo, morrendo na cruz por ele. Por isso, Maria é chamada pelos Santos Padres uma segunda e melhor Eva, por ter dado o primeiro passo para a salvação da humanidade, a qual Eva levou à ruína.

Como e quando Maria tomou parte, e a parte inicial, na restauração do mundo? Foi quando o anjo Gabriel veio a ela anunciar a grande honra que lhe cabia como sua parte. São Paulo nos exorta: oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Não devemos apenas rezar com nossos lábios, rapidamente, e fazer penitências exteriores e sermos castos, mas devemos ser obedientes e puros em nossas mentes.
E assim, no que diz respeito à Santíssima Virgem, era o desejo de Deus que ela aceitasse, voluntariamente e com pleno entendimento, ser a Mãe de Nosso Senhor, não sendo um mero instrumento passivo, cuja maternidade não teria nenhum mérito e nenhuma recompensa. Quanto maiores nossos dons, mais árduos nossos deveres. Não era um destino fácil estar tão intimamente próximo do Redentor dos homens, como foi vivenciado mais tarde, quando ela padeceu com Ele. Portanto, ponderando bem as palavras do anjo, antes de dar-lhe sua resposta, primeiro ela pergunta se tão grande serviço implicaria na perda daquela Virgindade, sobre a qual ela tinha feito seus votos. Quando o anjo lhe respondeu que não, então, com pleno consentimento de um coração cheio, cheio do amor de Deus para com ela, e por sua própria humildade, ela disse, Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E foi por essa aceitação que ela se tornou “A Porta do Céu”.

Retirado do livro: “Rosa Mística”. Cardeal John Henry Newman. Ed. Cultor de Livros.

Maria: Vencedora de Satanás e das heresias.

Maria é a vitória de Deus sobre o Mal
Desde os primórdios da humanidade Maria recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça da serpente maligna. Disse Deus a ela no paraíso:
“Porei inimizade entre ti e a mulher entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).



Os Santos Padres afirmam que assim como o pecado entrou no mundo por meio da mulher, assim também a salvação haveria de chegar à humanidade pela mulher. E esta mulher, a nova Eva, a nova Virgem, desde toda a eternidade Deus escolheu que fosse Maria.
Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez de chamá-la de mãe, em Caná da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta “Mulher” é Sua Mãe. Assim, nas bodas de Caná, Jesus lhe diz: “Mulher, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou (Jo 2,4). E depois, na cruz, momentos antes de morrer, quando Jesus nos dá Sua Mãe para nossa Mãe, Ele diz a ela: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26).

Fica assim, muito claro, que a “mulher” do Gênesis que esmagaria a cabeça da serpente maligna é Maria. Como nos ensina São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja no século V, Deus usou Maria para ludibriar a sagacidade da serpente, como já dissemos. Por sua virgindade e por sua concepção imaculada desconhecidas do tentador, Deus fez com que Maria concebesse Jesus, Deus e homem, por obra do Espírito Santo, livre das garras do pecado e do demônio. Assim Jesus, livre e soberano, homem e Deus, pôde destruir o império do Mal. É o que São João nos garante:
“Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio” (1Jo 3,8).

Mesmo com essa afirmação categórica de São João, ainda há infelizmente muitos que, em total desobediência à Palavra de Deus, ao Magistério da Igreja e à Sagrada Tradição, teimam em afirmar que o demônio não existe, ou, o que é pior ainda, menosprezam sua ação sobre as pessoas.

Na verdade, esta é sua maior cilada, fazer-se desacreditado pelos homens, como se não existisse ou não agisse com sagacidade. Seu intuito é que as pessoas não se defendam contra suas tentações com a ordem expressa de Jesus: “Vigiai e orai”.
São Paulo nos adverte sobre isto: “Não quero que sejamos vencidos por Satanás, pois não ignoramos suas maquinações” (2Cor 2,11).
Em outra passagem, mais clara ainda, São Paulo nos alerta para o fato de que ele se transfigura em “anjo de luz”, isto é, lobo disfarçado de cordeiro. E é então que ele faz muito estrago na vida das pessoas e no reino de Deus. Falando dos falsos profetas que se disfarçam em apóstolos de Cristo, São Paulo diz:

“O que não é de se espantar: pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, parece bem normal que seus ministros se disfarcem em ministros da justiça…” (2Cor 11,14-15).
Os Santos Padres ensinavam que no Gênesis o demônio é identificado com a serpente porque age como ela; isto é, às escondidas, esperando a hora certa para dar o bote sobre os desprevenidos e neles injetar todo seu veneno mortífero. Ninguém tem medo de uma cobra num pátio limpo; ela é perigosa quando está escondida no meio do mato.
Também São Pedro, a quem o Senhor confiou o encargo de “confirmar os irmãos na fé” (Lc 22,32), fala muito claro sobre isto:
“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem possa devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pd 5,8-9).
Estas são palavras que não deixam margem à dúbia interpretação.
Também os outros Vigários de Cristo na terra, sucessores de São Pedro, falaram do assunto. Por exemplo, o Papa Paulo VI, na alocução Livrai-nos do Mal, explicando este último pedido que Jesus nos ensinou a fazer ao Pai na oração do Pai-Nosso, em 15 de novembro de 1972 disse:
“O Demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade: foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original. Com a falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a Redenção de Cristo nos pode libertar… Sabemos, portanto, que este ser mesquinho e perturbador existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história dos homens”.

É preciso, portanto, lembrar uma vez mais o que São João nos ensina: “Cristo veio para destruir as obras do demônio”.
Mas isto Deus tornou-se possível por Maria; por isso ela é odiada por Satanás, porque trouxe no seio Aquele que seria o Salvador da humanidade, o Vencedor de Satanás.
O demônio já não tem mais poder sobre aqueles que creem em Jesus e lhe entregaram sua vida, mediante a fé e o Batismo. Neste sacramento, afirma São Paulo, nós morremos com Cristo para o pecado e o demônio, e ressuscitamos para Deus. Pelo Batismo aplica-se a cada um a salvação que Cristo nos conquistou por Sua Cruz. Ouçamos o Apóstolo:
“Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados com Ele em Sua morte pelo Batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim também vivamos uma vida nova (…) Sabemos que nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado. Pois quem morreu, libertado está do pecado… O pecado já não vos dominará” (Rm 6,4-14).
Para São Paulo, ser liberto do pecado é ser liberto da morte e do demônio; e isto, só o Cristo nos pode conceder. E Cristo veio por Maria.
Certa vez uma criança pequena entrou num quarto escuro e sem perceber pisou a cabeça de uma serpente venenosa. Tentou esmagar a cabeça da cobra que lhe queria dar o golpe mortal, mas era fraca e impotente para vencer a batalha. Que fez ao ver-se perdida? Gritou por sua mãe. Esta, ao ver o perigo em que se encontra a sua filhinha, colocou seu pé sobre o da pequenina e ambas, então esmagam a cabeça da serpente. A filha estava salva.
É assim que nossa Mãe Santíssima faz para conosco nas horas de tentações. Nesses horas é preciso rogar a Ela: “A vós bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos gemendo neste vale de lágrimas… Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei…”. Não tenha dúvidas de que a Imaculada virá em nosso socorro e esmagará a cabeça da serpente.


Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Liturgia Diária – Amar com o Amor de Deus;


Pedro é restaurado por Jesus (Jo 21:15-19)
1a Leitura - Atos 25,13-21
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Alguns dias depois, 25 13 o rei Agripa e Berenice desceram a Cesaréia para saudar Festo. 14 Como se demorassem ali muitos dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo: "Félix deixou preso aqui um certo homem. 15 Quando estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus vieram queixar-se dele comigo pedindo a sua condenação. 16 Respondi-lhes que não era costume dos romanos condenar homem algum, antes de ter confrontado o acusado com os seus acusadores e antes de se lhes dar a liberdade de defender-se dos crimes que lhes são imputados. 17 Compareceram aqui. E eu, sem demora, logo no dia seguinte, dei audiência e ordenei que conduzissem esse homem. 18 Apresentaram-se os seus acusadores, mas não o acusaram de nenhum dos crimes de que eu suspeitava. 19 Eram só desavenças entre eles a respeito da sua religião, e uma discussão a respeito de um tal Jesus, já morto, e que Paulo afirma estar vivo. 20 Vi-me perplexo quanto ao modo de inquirir essas questões e perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém e ser ali julgado. 21 Mas, como Paulo apelou para o julgamento do imperador, mandei que fique detido até que o remeta a César".
Palavra do Senhor.


Salmo - 102/103

O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
quanto dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.

O Senhor pôs o seu trono lá nos céus,
e abrange o mundo inteiro seu reinado.
Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos,
valorosos que cumpris as suas ordens.

Evangelho - João 21,15-19
Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito Santo, o paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado (Jo 14,26).
 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

21 15 Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?" Respondeu ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta os meus cordeiros". 16 Perguntou-lhe outra vez: "Simão, filho de João, amas-me?" Respondeu-lhe: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta os meus cordeiros". 17 Perguntou-lhe pela terceira vez: "Simão, filho de João, amas-me?" Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: "Amas-me?", e respondeu-lhe: "Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres". 19 Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
Palavra da Salvação.
 
Reflexão
 
Pedro tinha consciência de que o Amor de Jesus era misericordioso e o sustentava na sua miséria. Mesmo assim Jesus não queria deixar dúvidas no seu coração, como que para confirmar a sua compaixão para com ele que o negara também por três vezes. Assim também, precisamos nos conscientizar de que por detrás dos acontecimentos da nossa vida, a certeza do amor misericordioso de Deus é o mais importante na nossa caminhada aqui na terra. A medida do amor de Deus é a medida da nossa abertura a este amor. Deus nos ama sempre e muito, porém, o sentir o Seu amor está condicionado à nossa capacidade para acolhê-lo. E até o nosso amor por Deus é o resultado do Seu amor agindo dentro do nosso coração. O amor que damos a Deus vem do amor que Ele tem por nós. O amar mais que os outros é efeito  do nosso acolhimento ao Seu grande amor por nós. Mas este amor de Deus não pode ficar recluso!  Ele tem que transbordar, por isso Jesus recomendou a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”! De fato, Jesus tinha um propósito em relação a isto, pois Pedro era o Seu escolhido para apascentar o Seu rebanho e tomar conta da Igreja nascente. Jesus tinha conhecimento de tudo, porém Pedro deveria estar consciente do amor e da dor de ser escolhido.
 
Toda escolha tem duas facetas, o privilégio, dom especial, mas também o compromisso que supõe responsabilidade e dificuldade. Precisamos ter plena consciência e convicção de que amar a Jesus e ser por Ele escolhido tem como consequência a entrega do nosso ser até a morte. Hoje também Jesus nos pede: “apascenta as minhas ovelhas”! Apascentar é levar a paz, é dar testemunho com atos concretos de que realmente o amor de Deus em nós tem o poder de nos deixar serenos (as) e firmes, apesar de todas as intempéries. Somos chamados a amar assim! – Você ama com o amor de Deus? Você ama a Jesus mais do que os outros? – Como você pode garantir isso? – Deus o (a) amas do que às outras pessoas? – Você se sente julgado (a) pelas pessoas? E por Deus?
 
 
Helena Serpa

Pentecostes.

pentecostA Festa de Pentecostes encerra o período pascal; foi o grande dom de Cristo ressuscitado, que subiu ao Céu e assumiu seu lugar na glória de Deus. Glorificado à direita do Pai – disse São Pedro – Ele enviou o Espírito Santo para conduzir os Apóstolos e toda a Igreja (At 2).
Jesus havia prometido enviar o Espírito Santo para ser a força e a luz da Igreja: “Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim.” (Jo 15,26)

“Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai, entretanto, permanecei na cidade [Jerusalém] até que sejais revestidos da força do alto”. (Lc 24,29)
Jesus sabia que sem esta “força do alto” os discípulos jamais seriam capazes de implantar o Reino de Deus neste mundo através da Igreja. As perseguições seriam muitas em todos os tempos, desde o primeiro século até hoje. E muitas seriam também as heresias que ameaçariam destruir a verdade que salva.  Só na força do Espírito Santo isso seria possível; por isso Jesus, na sua Ascensão, proibiu que os Apóstolos se afastassem do Cenáculo antes de serem revestidos, batizados, no Espírito Santo.

“E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca;  porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias. Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel?  Respondeu-lhes ele: Não pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder,  mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo. “ (Atos 1, 4s)
Os Apóstolos, imbuídos ainda de um messianismo terreno, esperavam que Jesus fosse um libertador político que livrasse Israel do jugo de Roma: “…é porventura agora que ides restaurar o reino de Israel?”. Jesus lhes mostra que não, que “seu Reino não é deste mundo”, e que a salvação de cada um acontecerá pela pregação do Evangelho em todo o mundo, no poder do Espírito Santo, poder esse que vence todo obstáculo à evangelização.
A partir de Pentecostes os Apóstolos se encheram de coragem, sabedoria e pregaram sem medo Jesus Cristo ressuscitado, enfrentando toda perseguição dos judeus. E o Espírito Santo estava com eles. É comum essa expressão nos Atos dos Apóstolos: “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…”.

Jesus disse que: “Deus anseia dar a cada um o Seu Espírito “sem medidas” (Jo 3,34); e, ainda antes da sua Paixão e morte, mostrou a importância do Espírito Santo na festa das tendas em Jerusalém:
“Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva (Zc 14,8; Is 58,11). Dizia isso, referindo-se ao Espírito Santo que haviam de receber os que cressem nele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7,37-39).
Na santa Ceia, na despedida, Jesus prometeu enviar o Paráclito, o Espírito da Verdade, para conduzir a Igreja sempre à verdade.
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. (Jo 14, 15-17)

Este Paráclito veio em Pentecostes para assistir e guiar a Igreja e ficar “eternamente convosco”. Por isso a Igreja nunca errou o caminho da verdade que salva (cf. CIC §851).
“Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14, 25-26)
O Espírito Santo veio em Pentecostes para ficar para sempre com a Igreja e lhe ensinar “toda a verdade”. Essa é a maior alegria de ser católico. Desde aquele dia no primeiro século ele assiste e guia a Igreja na verdade; por isso a Igreja é infalível quando ensina a doutrina católica (cf. CIC §889 a §891).
Jesus deixou o Espírito Santo como Mestre da Igreja: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.  Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16,12-13). É impressionante que Jesus repete essa expressão “ensinar-vos-á toda a verdade”, não apenas uma parte da verdade, mas tudo.

Assim, desde Pentecostes – a manifestação da Igreja ao mundo – ela continua sua caminhada feliz, como disse santo Agostinho “entre as perseguições desse mundo e a consolações de Deus”.
É o Espírito Santo quem assiste o Magistério da Igreja na verdade que salva; Ele inspirou os escritores sagrados da Bíblia, acompanhou toda a sagrada Tradição Apostólica, atua na liturgia sacramental, nos carismas, nos ministérios da Igreja, na oração pessoal dos fiéis, na vida apostólica e missionária, no testemunho dos santos e em toda a obra da salvação (cf. CIC § 688). Jesus foi concebido no poder do Espírito Santo e cumpriu sua missão na força do mesmo Espírito.
 

Prof. Felipe Aquino