É o que afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, em artigo enviado hoje a ZENIT, em que reflete acerca das vocações na Igreja, temática deste mês de agosto no Brasil.
Dom Orani recorda que o Documento de Aparecida “possui uma página de ouro no capítulo quinto, dedicado à comunhão, onde afirma que na Igreja todos somos discípulos-missionários”.
“O Bispo é missionário de Jesus, Sumo sacerdote; o presbítero, de Jesus Bom Pastor; o diácono, de Jesus Servidor; os leigos e leigas, de Jesus Luz do Mundo; e os consagrados e consagradas, de Jesus Testemunho do Pai. Todos somos discípulos-missionários”, afirma.
Segundo Dom Orani, falar de discipulado-missão “é falar da centralidade e da dimensão constitutiva da Igreja”.
“Ontem, como hoje, Jesus segue chamando e enviando; e o seguimento é a atitude básica que se pode viver em diferentes formas na comunidade eclesial. Hoje, mais que em outros tempos, esse seguimento implica um estilo novo de vida no meio da sociedade”, afirma.
“O Papa nos disse – prossegue o arcebispo – que ‘Discipulado e missão são como as duas faces de uma mesma moeda: quando o discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva. Com efeito, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro’”.
O arcebispo recorda que, na Conferência de Aparecida, os bispos se questionaram sobre como eles vivem esta dimensão de ser discípulos-missionários.
“A esse respeito vêm à memória as palavras de Agostinho de Hipona: ‘Lembra-te que estás mais acima não porque sejas o primeiro. Mas, à frente, como o dono da vinha que constrói uma torre para poder ver melhor a vinha… Lembra-te que és servo dos servos de Deus’.”
Segundo Dom Orani, “também a vida religiosa é um dom do Pai, por meio do Espírito Santo, à Igreja; é um caminho especial do seguimento de Jesus; está convocada a ser discípula, missionária e servidora do mundo; é testemunho de que somente Deus basta para chegar à vida de sentido e de alegria”.
No campo da missão, as consagrada e consagrados “estão chamados a fazer um anúncio explícito do Evangelho, especialmente aos mais pobres, em seus lugares de presença, em sua vida fraterna e em suas obras”.
“Também estão chamados a colaborar, a partir de seus carismas fundacionais, na gestação de uma nova geração de discípulos missionários e de uma nova sociedade onde se respeite a justiça e a dignidade da pessoa humana. E, por último, está chamada a ser experta em comunhão, tanto no interior da Igreja como na sociedade.”
Na riqueza de vocações na Igreja – afirma Dom Orani –, “leigos, diáconos, presbíteros, bispos, consagrados, quero ressaltar que a maior, primeira e mais sublime vocação é a santidade”.
“Sem a santidade de vida e de estado nossa pregação é nula. Refeitos por um compromisso de anunciar o Evangelho, na vida própria de cada um, busquemos sempre novas formas para viver e dar testemunho da santidade, iluminando nossa vida com a nossa palavra e o nosso exemplo”, diz o arcebispo.