Leitura da primeira carta de são João.
2 18 Filhinhos, esta é a última hora. Vós
ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos,
por isto conhecemos que é a última hora.
19 Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos
nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça
que nem todos são dos nossos.
20 Vós, porém, tendes a unção do Santo e sabeis todas as coisas.
21 Não vos escrevi como se ignorásseis a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.
Palavra do Senhor.
O céu se rejubile e exulte a terra!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação.
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a
glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: ‘O
que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim’”.
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
Palavra da Salvação.
Reflexão
Hoje, o último dia do ano civil, a Igreja celebra a memória de S. Silvestre, Papa, grande defensor da divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e concede indulgência plenária a todos os fiéis que, cumpridas as condições de costume, recitarem publicamente o hino Te Deum, em ação de graças pelos benefícios recebidos ao longo de mais um ano de trabalhos e orações. Neste dia, com efeito, a Igreja nos convida a olhar para a história com o olhar de Deus, de modo a estimularmos em nossos corações profundos sentimentos de gratidão não apenas por tudo o que Ele, em sua misericórdia, nos deu, mas também por tudo o que, em sua justiça, Ele nos negou. De fato, precisamos ser agradecidos ao Senhor inclusive pelo que dele não recebemos, pelas orações não atendidas, pelos desejos não realizados, porque só um Pai de infinita bondade, que conhece à ciência perfeita o que convém a seus filhos, tem a delicadeza de negar o que sabe ser mal e pernicioso. Se, como diz Jesus no Evangelho, até os pais humanos dão o que é necessário aos filhos, como não irá Deus conceder-nos apenas o que é realmente bom e proveitoso em ordem à nossa santificação e salvação?
E não só no que nos nega, mas também no que Ele nos permite se manifesta infinita bondade do nosso Pai que está nos céus: de fato, muito do que, a olhos humanos, se nos afigura uma calamidade insanável, um desastre terrível e irreparável, é, aos olhos da sapientíssima Providência divina, um meio necessário e salutar para salvar quem talvez se perderia, para converter quem talvez se obstinaria, para reconduzir os que talvez se perdessem sem chance de voltar atrás. Tenhamos fé em que, ao longo de mais este ano que se encerra, Deus, sem anular a nossa liberdade nem apagar a nossa responsabilidade, só permitiu o que nos poderia ser proveitoso, ainda que nós, tolos como somos, não tenhamos tirado proveito desses chamados do Pai à conversão. Pedindo-lhe hoje perdão pelas oportunidades perdidas, demos-lhe graças por tudo o que Ele nos deu e nos negou e imploremos a graça de, durante este próximo ano, aproveitarmos melhor as disposições de sua santíssima vontade, que cuida dos menores detalhes do nosso dia-a-dia.
Oração. — Ó Deus, cuja misericórdia é sem limites e cuja bondade é um tesouro inesgotável, prostrados ante a vossa piíssima majestade, nós vos rendemos graças pelos benefícios que nos fizestes, suplicando sempre a vossa clemência, para que não desampareis nunca aqueles a quem concedestes o que vos pediram, e os disponhais para receber os prêmios eternos. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.
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