sexta-feira, 31 de julho de 2020

Liturgia Diária – De onde vem a nossa sabedoria?

EVANGELHO DO DIA - 16/03/2018 - QUERIAM PRENDER JESUS - JO 7,1 ...
1a Leitura - Jeremias 26,1-9
Leitura da profecia de Jeremias.

26 1 No começo do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, foi dirigida a Jeremias a palavra do Senhor nestes termos: 2 “Eis o que disse o Senhor: coloca-te no átrio do templo e a toda a gente de Judá, que vier prosternar-se no templo do Senhor, repete todas as palavras que te ordenei dizer, sem deixar nenhuma. 3 Talvez as ouçam eles e renunciem ao perverso comportamento. Arrepender-me-ei, então, dos males que cogito desencadear sobre eles por motivo da perversidade de sua vida. 4 E então tu lhes dirás: eis o que diz o Senhor: Se não me escutardes, se não obedecerdes à lei que vos impus, 5 e não ouvirdes as palavras dos profetas, meus servos, que não cessei de vos enviar continuamente, sem que delas vos importásseis, 6 farei deste edifício o que fiz de Silo e desta cidade um exemplo que todos os povos da terra citarão em suas maldições”. 7 Os sacerdotes, os profetas e todo o povo ouviram Jeremias pronunciar essas palavras no templo. 8 Mal, porém, acabara de repetir o que o Senhor lhe ordenara dizer ao povo, lançaram-se sobre ele os sacerdotes, os profetas e a multidão, exclamando: “À morte! 9 Por que proferes, em nome do Senhor, este oráculo: ‘a este templo: o mesmo acontecerá que a Silo e se transformará em deserto sem habitantes esta cidade?’” Ajuntou-se então a multidão no templo em torno de Jeremias.
Palavra do Senhor.

Salmo - 68/69

Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor. 

Mais numerosos que os cabelos da cabeça
são aqueles que me odeiam sem motivo;
meus inimigos são mais fortes do que eu;
contra mim eles se voltam com mentiras!
Por acaso poderei restituir
alguma coisa que de outros não roubei? 

Por vossa causa é que sofri tantos insultos
e o meu rosto se cobriu de confusão;
eu me tornei como um estranho a meus irmãos,
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
Pois meu zelo e meu amor por vossa casa
e devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam
recaíram todos eles sobre mim! 

Por isso elevo para vós minha oração
neste tempo favorável, Senhor Deus!
Respondei-me pelo vosso imenso amor,
pela vossa salvação que nunca falha!

Evangelho - Mateus 13,54-58
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor permanece eternamente, e esta é a palavra que vos foi anunciada (1Pd 1,25).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 54 Jesus foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: “Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa?
55 Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?” 57 E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: “É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado”. 58 E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres.
Palavra da Salvação.

Reflexão 

Para Jesus não foi fácil ser profeta em Sua terra diante das pessoas da sua casa e da sua família, apesar de ser admirado pelo que ensinava na Sinagoga. As pessoas que O ouviam falar com tanta sabedoria e presenciavam os Seus milagres, duvidavam dele e não queriam acreditar no Seu poder, porque O conheciam como um simples filho do carpinteiro e de Maria, cujos parentes moravam também ali. Jesus não fez ali muitos milagres e se tornou para eles um motivo de escândalo. Por isso, questionavam entre si:  “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres?”     Deus quer fazer milagres na nossa vida e usa as pessoas simples, da nossa convivência mesmo que não sejam elas as mais preparadas e capacitadas.  Na maioria das vezes, também, pouco caso damos quando essas pessoas são  nossas conhecidas ou quando convivemos com elas.  
Consequentemente, por causa da nossa impertinência, os milagres também não acontecem na nossa vida e muitos problemas para os quais esperamos a solução nunca serão resolvidos.  Por isso, precisamos estar atentos quando as pessoas que estão dentro da nossa casa ou ao nosso redor tentarem nos aconselhar e nos abrir os nossos olhos para enxergar coisas que talvez não estejamos vendo, porque elas podem ser instrumentos de Deus para ajudar na nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, pois o Senhor tem poder para realizar milagres através de quem nunca esperávamos. Mesmo que sejam aquelas que aos nossos olhos não possuem sabedoria, Deus as usa para que percebamos que a sabedoria é d’Ele próprio.   -  Você tem “escutado” as pessoas observando se elas são instrumentos de Deus para si? – Você tem tentado dar a mensagem que Deus coloca no seu coração para alguém? 



Helena Serpa

Santo Inácio de Loyola.


Inácio de Loyola – Wikipédia, a enciclopédia livre


Santo Inácio de Loyola, que viveu entre os anos de 1491 e 1556, era um cavaleiro impetuoso. Ferido no cerco de Pamplona, durante a convalescença, não encontrando leituras de cavalaria, de que era apaixonado, descobriu Jesus Cristo no Evangelho e na vida dos santos. Então quis dar-se a Jesus Cristo na Igreja. Amadureceu a sua conversão no mosteiro de Monte-Serrat iniciando-se na “devoção moderna”, sobretudo lendo a Imitação de Cristo na gruta de Manresa, onde teve experiências místicas e lançou as bases do seu famoso livro: Exercícios espirituais. Estudou filosofia e teologia em Paris, onde fundou a Companhia de Jesus, e em Veneza, onde foi ordenado sacerdote. Estabelecido em Roma, colocou sua companhia como um exército à disposição do Papa para a defesa da fé, reforma da Igreja e obra missionária. Intensa e vasta foi a sua ação apostólica juntamente com a de seus colaboradores. Abriu a sua companhia à cultura teológica e à cultura humana, a ponto de poder representar a igreja no campo das ciências e do pensamento moderno, e fez deles ilustres educadores. Hoje compreende-se melhor a figura de Inácio de Loyola à luz de seu profundo espírito de doação, da mística do serviço, de seu otimismo e dinamismo orientados para maior glória de Deus na Igreja e para a Igreja. A ascética inciana se esforça por criar nos fiéis uma mentalidade cristocêntrica. Inácio assimilou Cristo na oração psicológica, na obediência e na santidade de vida.

Outros Santos do mesmo dia: Santo Neoto, Santa Helena de Skovd, Beato João Colombini, Santo Justino Jacobis, Beatos Dionísio Vicente Ramos e Francisco Remon Javita, Beato Everardo Hanse, Beato Francisco de Milão, Beato Francisco Stryjas, Beato Tiago Buch Canals e Miguel Ozieblowiski.

Prof. Felipe Aquino


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Liturgia Diária - O Reino de Deus faz de nós peixes de boa qualidade.


 Evangelho do dia - 03/08/2017 Quinta Feira - MT 13 47-53 - YouTube
1a Leitura - Jeremias 18,1-6
Leitura da profecia de Jeremias.

18 1 Foi dirigida a Jeremias a palavra do Senhor nestes termos:
2 “Vai e desce à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minha palavra”.
3 Desci, então, à casa do oleiro, e o encontrei ocupado a trabalhar no torno.
4 Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, como sói acontecer nos trabalhos de cerâmica, punha-se a trabalhar em outro à sua maneira.
5 Foi esta, então, a linguagem do Senhor: “casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz esse oleiro?” - oráculo do Senhor.
6 “O que é a argila em suas mãos, assim sois vós nas minhas, Casa de Israel”.
Palavra do Senhor.

Salmo - 145/146

Feliz quem se apoia no Deus de Jacó! 
Bendize, minha alma, ao Senhor! 
Bendize, minha alma, ao Senhor! 
Bendirei ao Senhor toda a vida, 
Cantarei ao meu Deus sem cessar!
 
Não ponhais vossa fé nos que mandam, 
Não há homem que possa salvar. 
Ao faltar-lhe o respiro, ele volta 
Para a terra de onde saiu; 
Nesses dia seus planos perecem.
É feliz todo homem que busca 
Seu auxílio no Deus de Jacó 
E que põe no Senhor a esperança. 
O Senhor fez o céu e a terra, 
fez o mar e o que neles existe.

Evangelho - Mateus 13,47-53
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abre-nos, ó Senhor, o coração, para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 47 “O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.
48 Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.
49 Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos
50 e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.
51 Compreendestes tudo isto? Sim, Senhor, responderam eles.
52 Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas”.
53 Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu.
Palavra da Salvação.

Reflexão 
 
Jesus está, hoje, dando-nos parábolas, mais uma vez, para nos explicar o Reino dos Céus. É claro que a primeira delas: uma rede lançada ao mar, que apanha peixes de todos os tipos, é para dizer que o Reino dos Céus é, justamente, essa rede que pega homens de todas as espécies e maneiras: pecador como eu, mal-humorado como aquele, um outro que tem uma vida machucada, um outro que já nasceu na Igreja, um outro que nunca quis saber de Deus… Ele não faz distinção de pessoas. 
Deus não fica olhando e dizendo: “Só aquele peixe que é bom”. Ele não é seletivo como nós; pelo contrário, Deus é eletivo, é Aquele que elege todos para fazer parte do Seu Reino. Apenas é preciso que o peixe, mesmo que possa parecer um pouco estragado pelas circunstâncias da vida, deixe-se tratar por Deus.
Assim como estamos permitindo que Deus nos trate, que Ele cuide de nós, que nos ame e faça acontecer, é preciso que tenhamos a mesma compaixão para com todos. Que não julguemos, não condenemos, mas, pelo contrário, permitamos que a ação de Deus aconteça em nós.
O Reino de Deus é o lugar que trata de cada um de nós para que possamos ser peixes de boa qualidade
No final dos tempos, os anjos de Deus irão separar aquilo que é mau daquilo que é bom, o que é justo do que não é justo. O tempo da graça é esse, é tempo de nos convertermos. Pode parecer por fora, somente pelas escamas, que somos um peixe bom, mas não estamos vendo as coisas estragadas, injustas e malignas que estão em nós. Por isso, o Reino de Deus é aquele que acolhe a todos, mas é o lugar que trata de cada um de nós, para que possamos ser peixes de boa qualidade.
Se o Reino dos Céus é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas, nós também temos que tirar as coisas novas para colocar para fora as virtudes, os valores e, ao mesmo tempo, repelir aquilo que é velho e não é de Deus, para que o que é d’Ele esteja acontecendo em nós.
Tire o que é velho e estragado, tire aquilo que não é a Palavra de Deus da nossa vida, para que possamos dar bons frutos de conversão.


Padre Roger Araújo

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Liturgia Diária - Ser como Marta ou Maria?


  Nas mãos do oleiro: A melhor parte não lhe será tirada ...
1a Leitura - 1 João 4,7-16
Leitura da primeira carta de São João.

4 7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
9Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele.
10Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.
11Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros.
12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.
13Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.
14E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.
15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.
16Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.
Palavra do Senhor.

Salmo - 33/34

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo.

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre e minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
E vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
E o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
Ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos,
Porque nada faltará aos que o temem.
Os ricos empobrecem, passam fome,
Mas aos que buscam o Senhor não falta nada.

Evangelho - João 11,19-27
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 11 19muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão.
20Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa.
21Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!
22Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus to concederá".
23Disse-lhe Jesus: "Teu irmão ressurgirá".
24Respondeu-lhe Marta: "Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia".
25Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.
26E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?"
27Respondeu ela: "Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo".
Palavra da Salvação.

Reflexão 
 
Por meio deste Evangelho Jesus revela para nós a atitude das duas irmãs que O receberam em sua casa, para que possamos também avaliar como estamos recebendo Jesus na nossa vida.  Marta, cheia de muitas preocupações para que tudo estivesse perfeito para receber aquela visita ilustre. Maria, completamente desligada das obrigações sociais abandonou-se para que o encontro dela com Jesus fosse perfeito. Para isso ela “sentou-se aos pés do Senhor e escutava a Sua Palavra”. Diante deste cenário nós podemos fazer uma avaliação de como tem sido os nossos encontros com o nosso Salvador. Às vezes, nós até nos ajoelhamos diante de Jesus, mas não conseguimos entregar a Ele as nossas preocupações com o que temos que fazer porque não nos abandonamos e às Suas sugestões e continuamos agitados por muitas coisas. Não conseguimos fazer como Maria que escolheu a melhor parte e esta nunca lhe será tirada. 
Quantas vezes nós também convidamos Jesus para entrar na nossa vida, queremos conhecê-Lo, desejamos “receber” as Suas graças de cura, de libertação e solução para os nossos problemas! No entanto, nos esquecemos de sentar para escutá-Lo, não abrimos a Sua Palavra para conhecê-Lo melhor e nos agitamos preocupados (as) em fazer alguma coisa para agradá-Lo. Fazemos promessas, jejuamos, rezamos novenas, até O servimos na Igreja ou na comunidade, mas não paramos para fazer a nossa oração pessoal que é a oportunidade de aprender com Ele a palavra chave que nos oferece o remédio para curar as nossas e enfermidades. Somos Marta ou Maria? Que possamos aprender com as duas. Primeiramente, é indispensável que façamos como a Maria que recebeu os ensinamentos de Jesus, usufruiu da Sua intimidade e fortaleceu a sua fé. Esta é a melhor parte, no entanto, não podemos ficar só nisso. A nossa oração, a nossa reflexão com os ensinamentos de Deus nos motivam a agir para viver o amor e resolver as nossas questões. 
Há muitas pessoas que entendem ser o trabalho uma oração, desde que ele seja para a glória de Deus, e isto também é verdade.  Todavia, quando agimos assim, dentro de nós haverá sempre o silêncio e o vazio  que a ausência da oração pessoal provoca. A ação que agrada a Deus é aquela que advém do nosso diálogo com Ele, pois só assim iremos descobrir qual é a nossa parte na Sua obra. O que fizermos com as nossas mãos, o que providenciamos com o nosso trabalho incessante, poderá passar, mas o que apreendermos com Jesus, será como um tesouro inesgotável que nunca nos será tirado. Marta fazia tudo para agradar a Jesus, no entanto, o que mais Ele desejava era a sua companhia.
Deus também gosta de estar conosco e de nos ter aos Seus pés, isto é, diante Dele, recebendo o Seu carinho e a Sua atenção. Façamos, pois, hoje ainda o convite para que Jesus nos visite, porém deixemos de lado todas as preocupações para agradá-Lo e nos postemos quietos à Sua disposição para que Ele faça em nós tudo que é da vontade do Pai, pois somente Ele a conhece. E todas as nossas preocupações serão resolvidas.  – Você também tem convidado Jesus para ir à sua casa? – Qual tem sido a sua conduta ante a visita de Jesus? – O que mais você tem feito: rezado novena ou meditado com a Palavra de Deus?  -Você é Marta ou Maria no seu dia a dia?  - Você tem feito esforço para sentar-se aos pés de Jesus e pedir a Ele orientação para os seus afazeres? 


  
Helena Serpa

Por que não discernimos claramente as coisas?

O método para conhecer as coisas como são.
A razão pela qual não discernimos as coisas de forma clara é que nos detemos nas aparências exteriores, às quais logo associamos sentimentos de amor ou de ódio que bloqueiam nosso entendimento, impedindo-nos de vê-las como realmente são.
Para não caíres nesse engano, conserva sempre a vontade purificada e livre de qualquer afeto desordenado. Considera com discernimento e maturidade qualquer coisa que se apresente à rejeição (se for algo contrário às inclinações naturais), ou que o amor produza apego indevidos (caso se trata de algo agradável).

Assim, livre das paixões, o intelecto pode conhecer com clareza a verdade, perceber o mal oculto sob uma falsa aparência de prazer e o bem encoberto por uma aparência de mal.
Mas, se a vontade se inclina primeiro a amar ou a odiar as coisas, o intelecto não pode conhecê-las bem, porque as paixões se interpõem e o ofuscam, fazendo-o estimá-las de forma errada, e representá-las dessa forma à vontade, que então se move ainda mais ardentemente a amar ou a odiar as coisas, sem qualquer consideração das leis da razão e da ordem.

Por causa das paixões o intelecto fica cada vez mais obscurecido, e essa obscuridade alimenta o engano da vontade em seus amores e ódios, de tal forma que, se não for observada a regra que vou te dar, essas duas faculdades humanas tão nobres, a inteligência e a vontade, irão tropeçar e cair miseravelmente em trevas cada vez mais profundas e em erros cada vez maiores.
Portanto, minha filha, guarda-te cuidadosamente de todo afeto exagerado por qualquer coisa que não tenha sido primeiro examinada e reconhecida pelo que realmente é, à luz da Graça, pela oração, e conforme o parecer do diretor espiritual.

Isso dever ser observado de forma especial na prática de algumas obras exteriores, que são boas e santas, mas que, por isso mesmo, acarretam para nós um risco maior de engano ou de indiscrição. Pois pode acontecer que, por alguma circunstância de tempo, de lugar ou de medida, a prática dessas obras santas e louváveis resulte em grande dano, como se sabe de muitos casos.

Retirado do livro: “O Combate Espiritual”. Lorenzo Scupoli. Ed. Cléofas e Cultor de Livros.

O coronavírus pode ser transmitido pela hóstia consagrada?

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Com a pandemia veio a pergunta: “O Corpo de Cristo é imune a doenças e infecções”?

As lendas medievais estão cheias de histórias sobre o poder terapêutico da Eucaristia, como a do cavaleiro que perdeu um olho em uma batalha e, como tinha ido à Missa naquela manhã e recebido a Eucaristia, conseguiu colocar o olho de volta no seu rosto e voltou a enxergar.
A partir do século IX houve um intenso debate sobre como o pão consagrado poderia se transformar no verdadeiro corpo de Cristo.
Agora, com a pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas pensam que “Se a Eucaristia é Jesus vivo e verdadeiro, seria sinal de pouca fé acreditar que por meio dela possam se propagar doenças e infecções”.
O argumento parece muito devoto e cheio de fervor. Porém, em nível teológico, há duas objeções: uma de ordem cristológica e outra de ordem sacramental. Primeiro, é preciso levar em conta que a união hipostática da segunda pessoa da Trindade com a natureza humana não deixou Jesus imune às doenças, pois ele assumiu nossa natureza humana igual em tudo, menos no pecado. Em segundo lugar, devemos levar em conta que, depois da Ressurreição, a humanidade de Cristo foi glorificada e já não está sujeita à corrupção. Mas também precisamos lembrar que a presença desse corpo glorioso nos sacramentos não acontece de forma física, mas em essência.
Esse é precisamente o significado da palavra “transubstanciação”: sob os sinais sacramentais existe uma essência que já não é a do pão e a do vinho, mas a do Corpo de Cristo. Porém, trata-se de uma essência que não é experimentável fisicamente e, sim, através da fé.
Falando sobre a transubstanciação, o Concílio de Trento superou as concepções “fisicistas” medievais e a ideia dos fiéis sobre o caráter supersticioso da Comunhão, que poderia ser utilizada como remédio para tudo.
O Pe. Thomas Michelet explica:
“O sacramento é a graça em forma sensível de um sinal… Uma hóstia envenenada pode ser, ao mesmo tempo, uma verdadeira hóstia consagrada – a graça que a alma procura – e uma hóstia envenenada, capaz de matar o corpo… A fé não ensina que a matéria do signo escapa das leis físicas, simplesmente que a graça usa essa matéria para se comunicar de maneira sensível”.
Então o coronavírus pode ser transmitido através da hóstia consagrada? Parece que não, pois, segundo a ciência, o vírus não consegue sobreviver em alimentos.
No entanto, o momento da comunhão, sobretudo quando recebida na boca, é um momento propício ao contágio, assim como o momento da saudação da paz.
É por essa razão que os bispos das regiões afetadas pelo vírus decidiram pedir aos fiéis que comunguem na mão. O momento da paz também foi suprimido da Missa.
O bispo tem a missão de guiar com caridade e prudência o seu povo. E esse é o motivo pelo qual ele toma certas medidas.


terça-feira, 28 de julho de 2020

Liturgia Diária - O joio e o trigo estão no mundo.

  Evangelho de hoje (Mt 13,36-43) - Egídio Serpa | Egídio Serpa ...
1a Leitura - Jeremias 14,17-22
Leitura do livro do profeta Jeremias.

14 17 E tu lhes dirás: Que se me fundam em lágrimas os olhos, noite e dia sem descanso, porquanto de um golpe horrível foi ferida a virgem, filha de meu povo, e sua chaga não tem cura!
18 Se saio pelos campos, encontro homens atravessados pela espada; e se regresso à cidade, eu vejo outros passando pelo tormento da fome. Até o profeta e o sacerdote perambulam sem rumo pela terra. 19 Repelistes Judá, de verdade, e vossa alma se desgostou de Sião? Por que nos feristes de mal incurável? Esperamos a salvação; nada, porém, existe de bom; aguardamos a era de soerguimento, mas só vemos o terror! 20 Senhor! Conhecemos nossa malícia e a iniqüidade de nossos pais. (Bem sabemos) que pecamos contra vós. 21 Pela honra, porém, de vosso nome, não nos abandoneis, nem desonreis o vosso trono de glória. Lembrai-vos! E não rompais o pacto que conosco firmastes. 22 Haverá, entre os vãos ídolos dos pagãos, algum que provoque a chuva? Ou é o céu que proporciona os aguaceiros? Não! Sois vós, Senhor, nosso Deus, vós, em quem depositamos nossa esperança; vós, que todas essas coisas haveis criado.
Palavra do Senhor.

Salmo - 78/79

Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! 

Não lembreis as nossas culpas do passado,
mas venha logo sobre nós vossa bondade,
pois estamos humilhados em extremo. 

Ajudai-nos, nosso Deus e salvador!
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
Por vosso nome, perdoai nossos pecados! 

Até vós chegue o gemido dos cativos:
libertai com vosso braço poderoso
os que foram condenados a morrer!
Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo,
celebramos vosso nome para sempre,
de geração em geração vos louvaremos.

Evangelho - Mateus 13,36-43
Aleluia, aleluia, aleluia.
A semente é de Deus a palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 36 Então, Jesus despediu a multidão. Em seguida, entrou de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para perguntar-lhe: Explica-nos a parábola do joio no campo.
37 Jesus respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. 39 O inimigo, que o semeia, é o demônio. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. 40 E assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo. 41 O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal 42 e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. 43 Então, no Reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol. Aquele que tem ouvidos, ouça.
Palavra da Salvação.
 
Reflexão 
 
Jesus nos dá perfeito entendimento da parábola do joio e do trigo quando situa ser o mundo o terreno onde um homem plantou a boa semente, mas vindo um inimigo, plantou também no mesmo terreno, a semente do mal. E explicou também que o Homem é Ele, que a boa semente são os que pertencem ao reino, o joio são os que pertencem ao maligno e o inimigo é o diabo, a colheita é o fim dos tempos e os ceifadores são os anjos. Podemos entender então, que Jesus nos fala de um mundo físico e espiritual, povoado de entes que têm em si a sementeira que produz frutos bons ou maus, numa dimensão também material e espiritual. Consequentemente o nosso ser, corpo, alma e espírito, é fator determinante para que aconteça, desde já, o reino de Deus aqui no mundo e, no último dia poder conquistar o reino definitivo no céu. Assim sendo, podemos fazer uma avaliação da nossa situação neste mundo, para que percebamos em que contexto estamos inseridos, e assim, ajuizar se, somos trigo ou somos joio. 
 
Por causa da nossa fragilidade humana nós nunca gostamos de abordar o assunto da morte, no entanto, se, verdadeiramente nos apossássemos da promessa de bem aventurança eterna, não nos seria difícil refletir sobre esse tema. O homem material é um ser fadado à morte, no entanto, o nosso homem espiritual tem um desígnio de eternidade. Todavia podemos aquilatar que se o nosso homem material for semente do mal que é o joio e se praticarmos o mal e fizermos com que os outros pequem, com certeza, o nosso homem espiritual estará também fadado à morte eterna, e seremos “jogados na fornalha de fogo”. Do contrário, se o nosso homem material estiver em unidade com o nosso ser espiritual, somos o trigo que brilha como o sol no reino de Deus. As obras da carne nós já sabemos, são ódio, divisões, ciúmes, contendas, paixões desenfreadas, maus escrúpulos, roubos, assassinatos, adultério, fornicação, impurezas, mentira, corrupção e outras mais. No entanto, o espírito que age sob a luz do Espírito Santo, produz frutos de santidade e justiça, como, amor, perdão, mansidão, acolhimento, bondade, solidariedade, generosidade, compreensão, pureza, piedade e outras ações que produzem o bem. – Você acha que está sendo joio ou trigo no mundo? – Você vive mais o homem material ou o homem espiritual? Pense nas suas ações e reflita: Se os ceifadores chegassem hoje para fazer a colheita para onde você seria levado (a)? 
 
Helena Serpa