A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a
vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor
dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma
tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo
fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus
ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar
este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do
discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o
amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida
nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu
caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da
cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo
Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à
transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos
ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.
LEITURA I – Act 10,34.37-43
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demônio,
porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez
no país dos judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo,
mas às testemunhas de antemão designadas por Deus,
a nós que comemos e bebemos com Ele,
depois de ter ressuscitado dos mortos.
Jesus mandou-nos pregar ao povo
e testemunhar que Ele foi constituído por Deus
juiz dos vivos e dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho:
quem acredita n’Ele
recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».
AMBIENTE
A obra de Lucas (Evangelho e Atos dos Apóstolos) aparece entre os
anos 80 e 90, numa fase em que a Igreja já se encontra organizada e
estruturada, mas em que começam a surgir “mestres” pouco ortodoxos, com
propostas doutrinais estranhas e, às vezes, pouco cristãs. Neste
ambiente, as comunidades cristãs começam a necessitar de critérios
claros que lhes permitam discernir a verdadeira doutrina de Jesus da
falsa doutrina dos falsos mestres.
Lucas apresenta, então, a Palavra de Jesus, transmitida pelos apóstolos
sob o impulso do Espírito Santo: é essa Palavra que contém a proposta
libertadora de Deus para os homens. Nos Atos, em especial, Lucas mostra
como a Igreja nasce da Palavra de Jesus, fielmente anunciada pelos
apóstolos; será esta Igreja, animada pelo Espírito, fiel à doutrina
transmitida pelos apóstolos, que tornará presente o plano salvador do
Pai e o fará chegar a todos os homens.
Neste texto em concreto, Lucas propõe-nos o testemunho e a catequese de
Pedro em Cesareia, em casa do centurião romano Cornélio. Convocado pelo
Espírito (cf. Act 10,19-20), Pedro entra em casa de Cornélio, expõe-lhe o
essencial da fé e baptiza-o, bem como a toda a sua família (cf. Act
10,23b-48). O episódio é importante, porque Cornélio é o primeiro pagão a
cem por cento a ser admitido ao cristianismo por um dos Doze (o etíope
de que se fala em Act 8,26-40 já era “prosélito”, isto é, simpatizante
do judaísmo). Significa que a vida nova que nasce de Jesus é para todos
os homens.
MENSAGEM
O nosso texto é uma composição lucana, onde ecoa o kerigma primitivo.
Pedro começa por anunciar Jesus como “o ungido”, que tem o poder de
Deus (vers. 38a); depois, descreve a actividade de Jesus, que “passou
fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos” (vers. 38b); em
seguida, dá testemunho da morte na cruz (vers. 39) e da ressurreição
(vers. 40); finalmente, tira as suas conclusões acerca da dimensão
salvífica de tudo isto (vers. 43b: “quem acredita n’Ele recebe, pelo seu
nome, a remissão dos pecados”). Esta catequese refere também, com
alguma insistência, o testemunho dos discípulos que acompanharam, a par e
passo, a caminhada histórica de Jesus (vers. 39a. 41. 42).
Repare-se como a ressurreição de Jesus não é apresentada como um facto
isolado, mas como o culminar de uma vida vivida de um determinado jeito.
Depois de Jesus ter passado pelo mundo “fazendo o bem e libertando
todos os que eram oprimidos”; depois de Ele ter morrido na cruz como
consequência desse “caminho”, Deus ressuscitou-O. A radical
transformação e transfiguração da realidade terrestre de Jesus, a
plenitudização das suas possibilidades humanas e divinas, parece ser o
ponto de chegada de uma vida posta ao serviço do projeto salvador e
libertador de Deus. Por outro lado, esta vida, vivida na entrega e no
dom, é uma proposta transformadora que, uma vez acolhida, liberta da
escravidão do egoísmo e do pecado (vers. 43).
E os discípulos? Eles são aqueles que aderiram a Jesus, acolheram a sua
proposta libertadora e estão a ressuscitar, à medida que a sua vida se
identifica com a de Jesus; mas, além disso, eles são as testemunhas de
tudo isto: é absolutamente necessário que esta proposta de ressurreição,
de vida plena, de vida transfigurada, chegue a todos os homens. É que
essa proposta de salvação é universal e deve atingir, através dos
discípulos, todos os povos da terra, sem distinção. Os acontecimentos do
dia do Pentecostes já haviam anunciado este projeto.
ATUALIZAÇÃO
Refletir a Palavra, a partir das seguintes coordenadas:
• A ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta a “fazer
o bem e a libertar os oprimidos”. Isso significa que, sempre que alguém
– na linha de Jesus – se esforça por vencer o egoísmo, a mentira, a
injustiça e por fazer triunfar o amor, está a ressuscitar; significa que
sempre que alguém – na linha de Jesus – se dá aos outros e manifesta em
gestos concretos a sua entrega aos irmãos, está a ressuscitar. Eu estou
a ressuscitar, porque caminho pelo mundo fazendo o bem, ou a minha vida
é uma submissão ao egoísmo, ao orgulho, ao comodismo?
• A ressurreição de Jesus significa, também, que o medo, a morte, o
sofrimento, a injustiça deixam de ter poder sobre o homem que ama, que
se dá, que partilha a vida. Ele tem assegurado a vida plena, essa vida
que os poderes deste mundo não podem atingir nem restringir. Ele pode,
assim, enfrentar o mundo com a serenidade que lhe vem da fé. Estou
consciente disto ou deixo-me dominar pelo medo, sempre que tenho de agir
para combater aquilo que rouba a vida e a dignidade a mim e a cada um
dos meus irmãos?
• Aos discípulos pede-se também que sejam as testemunhas da
ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio, mas fazemos todos os dias a
experiência do Senhor ressuscitado, vivo e caminhando ao nosso lado nos
caminhos da história. Temos de testemunhar essa realidade; no entanto, é
preciso que o nosso testemunho seja comprovado por factos concretos:
por essa vida de amor e de entrega que é sinal da vida nova de Jesus em
nós.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)
Refrão 1: Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Refrão 2: Aleluia.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
LEITURA II – Col 3,1-4
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
AMBIENTE
Quando escreveu aos Colossenses, Paulo estava na prisão (em Roma?).
Epafras, seu amigo, visitou-o e falou-lhe da “crise” por que estava a
passar a igreja de Colossos. Alguns doutores locais ensinavam doutrinas
estranhas, que misturavam especulações acerca dos anjos (cf. Col 2,18),
práticas ascéticas, práticas legalistas, prescrições sobre os alimentos e
observância de determinadas festas (cf. Col 2,16.21): tudo isso deveria
(na opinião desses “mestres”) completar a fé em Cristo, comunicar aos
crentes um conhecimento superior dos mistérios e possibilitar uma vida
religiosa mais autêntica. Contra este sincretismo religioso, Paulo
afirma a absoluta suficiência de Cristo.
O texto que nos é proposto como segunda leitura é a introdução à
reflexão moral da carta (cf. Col 3,1-4,1-6). Depois de apresentar a
centralidade de Cristo no projecto salvador de Deus para os homens (cf.
Col 1,13-2,23), Paulo assinala como fundamento da vida cristã a
ressurreição e a consequente união com Cristo.
MENSAGEM
Neste texto, Paulo apresenta como ponto de partida e base da vida
cristã a união com Cristo ressuscitado, na qual o cristão é introduzido
pelo Baptismo. Ao ser baptizado, o cristão morreu para o pecado e
renasceu para uma vida nova, que terá a sua manifestação gloriosa quando
ultrapassarmos, pela morte, as fronteiras da nossa finitude. Enquanto
caminhamos ao encontro desse objectivo último, a nossa vida tem que
tender para Cristo. Em concreto, isso implica despojarmo-nos do “homem
velho” por uma conversão nunca acabada e revestirmo-nos cada dia mais
profundamente da imagem de Cristo, de forma que nos identifiquemos com
Ele pelo amor e pela entrega.
No texto de Paulo, está bem presente a ideia de que temos que viver com
os pés na terra, mas com a mente e o coração no céu: é lá que estão os
bens eternos e a nossa meta definitiva (“afeiçoai-vos às coisas do alto e
não às da terra”). Daqui resulta um conjunto de exigências práticas que
Paulo vai enumerar, de forma bem concreta, nos versículos seguintes
(cf. Col 3,5-4,1).
ATUALIZAÇÃO
Considerar as seguintes questões, para reflexão da Palavra:
• O Batismo introduz-nos numa dinâmica de comunhão com Cristo
ressuscitado. Tenho consciência de que o meu Batismo significou um
compromisso com Cristo? Quando, de alguma forma, tenho um papel ativo
na preparação ou na celebração do sacramento do Batismo, estou
consciente e procuro deixar claro que não se trata de um ato
tradicional ou social, mas num compromisso sério e exigente com Cristo
ressuscitado?
• A minha vida tem sido, na sequência, uma caminhada coerente com
esta dinâmica de vida nova? Esforço-me realmente por me despojar do
“homem velho”, egoísta e escravo do pecado, e por me revestir do “homem
novo”, que se identifica com Cristo e que vive no amor, no serviço e na
doação?
SEQUÊNCIA
À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo
e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos.
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.
ALELUIA – 1Cor 5,7b-8a
Aleluia. Aleluia.
Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado:
celebremos a festa do Senhor.
EVANGELHO – Jo 20,1-9
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
AMBIENTE
Na primeira parte do Quarto Evangelho (cf. Jo 4,1-19,42), João
descreve a atividade criadora e vivificadora do Messias (o último passo
dessa atividade destinada a fazer surgir o homem novo é, precisamente,
a morte na cruz: aí, Jesus apresenta a última e definitiva lição – a
lição do amor total, que não guarda nada para Si, mas faz da sua vida um
dom radical); na segunda parte (cf. Jo 20,1-31), João apresenta o
resultado da acção de Jesus: a comunidade de Homens Novos, recriados e
vivificados por Jesus, que com Ele aprenderam a amar com radicalidade.
Trata-se dessa comunidade de homens e mulheres que se converteram e
aderiram a Jesus e que, em cada dia – mesmo diante do sepulcro vazio –
são convidados a manifestar a sua fé n’Ele.
MENSAGEM
O texto começa com uma indicação aparentemente cronológica, mas que
deve ser entendida sobretudo em chave teológica: “no primeiro dia da
semana”. Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da
Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que
nasce a partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova
comunidade que nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias; essa
nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte
triunfou e procura Jesus no sepulcro: é uma comunidade desorientada,
desamparada, que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu;
mas, diante do sepulcro vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus
está vivo.
Para ilustrar esta dupla realidade, são-nos apresentadas duas figuras de
discípulo que correm ao túmulo, mostrando a sua adesão a Jesus e o seu
interesse pela notícia do túmulo vazio: Simão Pedro e um “outro
discípulo”, que parece poder identificar-se com esse “discípulo amado”
apresentado no Quarto Evangelho. João coloca estas duas figuras lado a
lado em várias circunstâncias (na última ceia, é o discípulo amado que
percebe quem está do lado de Jesus e quem O vai trair – cf. Jo 13,23-25;
na paixão, é ele que consegue estar perto de Jesus no pátio do sumo
sacerdote, enquanto Pedro o trai – cf. Jo 18,15-18.25-27; é ele que está
junto da cruz quando Jesus morre – cf. Jo 19,25-27; é ele quem
reconhece Jesus ressuscitado nesse vulto que aparece aos discípulos no
lago de Tiberíades – cf. Jo 21,7). Nas outras vezes, o “discípulo amado”
levou vantagem sobre Pedro. Aqui, isso irá acontecer outra vez: o
“outro discípulo” correu mais e chegou ao túmulo primeiro que Pedro (o
facto de se dizer que ele não entrou logo, pode querer significar a sua
deferência e o seu amor, que resultam da sua sintonia com Jesus); e,
depois de ver, “acreditou” (o mesmo não se diz de Pedro).
Provavelmente, o autor do Quarto Evangelho quis descrever, através
destas figuras, o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e
as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade
cristã. Em geral, Pedro representa, nos evangelhos, o discípulo
obstinado, para quem a morte significa fracasso e que se recusa a
aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz (Jo 13,6-8.36-38;
18,16.17.18.25-27; cf. Mc 8,32-33; Mt 16,22-23); ao contrário, o “outro
discípulo” é o discípulo amado”, que está sempre próximo de Jesus, que
faz a experiência do amor de Jesus; por isso, corre ao seu encontro de
forma mais decidida e “percebe” – porque só quem ama muito percebe
certas coisas que passam despercebidas aos outros – que a morte não pôs
fim à vida. Esse “outro discípulo” é, portanto, a imagem do discípulo
ideal, que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro
com um total empenho, que compreende os sinais e que descobre (porque o
amor leva à descoberta) que Jesus está vivo. Ele é o paradigma do “homem
novo”, do homem recriado por Jesus.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão pode partir das seguintes coordenadas:
• A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o
amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a
entrega da vida só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e
consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor
radical, da doação de si, não pode resultar vida plena. É verdade que é
esta a perspectiva da cultura dominante. Como me situo face a isto?
• A ressurreição de Jesus prova precisamente que a vida plena, a vida
total, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade e
das nossas capacidades passam pelo amor que se dá, com radicalidade, até
às últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direção que
conduzo a caminhada da minha vida?
• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos
sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositado na
realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura:
estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a
maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira da morte
física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.
• A figura de Pedro pode também representar, aqui, essa velha
prudência dos responsáveis institucionais da Igreja, que os impede de ir
à frente da caminhada do Povo de Deus, de arriscar, de aceitar os
desafios, de aderir ao novo, ao desconcertante. O Evangelho de hoje
sugere que é precisamente aí que, tantas vezes, se revela o mistério de
Deus e se encontram ecos de ressurreição e de vida nova.
Dehonianos