terça-feira, 31 de julho de 2018

Liturgia Diária - A dinâmica do bem e do mal

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1a Leitura - Jeremias 14,17-22
Leitura do livro do profeta Jeremias.
14 17 E tu lhes dirás: Que se me fundam em lágrimas os olhos, noite e dia sem descanso, porquanto de um golpe horrível foi ferida a virgem, filha de meu povo, e sua chaga não tem cura!
18 Se saio pelos campos, encontro homens atravessados pela espada; e se regresso à cidade, eu vejo outros passando pelo tormento da fome. Até o profeta e o sacerdote perambulam sem rumo pela terra.
19 Repelistes Judá, de verdade, e vossa alma se desgostou de Sião? Por que nos feristes de mal incurável? Esperamos a salvação; nada, porém, existe de bom; aguardamos a era de soerguimento, mas só vemos o terror!
20 Senhor! Conhecemos nossa malícia e a iniqüidade de nossos pais. (Bem sabemos) que pecamos contra vós.
21 Pela honra, porém, de vosso nome, não nos abandoneis, nem desonreis o vosso trono de glória. Lembrai-vos! E não rompais o pacto que conosco firmastes.
22 Haverá, entre os vãos ídolos dos pagãos, algum que provoque a chuva? Ou é o céu que proporciona os aguaceiros? Não! Sois vós, Senhor, nosso Deus, vós, em quem depositamos nossa esperança; vós, que todas essas coisas haveis criado.
Palavra do Senhor.

Salmo - 78/79
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! 
Não lembreis as nossas culpas do passado,
mas venha logo sobre nós vossa bondade,
pois estamos humilhados em extremo. 

Ajudai-nos, nosso Deus e salvador!
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
Por vosso nome, perdoai nossos pecados! 

Até vós chegue o gemido dos cativos:
libertai com vosso braço poderoso
os que foram condenados a morrer!
Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo,
celebramos vosso nome para sempre,
de geração em geração vos louvaremos.

Evangelho - Mateus 13,36-43
Aleluia, aleluia, aleluia. A semente é de Deus a palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou. 
  Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 36 Então, Jesus despediu a multidão. Em seguida, entrou de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para perguntar-lhe: Explica-nos a parábola do joio no campo.
37 Jesus respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem.
38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno.
39 O inimigo, que o semeia, é o demônio. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.
40 E assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo.
41 O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal
42 e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, no Reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol. Aquele que tem ouvidos, ouça.
Palavra da Salvação.

Com a parábola do joio e do trigo Jesus vem nos explicar direitinho o que acontece com o mundo em relação ao reino de Deus e como o maligno pode interferir nos projetos de Deus. Jesus mesmo é o semeador que veio instaurar o reino do amor de Deus no coração dos homens.  É Ele quem planta a boa semente da Sua palavra e dos Seus ensinamentos no coração de todos os que querem pertencer ao reino dos céus.  O campo é o mundo onde coexistem os bons e os maus e a boa semente são os que aceitam os ensinamentos de Jesus para acolher o reino dos céus. 
 
O joio são aqueles que, sugestionados pelo maligno, o espírito do mal, são impedidos de que o reino de Deus aconteça no interior dos seus corações e passam a ser instrumentos do mal.  O joio e o trigo são plantas muito parecidas a ponto de confundir a visão de quem colhe. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como “falso trigo”. Dentro do nosso coração há trigo, mas também há o joio, por isso acontece dentro de nós uma luta constante entre o bem e o mal. Quando, porém, nos apossamos da semente da Palavra que Jesus nos deixou, nós saímos vitoriosos e o bem prevalece.  E é a partir desta dinâmica que cada um de nós pode ser uma boa ou uma má semente no campo que é o mundo. Jesus nos dá entendimento da parábola do joio e do trigo, para que possamos ajuizar qual é o tipo de semente que tem sido jogada no terreno do nosso coração e se nós a estamos acolhendo. Quando acolhemos a Palavra do Senhor dentro da mentalidade que Ele prega nós podemos dizer que estamos sendo também no mundo uma semente boa. 
 
Todavia também podemos estar sendo confundidos pela ação do inimigo que tenta desvirtuar o sentido dos ensinamentos de Jesus fazendo com que tenhamos no mundo um comportamento duvidoso. Precisamos estar bem atentos enquanto estamos aqui na terra e temos vida e oportunidade. Jesus mesmo falou que no final os Seus anjos virão e retirarão do seu reino todos os que praticam o mal.  Não podemos nos acomodar, precisamos fazer a nossa parte para edificar o reino de Deus aqui na terra. – Faça uma reflexão sobre tudo o que você tem percebido aqui na terra: quem está vencendo o bem ou o mal? – O que você tem feito para difundir o reino de Deus? – Você se considera trigo ou joio? – Qual a influência que você está tendo para os seus amigos e suas amigas: você tem sido instrumento do bem ou do mal? Para onde você os  (as) está levando?
 
 
 
 
Helena Serpa

Os Quatro “Nãos” da história

  
Não 
O saudoso D. Estêvão Bettencourt, se referia muitas vezes ao que chamava de “Os Quatro Nãos da história”, que segundo ele foram responsáveis pela situação de descrença, materialismo, ateísmo, relativismo moral e religioso que vivemos hoje.
Segundo o mestre de muitos anos, o primeiro golpe foi o “Não à lgreja Católica”, dito pela Reforma protestante (séc. XVI). Muitos homens continuaram a crer no Evangelho e em Jesus Cristo; não, porém, na Igreja fundada por Cristo. Os princípios subjetivos do “livro exame”, “sola Scriptura”, não à Igreja e ao Papa, não à Tradição Apostólica, estabelecidos por Lutero e seus seguidores, promoveu um esfacelamento crescente da Cristandade pela multiplicação de novas “igrejas”. Cristo foi mutilado. Segundo Teilhard de Chardin, “sem a Igreja Cristo se esfacela”. A túnica inconsútil do Mestre foi estraçalhada.
Até esta época da História, o mundo Ocidental girava em torno do ensinamento da Igreja, assistida e guiada pelo Espírito Santo. A Reforma “quebrou o gelo”, e inaugurou a contestação à doutrina ensinada pela Igreja, depois de quinze séculos. A partir daí muitas outras contestações foram inevitáveis. É preciso lembrar que após o início da Reforma, a Igreja realizou o mais longo Concilio Universal, o de Trento (1545-1563), por dezoito anos, e nada mudou da doutrina que recebeu de Cristo e dos Apóstolos.
O segundo golpe foi dado no século XVIII: foi dito um “Não a Cristo”. Não à religião Revelada por Cristo. Surgiu por parte do Racionalismo, que teve a sua expressão mais forte na Revolução Francesa (1789). Os iluministas, positivistas, introduziram a deusa da razão na Catedral de Notre Dame de Paris. Muitos pensadores passaram a professar o deísmo (crença em Deus como ser reconhecido pela razão natural apenas), em lugar do teísmo (crença em Deus que se revelou pelos profetas bíblicos e por Jesus Cristo).

Depois do Não à Igreja, veio o Não a Cristo.
O terceiro golpe foi dado no século XIX: o “Não ao próprio Deus” oriundo do ateísmo em suas diversas modalidades ateístas. A tomada de consciência da história e da sua influência, tal como Darwin e os evolucionistas a propuseram, contribuiu para disseminar o historicismo que coloca a história acima de Deus. Daí surgiu o relativismo e o ceticismo, que impregnaram muitas correntes de pensamento de então até os nossos dias. Hoje o Papa Bento XVI fala de uma “ditadura do relativismo”; que tenta negar a verdade objetiva.
Infelizmente assistimos hoje o triste espetáculo de pesquisadores que escrevem livros ensinando o ateísmo; difundindo isso nas universidades e afastando os jovens de Deus, como se crer fosse um subdesenvolvimento cultural ou mental.

A mudança de mentalidade foi se realizando em velocidade crescente, principalmente a partir de meados do século passado (1850): o desenvolvimento das ciências e da técnica deixou os homens mais ou menos atordoados diante de perspectivas inéditas, sem que soubessem, de imediato, fazer a síntese dos novos valores com os clássicos.
O quarto Não é dito ao homem. Depois do Não à Igreja, à Cristo, à Deus, agora, como consequência, assistimos ao triste Não dito ao homem. São Tomás de Aquino dizia que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais se aproxima do seu nada”. É o que acontece hoje. Sem Deus o homem é um nada. O Papa João Paulo II disse na primeira encíclica que escreveu – “Jesus Cristo Redentor do Homem” – afirmou que “o homem sem Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável”. Quer dizer, sem Deus, sem Jesus Cristo, o homem é um desorientado; não sabe de onde veio, não sabe quem é, não sabe o que faz nesta vida, não sabe o sentido da vida, da morte, do sofrimento. E na agonia desse mistério insondável vive muitas vezes no desespero, como muitos filósofos ateus que desorientaram a muitos.

Esse Não dito ao homem, consequência dos Não anteriores, se manifesta hoje na perda dos valores transcendentes da pessoa humana, o desprezo pela sua dignidade humana, o desaparecimento do seu valor intrínseco. Isto se manifesta nas aprovações aberrantes de tudo que há 20 séculos ninguém tinha dúvida em condenar: aborto, eutanásia, manipulação e destruição de embriões, “camisinhas”, sexo livre, “família alternativa”, “casamentos alternativos”, e tudo o mais que a Igreja continua a condenar como práticas ofensivas a Deus e ao homem.
Mas em nossos dias nota-se um retorno aos valores eternos, que a Igreja guardou fielmente através das tempestades. Muitos se dão por desiludidos do cientificismo e do tecnicismo, e procuram de novo no transcendental os grandes referenciais do seu pensar e viver. A busca do ateísmo cede lugar de novo à consciência de Deus e dos valores místicos, sem os quais a vida humana se auto-destrói. O homem moderno percebe que os frutos da tecnologia por si só não lhe satisfazem; a prova disso é que crescem as mazelas humanas: depressão, guerras, injustiças, imoralidade…
A sociedade moderna decaiu. O Modernismo, o Relativismo e o Indiferentismo Religioso dominaram o mundo. Os dogmas foram desprezados; a fé e a moral calcados aos pés. Em lugar de Deus o homem idolatra-se a si mesmo, o dinheiro, a Ciência, o prazer da carne,… o pecado.
O mundo moderno não deu atenção ao Papa Pio IX quando este apontou os erros que lhe levariam ao caos em seu Syllabus; não quis ouvir a voz da Igreja no Concilio Vaticano I, quando este mostrou a harmonia entre fé e razão e a suprema autoridade do Papa. Não ouviu também o apelo dos Papa Leão XIII, Pio X, Pio XI, Bento XV, Pio XII… quando eles apontaram os males do mundo moderno em suas encíclicas de fundo moral e social.

O resultado de tudo isso é a decadência moral, ética e sobretudo religiosa que assistimos hoje, razão de tantas desordens, crises e sofrimentos. Tudo nos faz lembrar a máxima de São Paulo: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Por tapar os ouvidos à voz de Deus anunciada ao mundo pelos últimos Papas, o mundo experimentou duas terríveis guerras mundiais com mais de 60 milhões de mortos, e depois a tragédia do nazismo e comunismo com mais de 100 milhões de vítimas.
A sociedade moderna, enfim, rejeitou a voz da Igreja e dos Papas e preferiu dar ouvidos aos hereges. Hoje querem destruir a Igreja com um programa laicista em escala mundial.
Por isso tudo, o homem moderno mergulha no caos do pecado e nas sombras da desesperança e da morte. Eis que surge mais uma vez o Vigário de Cristo a falar da Esperança que nasce em Deus (Salvi Spes). Será que será ouvido?
Somente abandonando os “valores” modernistas e deixando-se guiar pela Igreja é que a nossa Civilização poderá superar suas crises e dores. Está na hora da Civilização Ocidental voltar-se novamente a Jesus Cristo, que a espera de braços abertos.
A Igreja terá novamente de salvar a nossa Civilização, que começa a desabar, como há 13 séculos quando ela desabou com o Império Romano. Estejamos preparados.



Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Liturgia Diária - O reino dos céus age no nosso coração

 Resultado de imagem para Evangelho - Mateus 13,31-35
1a Leitura - Jeremias 13,1-11
Leitura do livro do profeta Jeremias.
13 1 Disse-me o Senhor: “Vai e compra um cinto de linho e coloca-o sobre os rins, sem contudo mergulhá-lo na água”.
2 Comprei-o, conforme ordenara o Senhor, e com ele me cingi.
3 Pela segunda vez, assim me falou o Senhor:
4 “Toma o cinto que compraste e que trazes contigo e encaminha-te para as margens do Eufrates. Lá ocultarás esse cinto na cavidade de um rochedo”.
5 Fui assim escondê-lo, junto do Eufrates, como me havia dito o Senhor.
6 Tempos depois, voltou o Senhor a dizer-me: “Põe-te a caminho em demanda das margens do Eufrates, a fim de buscar o cinto que, conforme minhas ordens, lá escondeste”.
7 Dirigi-me, então, ao rio e, tendo cavado, retirei o cinto do local onde o escondera. O cinto, porém, apodrecera, e para nada mais servia.
8 Então, nestes termos, foi-me dirigida a palavra do Senhor:
9 “Eis o que diz o Senhor: assim também destruirei a soberba de Judá, e o orgulho imenso de Jerusalém.
10 Esse povo perverso que recusa executar-me as ordens, que segue os pendores do coração empedernido, que corre aos deuses estranhos para render-lhes homenagens e prostrar-se ante eles, tornar-se-á semelhante a esse cinto sem mais serventia alguma.
11 À semelhança de um cinto que se prende aos rins de um homem, assim uni a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá - oráculo do Senhor -, a fim de que constituíssem meu povo, minha honra, glória e ufania. Elas, porém, não obedeceram”.
Palavra do Senhor.

Salmo - Dt 32
Esqueceram o Deus que os gerou. 

Da rocha que te deu à luz, te esqueceste,
Do Deus que te gerou, não te lembraste.
Vendo isso, o Senhor os desprezou,
Aborrecido com seus filhos e suas filhas. 

E disse: Esconderei deles meu rosto
E verei, então, o fim que eles terão,
Pois tornaram-se um povo pervertido,
São filhos que não têm fidelidade. 

Com deuses falsos provocaram minha ira,
Com ídolos vazios me irritaram;
Vou provocá-los por aqueles que nem povo são,
Através de gente louca hei de irritá-los.

Evangelho - Mateus 13,31-35
Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas! (Tg 1,18)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 31 Em seguida, propôs-lhes outra parábola: “O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo.
32 É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos”.
33 Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. “O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa”.
34 Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava,
35 para que se cumprisse a profecia: “Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação”.
Palavra da Salvação.
 
 Reflexão
 
O Senhor também nos revela coisas que estão escondidas desde a criação do mundo, na medida em que consentimos que o reino dos céus se estabeleça no nosso coração. Assim, podemos ver que o reino dos céus é o amor de Deus que como uma semente pequenina vai crescendo e se torna uma grande árvore capaz de abrigar os pássaros, isto é, pessoas que vêm, e fazem moradas em seus ramos. O amor dos céus é também comparável ao fermento que modifica o estado e a substância da nossa vida, dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. Uma gotinha do amor de Deus é capaz de transformar qualquer situação, pois vai se infiltrando, vai acontecendo a ponto de nos fazer perdoar, aceitar, dar guarida, compreender e até dar a própria vida pelo irmão. O reino de Deus é, portanto, o Seu amor agindo no nosso coração e se manifestando em nós a partir das coisas criadas para a nossa felicidade. O reino dos céus é um estado de espírito é um modo de viver sob a dependência de Jesus Cristo, Rei Absoluto que é poderoso e onipotente, mas se rebaixa para nos revelar os Seus mistérios. Por isso,  Ele mesmo disse que o reino dos céus é dos pequeninos e quanto mais nos sentirmos assim mais compreendermos as coisas que estão escondidas desde a criação do mundo.  – Você entende como é o reino dos céus? – Você já aceitou viver nesse reino? – O amor de Deus o (a) tem transformado? – Você já consegue perdoar a quem o (a) tem ofendido? – Você percebe o crescimento do reino dos céus em você?
 

Helena  Serpa

O que é excomunhão na Igreja Católica?

  
ExcomuninFrederickII_WikipediaDominioPblico_070616Pode-se definir a excomunhão como afastar uma pessoa batizada da comunhão dos fiéis da Igreja e do acesso aos sacramentos.
A Enciclopédia Católica afirma que a excomunhão, “sendo uma pena, supõe a culpabilidade; e sendo a pena mais grave que a Igreja pode infligir, naturalmente supõe uma ofensa muito grave. É também uma pena medicinal em vez de vingativa, pois está destinada não tanto a castigar o culpado, mas para corrigi-lo e trazê-lo novamente ao caminho da retidão”.
O Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Mor da Santa Sé, explicou em uma ocasião que o objetivo da excomunhão é levar “os culpados ao arrependimento e à conversão”.
“Com a pena de excomunhão, a Igreja não tenta de nenhuma maneira restringir o campo da misericórdia, mas simplesmente se evidencia a gravidade do crime”, assinalou.
Por que se excomungada? A excomunhão é um dispositivo punitivo da Igreja e vai além de simplesmente restrição ao acesso à Sagrada Comunhão.
Também repreende publicamente, como especifica o Código de Direito Canônico, uma pessoa “de cujo comportamento surja escândalo ou grave perturbação da ordem”, como assinala o cânon 1339, parágrafo 2.
A causa de excomunhão acontece explicitamente “aos que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto”, precisa o cânon 915.
A Igreja toma esta medida extrema somente depois que fracassarem todos os outros esforços para corrigir fraternamente. Alguns viam a excomunhão como uma maneira de trazer católicos erráticos ao bom caminho.

Alguns casos emblemáticos de excomunhão na Igreja
Na Igreja primitiva, Santo Ambrósio, Bispo de Milão, usou a ameaça de excomunhão contra o imperador Teodósio I pela matança de 7.000 pessoas em Tessalônica. Disse ao imperador que imite o rei Davi em seu arrependimento e o readmitiu à comunhão depois de vários meses de penitência.
Na Idade Média, o Papa Gregório VII excomungou o imperador romano Henrique IV sobre muitos temas em disputa, um dos quais foi a tentativa de Henrique de derrubar Gregório do papado. A excomunhão de Henrique causou um efeito profundo na Alemanha e na Itália.
Em resposta, Henrique se sentiu obrigado a viajar à Canossa e esperar na neve durante três dias; onde fez penitência e finalmente foi absolvido da excomunhão. Na Europa medieval, onde quase todo mundo era católico, o imperador necessitava da Igreja e, portanto, a excomunhão era eficaz.
O Renascimento foi uma época muito diferente na vida da Igreja e as pessoas não levavam tão a sério a excomunhão.
No século XVI, a excomunhão de Martinho Lutero, Henrique VIII e Isabel I gerou um efeito reduzido a nível pessoal ou sobre seus seguidores. O uso desta como uma arma gerou simpatia ao ofensor e frequentemente conduziu a um respaldo à dissidência.
Mais recentemente, em 1988, foi excomungado o Arcebispo francês Marcel Lefebvre (que faleceu excomungado), o qual ordenou quatro bispos sem permissão do Papa.

Em 2009, Bento XVI levantou a excomunhão que pesava sobre eles e desde então as negociações entre ambas as instituições continuaram a fim de “reencontrar a plena comunhão com a Igreja”.
Neste ano de 2016, o Papa Francisco assinalou que dar-lhes o status de prelatura pessoal seria uma possibilidade, mas dependerá de um acordo fundamental porque “o Concílio Vaticano II tem seu valor”.
Outro exemplo contemporâneo de uma excomunhão aconteceu em 2010, quando a Irmã Margaret McBride autorizou um aborto no hospital católico de Phoenix. Mais tarde, a religiosa se reconciliou com a Igreja e sua pena foi perdoada.
O caso mais atual ocorreu em 2016, durante o Pontificado do Papa Francisco, com a excomunhão da autodenominada “Igreja Cristã Universal da Nova Jerusalém”, fundada na Itália pela suposta vidente Giuseppina Norcia e que atua em Galliano, uma pequena localidade ao sudeste de Roma.
O Vaticano determinou que “aqueles que aderirem à tal associação incorrem na excomunhão ‘latae sententiae’ pelo delito de cisma”.



Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/que-e-excomunhao-na-igreja-catolica-13197/

sábado, 28 de julho de 2018

17º Domingo do Tempo Comum - Jesus se fez nosso alimento

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1a Leitura - 2 Reis 4,42-44Leitura do segundo livro dos Reis.
4 42 Veio um homem de Baalsalisa, que trazia ao homem de Deus, à guisa de primícias, vinte pães de cevada e trigo novo no seu saco. Dá-os a esses homens, disse Eliseu, para que comam.
43 Seu servo respondeu: Como poderei dar de comer a cem pessoas com isto? Dá-os a esses homens, repetiu Eliseu, para que comam. Eis o que diz o Senhor: Comerão e ainda sobrará.
44 E deu-os ao povo. Comeram e ainda sobrou, como o Senhor tinha dito.
Palavra do Senhor.



Salmo - 144/145
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!

Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam,
e vós lhes dais no tempo certo o alimento;
vós abris a vossa mão prodigamente
e saciais todo ser vivo com fartura.

É justo o Senhor em seus caminhos,
é santo em toda obra que ele faz.
ele está perto da pessoa que o invoca,
de todo aquele que o invoca lealmente.



2a Leitura - Efésios 4,1-6-2
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
4 1 Exorto-vos, pois, - prisioneiro que sou pela causa do Senhor -, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados,
2 com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade.
3 Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.
4 Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança.
5 Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
6 Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos.
Palavra do Senhor.



Evangelho - João 6,1-15
Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que seu povo visita, seu povo, meu Deus visitou! (Lc 7,16)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
6 1 Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.)
2 Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos.
3 Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos.
4 Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus.
5 Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?
6 Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer.
7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço.
8 Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
9 Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... mas que é isto para tanta gente?
10 Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil.
11 Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam.
12 Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.
13 Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.
14 À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo.
15 Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.
Palavra da Salvação.


Reflexão
Jesus multiplicou os pães e os peixes e alimentou uma multidão. Depois, na Última Ceia, Jesus se fez alimento para a nossa alma.
Jesus falou de si mesmo como o PÃO DESCIDO DO CÉU. E quem comesse desse pão teria a vida eterna garantida.
Jesus se utiliza do pão material e da fome física para nos explicar através desse fato, e para abrir as mentes a uma realidade superior àquele acontecimento da multiplicação dos pães.
Jesus insistiu em nos mostrar que o Pão que Ele tem para oferecer ao mundo é Ele próprio, por meio da Eucaristia.
Naqueles tempos muitos não entenderam a intenção e a mensagem de Jesus, e continuaram atrás de Jesus em busca do pão material.
Nós agora sabemos que o melhor pão, o melhor alimento, é o alimento descido do Céu, o próprio Jesus Cristo na Eucaristia.
      
O episódio da multiplicação dos pães, é mais uma grande demonstração do poder divino de Jesus. Seria preciso muito dinheiro para saciar a fome daquela multidão que havia se aglomerado perto de Jesus para ouvir suas palavras de conforto, e para obter os seus milagres. 
Porém, em um passe de mágica, cinco pães e dois peixes foram aumentados, multiplicados, ao ponto de alimentar cerca de 5000 pessoas sem contar mulheres e crianças e ainda sobraram 12 cestos.
Aqui está um grande significado, um simbolismo deste grande milagre de Jesus: Sobraram 12 cestos. Jesus se multiplicou em  12 apóstolos que foram alimentar multidões com o pão descido do céu. E esses 12 apóstolos, por sua vez, foram se multiplicando até chegar a você e eu que contribuímos de alguma maneira pela alimentação dos famintos e sedentos de Deus no mundo.
        
Por que rezamos dizendo:  Que sejamos um só corpo um só Espírito? É por que quando somos alimentados por um único pão, o pão eucarístico, o pão que é transformado pelo sacerdote no corpo de Cristo, todos nós formamos um só corpo, que é o corpo de Cristo. Assim, seremos um só corpo, uma só fé no único Deus.

DESPERDÍCIO - Recolher as sobras. Quanto desperdício na sociedade de consumo!  O descartável é uma ferramenta para o  aumento do consumo. Uma economia baseada no acelerar do consumo, gera, a longo prazo uma enorme crise.

O estímulo exagerado ao consumo implica no desperdício, e desperdício de riqueza.  Comprar, usar e depois jogar fora para tornar a comprar e dinamizar a economia. 
Exemplo. O seu celular é da hora? Foi comprado recentemente? Não? Então ele está obsoleto. Você precisa comprar outro mais avançado. Seu carro é do ano? Não? Então todos vão saber que você ganha pouco. Compre um carro novo agora! Assim fala a propaganda. 
O comércio  não pode ficar parado.  Mas acontece que governar pisando no acelerador, gerenciar  uma economia baseada unicamente no estímulo do consumo, é UMA ECONOMIA ARTIFICIAL. Pois primeiro é preciso gerar riquezas, para em seguida estimular o consumo equilibrado.  
        
Os ricos sabem muito bem disso. Eles são os maiores "pães duros"! Para se arrancar um tostão de uma pessoa rica, temos de suar sangue.  Aqueles que fazem serviços para os ricos sabem muito bem disso. Como é difícil receber o dinheiro do seu trabalho realizado. É preciso ir várias vezes a sua procura...
        
Os ricos são ricos principalmente por que eles não esbanjam.  Pois nem sempre é importante ganhar muito, mas sim, gastar ou desperdiçar pouco, de forma controlável. 

Jesus nos ensinou e estimulou a não desperdiçar, mandando recolher as sobras de pães e de peixes.
  
EUCARISTIA - Aqui, mais um significado da multiplicação dos pães, a qual foi relatada por seis vezes nos Evangelhos. Assim temos uma relação muito forte deste fato com a EUCARISTIA, na qual o próprio Filho de Deus  se nos ofereceu como alimento, o Pão descido do Céu. Jesus alimentou a multidão faminta com o pão do corpo, para os atrair para se alimentar do pão divino, o pão que é o seu próprio corpo. Assim devemos interpretar que nós somos famintos tanto do pão do corpo como do pão que é alimento da nossa alma.
        
Hoje, são muitos que necessitam do pão de cada dia. Ainda agora com a agravação da crise, são muitos que passam fome, muitos que vivem na miséria, muitos que não conseguindo viver com o mísero salário da aposentadoria, passam por necessidades.
Os velhos se conformam com essa  situação. Mas os jovens, incentivados pela propaganda comercial, não ficam parados, e correm atrás de uma compensação, e a única forma de fazer isso é pela violência, ou seja, pelos assaltos...

PARTILHA - No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a partilhar o pão. Ele nos mostra, que ao contrário do que pensam muitos sovinas, muitos gananciosos, mãos de vaca, ou mãos fechadas, que não dão nada a ninguém para não desinteirar o seu, Jesus nos mostra que quanto mais você der, mais Deus aumenta, multiplica o que você tem.  Experimente fazer isso! Você quer aumentar os seus bens? Então dê esmolas. Muitas esmolas. E você verá que nunca nada irá lhe faltar. Mas não se esqueça que a oferta na missa está inclusa a este seu gesto.  Este é o melhor dos investimentos! Repito: EXPERIMENTE, E VERÁS.
        
Concluindo.  Desde muito tempo que a palavra  pão é significado de alimento. As escrituras estão cheias de referências ao pão de cada dia como sustento do corpo. Jesus nos trouxe o alimento do Céu, que é o seu próprio corpo.
Lamentavelmente, os pães que compramos hoje nas padarias da vida, não são saudáveis. E isso é um fato constatado pelos nutricionistas.



José Salviano.

Liturgia Diária - Enquanto dormimos

 Resultado de imagem para o joio e trigo parabola
1a Leitura - Jeremias 7,1-11
Leitura do livro do profeta Jeremias.
7 1 A palavra do Senhor foi nestes termos dirigida a Jeremias:
2 Vai à porta do templo do Senhor; lá pronunciarás este discurso: escutai a palavra do Senhor, vós todos, povos de Judá, que entrais por estas portas para vos prosternar diante dele.
3 Eis o que diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: reformai vosso procedimento e a maneira de agir, e eu vos deixarei morar neste lugar.
4 Não vos fieis em palavras enganadoras, semelhantes a estas: Templo do Senhor, templo do Senhor, aqui está o templo do Senhor.
5 Se reformardes vossos costumes e modos de proceder, se verdadeiramente praticardes a justiça;
6 se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão, a viúva; se não espalhardes neste lugar o sangue inocente e não correrdes, para vossa desgraça, atrás dos deuses alheios,
7 então permitirei que permaneçais neste lugar, nesta terra que dei a vossos pais por todos os séculos.
8 Vós, contudo, vos fiais em fórmulas enganadoras que de nada vos servirão.
9 Roubais, matais, cometeis adultérios, prestais juramentos falsos; ofereceis incenso a Baal e procurais deuses que vos são desconhecidos;
10 E depois, vindes apresentar-vos diante de mim, nesta casa em que foi invocado meu nome, e exclamais: Estamos salvos! - para, em seguida, recomeçar a cometer todas essas abominações.
11 É, por acaso, a vossos olhos uma caverna de bandidos esta casa em que meu nome foi invocado? Também eu o vejo - oráculo do Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo - 83/84
Quão amável, ó Senhor, é vossa casa! 
Minha alma desfalece de saudades
e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam
e exultam de alegria no Deus vivo! 

Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa,
e a andorinha ali prepara o seu ninho,
para nele seus filhotes colocar:
vossos altares, ó Senhor Deus do universo!
Vossos altares, ó meu rei e meu Senhor! 

Felizes os que habitam vossa casa;
para sempre haverão de vos louvar!
Felizes os que em vós têm sua força,
caminharão com um ardor sempre crescente. 

Na verdade, um só dia em vosso templo
vale mais do que milhares fora dele!
Prefiro estar no limiar de vossa casa
a hospedar-me na mansão dos pecadores!

Evangelho - Mateus 13,24-30
Aleluia, aleluia, aleluia. Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21) 
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 24 Jesus propôs outra parábola: “O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
25 Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
27 Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: “Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?"
28 Disse-lhes ele: "Foi um inimigo que fez isto!" Replicaram-lhe: "Queres que vamos e o arranquemos?"
29 "Não", disse ele; "arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
30 Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

A boa semente é a Palavra de Deus que é plantada no bom terreno do nosso coração. A semente ruim é o conceito que também é plantado em nós enquanto dormimos, isto é, quando baixamos a vigilância nos nossos pensamentos, palavras e ações. O inimigo de Deus trabalha enquanto relaxamos o nosso zelo pela Palavra que foi semeada. No entanto, o inimigo sabe como nos impressionar, por isso, muitas vezes, nós confundimos as suas ideias “maravilhosas” e as acolhemos como se fossem sugestões de Deus e as perseguimos obstinadamente.

 Em todas as ocasiões da nossa vida, nas nossas escolhas, nas nossas decisões, quando temos que optar ou decidir por algo, precisamos estar atentos, pois o inimigo de Deus sutilmente nos oferece a semente do mal como se fosse algo maravilhoso sugerido por Deus. Na maioria das vezes nós caímos na cilada. Aí então, é que o Senhor nos recomenda um tempo de maturação e de discernimento. Não podemos, à primeira vista, querer arrancar o mal pela raiz sem termos convicção do que estamos pretendendo. O joio e o trigo, como conta a parábola se confundem em aspecto e aparência, no entanto, o seu efeito difere inteiramente. O trigo é o alimento que vem do céu e dá vida à nossa alma, o joio é o veneno que vem do inferno e nos leva para a morte. 

Trigo e joio estão dentro de nós, precisamos, porém, pacientemente pedir ao Senhor a graça de identificar o que nos dá vida e o que nos leva à morte para, conscientemente, cortar de vez com o mal. Fazendo uma análise, nós podemos avaliar o joio como a mágoa de alguém que nos desgostou , o desânimo, o medo e a indecisão que se confundem com covardia, a falsa modéstia que tem a aparência de humildade, a ambição que desnorteia o nosso crescimento humano, os desejos da carne que se confundem com os desejos da alma, a indiferença, a passividade, acomodação, etc. Vigiai e orai, diz o Senhor, porque, enquanto dormimos o inimigo trabalha contra nós. Reflita – Você tem dado guarida a pensamentos de tristeza, medo, desânimo? – Você confia na Palavra de Deus como bússola para o seu caminho? – Você consegue identificar qual o joio que existe no seu coração? – Você tem feito o discernimento para ver se os seus desejos condizem com os pensamentos do Senhor?



Helena Serpa 

Santo Agostinho: as “duas vidas” da Igreja

Santo Agostinho: as “duas vidas” da Igreja

São Pedro e São João Evangelista
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São Pedro e São João Evangelista

"...uma na fé, a outra na visão; uma na peregrinação no tempo, a outra na morada da eternidade; uma no caminho, a outra na pátria..."

A Igreja tem duas vidas preconizadas e recomendadas por Deus.
Uma delas é na fé, a outra na visão; uma na peregrinação no tempo, a outra na morada da eternidade; uma no trabalho, a outra na quietude; uma no caminho, a outra na pátria; uma no esforço da ação, a outra na recompensa da contemplação.
A primeira é representada pelo apóstolo Pedro, a segunda por João. A primeira decorre inteiramente na terra até o fim do mundo e depois acaba. A segunda só encontrará a plenitude depois do fim do mundo e não terá fim no mundo que há de vir.
Foi por isso que Jesus disse a Pedro: “Segue-Me“; e, acerca de João, “Eu quero que ele fique até Eu voltar. Que tens tu com isso? Tu, segue-Me“. Que a tua ação Me siga, perfeita e modelada no exemplo da Minha Paixão; que a contemplação começada permaneça até Eu voltar, e Eu a tornarei perfeita quando voltar. Porque este fervor vigoroso que se mantém firme até a morte segue Cristo; e este conhecimento que então será revelado em plenitude permanece até o retorno de Cristo. Aqui, na terra dos mortais, temos de suportar os males deste mundo; lá, contemplaremos os bens do Senhor na terra dos vivos (Sl 26,13).
Portanto, que ninguém separe estes dois gloriosos apóstolos um do outro; porque ambos foram o que Pedro simboliza e ambos serão o que João representa.

 Santo Agostinho



 Redação da Aleteia