quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Liturgia Diária - Apostolado e sacrifício.

  Liturgia Diária
Leitura (Neemias 8,1-12)

Leitura do livro de Neemias.
8 1 Todo o povo se reuniu então, como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água, e pediu a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia prescrito a Israel.
2 O sacerdote Esdras trouxe a lei diante da assembléia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês.
3 Esdras fez então a leitura da lei, na praça que ficava diante da porta da Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, mulheres e das (crianças) capazes de compreender; todos escutavam atentamente a leitura.
4 O escriba Esdras postou-se num estrado de madeira que haviam construído para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita, Matatias, Semeías, Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão.
5 Esdras abriu o livro à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado acima da multidão. Quando o escriba abriu o livro, todo o povo levantou-se.
6 Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: “Amém! Amém!” Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra.
7 E Josué, Bani, Serebias, Jamin, Acub, Seftai, Odias, Maasias, Celita, Azarias, Josabed, Hanã, Falaías e outros levitas explicavam a lei ao povo, e cada um ficou no seu lugar.
8 Liam distintamente no livro da lei de Deus, e explicavam o sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
9 Depois Neemias, o governador, Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que instruíam o povo, disseram a toda a multidão: “Este é um dia de festa consagrado ao Senhor, nosso Deus; não haja nem aflição, nem lágrimas. Porque todos choravam ao ouvir as palavras da lei”.
10 Neemias disse-lhes: “Ide para as vossas casas, fazei um bom jantar, tomai bebidas doces, e reparti com aqueles que nada têm pronto; porque este dia é um dia de festa consagrado ao nosso Senhor; não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força”.
11 Os levitas acalmavam o povo. Calai-vos, diziam eles, este é um dia santo; não vos aflijais.
12 E todo o povo se foi para beber e comer, dar porções aos pobres e entregar-se a grandes alegrias. Porque haviam entendido o sentido das palavras que lhes foram explicadas.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 18/19

Os ensinos do Senhor são sempre retos,
alegria ao coração.


A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

Mais desejáveis do que o ouro são eles,
do que o ouro refinado.
Suas palavras são mais doces que o mel,
que o mel que sai dos favos.

Evangelho (Lucas 10,1-12)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
10 1 Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir.
2 Disse-lhes: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe.
3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.
4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho.
5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa!’
6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós.
7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir.
9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus está próximo’.
10 Mas se entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saindo pelas suas praças, dizei:
11 ‘Até o pó que se nos pegou da vossa cidade, sacudimos contra vós; sabei, contudo, que o Reino de Deus está próximo’.
12 Digo-vos: naqueles dias haverá um tratamento menos rigoroso para Sodoma”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Depois de decidir resolutamente subir para a cidade santa de Jerusalém, o Senhor escolhe, como último esforço missionário, outros setenta e dois discípulos e os envia "dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir". Envia-os para que o povo se prepare para a vinda iminente do Reino de Deus, que se realizará, não com o triunfo do poder político de Israel sobre as demais nações, mas como reinado de verdade e de vida (Jo 10, 10; 14, 6; 18, 37), de santidade e de graça (cf. Jo 1, 14.16), de justiça, de amor e de paz (cf. Rm 2, 5s; 1Cor 13, 8; Is 9, 6; 32, 17). Trata-se, portanto, de um Reino eminentemente espiritual (cf. Jo 18, 36), do qual só há de participar quem renunciar a si mesmo e, tomando a própria cruz, seguir os passos do Redentor. Eis porque o missionário cristão, além da arma da palavra — escrita ou falada —, precisa de uma vida de sacrifício, de oblação, de configuração ao Senhor crucificado. É isso que torna fecundas as pregações e exortações, que dá eficácia ao anúncio de Cristo. Se por caridade para com Deus e com o próximo estamos todos obrigados a ser apóstolos e evangelizadores, ali mesmo onde vivemos e trabalhamos, não há meio mais eficaz de levarmos o Evangelho aos corações do que nos fazendo tudo para todos (cf. 1Cor 9, 2), derramando gota a gota o sangue do nosso tempo, oferecendo ao Pai, como reparação da desordem do pecado — nosso e alheio —, sacrifícios voluntários e um espírito desapegado: "Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias". Que o Senhor nos dê força e ânimo para nos desfazermos por nosso irmãos, a fim de que todos sejamos santos a seus olhos e consigamos a vida que ele nos mereceu pela aspersão do seu sangue.  


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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Liturgia Diária - Festa de São Miguel, São Gabriel e São Rafael Arcanjos.

TEMPO DE REFLETIR: EXPULSOS DO PARAÍSO

Leitura (Daniel 7,9-10.13-14)

Leitura da profecia de Daniel.

7 9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 137/138

Perante os vossos anjos, vou cantar-vos, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Os reis de toda a terra hão de louvar-vos
quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa.
Hão de cantar vossos caminhos e dirão:
“Como a glória do Senhor é grandiosa!”

Evangelho (João 1,47-51)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! (Sl 102,21)

 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

Naquele tempo, 1 47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”.
48 Natanael pergunta-lhe: “Donde me conheces?” Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”.
49 Falou-lhe Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.
50 Jesus replicou-lhe: “Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta”.
51 E ajuntou: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

Ao celebrarmos hoje a festa dos santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, a Igreja nos concede a oportunidade de refletir um pouco a respeito do ministério angélico. A Epístola aos Hebreus, com efeito, nos apresenta os anjos como espíritos a serviço de Deus para o bem dos que herdarão a salvação trazida por Cristo (cf. Hb 1, 14). Os anjos exercem, pois, uma forma especial de sacerdócio, quer dizer, servem de pontífices entre Deus e os homens. Já o Livro do Gênesis nos narra que Jacó, tendo tomado o caminho de Harã, pernoita em Betel e tem ali uma visão durante o sono; ele vê uma escada que une o Céu à terra e por ela os anjos do Senhor subiam e desciam (cf. Gn 28, 12): desciam para trazer-nos as mensagens de Deus e subiam para levar-lhe nossas orações. Essa narrativa bíblica realça, como se vê, o caráter "sacerdotal" dos anjos enquanto mensageiros de Deus.

No Evangelho de hoje, por outro lado, Jesus revela a Natanael que Ele é esta escada, a mesma escada com que Jacó sonhara; Ele é o único e verdadeiro Pontífice, pois Cristo é superior a todos os anjos e somente a Ele Deus assim se dirige: "Tu és meu filho" (cf. Hb 1, 5; Sl 2, 7); e somente Ele nos pode chamar irmãos, porque se fez igual ao homem. Por isso, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, apenas Nosso Senhor Jesus Cristo pode ser esta ponte que liga a terra ao Céu. Mas, justamente por isso, não poderíamos nos perguntar se os anjos porventura se tornaram "supérfluos"? Não; os anjos são uma dádiva, um presente concedido à humanidade por Deus, que, pelo seu poder, tudo pode fazer sem o concurso das criaturas; mas, devido à sua bondade e sabedoria, o Senhor chama as obras de suas santas mãos a participar do seu amor, do seu projeto para o mundo. Ele deseja, sim, que estes mensageiros sirvam ao único Pontífice que pode penetrar nos céus.

A imaginação popular costuma achar que os arcanjos são os mais elevados emissários de Deus. A Igreja nos ensina, porém, que eles pertencem à mais inferior das hierarquias angélicas: justamente àquela que está em contato conosco e a nosso serviço. Nesse sentido, celebrar os três grandes arcanjos que as Escrituras nos dão a conhecer, Miguel, Gabriel e Rafael, é na verdade celebrar esta comunhão que Deus deseja para os homens e o mundo espiritual; é também dar-lhe graças pelo inestimável auxílio que os santos anjos nos prestam, pela sua companhia fiel, pela sua proteção constante; é, enfim, reconhecer que só Cristo, Deus e homem, é o laço que faz do Céu e da terra uma grande família.

 

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Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

 Paróquia Santo Inácio | Santo do Dia

São Miguel, o antigo padroeiro da Sinagoga, é agora o padroeiro da Igreja universal; São Gabriel é o anjo da encarnação e talvez o da agonia do jardim das oliveiras; São Rafael é o guia dos viajantes.

São Miguel, em particular, foi cultuado desde os primeiros séculos de história do cristianismo. O Imperador Constantino erigiu-lhe um santuário nas margens do Bósforo, em terra européia, enquanto Justiniano construiu-lhe um no lado oposto. A data de 29 de setembro corresponde à da consagração da igreja dedicada no século V a São Miguel, a seus milhas da via Salária. A festividade difundiu-se rapidamente no Ocidente e no Oriente. Em Roma foi-lhe dedicado o célebre mausoléu de Adriano, agora conhecido com o nome de Castelo de Santo Ângelo. A São Miguel é dedicado o antigo santuário, surgido no século VI, que do Monte Galgano, na Púglia, domina o mar Adriático. Nas proximidades desta Igreja, a 8 de maio de 663, os longobardos obtiveram vitória no encontro naval com a frota sarracena, e o acontecimento da vitória, atribuída a uma aparição do anjo, deu origem a uma segunda festa transferida depois para 29 de setembro.

São Gabriel, “aquele que está diante de Deus” (é seu cartão de visita, quando vai anunciar a Maria a sua escolha para Mãe do Redentor), é o anunciador por excelência das revelações divinas. É ele que explica ao profeta Daniel como se dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias. A ele é confiado o encargo de anunciar o nascimento do Precursor, João, filho de Zacarias e de Isabel. A missão mais alta que nunca foi confiada à criatura alguma é ainda sua: anunciar a Encarnação do Filho de Deus. Ele tem um prestígio muito especial até mesmo entre os maometanos.

São Rafael, falado em um só livro da Sagrada Escritura, é o acompanhante do jovem Tobias, e por isso sua função é tida como guia de todos os que viajam. Foi ele que sugeriu ao seu jovem protegido o remédio para a cura da cegueira do pai, por isso é invocado também como curador (etimologicamente seu nome significa “Deus curou”). Sua festa a 24 de outubro havia entrado no calendário romano somente a partir de 1921.

 

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Liturgia Diária - O caminho para Jerusalém.

  Jesus é o Senhor!: EVANGELHO SÃO LUCAS 9,51-62 13º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO "C" 2016 - COR LITÚRGICA VERDE - 1ª Leitura: 1Rs 19,16b.19-21; Sl 15;  2ª Gl 5,1.13-18 -- Liturgia p/26/06/2016
Leitura (Zacarias 8,20-23)

Leitura da profecia de Zacarias.
8 20 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: "virão ainda muitos povos e habitantes de grandes cidades:
21 os habitantes de uma cidade convidarão os habitantes de outra, dizendo: ‘Vamos e roguemos ao Senhor! Busquemos o Senhor dos exércitos! - Também eu irei’. -
22 Virão muitos povos e poderosas nações buscar o Senhor dos exércitos em Jerusalém, e implorar a face do Senhor".
23 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: "naquele dia dez homens de todas as línguas das nações tomarão um judeu pela orla de seu manto, e dirão: ‘queremos ir convosco, porque soubemos que Deus está convosco’".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 86/87

Nós temos ouvido que Deus está convosco.

O Senhor ama a cidade
que fundou no Monte santo; 
ama as portas de Sião 
mais que as casas de Jacó. 
Dizem coisas gloriosas
da Cidade do Senhor.

Lembro o Egito e Babilônia
entre os meus veneradores. 
Na Filistéia ou em Tiro
ou no país da Etiópia, 
este ou aquele ali nasceu. 
De Sião, porém, se diz:
“Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança”.

Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
“Foi ali que estes nasceram”. 
E por isso todos juntos
a cantar se alegrarão; 
e, dançando, exclamarão:
“Estão em ti as nossas fontes!” 

Evangelho (Lucas 9,51-56)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 51 Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: "Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?"
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 "O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las". Foram então para outra povoação.
Palavra da Salvação.

Reflexão

"Com firme decisão", relata o evangelista São Lucas, Jesus parte em direção a Jerusalém. Como que recapitulando toda a peregrinação por que passou o povo de Deus em seu itinerário até chegar à Terra Santa, o Senhor se dirige a partir de agora à Cidade Santa, a fim de, lá morrendo, lá de cima — do topo do Calvário — salvar o homem decaído. Sobe a passos largos a Jerusalém, para de lá ser levado para o seu Reino celeste, donde desceu para fazer-se carne humana; aceitando pois a vontade do Pai, Cristo não recusa fazer este sofrido percurso cujo término Lhe há de resultar em morte, mas cujo propósito, por Ele tão ansiado, é-nos trazer de volta a vida que, pelo pecados, havíamos perdido. O Senhor nos ensina, assim, que é pelo acolhimento amoroso e humilde do sofrimento, da cruz e de tribulação que nos vem a salvação, o remédio de que precisa o nosso egoísmo. Peçamos-Lhe hoje, em nosso momento reservado à oração, a graça de desejarmos que a nossa vontade se dobre à Sua; que possamos, com coração sincero, querer sofrer por Ele, assim como Ele se dignou sofrer por amor a nós.

 

 

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Liturgia Diária - O caminho dos pequeninos.

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Leitura (Zacarias 8,1-8)

Leitura da profecia de Zacarias.
8 1 A palavra do Senhor foi-me de novo dirigida nestes termos: "Eis o que diz o Senhor dos exércitos:
2 consumo-me de ardente amor por Sião; estou animado em favor dela de uma violenta cólera.
3 Assim fala o Senhor: eis que volto a Sião, venho residir em Jerusalém. Jerusalém chamar-se-á a cidade-fidelidade, e a montanha de Sião, a montanha-santidade.
4 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ver-se-ão ainda velhos e velhas sentados nas praças de Jerusalém, tendo cada um na mão o seu bastão.
5 As praças da cidade regorgitarão de meninos e meninas que brincarão nas suas praças. 6 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: se isso parecer um milagre aos olhos dos sobreviventes desse povo, naqueles dias, acaso será impossível aos meus olhos? - oráculo do Senhor dos exércitos.
7 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das terras do Levante e do Poente
8 e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará; será o meu povo e eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 101/102

O Senhor edificou Jerusalém
e apareceu na sua glória!
 
As nações respeitarão o vosso nome,
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém
e aparecer com gloriosa majestade,
ele ouvirá a oração dos oprimidos
e não desprezará a sua prece.
 
Para as futuras gerações se escreva isto,
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
Ele inclinou-se de seu templo nas alturas,
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
para os gemidos dos cativos escutar
e da morte libertar os condenados.
 
Assim também a geração dos vossos servos
terá casa e viverá em segurança,
e ante vós se firmará sua descendência.
Para que cantem o seu nome em Sião
e louve ao Senhor Jerusalém
quando os povos e as nações se reunirem
e todos os impérios o servirem.

Evangelho (Lucas 9,46-50)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles tempo, 9 46 veio-lhes então o pensamento de qual deles seria o maior.
47 Penetrando Jesus nos pensamentos de seus corações, tomou um menino, colocou-o junto de si e disse-lhes:
48 "Todo o que recebe este menino em meu nome, a mim é que recebe; e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou; pois quem dentre vós for o menor, esse será grande".
49 João tomou a palavra e disse: "Mestre, vimos um homem que expelia demônios em teu nome, e nós lho proibimos, porque não é dos nossos".
50 Mas Jesus lhe disse: "Não lho proibais; porque, o que não é contra vós, é a vosso favor". 

Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho desta 2.ª-feira nos mostra os discípulos de Cristo a discutir quem dentre eles seria o maior. Os apóstolos de Nosso Senhor são aqui envolvidos na grande tentação com que o demônio costuma seduzir os seguidores de Jesus: a vanglória. É verdade que Deus nos destinou à glória dos Céu; mas todos nós, feridos pelo pecado, sentimos um certo apetite desordenado pela própria excelência, que deseja sobrepor-se à glória celeste para a qual fomos criados. Manifestada no Tabor a Pedro, Tiago e João alguns versículos atrás (cf. Lc 9, 28-36), essa mesma glória se torna, por sugestão do diabo, ocasião de tropeço, de vanglória, de discussão.

Em regra, este fenômeno ocorre conosco ao longo de nossa jornada espiritual. Superados os pecados e defeitos mais rudes e grosseiros, é comum que o cristão, crendo-se já muito virtuoso, tenda a pavonear-se, a achar-se santo, a orgulhar-se do que na verdade é obra da graça de Deus. Este Evangelho nos mostra mais uma vez os discípulos em companhia de Jesus, ouvindo-lhe os ensinamentos, e incapazes de compreender que o Senhora subirá, sim, a Jerusalém, mas para tomar o último lugar. A Transfiguração de Cristo, com efeito, lhes deveria ter servido como preparação para a desfiguração da Cruz. E é o próprio Senhor quem predissera, na leitura de ontem, a Paixão que o aguardava.

Cristo está, pois, como que a nos indiciar que é pelo caminho da pequenez e da humilhação que se sobe até a gloriosa Jerusalém. O itinerário para o Céu, ensina hoje o Senhor, é um caminho para baixo: só pelo rebaixamento próprio e pelo serviço aos mais pequeninos é que o homem pode progredir na santidade e alcançar a glória preparada para os filhos de Deus.

 

 

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domingo, 26 de setembro de 2021

26º Domingo Do Tempo Comum - "Nninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim".

JESUS ELIMINA O MAL PELA RAIZ « São Domingos

Primeira Leitura: Números 11,25-29

Leitura do livro dos Números – Naqueles dias, 25o Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu aos setenta anciãos. Assim que repousou sobre eles o espírito, puseram-se a profetizar, mas não continuaram. 26Dois homens, porém, tinham ficado no acampamento. Um chamava-se Eldad, e o outro, Medad. O espírito repousou igualmente sobre os dois, que estavam na lista, mas não tinham ido à tenda, e eles profetizavam no acampamento. 27Um jovem correu a avisar Moisés que Eldad e Medad estavam profetizando no acampamento. 28Josué, filho de Nun, ajudante de Moisés desde a juventude, disse: “Moisés, meu senhor, manda que eles se calem!” 29Moisés respondeu: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!” 

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 18(19)

A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.

1. A lei do Senhor Deus é perfeita, / conforto para a alma! / O testemunho do Senhor é fiel, / sabedoria dos humildes. – R.

2. É puro o temor do Senhor, / imutável para sempre. / Os julgamentos do Senhor são corretos / e justos igualmente. – R.

3. E vosso servo, instruído por elas, / se empenha em guardá-las. / Mas quem pode perceber suas faltas? / Perdoai as que não vejo! – R.

4. E preservai o vosso servo do orgulho: / não domine sobre mim! / E assim puro eu serei preservado / dos delitos mais perversos. – R.

Segunda Leitura: Tiago 5,1-6

Leitura da carta de São Tiago1E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede, o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós. 

Palavra do Senhor.

Evangelho: Marcos 9,38-43.45.47-48

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vossa Palavra é verdade, orienta e dá vigor; / na verdade santifica vosso povo, ó Senhor! (Jo 17, 17) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor. 41Em verdade eu vos digo, quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre e o fogo não se apaga'”. 

Palavra da salvação.

Reflexão

O evangelho de hoje, nos apresenta uma série de ensinamentos, que foram   passados aos  discípulos, em diferentes circunstâncias.  São ensinamentos, que chegam até a nós, como um convite a abrirmos os olhos  e o coração, para fazermos o bem, e aceitar o bem  vindo de quem quer que seja.
A caminhada de Jesus para Jerusalém é sem dúvida, um grande ensinamento para todos nós, que queremos segui-Lo. Podemos perceber, através dos textos que a liturgia tem nos apresentando nestes últimos domingos, que em todo percurso desta caminhada, Jesus ia  pacientemente, orientando os seus discípulos,   despertando neles, uma nova   mentalidade a respeito dos verdadeiros valores.
Mesmo tendo deixado tudo para seguir Jesus, os discípulos ainda não haviam entrado na dinâmica do reino. Para eles, o seguimento a Jesus, traduzia numa  realização pessoal,  numa conquista de poder e de grandeza. Tomados por esta mentalidade  contrária aos valores do reino, os discípulos  sentiram-se   inquietos, enciumados ao constatar que havia outras pessoas, fora do seu grupo, realizando milagres  em nome de Jesus.  Ao tomar conhecimento de que eles haviam  proibido um homem de fazer o bem em seu nome, Jesus os repreende dizendo: “ Não o proibais, pois ninguém faz milagre em  meu nome  para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”. Essas palavras de Jesus vêm nos ensinar, que nenhum de nós tem o direito de impedir alguém de fazer o bem!  
A prática do bem é sinal de amor ao próximo, ou seja, qualquer atitude que venha beneficiar alguém, partindo de quem quer que seja, deve ser acolhida com alegria  por todos nós!
Ainda no texto de hoje, Jesus apresenta aos discípulos algumas práticas que devem ser observadas também por nós, como a partilha, a tolerância, a caridade...
Jesus não quer que nenhum de nós seja escravizado pelas estruturas humanas, como a ambição, a inveja e o orgulho, por isto Ele nos  convoca a entrarmos  na dinâmica do reino, cortando pela raiz estes males que  brotam da própria natureza humana, quando corrompida por uma sociedade que só visa o ter, o poder e o prazer. Se não cortarmos de vez o mal que insiste em permanecer em nós, não daremos continuidade ao anúncio do evangelho, frustrando assim, mais uma vez, o sonho de Deus!
 
 

Olívia   Coutinho

sábado, 25 de setembro de 2021

Liturgia Diária - O “fracasso” de Deus .

 El Hijo del hombre va a ser entregado en manos de los hombres

Leitura (Zacarias 2,5-9.14-15)

Leitura da profecia de Zacarias.
2 5 Levantando os olhos, olhei e vi um homem que tinha na mão um cordel de agrimensor.
6 Perguntei-lhe: "Aonde vais?" "A Jerusalém", respondeu ele, para ver qual é a sua largura e o seu comprimento.
7 O anjo porta-voz conservava-se imóvel, quando veio ao seu encontro outro anjo que lhe disse:
8 "Corre! Fala a este jovem. Dize-lhe: Jerusalém vai ficar sem muros, por causa da multidão de homens e de animais que haverá no meio dela.
9 Eu mesmo - oráculo do Senhor - serei para ela um muro de fogo que a cercará; serei no meio dela a sua glória.
14 Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti - oráculo do Senhor.
15 Naquele dia se achegarão muitas nações ao Senhor, e se tornarão o meu povo: habitarei no meio de ti, e saberás que fui enviado a ti pelo Senhor dos exércitos".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Jr 31

O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

Ouvi, nações, a palavra do Senhor
 e anunciai-a nas ilhas mais distantes:
“Quem dispersou Israel vai congregá-lo
e o guardará qual pastor a seu rebanho!”

Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó
e o libertou do poder prepotente.
Voltarão para o monte de Sião,
entre brados e cantos de alegria
afluirão para as bênçãos do Senhor.

Então a virgem dançará alegremente,
também o jovem e o velho exultarão;
mudarei em alegria o seu luto,
serei consolo e conforto após a guerra.

Evangelho (Lucas 9,43-45)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 43 todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos:
44 "Gravai nos vossos corações estas palavras: O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens!"
45 Eles, porém, não entendiam esta palavra e era-lhes obscura, de modo que não alcançaram o seu sentido; e tinham medo de lhe perguntar a este respeito.
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje nos apresenta o segundo anúncio da Paixão de Jesus Cristo. São Lucas faz dele um relato tão sucinto que Nosso Senhor sequer alude à Ressurreição. O Evangelista, em todo caso, menciona o fato de que os discípulos não só não compreenderam o que Cristo lhes estava a dizer como também temiam perguntar-lhe o sentido de suas palavras. Ora, é o próprio São Lucas que, uns capítulos à frente (cf. Lc 24, 13-35), nos oferece a chave de leitura para essa passagem. Os dois discípulos que caminhavam, cabisbaixos e desconsolados, para a aldeia de Emaús, com efeito, encontravam-se na mesma situação de perplexidade e temor que os apóstolos: assim como estes, eles não entendem o "fracasso" que parece ser a morte de Cristo. Eles esperavam, pois, a mesma figura do Messias triunfante, libertador de Israel, e no entanto há já três dias que a sua esperança foi humilhada e crucificada.

Cristo porém lhes cruza o caminho e, rompendo aos poucos aquela tristeza, diz: "Ó gente sem inteligência. Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas" (Lc 24, 25). Lendo as profecias numa visão unilateral, os discípulos, revela-o Jesus, esqueceram-se de que o Messias prometido é também o Servo sofredor anunciado por tantos profetas. Unção e sofrimento, dor e vitória; trata-se aqui da mesma realidade, só que olhada por ângulos diversos. "Porventura não era necessário", prossegue o Senhor, "que o Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?" (Lc 24, 26). Esta realidade, contudo, não é tão óbvia. Afinal, por que teria Cristo de sofrer? Esta dor não deveria cair antes sobre nós? Mas era necessário que Ele sofresse em nosso lugar, a fim de associar-se o mais possível à nossa condição mortal e miserável; era preciso, assim, que Jesus fosse aquele que sofre conosco, que se compadece de nós.

Esta aparente impotência de Deus se manifesta, na verdade, como um grande poder: o poder de diminuir-se a si mesmo, de se esconder no fracasso quando tudo parece ter dado errado. O Evangelho de hoje nos convida, pois, a meditar esta misteriosa presença de Deus no sofrimento e nas cruzes de cada dia; chama-nos a reconhecer que a misericórdia divina nos espreita, silenciosa e paciente, atrás de fracassos e doenças, de dificuldades e inclusive da morte. Mas em tantas dores, em tantas cruzes, Jesus se faz sempre presente, glorioso e triunfante, a preparar-nos uma feliz ressurreição.

 

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Liturgia Diária - A oração de Cristo precede a nossa.

 6ª-feira da 25ª Semana do Tempo Comum – Paróquia São Judas Tadeu

Leitura (Ageu 1,15-2,9)

Leitura da profecia de Ageu.
1 15aos vinte e quatro dias do sexto mês. 
21No segundo ano do reinado de Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir por intermédio do profeta Ageu nestes termos:
2"Fala ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao sumo sacerdote Josué, filho de Josedec, e ao resto do povo.
3Haverá alguém entre vós que tenha visto esta casa em seu primeiro esplendor? E em que estado a vedes agora! Tal como está, não parece ela insignificante aos vossos olhos?
4Todavia, ó Zorobabel, tem ânimo, diz o Senhor. Coragem, Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote! Coragem todos vós, habitantes da terra, diz o Senhor. Mãos à obra! Eu estou convosco - oráculo do Senhor dos exércitos.
5Segundo o pacto que fiz convosco quando saístes do Egito, meu espírito habitará convosco. Não temais.
6Porque isto diz o Senhor dos exércitos: Ainda um pouco de tempo, e abalarei céu e terra, mares e continentes;
7sacudirei todas as nações, afluirão riquezas de todos os povos e encherei de minha glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos.
8A prata e o ouro me pertencem - oráculo do Senhor dos exércitos.
9O esplendor desta casa sobrepujará o da primeira - oráculo do Senhor dos exércitos".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 42/43

Espera em Deus! Louvarei novamente
o meu Deus salvador!

Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me
contra a gente impiedosa;
do homem perverso e mentiroso
libertai-me, ó Senhor!

Sois vós o meu Deus e meu refúgio:
por que me afastais?
Pó que ando tão triste e abatido
pela opressão do inimigo?

Enviai vossa luz, vossa verdade:
elas serão o meu guia;
que me levem ao vosso monte santo,
até a vossa morada!

Então irei aos altares do Senhor,
Deus da minha alegria.
Vosso louvor cantarei ao som da harpa,
meu Senhor e meu Deus!


Evangelho (Lucas 9,18-22)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 18Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: "Quem dizem que eu sou?"
19Responderam-lhe: "Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas".
20Perguntou-lhes, então: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "O Cristo de Deus".
21Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém.
22Ele acrescentou: "É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia".
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje apresenta-nos a profissão de fé de S. Pedro, relatada de modo mais incisivo pelos Evangelhos sinóticos. O Senhor pergunta aos Apóstolos: “Vós, quem dizeis que eu sou?”, e Simão, tomando a frente daqueles de que era cabeça, proclama sem titubear: “O Cristo de Deus”. Um detalhe de não pouca importância desta narrativa, recolhido apenas pelo evangelista S. Lucas, é o fato de que, antes de ter lugar a profissão de Pedro, “Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com Ele”. Não há dúvidas, portanto, de que o ato de fé sobrenatural que o príncipe dos Apóstolos hoje realiza foi querido, pedido e preparado pela oração de Cristo. Também na Última Ceia, pouco antes de entregar-se à morte, Jesus revela que foi a sua oração, sempre tão grata ao Pai, o que livrou Pedro de cair nas mãos do diabo: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31s). 

Ora, Jesus quer também o nosso ato de fé, e não temos por que duvidar de que Ele o pediu insistentemente ao Pai, para que, uma vez convertidos e iniciados na vida de oração, pudéssemos nos abrir à ação divina de sua graça e proclamar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Se em alguma etapa da nossa vida espiritual já tivemos a segurança de haver sido tocados pela graça — não pela carne nem pelo sangue, mas pelo Pai que está nos céus (cf. Mt 16, 17) —, saibamos que isso foi fruto não tanto do nosso esforço pessoal quanto da oração de Cristo, que deseja ardentemente poder dizer a todos os que, encontrando-o na intimidade da prece, chegam a crer de verdade: “Abençoado és!” Rezemos, pois, e rezemos contínua e confiadamente, pois a oração de Cristo precede a nossa, preparando-a e elevando-a a alturas que, por nós mesmos, jamais poderíamos alcançar.

 

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O que o livro do Gênesis quer ensinar?

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 É preciso compreender que o livro do Gênesis não foi concebido como um livro de ciências naturais, mas sim como obra de espiritualidade.

De modo especial o “hexaémeron”, a obra dos seis dias (Gn 1, 1-2, 4), foi escrito para incutir aos israelitas o repouso do Sábado: Deus é mostrado como o Grande Operário que fez o mundo em seis dias e repousou no sétimo. É uma imagem apenas (Deus não se cansa nem descansa). O autor sagrado usou o modo de pensar de sua época em relação ao mundo. Deus não quis lhe revelar como teve origem o mundo.

O autor sagrado utilizou a imagem do Deus-oleiro, que era muito comum para os povos antigos. Por exemplo, no poema babilônico de Gilgamesh conta-se que, para criar Enkidu, a deusa Aruru “plasmou argila”.

Assim, a imagem do Deus-Oleiro, apareceu também na Bíblia como uma metáfora. Quer dizer que, como o oleiro está para o barro, assim Deus está para o homem. Não se deve tirar desta passagem algum ensinamento científico.

Sobre a origem da mulher podemos dizer o mesmo.

A metáfora que mostra Eva “extraída de Adão” apenas quer dizer que ela teve o mesmo princípio do homem. A afirmação de Adão: “Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2,23); é metafórica e significa que a mulher tem a mesma natureza e dignidade do homem, diferente dos demais seres.

Santo Agostinho diz que a metáfora quer nos ensinar que a mulher foi tirada “do lado” do homem, assim como a Igreja nasceu do lado de Jesus aberto na cruz. Ela não foi tirada do pé do homem, pois não devia ser-lhe escrava; mas também não foi tirada da cabeça, pois não devia ser-lhe chefe. Foi tirada “do lado”, para ser companheira.

O que importa é afirmar que os primeiros pais foram elevados à filiação divina (justiça original) e que, submetidos a uma prova, não se mantiveram no estado de amizade com Deus (cometeram o pecado original).

Seria falso, porém, dizer que Adão e Eva nunca existiram ou que são fábula ou alegoria: são tão reais quanto o gênero humano é real; o texto sagrado nos diz que Deus tratou com o homem nas suas origens,… com o homem real, e não com um ser fictício. E a história referente aos primeiros pais é história real, embora narrada em linguagem figurada (serpente, árvore, fruta…).

A origem das raças não exige que a humanidade tenha surgido em vários lugares diferentes. O conceito de “raça” é flexível; raça resulta de um conjunto de determinados elementos do ser humano (cor da pele, forma dos olhos, tipos de cabelo…). Todavia a mesclagem desses elementos é tão variegada sobre a face da terra que há uma gama contínua de tipos entre o indivíduo branco, o negro, o amarelo… Em consequência, a origem desses tipos raciais pode explicar-se a partir de um só princípio: devem-se não somente às diversas condições de clima, alimentação, trabalho… das populações, mas também ao fenômeno do mutacionismo (mudanças bruscas em indivíduos raros, que se transmitem estavelmente).

Entre outras coisas, como ensina D. Estevão Bettencourt, o livro do Gênesis quer nos ensinar, através de uma linguagem metafórica que:

1. Deus criou o ser humano masculino e feminino, podendo ter havido a evolução da matéria preexistente até chegar ao grau de complexidade do corpo humano;

2. Deus concedeu aos primeiros pais a chamada “justiça original”, que dava ao homem perfeita harmonia consigo, com Deus, com a mulher e com a Criação. A criação do mundo bom por parte de Deus, a elevação do homem à filiação divina e a violação dessa ordem inicial pelo pecado (Gn 1, 1-3, 24);

3. Deus deu aos primeiros pais um modelo de vida, figurado pela proibição de comer a fruta da árvore da ciência do bem e do mal. Criado para viver em comunhão com Deus, e como filho de Deus, ele devia comportar-se não guiado por si mesmo, mas pela obediência a Deus.

4. O homem, por soberba e desobediência, disse Não ao modelo de vida proposto pelo Criador, e, então, perdeu a comunhão com Deus e perdeu o estado de santidade e de justiça original.

5. O fratricídio de Caim, consequência do fato de que o homem abandonou a Deus; perdeu também o amor ao seu semelhante (Gn 4, 1-16).

Desta maneira, o autor mostra que Deus fez o mundo bom e convidou o homem para comunhão com Ele. Mas o homem disse Não. Deus reafirma seu desígnio de bondade, prometendo restaurar, mediante o Messias, a amizade rompida pelo pecado (Gn 3, 15). Este foi-se alastrando cada vez mais, como mostram os episódios de Caim e Abel (um fratricídio), do dilúvio e da torre de Babel. Então, para realizar seu desejo de reconciliação do homem com Deus, o Criador quis chamar Abraão para dar início a um povo portador da fé e da esperança messiânicas. Assim chegamos a Gn 12 (a vocação de Abraão).

Os autores sagrados quiseram também relacionar o mundo todo com Deus, mostrando que tudo é criatura de Deus e que não há muitos deuses. As verdades teológicas que a narrativa da criação em seis dias quer transmitir são religiosas e não científicas:

a) Só há um Deus. Não há astros sagrados, como os caldeus da terra de Abraão acreditavam. Não há bosques sagrados como os cananeus da nova terra de Abraão professavam. Nem há animais sagrados, como os egípcios, entre os quais viveu Israel, acreditavam.

b) Deus é bom e, por isto, fez o mundo muito bom. Se há mal no mundo, não vem de Deus, mas do homem (cf. Gn 3). Toda forma de dualismo (um Deus do bem e outro do mal) é rejeitado e não se rejeita a matéria como se fosse essencialmente má.

c) O mundo não é eterno, mas foi criado por Deus e começou a existir. Não entra na questão do evolucionismo, apenas mostra que a matéria e o espírito têm origem por um ato criador de Deus; qualquer teoria científica que admita isto, é aceitável aos olhos da fé.

d) O homem é o representante (imagem e semelhança) de Deus, não por seu corpo, mas por sua alma espiritual, dotada de inteligência, liberdade, vontade e consciência. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança…”. O homem e a mulher têm a mesma origem, ambos surgem simultaneamente.

e) O casamento é uma instituição divina, tornando-se uma instituição natural, que não depende dos deuses da fecundidade admitidos fora do povo bíblico.

f) O trabalho do homem é continuação da obra de Deus; é santo, qualquer que seja a sua modalidade, desde que executado em consonância com o plano do Criador.

De maneira geral, pode-se dizer, então, que toda a tendência da narração da criação é apresentar o homem como mediador entre o mundo inferior e Deus; esse mediador exerce, por sua posição e sua atividade na terra, um sacerdócio ou a missão de fazer que todas as criaturas irracionais, devidamente utilizadas pelo trabalho do homem, deem glória ao Criador.

Os seis dias do Gênesis não significam eras ou períodos geológicos, como alguns quiseram entender no passado (era azóica, primária, secundária…). O autor sagrado não tinha as preocupações de um cientista, mas apenas um ensinamento religioso. Na verdade ele tinha em mente dias de 24 horas (nos quais houve tarde e manhã, cf. 1, 5.8.13.19.23.31); em outras palavras: ele imaginou uma semana como a nossa, mas uma semana simbólica, que nunca existiu.

 

 

Prof. Felipe Aquino

https://cleofas.com.br/o-que-o-livro-do-genesis-quer-ensinar/

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Liturgia Diária - Livrar-se dos próprios fantamas.

 Record exibe o filme 'Jesus de Nazaré' no Cine Maior desta terça (24/12) -  Portal Overtube

Leitura (Ageu 1,1-8)

Início da profecia de Ageu.
1 1 No segundo ano do reinado de Dario, no primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi dirigida pelo profeta Ageu ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Josedec, nestes termos:
2 "Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ‘este povo diz: não é ainda chegado o momento de reconstruir a casa do Senhor’".
3 E a palavra do Senhor foi transmitida pelo profeta Ageu:
4 "É então o momento de habitardes em casas confortáveis, estando esta casa em ruínas? Eis o que declara o Senhor dos exércitos:
5 considerai o que fazeis!
6 Semeais muito e recolheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não chegais a apagar a vossa sede; vestis, mas não vos aqueceis; e o operário guarda o seu salário em saco roto!
7 Assim fala o Senhor dos exércitos: refleti no que fazeis!
8 Subi a montanha, trazei madeira e reconstruí a minha casa; ela me será agradável e nela serei glorificado, - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 149

O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
e o seu louvor na assembléia dos fiéis! 
Alegre-se Israel em Quem o fez, 
e Sião se rejubile no seu Rei!

Com danças glorifiquem o seu nome, 
toquem harpa e tambor em sua honra! 
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo 
e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória,
e cantando se levantem de seus leitos; 
com louvores do Senhor em sua boca
eis a glória para todos os seus santos.

Evangelho (Lucas 9,7-9)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14,6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 7 o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: “É João que ressurgiu dos mortos”; outros: “É Elias que apareceu”;
8 e ainda outros: “É um dos antigos profetas que ressuscitou”.
9 Mas Herodes dizia: “Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas?” E procurava ocasião de vê-lo.
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje nos apresenta Herodes Antipas, que, embora procure ver Jesus, é incapaz de professar a fé. Para compreendermos esta passagem, façamos um paralelo com um outro episódio, o da confissão de São Pedro (cf. Lc 9, 18-20). Tanto o tetrarca quanto o chefe dos apóstolos têm as mesmas informações e sabem o que o povo diz a respeito de Cristo. Estão, de certa maneira, na mesma situação; mas a resposta de um e de outro ao Senhor é diversa: Herodes parece não conseguir penetrar o mistério daquele Nazareno de quem tanto ouve falar, ao passo que Pedro, inspirado, confessa que Jesus é o Cristo de Deus. Com efeito, o apóstolo Pedro, desde a sua vocação em Genesaré, mostra-se disposto a encontrar-se com Cristo. "Retirar-te de mim, Senhor", exclamara uns trechos antes, reconhecendo ser "um homem pecador" (Lc 5, 8).

Isto vale também para a nossa vida espiritual. Ao fechamento de Herodes contrapõe-se a disposição interior de Simão para reconhecer a própria indignidade e, portanto, para abrir-se à Palavra de Deus. São João Crisóstomo, ao comentar o Evangelho de hoje numa de suas homilias, diz que é típico do pecador ser atormentado pelos fantasmas dos próprios crimes. Com o coração endurecido, Herodes confessa, sem sombra de arrependimento: "Eu degolei a João", e os cochichos do povo tiram-lhe a paz diante da possibilidade de o espírito de João ter voltado para vingar-se. É este como que "ensimesmamento" que o impede de ver Nosso Senhor. Somente o reconhecimento de que somos miséria permite que nos encontremos com a misericórdia de Jesus.

Daqui se vê a diferença entre o arrependimento cristão e as neuras de um complexo de culpa, pois a verdadeira contrição é encontrar-se consigo mesmo sob o olhar de um Deus que nos ama, que deseja acercar-se de nós, apesar de nossas culpas e imperfeições. Herodes não quer ver a realidade sobre si, mas apenas certificar-se de que Jesus não é um vingador e apaziguar, assim, os seus fantasmas interiores. Muitas pessoas acabam vivendo a religião com essa mesma postura, à busca de rituais e sortilégios que tranquilizem sua má consciência. Mas o cristianismo não é isso; trata-se, antes, de despojar-nos das máscaras, fantasias e ilusões que criamos a nosso respeito e, caídos "nus" aos pés de Cristo, seguirmos Aquele "que perscruta os corações" (Rm 8, 27).

 

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