terça-feira, 31 de agosto de 2021

Liturgia Diária - A autoridade da palavra de Cristo.

 Evangelho do Dia: Jesus e o possesso na sinagoga (Lc 4, 31-37) – Oratório  São Luiz

Leitura (1 Tessalonicenses 5,1-6.9-11)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
5 1 A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos.
2 Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite.
3 Quando os homens disserem: Paz e segurança!, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão.
4 Mas vós, irmãos, não estais em trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão.
5 Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas.
6 Não durmamos, pois, como os demais. Mas vigiemos e sejamos sóbrios.
9 Porquanto não nos destinou Deus para a ira, mas para alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.
10 Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele.
11 Assim, pois, consolai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já o fazeis.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 26/27

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.


O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contempla-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!

Evangelho (Lucas 4,31-37)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo (Lc 7,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
4 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados.
32Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade.
33Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34 "Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus!"
35Mas Jesus replicou severamente: "Cala-te e sai deste homem". O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum.
36Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: "Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem?"
37E corria a sua fama por todos os lugares da circunvizinhança.
Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus desce de Jerusalém para Cafarnaum e, tendo ali chegado, prega na sinagoga num dia de sábado. A reação dos ouvintes, diz o evangelista São Lucas, é de espanto e admiração, porque viam que os ensinamentos de Cristo, ao contrário dos fariseus e doutores da Lei, estavam cheios de autoridade. Pois Jesus, Verbo eterno do Pai, fala com poder e eficácia; a sua própria pessoa, como nos recorda a Constituição Dogmática Dei Verbum, é Revelação encarnada, de sorte que todas as suas palavras e obras, sinais e milagres, gestos e atitudes são, por si sós, a mais eloquente e profunda manifestação de Deus. Por isso, quem vê a Cristo, vê ao Pai (cf. Jo 14, 9) e, portanto, ao Deus que quer fazer-se conhecido dos homens pelo seu Filho feito carne, igual a nós em tudo, exceto no pecado (cf. Hb 4, 15). 

E o que nEle nos é dado a conhecer em muito supera o que, com as luzes naturais da razão, poderíamos deduzir a respeito da divindade. Porque, ao revelar-se em Cristo, Deus não se limita a transmitir-nos verdades de ordem sobrenatural, inacessíveis à inteligência humana; comunica-nos também os desígnios de salvação que Ele, antes da criação do mundo, decretou a nosso favor, chamando-nos a participar dos bens divinos, como diz o Concílio Vaticano I, e para fazer-nos herdeiros da bem-aventurança eterna. — Com o coração reconfortado por estas verdades, aproximemo-nos com mais confiança de Jesus, que pode expulsar demônios e ressuscitar os mortos com uma simples ordem, e digamos-lhe, repletos de fé e esperança: "Senhor, dizei uma só palavra, e serei salvo".  


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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Liturgia Diária - “O Espírito do Senhor está sobre mim”

 Jesus Cristo é a Palavra de Deus! - Blog Cristão do PCamaral

Leitura (1 Tessalonicenses 4,13-18)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 13 Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança.
14 Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram.
15 Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos.
16 Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro.
17 Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 95/96

O Senhor vem julgar nossa terra.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!

Pois Deus é grande e muito digno de louvor,
é mais terrível e maior que os outros deuses;
porque um nada são os deuses dos pagãos.
Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus.

O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.

Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça
e os povos julgará com lealdade.

Evangelho (Lucas 4,16-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 4 16Jesus dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito:
18"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,
19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor".
20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21Ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir".
22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: "Não é este o filho de José?"
23Então lhes disse: "Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria".
24E acrescentou: "Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã".
28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
Palavra da Salvação.

Reflexão

São duas as verdades fundamentais de que nos fala o Evangelho desta segunda-feira, extraído não mais do texto de S. Mateus, mas do de S. Lucas. Hoje, encontrando-se na sinagoga de Nazaré, sua própria terra, o Senhor lê do profeta Isaías o seguinte vaticínio: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres”, que nele se cumpre plenamente:

a) “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção”. Neste pequeno versículo, de riquezas inesgotáveis, afirma-se a presença especial do Espírito Santo em Cristo. Nele, com efeito, o amor de Deus está presente não como em qualquer outro justo, mas por ser Cristo o próprio Verbo encarnado. A natureza humana de Nosso Senhor está, pois, unida substancialmente à pessoa do Filho de Deus por uma graça chamada de união, que é como uma unção que comunica a toda a humanidade santíssima de Jesus, em corpo e alma, a santidade incriada e infinita do próprio Verbo divino. Jesus é o Cristo, isto é, o Ungido pelo Espírito Santo, porque Deus nele está presente, não por uma consagração cerimonial, mas por ser Ele mesmo o próprio Deus, em cuja humanidade assunta o Espírito Santo está como que em sua morada própria. Eis por que o Pai, ao vê-lo batizado no Jordão, pode dizer: “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição” (Mt 3, 17).

b) “Para anunciar a Boa Nova aos pobres”. Este versículo, por seu turno, afirma não só a missão pública que Cristo foi encarregado de realizar, mas uma realidade ainda mais profunda, intimamente vinculada ao mistério da união hipostática: Cristo, sendo Homem-Deus, possui também uma graça chamada capital, que faz dele Cabeça do Corpo místico, que é a Igreja, de maneira que é dele, e somente dele, que recebemos por participação a unção do Espírito Santo: “Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça” (Jo 1, 16). Com efeito, toda a humanidade de Nosso Senhor, em sua alma e em seu corpo, assumidos em unidade de pessoa pelo Verbo de Deus, influi beneficamente em todos os homens do mundo, que dele recebem todas as riquezas da graça, “toda dádiva boa e todo dom perfeito” (Tg 1, 17), “como um óleo suave derramado sobre a fronte, e que desce para a barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto” (Sl 132, 2).

 

 

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domingo, 29 de agosto de 2021

22º Domingo do Tempo Comum - Uma religião de aparências.

 Evangelho do Dia: Discussão entre Jesus e os fariseus (Jo 8, 21-30) –  Oratório São Luiz

Leitura (Deuteronômio 4,1-2.6-8)

Leitura do livro do Deuteronômio.
Moisés falou ao povo: 4 1 “E agora, ó Israel, ouve as leis e os preceitos que hoje vou ensinar-vos. Ponde-os em prática para que vivais e entreis na posse da terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dá.
2 Não ajuntareis nada a tudo o que vos prescrevo, nem tirareis nada daí, mas guardareis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, exatamente como vos prescrevi.
6 Observai-as, praticai-as, porque isto vos tornará sábios e inteligentes aos olhos dos povos, que, ouvindo todas essas prescrições, dirão: ‘eis uma grande nação, um povo sábio e inteligente’.
7 Haverá, com efeito, nação tão grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos?
8 Qual é a grande nação que tem mandamentos e preceitos tão justos como esta lei que vos apresento hoje?”
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 14/15

Senhor, quem morará em vossa casa
e no vosso monte santo habitará?


Aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.

Que em nada prejudica o seu irmão
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

Não empresta o seu dinheiro com usura
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!

Leitura (Tiago 1,17-18.21-22.27)

Leitura da carta de Tiago.
1 17 Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade.
18 Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas.
21 Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas.
22 Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos.
27 A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Marcos 7,1-8.14-15.21-23)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus, nosso Pai, nesse seu imenso amor, foi quem gerou-nos com a palavra da verdade, nós, as primícias do seu gesto criador! (Tg 1,18)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 7 1 os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno de Jesus.
2 E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar.
3 (Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos;
4 e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.) 5 Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: “Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras?”
6 Jesus disse-lhes: “Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: ‘Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
7 Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos’.
8 Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens”.
14 Tendo chamado de novo a turba, dizia-lhes: “Ouvi-me todos, e entendei.
15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem.
21 Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos,
22 adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez.
23 Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

1. O Evangelho da Missa de hoje mostra que os fariseus eram excelentes seguidores dos costumes judaicos: tinham “a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre”, sempre se banhavam antes das refeições, e nunca comiam sem terem lavado bem as mãos. Mas só isso. A observância desses preceitos se resumia às aparências, porque, no fundo, o coração deles era um coração perverso, que tramava arapucas para seus adversários, como se denota pela pergunta que fazem a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?”

O Senhor não deixa de repreendê-los por isso. Mostrando a hipocrisia deles, Jesus os acusa com as palavras do profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”. Com essa resposta severa, Cristo chama a atenção para o perigo de uma vida mascarada, que finge prestar culto a Deus, mas, na verdade, segue apenas a “tradição dos homens”. É um perigo que se apresenta fortemente na vida de muitos cristãos modernos.

2. O sentido da lei de Deus é sempre o amor. No Antigo Testamento, as leis divinas tinham a finalidade de mudar o coração do povo para que este prestasse um culto verdadeiramente espiritual, e não apenas exterior. Tratava-se de uma pedagogia pela qual Deus pretendia elevar o homem até o dom da caridade, de modo que a lei, por si só, fosse superada. Quem ama não precisa da lei. O coração apaixonado naturalmente respeita, acolhe, auxilia e perdoa. Mas esse amor só nasce pela obediência sincera dos preceitos divinos, que devem ir se enraizando no coração até tornarem o cristão plenamente livre para amar.

Ocorre que os hebreus da Antiga Aliança, assim como os fariseus do tempo de Jesus, fizeram da lei apenas um costume, e não se deixaram transformar interiormente. Eles cumpriam todos os rituais prescritos, mas não amavam. Ao contrário, o coração deles ainda abrigava todas aquelas coisas que Jesus condena como impuras: “As más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo” etc.

Vejamos também nós se em nossos corações existem as mesmas impurezas descritas no Evangelho. É possível que tenhamos reduzido nossa participação na Santa Missa, os trabalhos pastorais, as novenas e outras devoções a simples rotinas, incapazes de transformar a nossa vida?

3. É forçoso reconhecer que muitos católicos têm uma vida bastante distante do Evangelho, mesmo estando presente em todas as atividades da Igreja. Eles frequentam a Missa, pagam o dízimo, contribuem com a festa da paróquia, ajudam em determinada pastoral. Mas fazem por pura aparência. No íntimo, é bem provável que defendam o aborto, usem anticoncepcionais, vivam o sexo antes do casamento, soneguem impostos etc. Enfim, esses católicos não se diferem em nada dos homens do mundo. O coração deles é idêntico ao dos fariseus da época de Jesus: a sua religião é apenas um “costume” que herdaram dos antigos.

Jesus não espera de nós menos que o amor. Por isso a sua pregação é dura, é politicamente incorreta, e pretende nos incomodar. Ele deseja uma mudança radical de nossos corações, para que os nossos costumes externos se convertam em verdadeiras obras de amor a Deus e ao próximo. Assimilemos, pois, esse ensinamento, permitindo que, neste mês da Sagrada Escritura, a Palavra de Deus fecunde a nossa alma e a transforme inteiramente. Somente assim poderemos prestar um culto que não seja apenas com os lábios, mas de todo coração.

Oração. — Meu Pai do Céu, ajudai-me a viver as leis divinas com devoção e piedade, a fim de que a sua prática me torne cada vez mais conforme a vossa vontade. Não quero vos louvar apenas com os lábios, mas com toda a minha alma e meu coração. Por isso, peço-vos o dom da perseverança para que eu nunca desanime de fazer o bem, ainda que me seja muito difícil e custe grandes sacrifícios. Assim seja!

 

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sábado, 28 de agosto de 2021

Liturgia Diária - Os três empregados.

Artigo: A parábola dos talentos: a Bíblia, os empreendedores e a moralidade  do lucro | Vigilantes da Gestão
Leitura (1 Tessalonicenses 4,9-11)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 9 A respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.
10 E é o que estais praticando para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais.
11 Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas e trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 97/98
O Senhor julgará as nações com justiça.
 
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
 
Aplauda o mar com tudo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
 
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Evangelho (Mateus 25,14-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24 14"Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.
15A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.
16Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco.
17Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois.
18Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor.
19Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas.
20O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco: 'Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei'.
21Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
22O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: 'Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei'.
23Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
24Veio, por fim, o que recebeu só um talento: 'Senhor', disse-lhe, 'sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste.
25Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence'.
26Respondeu-lhe seu senhor: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.
27Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu.
28Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.
29Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter.

30E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes'".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

A parábola dos talentos ressalta a vigilância como atitude de quem se sente responsável pelo Reino. E quem recebeu talentos e não os faz render, pode ser demitido por “justa causa” do Reino. O Evangelho situa-se no quinto e último grande discurso escatalógico, ou aquele que trata do fim o último das coisas. O tema básico do discurso é a vigilância, ilustrada pela leitura dos sinais dos tempos, a parábola do empregado responsável, a das virgens prudentes e imprudentes, e que vai terminar festa de Cristo Rei, com o texto sobre o Juízo Final.
Por trás da parábola dos talentos, há um tempo de expectativa e de sofrimento. Na época em que Mateus escreveu o Evangelho, muitos cristãos estavam desanimados diante da demora da segunda vinda do Messias. Além disso, o converter-se à fé cristã acarretava perseguição e até morte. As comunidades se esvaziavam e o ardor por Jesus Cristo esmorecia. O Evangelista escreve com o objetivo de reanimar a fé.
Jesus apresenta-se como um senhor que, antes de empreender uma viagem, reúne seus empregados e reparte com eles sua riqueza para que a administrem. A um deu cinco talentos, a outros dois, e um ao terceiro: a cada um segundo sua capacidade. E viajou para longe. No retorno, ele pede contas. Os dois primeiros fizeram que os talentos rendessem em dobro. O último devolveu o talento tal qual tinha recebido, pois, com medo de arriscar, havia enterrado o talento. Curioso é o motivo de tal procedimento. Não tomou tal atitude por preguiça, mas por medo da severidade de seu senhor. Em conseqüência, os dois primeiros foram elogiados e recompensados pela eficiente administração e o último foi demitido por justa causa.
Tudo o que nós recebemos de Deus vem na medida certa, de acordo com a nossa capacidade, nem mais nem menos do que poderíamos receber. Portanto, cabe a cada um de nós assumirmos os talentos que Dele recebemos com humildade e perseverança, pois seremos cobrados pelo que auferimos. Às vezes nos subestimamos e entendemos que não possuímos dons como as outras pessoas e nos negamos a perceber qual a aptidão que nos foi presenteada por Deus. Neste caso estamos enterrando o talento, pois não queremos assumi-lo por falsa modéstia, por preguiça, por comodismo e até por orgulho. Aquele que se acha muito pequeno e, por isso, se encosta e se acomoda está cometendo um erro incorrigível. Será tirado dele até o dom que ele tinha inclinação para fazer prosperar e não o fez porque não o colocou em prática. Achar-se muito sem capacidade e não confiar na capacidade de Deus é o grande pecado de muitos de nós.
Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade o repartiu e o fez crescer, ou o escondeu dos homens?
O que você tem feito com os seus dons? – Você se acha muito sem expressão, incapaz de realizar alguma coisa? – Não será porque você está confiando somente em você mesmo (a) e esquecendo-se Daquele que lhe deu a vida? – Você não acha que a sua vida já é um dom muito precioso? – O que você tem feito dela?
Pai, dá-me senso da responsabilidade e faze-me entender que o serviço amoroso e gratuito a meu próximo é o único caminho de fazer multiplicar os dons que de ti recebi.
 
 
Pe. Bantu Mendonça katchipwi Sayla

Santo Agostinho.

 Santo Agostinho: vida, pensamento, obras, filosofia - Brasil Escola

Do santo que mais que qualquer outro falou de si mesmo – mas o fez com sinceridade e simplicidade, transformando em confissão, isto é, em louvor a Deus, tudo o que lhe pertence – não é fácil falar. Homem e mestre, teólogo e filósofo, moralista e apologista: todas imagens que transparecem como que em filigrama, e todas válidas, a quem observe de perto Agostinho de Hipona, bispo e doutor da Igreja. Homem, antes de tudo, com as inquietações, os anseios, as fraquezas, como nos apresenta a leitura de suas confissões, nas quais mostra a realidade nua e crua de sua alma com sinceridade e candura. No limiar de sua juventude (nasceu em Tagaste, Tunísia, em 354 do pagão Patrício e da cristã Mônica), Agostinho experimenta as contradições do seu espírito, que tem sede da verdade e se deixa seduzir pelo erro. O estudo de certa filosofia o leva à heresia maniquéia. Percebe o chamado moral, mas se vê envolvido na escuridão da carne. Aprende retórica em Cartago, depois ensina gramática em Tagaste até que aos vinte e nove anos toma o caminho do mar e após uma breve parada em Roma, chega a Milão, onde é bispo o grande Santo Ambrósio. A conversão ao cristianismo, propiciada pelas amorosas solicitudes e pelas lágrimas da mãe, chegou à maturidade num episódio singular e misterioso para o próprio Santo Agostinho que, acolhendo o convite: “Toma e lê”, encontra nas palavras do Apóstolo o empurrão decisivo: “Não vos deixeis dominar pela carne e pelas suas concupiscências”. Agostinho pede o batismo ao bispo Ambrósio e depois volta à África em veste de penitência; aí é consagrado sacerdote e depois bispo de Hipona, achando na sincera adesão à verdade cristã e na multiforme atividade pastoral a paz do coração à qual almeja seu coração atormentado pelos afetos terrenos e pela sede de verdade: “Senhor, criaste-nos para ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em ti”. Amado e venerado pelos humaníssimos dons de coração e de inteligência, morre a 28 de agosto de 430 em Hippo Regius, antiga cidade próxima à moderna Bona, na Argélia, enquanto os vândalos apertam o cerco. Vinte anos antes, Roma imperial tinha conhecido a humilhação infligida pelo bárbaro rei Alarico e este evento, para todos os que estavam convictos da perenidade da cidade eterna, moveu o bispo de Hipona a escrever outra obra-prima, a “Cidade de Deus”.

 

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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Liturgia Diária - Como encher de óleo as nossas lâmpadas?

 → Parábola das Dez Virgens | Estudo e Esboço para Pregação

Leitura (1 Tessalonicenses 4,1-8)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 1 No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais.
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.
3 Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza;
4 que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
5 sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus;
6 e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o Senhor faz justiça de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e asseverado.
7 Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
8 Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu o seu Espírito Santo.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 96/97
Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
 
Deus é rei! Exulte a terra de alegria
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.
 
As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.
 
O Senhor ama os que detestam a maldade,
ele protege seus fiéis e suas vida
e da mão dos pecadores os liberta.
 
Uma  luz já se levanta para os justos,
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!

Evangelho (Mateus 25,1-13)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, 25 1disse Jesus aos seus discípulos: "O Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.
2Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes.
3Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo.
4As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas.
5Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram.
6No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: 'Eis o esposo, ide-lhe ao encontro'.
7E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas.
8As tolas disseram às prudentes: 'Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando'.
9As prudentes responderam: 'Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós'.
10Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta.
11Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: 'Senhor, senhor, abre-nos!'
12Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: não vos conheço!'
13Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora".
Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, escutamos a parábola das dez virgens: cinco delas eram imprudentes e insensatas, e as outras cinco eram prudentes e precavidas. Admite esta parábola dois níveis de leitura. No primeiro, fala-nos ela da vigilância que todos devemos ter, por não sabermos nem o dia nem a hora em que o Senhor nos virá buscar desta vida. No segundo, refere-se ela não tanto ao dia da morte ou do juízo, mas à dinâmica normal da nossa vida espiritual. Nesse sentido, a parábola sublinha a necessidade de enchermos de óleo a nossa lâmpada, isto é, de preservarmos e fazermos crescer a chama da caridade sobrenatural que nos foi infundida quando do nosso Batismo. Isso, porém, só é possível mediante a vida de oração, que não é mais do que “um tratar de amizade, estando muitas vezes a sós com Quem sabemos que nos ama” (S. Teresa d’Ávila, Vida VIII, 7). Deus, com efeito, depositou em nós a semente do seu amor, justamente por querer que o amemos, e o exercício continuado, progressivo, gradual, desse trato de amizade não é senão a vida de oração íntima. É pela oração diária, feita não por simples obrigação, mas com o ânimo de quem sabe estar em diálogo franco com seu melhor Amigo, que vamos enchendo de óleo a nossa lâmpada, de modo que o pouco de amor que hoje podemos dar a Deus irá, de oração em oração, de encontro em encontro, crescendo e se avivando como uma chama que não se deixa extinguir jamais. 

E, como prêmio desse cuidado perseverante, dessa prudência divina que nos faz guardar o dom mais precioso que temos, que é a caridade, o Senhor virá encontrar-nos vigilantes, para nos fazer entrar consigo “para a festa de casamento”, figura não apenas do céu, onde se celebram as bodas do Cordeiro, mas também da santidade que já nesta vida podemos ter, antessala e prelibação do amor perfeitíssimo a Deus que hemos de experimentar no paraíso celeste. — Que o Senhor nos conceda hoje a graça de vivermos a oração íntima, não como mera obrigação diária, mas como encontro amoroso, que dia após dia nos encha daquela santa insatisfação de não amar a Cristo com todo o amor possível. Não sejamos como as virgens imprudentes, que acham estar prontas para receber o Esposo sem ter bem abastecidas suas lâmpadas, isto é, sua alma exercitada no amor pela oração.

 

 

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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Liturgia Diária - ”Ficai atentos!"

 Grupo de Oração Semeando a Paz: Agosto 2018

Leitura (1 Tessalonicenses 3,7-13)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.

1 7 Assim, irmãos, fomos consolados por vós, no meio de todas as nossas angústias e tribulações, em virtude da vossa fé.
8 Agora, sim, tornamos a viver, porque permaneceis firmes no Senhor.
9 E como poderíamos agradecer a Deus por vós, por toda a alegria que tivemos diante dele por vossa causa?!
10 Noite e dia, com intenso, extremo fervor, oramos para que nos seja dado ver novamente a vossa face e completar o que ainda falta à vossa fé.
11 Que Deus, nosso Pai, e nosso Senhor Jesus nos preparem o caminho até vós!
12 Que o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco.
13 Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 89/90

Saciai-nos de manhã com vosso amor!

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho,
fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

Evangelho (Mateus 24,42-51)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, 24 42 disse Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.
44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno?
46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim!
47 Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens.
48 Mas, se é um mau servo que imagina consigo:
49 - "Meu senhor tarda a vir', e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os bêbados,50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe,51 e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, nos desperta sobre  a consciência que devemos ter do nosso tempo de vida terrena! É importante conscientizarmos de que este  nosso tempo presente, deve ser um tempo útil à nossa caminhada rumo à eternidade. Devemos aproveitar bem este tempo, pois ele é o único tempo que possuímos como espaço sagrado, que Deus nos concede, para buscarmos a nossa santidade, construindo aqui na terra, a nossa morada no céu!
O texto vem nos acordar para uma realidade que ninguém pode fugir: a certeza da transitoriedade da vida terrena, da vida que passa! Quanto ao dia e hora da nossa passagem, Deus preferiu ocultar de nós, Jesus só nos deu uma pista: vai acontecer de modo inesperado, o que pode nos deixar apreensivos, no entanto, para quem vive dentro do plano de Deus, o dia e a hora não importa, o que importa, é estar o tempo todo em sintonia com Deus, ciente de que há uma vida melhor por vir, uma vida em plenitude! 
Jesus nos alerta sobre a importância de estarmos vigilantes o tempo todo, o que não significa ficarmos parados, pelo contrário, devemos estar a espera da segunda vinda Jesus no exercício da nossa missão, no lugar onde fomos plantados por Deus para produzir frutos!
“... o Filho do homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem!”Lc12,40. Jesus compara o “ficar preparado,” com a postura de um empregado, que mesmo sem saber a hora que o patrão irá chegar, ele está sempre pronto para servi-lo!
Estar vigilante, é estar em movimento, é estar atento às necessidades dos nossos irmãos, é estar o tempo todo a serviço da vida!
Em Jesus encontramos a força e a coragem para darmos continuidade a nossa caminhada de fé! Com Jesus, em vez de medo, o que cultivamos no  nosso coração, é a esperança que é fruto da fé!
 

Olívia Coutinho

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Liturgia Diária - Os sete ais.

  A repreensão do Senhor Jesus aos fariseus | BÍBLIA DE ESTUDO
Leitura (1 Tessalonicenses 2,9-13)
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses.

2 9 Vós vos lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de Deus.
10 Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes.
11 E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos:
12 nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória.
13 Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.
Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial 138/139

Senhor, vós me sondais e me conheceis!

Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me, com firmeza, a vossa destra.

Se eu pensasse: "A escuridão venha esconder-me
e que a luz ao meu redor se faça noite!"
Mesmo as trevas, para vós, não são escuras,
a própria noite resplandece como o dia.

Evangelho (Mateus 23,27-32)
Aleluia, aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente (1Jo 2,5).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
23 27Disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
28Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos
30e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas.
31Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas.
32Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!"
Palavra da Salvação.
 
Reflexão

Mateus recolhe em sete a expressão: ai de vós, usada por Jesus, para introduzir as acusações dirigidas contra os escribas e fariseus como já tivemos ocasião de meditar no Evangelho de ontem! No Evangelho de hoje, temos os dois últimos “ai de vós” da seqüência. A repetição explícita, “ai de vós, escribas e fariseus hipócritas…”, mostra-nos a contundência da censura. Na ocasião das grandes festas, os sepulcros eram caiados para evitar algum contato involuntário de alguém que, assim, se tornaria impuro.
A indignação de Jesus contra os mestres da Lei e fariseus é tão grande, que Ele os compara a “sepulcros caiados”, pois têm a aparência exterior de um túmulo recém pintado de branco que tenta esconder uma realidade interior cheia de podridão. São eles aqueles que aparentando ser boas pessoas, escondem uma realidade de mentiras, pecados e nada comprometida com os preceitos morais.
Depois Jesus fala das edificações (sepulcros e sacrários), que ficam ao redor de Jerusalém, para os profetas martirizados. Ele acusa escribas e fariseus de serem descendentes (física e espiritualmente) dos responsáveis por esses martírios.
É desta forma, expressando seus “ais”, que Jesus mostra sua mágoa pela forma como escribas e fariseus fazem mau uso de sua liderança religiosa que deveria estar a serviço da comunidade e não servindo para exaltação e interesse próprio.
 
Este são os mesmos perigos que permeiam nossas comunidades, ainda hoje, e que prejudicam a vida espiritual de muitos. Certamente Jesus diria novamente um “ai”, se participasse das comunidades de agora.
Meu irmão, minha irmã! Jesus continua a nos interpelar assim como fez com os mestres da Lei e os fariseus a respeito da sinceridade nas nossas “boas ações”. A franqueza e a transparência devem ser um princípio básico nas nossas atitudes. O nosso coração deve dar o ritmo para as nossas realizações, do contrário, por mais esforço exterior que façamos as nossas obras denotarão sinal de morte e não de vida. Seremos como sepulcros caiados, por fora, impecáveis, por dentro cheios de imundície. Assim também, em relação às palavras que pronunciamos, aos elogios fáceis e cheios de hipocrisia que emitimos com o intuito de agradar a alguém, enquanto o nosso coração, muitas vezes, até critica e reprova. A verdade e a justiça devem permear as nossas atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero quando disse: “Ai de vós, hipócritas”!
Será que eu e você, somos nós, hoje, os mestres da Lei e os fariseus, falsos e cínicos? Como está a sua justiça? Ela é verdadeira? O que será que você poderá estar vivendo, só de fachada? Você gosta de criticar as falhas dos outros achando que não cairia no mesmo erro? Você costuma fazer alguma coisa somente para parecer “bonzinho – boazinha”? Você costuma refletir sobre as conseqüências das suas ações? Você tem costume de elogiar as pessoas somente para agradá-las? Se a sua conduta não for diferente da dos mestres e doutores da Lei saiba que Jesus está dirigindo para você estas palavras: Ai de você fariseu, hipócrita e doutor ou doutora da Lei!
Pai, torna-me de tal modo transparente que meu íntimo possa ser revelado por meus gestos e atitudes. Livra-me de ser como um sepulcro caiado!

 

Pe Bantu