sábado, 31 de agosto de 2019

Liturgia Diária - Não enterre seu talento.

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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 4,9-11
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 9 A respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.
10 E é o que estais praticando para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais.
11 Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas e trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado.
Palavra do Senhor.

Salmo - 97/98
O Senhor julgará as nações com justiça.

 
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.


Aplauda o mar com tudo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.

 
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.


Evangelho - Mateus 25,14-30
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24 14"Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.
15A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.
16Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco.
17Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois.
18Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor.
19Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas.
20O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco: 'Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei'.
21Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
22O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: 'Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei'.
23Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
24Veio, por fim, o que recebeu só um talento: 'Senhor', disse-lhe, 'sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste.
25Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence'.
26Respondeu-lhe seu senhor: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.
27Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu.
28Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.
29Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter.
30E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes'".
Palavra da Salvação.
 
 Reflexão
 
A expectativa e a vigilância convertem-se em responsabilidade pela transformação do mundo. A parábola dos talentos ressalta a vigilância como atitude de quem se sente responsável pelo Reino. E quem recebeu talentos e não os faz render, pode ser demitido por "justa causa" do Reino. O Evangelho situa-se no quinto e último grande discurso escatalógico, ou aquele que trata do fim o último das coisas. O tema básico do discurso é a vigilância, ilustrada pela leitura dos sinais do tempos, a parábola do empregado responsável, a das virgens prudentes e imprudentes, e que vai terminar festa de Cristo Rei, com o texto sobre o Juízo Final.
Por trás da parábola dos talentos, há um tempo de expectativa e de sofrimento. Na época em que Mateus escreveu o Evangelho, muitos cristãos estavam desanimados diante da demora da segunda vinda do Messias. Além disso, o converter-se à fé cristã acarretava perseguição e até morte. As comunidades se esvaziavam e o ardor por Jesus Cristo esmorecia. O Evangelista escreve com o objetivo de reanimar a fé.
Jesus apresenta-se como um senhor que, antes de empreender uma viagem, reúne seus empregados e reparte com eles sua riqueza para que a administrem. A um deu cinco talentos, a outro dois, e um ao terceiro: a cada um segundo sua capacidade. E viajou para longe. No retorno, ele pede contas. Os dois primeiros fizeram que os talentos rendessem em dobro. O último devolveu o talento tal qual tinha recebido, pois, com medo de arriscar, havia enterrado o talento. Curioso é o motivo de tal procedimento. Não tomou tal atitude por preguiça, mas por medo da severidade de seu senhor. Em conseqüência, os dois primeiros foram elogiados e recompensados pela eficiente administração e o último foi demitido por justa causa.
No tempo de Jesus um talento era uma soma considerável de dinheiro, e hoje pode ser interpretado em termos de dons ou carismas recebidos de Deus. O trecho demonstra que o importante é arriscar-se e lançar-se à ação em prol do crescimento do Reino de Deus, para que os dons que recebemos de Deus possam crescer e se frutificar. (De forma alguma se deve interpretar o texto a pé-da-letra, como se ela tratasse de investimentos e lucros financeiros, pois ele é uma parábola, que é uma comparação usando imagens e símbolos conhecidos).
Jesus confiou à comunidade cristã a revelação dos segredos do Reino e a revelação de Deus como o "Abbá", ou querido Pai. Esse dom é um privilégio, mas também um desafio e uma responsabilidade. Nem a comunidade cristã, nem o cristão individual podem guardar para si essa riqueza. Embora carreguemos "esse tesouro em vasos de barro'"(2 Cor 4,7), como disse São Paulo, temos que partir para a missão, para que todos cheguem a essa experiência de Deus e do Reino. Não é suficiente que estejamos preparados para o encontro com o Senhor (mensagem do texto anterior a nosso, o das virgens) - o outro lado da medalha é a atividade missionária, que faz com que o Reino de Deus cresça, mediante o testemunho da nossa prática da justiça!
O terceiro empregado devolvendo ao senhor o talento que recebera, nem mais nem menos, em termos de justiça, está quite. Ele personifica os membros das comunidades que não traduzem em seus relacionamentos os dons recebidos de Deus ou daqueles que, observando rigorosamente a Lei, se consideram perfeitos cumpridores da vontade do Senhor, mas que na verdade desconhecem a exigência fundamental do Messias, que é de gratidão e iniciativa. Por isso, são castigados por sua mediocridade.
Enterrar os talentos é sinônimo de eximir-se de responsabilidade diante da missão que o Ressuscitado confiou a seus discípulos como suas testemunhas e continuadores da obra que Ele mesmo recebeu do Pai: salvar a humanidade (cf. At 1,6-11). Enterrar os talentos é privar a comunidade de dons de que ela está necessitando. A omissão é um pecado que prejudica a edificação da comunidade. É instalar-se para não correr riscos. Para aqueles que aderiram à fé, não basta serem bons evitando o mal a fim de serem aprovados como solícitos administradores dos bens do Reino. O que se exige de nós é a capacidade de correr o risco com a responsabilidade e o compromisso. Jesus nos alerta a vivermos o tempo presente em fidelidade ativa como um preparo ao juízo final. Quando voltar, o Senhor recompensará os bons administradores com a salvação isto é, com a alegria de seu convívio na Jerusalém celeste. Portanto, não enterre o teu talento. Faça-o render afim de que possas ser recompensado pelo teu Senhor quando chegar: Muito bem, empregado bom e fiel. Tu foste fiel negociando com pouco dinheiro, e por isso vou pôr-te para negociar com muito. Vêm festejar comigo!
 
 
 
Pe Bantu

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Liturgia Diária - "...Ficai vigiando..."

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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 4,1-8
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 1 No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais.
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.
3 Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza;
4 que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
5 sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus;
6 e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o Senhor faz justiça de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e asseverado.
7 Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
8 Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu o seu Espírito Santo.
Palavra do Senhor.

Salmo - 96/97
Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
 

Deus é rei! Exulte a terra de alegria
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.

As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.
 
O Senhor ama os que detestam a maldade,
ele protege seus fiéis e suas vida
e da mão dos pecadores os liberta.

Uma  luz já se levanta para os justos,
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!


Evangelho - Mateus 25,1-13
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, 25 1disse Jesus aos seus discípulos: "O Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.
2Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes. 3Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo. 4As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas. 5Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram. 6No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: 'Eis o esposo, ide-lhe ao encontro'. 7E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas. 8As tolas disseram às prudentes: 'Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando'. 9As prudentes responderam: 'Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós'. 10Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta. 11Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: 'Senhor, senhor, abre-nos!' 12Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: não vos conheço!' 13Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora".
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Muitos  de nós, perdemos tempo buscando explicações  para o inexplicável, querendo saber como e quando acontecerá o fim dos tempos, o que nem Jesus sabia: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai.” (Mc 13,32 )
Não precisamos saber como e quando acontecerá o fim dos tempos, o que precisamos  saber mesmos,  é  como conduzir essa nossa vida presente!

Vivendo esta vida presente, de acordo com a vontade de Deus, estaremos nos preparando para que a nossa passagem desta vida para a outra, seja um novo nascimento, o nosso nascimento para uma vida nova sem tribulações.  Como e quando acontecerá essa nossa passagem, não sabemos, mas pela a fé, acreditamos que a nossa morte física, não será o fim, e sim, o começo de uma vida em  plenitude, comparada por Jesus, com uma festa de núpcia.
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, lembra-nos, através de uma parábola, que a sua segunda vinda, pode acontecer a qualquer momento, daí, a importância de estarmos o tempo todo em vigilância.            Conta a  parábola,  que dez virgens, foram com suas lamparinas, esperar o noivo para a festa nupcial. Cinco delas eram imprevidentes, isto é, não levaram óleo de reserva, não se precaveram  quanto ao um atraso do noivo, o que era muito comum de acontecer. Já as outras cinco, eram previdentes, elas se precaveram, levando  óleo de reserva. Como aconteceu um atraso muito grande do noivo, que só chegou no meio da noite, as lamparinas das cinco virgens imprevidentes apagaram e elas tiveram que sair as pressas para comprar óleo. Aconteceu que, enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou e elas não puderam entrar para a festa, pois ao chegarem, a porta de entrada, já havia sido fechada.

Esta parábola, rica em detalhes, vem nos alertar sobre a importância de estarmos numa  constante vigilância, pois não sabemos a que hora e dia, o Senhor virá nos buscar.
Devemos estar sempre atentos, preparados, pois a qualquer momento, podemos ser surpreendidos com o chamado do Senhor, um chamado, a participarmos da festa de núpcias, preparada pelo o Pai!
Estar preparado, não significa estar parado, preocupado, e sim, ocupado, fazendo o bem, dando a nossa resposta de fé, às varias situações humanas.
Para entendermos melhor a mensagem que Jesus quer nos passar através desta parábola, é bom termos em mente, que Jesus conta esta parábola, fazendo referencia ao rito de casamento na cultura dos judeus. As festas de núpcias dos judeus eram muito bem preparadas e de longa duração. As cerimonias aconteciam no mesmo local da festa. Ao contrário da nossa cultura, era a noiva que ficava esperando pelo o noivo, que chegava de forma festiva, sendo recebido por um grupo de moças, que muito bem vestidas, aguardavam-no, do lado de fora, com suas lamparinas acesas. Elas tinham que esperar pelo o noivo, já com as suas lamparinas acesas, pois não dava tempo de acendê-las no momento da sua chegada, pois tudo era muito rápido na portaria, a festa mesmo, acontecia dentro do recinto. Certamente, era um acontecimento muito bonito, o noivo, indo ao encontro da noiva ladeado de belas jovens com suas lamparinas acesas.
As virgens que não foram previdentes, ou seja, as que não levaram óleo de reserva, que não pensaram num possível atraso do noivo, ficaram de fora da grande festa, simbolizando os desatentos de todos os tempos, os que só querem curtir o momento presente, sem investir na vida futura, os que não se abastecem do óleo da fé!
O sentido desta parábola é reforçar o convite à prontidão! As jovens, somos nós, o povo, uns previdentes outros não. O noivo é Jesus, o casamento, ou seja, o evento, simboliza a segunda vinda de Jesus, que pode demorar para  uns, e ser rápida para outros.

No Batismo, recebemos o Espírito Santo, a Luz que nos ilumina e ilumina o mundo através de nós. Não podemos deixar que essa Luz apague,  por falta do óleo da fé! Se nos faltar este óleo, nossas “lamparinas” apagarão, e ficaremos de fora da grande festa do encontro definitivo com o Pai...
O céu, é todo em luz, nele, não há espaço para as “lamparinas’ apagadas.
No finalzinho do evangelho, Jesus  reforça  o alerta: “Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora”.
 


Olivia Coutinho

Podemos ajoelhar diante de uma imagem?

Não tenhamos receio de se ajoelhar diante de uma imagem, especialmente de Nossa Senhora. Não nos ajoelhamos para adorá-la, mas para rezar e pedir sua intercessão; adoramos somente a Deus.


 





Prof Felipe Aquino

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Liturgia Diária - Martírio de João Batista.


 
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1a Leitura - Jeremias 1,17-19
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.

Salmo - 70/71
Minha boca anunciará vossa justiça.

 
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
 
Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.


Evangelho - Marcos 6,17-29
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão". 19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. 20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. 22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino". 24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista". 25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista". 26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar. 27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Ter consciência da importância do seguimento a Jesus, muitos de nós temos, mas a dificuldade em viver a radicalidade deste seguimento, nos puxa para trás. Às vezes, até damos passos neste seguimento, mas nos acovardamos mediante as críticas que vamos recebendo devido ao nosso modo diferente de viver, um jeito não compatível com os padrões estabelecidos pela a sociedade.
 
A sociedade ridiculariza quem fundamenta sua vida nos valores do Reino, nos impõe modelos de vida, que foge a verdade do evangelho. Os que resistem a esta imposição do mundo moderno, são descartados e muitas vezes perseguidos. Tudo o que acontece nos dias de hoje, acontecia também, no tempo de Jesus, tanto João Batista quanto o próprio Jesus, sofreram terríveis perseguições por abraçar o projeto de Deus, mas preferiram morrer, a se acovardarem, diante as forças contrárias ao evangelho. Se nós queremos entrar na vida eterna, precisamos pautar a nossa vida, no exemplo de Jesus e de João Batista, não cedermos aos mecanismos usados pelo o mundo moderno que não prioriza a vida. Hoje, a Igreja celebra o martírio de João Batista, o único santo, cujo os dois nascimentos são celebrados: o nascimento para a vida terrena (24/06) e o nascimento para a vida eterna (29/08). 
 
O evangelho que a liturgia desta celebração nos convida a refletir, narra o martírio de João Batista, uma cena dura de se imaginar, mas que nos trazem grandes exemplos de quem vai até as últimas consequência em nome da verdade. João Batista, morreu porque disse a verdade a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão.” Esta advertência de João, causou um grande incômodo a Herodes, principalmente à mulher com quem ele vivia ilegalmente diante de Deus. Tomada pelo o ódio, Herodíades, procurava uma forma de se vingar de João Batista, para alcançar o seu intento, ela não teve escrúpulos em usar a própria filha, como cúmplice do bárbaro assassinato. Herodes, apesar de gostar da pessoa de João, cedeu aos caprichos de sua mulher, permitindo que o mal se apossasse dele, e assim, mandou degolar o profeta. 
 
O problema de Herodes, não era com a pessoa de João, o que o incomodava, era a verdade que ele pregava. Como sabemos, a verdade incomoda quem quer permanecer na mentira. E como não se tem meios de eliminar a verdade, o incomodado, tenta eliminar o denunciante, pensando que irá calar a sua voz, o que é um engano, pois nem a morte, faz calar a voz do profeta! O profeta morre, mas suas palavras continuam no mundo de geração a geração, como continuam as palavras de João: “convertei-vos e crede no evangelho.” “Eis o cordeiro de Deus...” Os que detêm o poder, assim como Herodes, continuam não suportando a verdade, porque vivem mergulhados na mentira, e nós, como seguidores de Jesus, não podemos compactuar com tantas mentiras, tantas trapaças, por medo das perseguições. Tenhamos coragem de denunciar, não podemos calar diante as injustiças que desfilam diariamente diante de nós. E se formos perseguidos, por denunciar essas injustiças, não nos entristeçamos, sintamos confortados com uma bem-aventurança: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
 
 

Olivia Coutinho

Martírio de São João Batista,


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A celebração de hoje, que na Igreja latina tem origens antigas (na França no século V, e em Roma no século VI), está vinculada à dedicação da igreja construída em Sebaste na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Cristo. Com o nome da paixão ou degolação a festa aparece já na data de 29 de agosto nos Sacramentários romanos, e conforme o Maritológio Romano essa data corresponderia à segunda vez que encontraram a cabeça de São João Batista, transportada para Roma. Deixando de lado estas referências históricas, temos sobre João Batista as narrações dos evangelhos, em particular de São Lucas, que nos fala do seu nascimento, da sua vida no deserto, da sua pregação, e de São Marcos que nos refere a sua morte. Pelo evangelho e pela tradição podemos reconstruir a vida do Precursor, cuja palavra de fogo parece na verdade com o espírito de Elias. No ano décimo quinto do imperador Tibério (27-28 a.C.), o Batista, que tinha vida austera, segundo as regras dos nazireus, iniciou sua missão, convidando o povo para preparar os caminhos do Senhor, pois era necessária uma sincera conversão para acolhê-lo, isto é, uma mudança radical das disposições do espírito. Dirigindo-se a todas as classes sociais, despertou o entusiasmo entre o povo e o mau humor entre os fariseus, a assim chamada aristocracia do espírito, cuja hipocrisia ele reprovava. A estas alturas, figura popular, negou categoricamente ser o Messias esperado, afirmando a superioridade de Jesus, que apontou aos seus seguidores por ocasião do batismo junto às margens do Jordão. Sua figura parece ir se desfazendo, à medida que vai surgindo “o mais forte,” Jesus Cristo. Todavia, “o maior dentre os profetas” não cessou de fazer ouvir a sua voz onde fosse necessária para endireitar os sinuosos caminhos do mal. Reprovou publicamente o comportamento pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Horodíades, mas a previsível suscetibilidade deles custou-lhe a dura prisão em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto. Sabemos que fim teve: por ocasião de uma festa celebrada em Maqueronte, a filha de Herodíades, Salomé, tendo dado um verdadeiro show de agilidade na dança, entusiasmou a Herodes. Como prêmio pediu, por instigação da mãe, a cabeça de João Batista, fazendo assim calar o “batedor” de Jesus, a voz mais robusta dos arautos da iminente mensagem evangélica. Último profeta e primeiro apóstolo, ele deu a vida pela sua missão, e por isso é venerado na Igreja mártir. 

Outros Santos do mesmo dia: Santa Marta, Lázaro e Maria, Santos Simplicio, Faustino e Beatriz, Santo Felix “II” e Santo Lopo de Troyes.




Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

LiturgiaDiária - Sepulcros caiados.


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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 2,9-13
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 9 Vós vos lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de Deus.
10 Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes. 11 E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos: 12 nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória. 13 Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.
Palavra do Senhor.

Salmo - 138/139

Senhor, vós me sondais e me conheceis!
Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me, com firmeza, a vossa destra.

Se eu pensasse: "A escuridão venha esconder-me
e que a luz ao meu redor se faça noite!"
Mesmo as trevas, para vós, não são escuras,
a própria noite resplandece como o dia.



Evangelho - Mateus 23,27-32
Aleluia, aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente (1Jo 2,5).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
23 27Disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
28Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. 29Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos 30e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas. 31Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas. 32Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!"
Palavra da Salvação.


Reflexão
 
Jesus continua o seu discurso contra a hipocrisia e a falsidade dos fariseus.
Caiar, significava pintar os sepulcros de branco. Isso era um costume dos judeus. Não somente como respeito aos mortos, mais também para avisar as pessoas, que deveriam ficar longe, pois tocar em um defunto era uma coisa inconcebível para eles, sendo que isso tornaria a pessoa impura. E não se tratava necessariamente de problemas com a higiene, de contaminação ou de se infectar, mas sim, essa tal de impureza, tinha um significado espiritual.
A expressão sepulcro caiado, foi usada por Jesus para expressar a vida dupla dos fariseus. Na sociedade eles se mostravam como puros, porém, nas horas vagas, eles aprontavam de verdade. Um exemplo disso foi o que Jesus denunciou, dizendo: E sei o que vocês vão fazer nas casas das viúvas, e dizem que estavam fazendo longas orações...
É, meus irmãos. Deus sabe de tudo o que fazemos, de tudo o que pensamos também nas nossas horas vagas. Tomemos mais cuidados, pois um dia teremos de responder por tudo isso. Precisamos cuidar mais da realidade do nosso comportamento, em vez de cuidarmos somente das aparências, como faziam os fariseus.
Jesus denuncia que os fariseus eram filhos daqueles que mataram os profetas, os enviados de Deus. Acusaram, e mataram-nos de forma cruel, condenaram santos homens inocentes.
Ao rejeitar e matar os profetas, como foi o caso de João Batista, os judeus mostraram que estavam prontos para também matar o próprio Filho de Deus, como na realidade o fizeram.
E fizeram tamanha atrocidade, supostamente em nome da Lei. Que absurdo! Os donos da sociedade, usando do poder para condenar pessoas inocentes! E fizeram isso usando de armações, de mentiras, de acusações falsas, jogando pessoas contra Jesus e o condenando a morte de cruz.
Tudo isso porque Jesus estava atrapalhando os seus negócios, prejudicando os seus vultosos lucros, como por exemplo, a venda de animais para o sacrifício do Templo. As suas injustiças e descasos para com o sofrimento dos pobres, entre tantas outras maldades e crueldades.
Tudo isso também porque Jesus denunciava os seus crimes, e defendia os fracos, ajudando-os, curando os seus males do corpo, pois os donos do poder não proporcionava qualidade de vida para os menos favorecidos pela sorte.
Que Deus nos livre dos sepulcros caiados dos nossos dias. Aqueles e aquelas que  usam de maquilagem deixando o rosto bonito, mais por dentro é só podridão, é só maldade, falsidade, injustiça, corrupção, etc.
Que Deus nos ajude a sermos cristãos de verdade, expressão viva da verdade, da pureza, da justiça sem medo de denunciar os opressores do corpo e da alma dos humildes.
 
 

  José Salviano.