Ano de 2012,
pirâmide maia, alinhamento dos planetas, numerologia, super-vulcões, planetas e
asteroides rumando para um choque exterminador com a Terra: cresce a onda de
“profecias” e anúncios assustadores, de filmes alarmistas anunciando com
aparências científicas que o mundo está na iminência de seu
fim.
Segundo “Le Post”, 2.5 milhões de endereços na Web e 200 opúsculos
falam do fim do mundo em dezembro de 2012.
Eles se baseiam, para isso, como se tratasse de algo muito sério, num
calendário usado pelos maias, povo desaparecido da América Central.
Eles dizem que o calendário está inscrito em uma das pirâmides típicas da
civilização maia.
Na verdade não está inscrito em pirâmide alguma, porque os maias gravavam os
calendários em estelas de pedra. As estelas conhecidas estão em museus onde
foram estudadas por especialistas sérios.
Uma das mais famosas foi recentemente exposta pelo Instituto Nacional de
Antropologia e História, em Tabasco, Mexico, exatamente para mostrar com a força
da evidência que o famoso calendário nada diz nem tem a ver com o suposto “fim
do mundo” em 2012.
Descoberta de Xultún: pá de cal na fraude da “pirâmide maia”
O mais antigo calendário maia, e, paradoxalmente o mais recentemente
descoberto, foi encontrado nas ruínas da desaparecida cidade de Xultún, na
Guatemala em 2010.
Os resultados da expedição e a interpretação científica dos descobridores
foram apresentados à imprensa neste ano de 2012.
Os arqueólogos William Saturno, da Universidade de Boston, e David Stuart, da
Universidade de Texas-Austin, lideraram a expedição arqueológica.
Eles explicaram que o calendário joga
por terra as teorias apocalípticas segundo as quais aquele povo centro-americano
vaticinava o fim do mundo para este ano.
O calendário é do século IX e documenta 17 ciclos lunares e planetários.
Segundo Stuart, houve “manipulação” do calendário maia e quando em 21 de
dezembro de 2012 acabe o 13º ciclo, o calendário recomeça e assim continua
durante milhões de anos.
“É como o contador de quilómetros do carro: quando atinge o máximo o carro
não acaba e o contador recomeça de zero”, explicaram os descobridores.
Eles, aliás, contaram que, após as pregações catastrofistas do ano 2000 “nós
sabíamos que o próximo anúncio do fim do mundo seria 2012”.
A NASA
O astrônomo Jon U. Bell, 56, diretor do Planetário Hallstrom, do River State
College, em Fort Pierce (EUA) e ex-diretor do Planetário Hayden da cidade de New
York, reduziu à insignificância a “profecia” do fim do mundo para dezembro de
2012.
Segundo ele, nessa onda de rumores não há conteúdo científico algum. Pelo
contrário, na origem dessas “profecias” só há romances, e de má lei.
A NASA (North National Aeronautics and Space Administration – Administração
Nacional da Aeronáutica e do Espaço) montou uma página para desfazer essas
enganações.
E as desfaz falando curto e direto, com a segurança do cientista – trata-se,
aliás, de um grupo de cientistas – que entende das coisas.
“Nada de ruim vai acontecer com a Terra
em 2012. Nosso planeta tem-se saído muito bem por mais de 4 bilhões de anos e os
cientistas confiáveis de todo o mundo não sabem de nenhuma ameaça associada a
2012”, sublinhou ele.
O Dr. Bell cita uma das fontes daquilo que a NASA qualifica de “choradeira”:
a novela ‘O horizonte invisível: mente, alucinógenos e I Ching’, de
Terrence McKenna (“The Invisible Landscape: Mind, Hallucinogenics and The I
Ching”). Já o título ostenta a extravagância salpicada de esoterismo da
Nova Era.
No romance, o autor especula com o dia 21/12/2012, porque nele o sol vai
estar na área de Sagitário. Porém, acrescenta o Dr. Bell, nesse período do ano o
sol está sempre em Sagitário. Todo o resto é ignorância e sensacionalismo.
O povo maia deu muita importância à astronomia. Nisto ele faz lembrar os
caldeus no Oriente Médio, de onde saíram os Três Reis Magos após reconhecerem a
estrela de Belém.
A similitude do interesse astronômico dos maias e dos caldeus, dois povos que
viveram em regiões tão longínquas e em tempos tão diferentes, sugere mais uma
vez a origem comum da humanidade.
A posterior dispersão dos povos com a Torre de Babel fez com que cada um
levasse consigo algo do patrimônio científico comum que, com razão, podemos
supor herdado de Adão.
Já tivemos ocasião de falar dessas heranças culturais e científicas que
apontam uma origem comum de todos os povos. Origem de que nos fala a Bíblia e a
teologia católica com tanta precisão.
Os maias construíram em pedra pirâmides de perfeição admirável comparáveis às
do Egito. Até em alguns pontos as superam.
O diretor do Planetário Hallstrom explicou que os maias tinham três
calendários que se encerravam periodicamente. Obviamente, eles próprios não
achavam que o mundo acabaria no fim dos calendários, pelo contrário
recomeçavam.
Os cientistas da NASA são bem claros: assim como o mundo não deixa de
existir cada vez que em 31 de dezembro o calendário que você tem na cozinha
acaba, mas recomeça novamente em 1º de janeiro, o mesmo acontece com o
calendário maia.
Num outro romance (“Cosmogenese Maia” – “Mayan Cosmogenesis”), John
Jenkins volta a explorar a fantasia do fim do mundo para 2012.
Os maias – esclarece ainda o astrônomo Jon Bell – não acreditavam nisso. Pelo
contrário, caso se fixasse uma data para o término do universo segundo os
critérios deles, essa data deveria ser posta muitos séculos no futuro.
Fonte: Ciência confirma Igreja