quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

100 ANOS COM THOMAS MERTON.

QUEM FOI THOMAS MERTON ? E POR QUE CONTINUA IMPORTANTE ?


 



Um monge trapista que encontrou o catolicismo após anos de busca espiritual ajudou a mudar as vidas de um grande número de pessoas nas décadas de 1950 e 1960.
Thomas Merton nasceu em Prades, na França, em 1915. Sua família se mudou para os Estados Unidos no ano seguinte. A mãe de Merton, que era americana, morreu quando ele tinha 6 anos e seu pai, natural da Nova Zelândia, faleceu dez anos depois.
Após estudar por um ano na Faculdade Clare, em Cambridge na Inglaterra, Merton voltou aos Estados Unidos e fez mestrado em inglês pela Universidade de Columbia. A combinação de sua condição de órfão com sua mente brilhante acabou transformando-o em um viajante ávido por experiências. Quando jovem, Merton adotou um estilo de vida que envolvia drogas, relações sexuais promíscuas e outros aspectos de vida boêmia. Então, em 1938, encontrou a Igreja Católica e sua vida virou drasticamente para outra direção.
Depois de lecionar por dois anos na Universidade Boanaventure, Merton entrou para o mosteiro de Gethsemani, dos Cistercienses da Estrita Observância, em Bardtown, no estado de Kentucky nos EUA, em dezembro de 1941. Conhecidos popularmente como ”trapistas”, os monges cistercienses se isolavam do mundo e de suas distrações. Merton adotou inteiramente esse estilo de vida, mas também aceitou o incentivo dado por seus superiores para que escrevesse.
E ele de fato escreveu. Em 1948, a autobiografia espiritual de Merton, A Montanha dos Sete Patamares, foi publicada. Tornou-se um best seller, basicamente através do boca a boca. O livro conta a história das confusões espirituais de sua juventude e sua conversão ao catolicismo. Pelas décadas seguintes, inúmeras pessoas – acadêmicos, padres e aqueles que buscavam um caminho espiritual – anunciaram publicamente que a leitura de A Montanha dos Sete Patamares havia sido um marco em suas vidas.
Durante a tumultuada década de 1960, Merton prestou mais atenção aos eventos do mundo ”exterior”. Seu eremitério no mosteiro tornou-se uma espécie de ponto de peregrinação para idealistas e ativistas. Em 1968, ele pediu permissão a seus superiores para viajar para a Tailândia a fim de assistir a uma importante convenção de monges budistas. O fato não tinha precedentes, pois os monges trapistas faziam um voto perpétuo de retiro do mundo externo. Entretanto, o abade concedeu a permissão e, no final daquele ano, Merton seguiu para a Índia.
Em 4 de novembro de 1968, ele se encontrou com o Dalai Lama em Dharmasala. Os dois homens descobriram uma base espiritual comum. Quando se despediram, o Lama elogiu Merton por sua grande erudição. Merton seguiu para Bangcoc, onde fez a abertura da convenção de monges budistas.
Tragicamente, poucas horas depois, foi encontrado morto em seu quarto de hotel depois de levar um choque elétrico na banheira. A data era 10 de dezembro de 1968, 27 anos após o dia em que entrara para o mosteiro de Gethsemani. Seu corpo foi transportado para lá, onde foi enterrado.

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