QUEM FOI THOMAS MERTON ? E POR QUE CONTINUA IMPORTANTE ?
Um monge trapista que encontrou o catolicismo após anos de busca espiritual ajudou a mudar as vidas de um grande número de pessoas nas décadas de 1950 e 1960.
Thomas Merton nasceu em Prades, na
França, em 1915. Sua família se mudou para os Estados Unidos no ano
seguinte. A mãe de Merton, que era americana, morreu quando ele tinha 6
anos e seu pai, natural da Nova Zelândia, faleceu dez anos depois.
Após estudar por um ano na Faculdade
Clare, em Cambridge na Inglaterra, Merton voltou aos Estados Unidos e
fez mestrado em inglês pela Universidade de Columbia. A combinação de
sua condição de órfão com sua mente brilhante acabou transformando-o em
um viajante ávido por experiências. Quando jovem, Merton adotou um
estilo de vida que envolvia drogas, relações sexuais promíscuas e outros
aspectos de vida boêmia. Então, em 1938, encontrou a Igreja Católica e
sua vida virou drasticamente para outra direção.
Depois de lecionar por dois anos na
Universidade Boanaventure, Merton entrou para o mosteiro de Gethsemani,
dos Cistercienses da Estrita Observância, em Bardtown, no estado de
Kentucky nos EUA, em dezembro de 1941. Conhecidos popularmente como
”trapistas”, os monges cistercienses se isolavam do mundo e de suas
distrações. Merton adotou inteiramente esse estilo de vida, mas também
aceitou o incentivo dado por seus superiores para que escrevesse.
E ele de fato escreveu. Em 1948, a
autobiografia espiritual de Merton, A Montanha dos Sete Patamares, foi
publicada. Tornou-se um best seller, basicamente através do boca a boca.
O livro conta a história das confusões espirituais de sua juventude e
sua conversão ao catolicismo. Pelas décadas seguintes, inúmeras pessoas –
acadêmicos, padres e aqueles que buscavam um caminho espiritual –
anunciaram publicamente que a leitura de A Montanha dos Sete Patamares
havia sido um marco em suas vidas.
Durante
a tumultuada década de 1960, Merton prestou mais atenção aos eventos do
mundo ”exterior”. Seu eremitério no mosteiro tornou-se uma espécie de
ponto de peregrinação para idealistas e ativistas. Em 1968, ele pediu
permissão a seus superiores para viajar para a Tailândia a fim de
assistir a uma importante convenção de monges budistas. O fato não tinha
precedentes, pois os monges trapistas faziam um voto perpétuo de retiro
do mundo externo. Entretanto, o abade concedeu a permissão e, no final
daquele ano, Merton seguiu para a Índia.
Em 4 de novembro de 1968, ele se
encontrou com o Dalai Lama em Dharmasala. Os dois homens descobriram uma
base espiritual comum. Quando se despediram, o Lama elogiu Merton por
sua grande erudição. Merton seguiu para Bangcoc, onde fez a abertura da
convenção de monges budistas.
Tragicamente, poucas horas depois, foi
encontrado morto em seu quarto de hotel depois de levar um choque
elétrico na banheira. A data era 10 de dezembro de 1968, 27 anos após o
dia em que entrara para o mosteiro de Gethsemani. Seu corpo foi
transportado para lá, onde foi enterrado.
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