sábado, 31 de dezembro de 2022

7° Dia na Oitava do Natal - Em tudo dai graças ao Senhor!

 Missa do Natal do Senhor – No princípio era a Palavra … – São João 1, 1-18  – Dia 25 de dezembro de 2016 | Ide e Anunciai

Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “Mensageiro do conselho de Deus” (Is 9,6).

O evangelista previne os cristãos contra os antagonistas de Cristo surgidos no interior da própria comunidade. Dolorosa realidade, mas também ocasião para testemunhar a fé assumida no batismo. Peçamos ao Senhor que aumente nossa fé.

Primeira Leitura: 1 João 2,18-21

Leitura da primeira carta de São João18Filhinhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que o anticristo virá. Com efeito, muitos anticristos já apareceram. Por isso, sabemos que chegou a última hora. 19Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois, se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas era necessário ficar claro que nem todos são dos nossos. 20Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento. 21Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis e porque nenhuma mentira provém da verdade. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 95(96)

O céu se rejubile e exulte a terra!

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! / Dia após dia anunciai sua salvação. – R.

 2. O céu se rejubile e exulte a terra, / aplauda o mar com o que vive em suas águas; / os campos com seus frutos rejubilem / e exultem as florestas e as matas. – R.

3. Na presença do Senhor, pois ele vem, / porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça / e os povos julgará com lealdade. – R.

Evangelho: João 1,1-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12). – R.

Início do Evangelho de Jesus Cristo segundo João1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela -, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim'”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Chegamos ao último dia do ano, em que a Igreja nos incentiva a olhar para o ano que passou, vendo nele a nossa miséria, mas também a infinita misericórdia de Deus.

É por isso que, além de um grande exame de consciência que nos leve a pedir perdão a Deus por não termos sido fiéis, devemos render ainda grande ação de graças, agradecendo a Deus não somente pelo que Ele fez, mas por aquilo que Ele é.

É isso o que a Igreja quer nos ensinar. A ação de graças, de fato, é feita pelos benefícios recebidos, mas ao mesmo tempo, e sobretudo, é feita por ser Deus tão bom e digno de ser amado. Nós que o amamos devemos render graças a Ele, mesmo que não fôssemos admitidos ao Céu.

Como diz uma antiga poesia, da época de Santa Teresa d’Ávila, “aunque no hubiera cielo, yo te amara”, — “mesmo que não houvesse Céu, eu te amaria”. Sim, o amor de Deus não tem limites. É este o amor que queremos celebrar. É por isso que no dia de hoje, 31 de dezembro, a Igreja concede indulgência plenária aos fiéis que recitarem publicamente a oração de ação de graças “Te Deum”.

Vejamos a concessão que a Igreja faz no último dia do ano. Diz assim o número 26 do Manual de Indulgências: “Preces de súplicas e de ação de graças: Concede-se indulgência plenária ao fiel que, na igreja ou no oratório, participar devotamente do canto ou recitação solene do hino ‘Te Deum’ no último dia do ano, para render graças a Deus pelos benefícios concedidos no decurso de todo o ano”.

Então, a obra indulgenciada é esta: que nós, na igreja, participemos junto com outras pessoas do canto ou recitação do “Te Deum”. Além disso, o que é necessário para receber a indulgência plenária? Aquelas exigências costumeiras: que a pessoa, número um, faça uma confissão, depois receba a comunhão e reze pelo santo Padre, o Papa.

São três coisas: confissão, comunhão e oração pelo Papa. É evidente que a confissão e a comunhão não precisam ser no mesmo dia, ou seja, há um prazo para isso, porém seria bom que pelo menos a comunhão fosse no mesmo dia, isto é, que a pessoa esteja em estado de graça e possa comungar.

Mas isso é questão de conveniência. E por que eu digo que é extremamente conveniente? Porque é benéfico nós terminarmos o ano com uma santa comunhão, juntos com Cristo, Senhor e razão de ser do universo.

O Evangelho de hoje, do prólogo de São João, recorda-nos exatamente isso. Nada do que existe, existe fora dele, portanto, demos ao Cristo, Aquele que é, que era e que vem, toda honra e toda glória, a Ele, Senhor do tempo e da história, Cristo ontem, hoje e sempre.

 

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Sagrada Família: Jesus, Maria e José

 Sagrada Família de Jesus, Maria e José do Natal – MITRA DIOCESANA DE  JACAREZINHO

Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16).

Celebremos com alegria a festa da Sagrada Família, contemplando nela o modelo para nossas famílias. Hoje somos convidados a imitar as virtudes e o amor presentes na convivência entre Jesus, Maria e José. Os valores que conduziram a Família de Nazaré se solidifiquem também em nossos lares e em nossa comunidade.

Primeira Leitura: Eclesiástico 3,3-7.14-17 OU Colossenses 3,12-21

Leitura do livro do Eclesiástico.3Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. 4Quem honra o seu pai alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. 5Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. 6Quem honra o seu pai terá alegria com seus próprios filhos e, no dia em que orar, será atendido. 7Quem respeita o seu pai terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. 14Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita a teu pai não será esquecida, 16mas servirá para reparar os teus pecados 17e, na justiça, será para tua edificação. – Palavra do Senhor.

OU

Leitura da carta de São Paulo aos Colossenses – Irmãos, 12vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele, dai graças a Deus, o Pai. 18Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. 19Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 127(128)

Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

1. Feliz és tu se temes o Senhor / e trilhas seus caminhos! / Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás feliz, tudo irá bem! – R.

2. A tua esposa é uma videira bem fecunda / no coração da tua casa; / os teus filhos são rebentos de oliveira / ao redor de tua mesa. – R.

3. Será assim abençoado todo homem / que teme o Senhor. / O Senhor te abençoe de Sião, / cada dia de tua vida. – R.

Evangelho: Mateus 2,13-15.19-23

Aleluia, aleluia, aleluia.

Que a paz de Cristo reine em vossos corações / e ricamente habite em vós sua Palavra! (Cl 3,15s) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus13Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 19Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e volta para a terra de Israel, pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos”. 21José levantou-se, pegou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. 22Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai, Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia 23e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Hoje, festa da Sagrada Família, o Evangelho proclamado pela Igreja está centrado na figura, sempre discreta e silenciosa, de São José: é ele quem, em sonhos, recebe do Anjo do Senhor a ordem de fugir para o Egito com Maria e o Menino recém-nascido para depois, morto Herodes, trazê-los de volta a Israel, em cumprimento à profecia de Oséias: "Do Egito chamei o meu Filho" (Os 11, 1). Vemos como, já nestes primeiros momentos da vida de Cristo, São José, embora não O tenha gerado fisicamente, realizou de fato, e com um amor maior do que o dos demais pais a seus filhos, "todos os atos pertencentes a uma verdadeira paternidade" [1]. Educação, sustento, cuidado material, formação humana, intelectual, religiosa e profissional, todos estes deveres que os pais têm de realizar com respeito à sua prole, cumpriu-os São José com respeito ao Filho que lhe fora confiado [2], cuja divina dignidade exigia que se Lhe garantisse uma existência o mais limpa e imaculada possível [3].

Ora, ainda que a paternidade de São José com relação a Jesus seja nova, única e singular — pois não decorre duma geração natural, senão que se funda num vínculo moral e de amor estreitíssimo [4] —, a consideração de seu papel dentro da Sagrada Família pode ajudar-nos a compreender mais a fundo a extraordinária importância da figura paterna em qualquer família humana. E não há modo mais conveniente de começarmos nossa meditação de hoje do que por aquelas palavras do Apóstolo: "Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve sua existência toda família no céu e na terra" (Ef 3, 14s), as quais nos despertam para o fato de que se o Pai celeste, por um lado, é fonte de toda paternidade humana, todo pai terreno, por outro, é imagem dAquele que é princípio de todas as famílias. Nossas lares, com efeito, estarão tanto mais bem organizados ao redor de Deus quanto mais os seus chefes se deixarem aniquilar para que neles resplandeça, como num "sacramental", o rosto do único e verdadeiro Pai.

Isto se vê com especial clareza na Sagrada Família, na qual é ao menor — a São José — que cabe comandar a casa. O Filho, o próprio Verbo encarnado, e a Mãe, a mais pura das criaturas, submetem-se humildemente ao suave governo daquele que, num obediente silêncio, não faz mais do que escutar e cumprir a vontade de Deus; daí, pois, a sua autoridade e poder, duas prerrogativas paternas que dependem, como de sua fonte, da atitude de serviço aos demais e obediência aos mandamentos do Senhor que todos os pais, de qualquer condição, estão chamados a assumir. Recorramos ao patrocínio da Sagrada Família de Nazaré, modelo de caridade, recolhimento e humildade, e roguemos aos Céus a graça de que nosso pais, guardiões da paz e unidade domésticas, saibam dobrar-se diante da vontade de Deus e seguir o modelo de paternidade tão belamente encarnado em São José, esposo castíssimo de Maria Imaculada.

Referências

  1. José A. del Niño Jesús. San José: Su misión, su tiempo, su vida. Valladolid: Centro Español de Investigaciones Josefinas, 1965, p. 133.
  2. Cf. Antonio R. Marín, Teología Moral para Seglares. 2.ª ed., Madrid: BAC, 1961, pp. 657-661.
  3. Cf. José A. del Niño Jesús, op. cit., p. 134.
  4. Cf. Bonifacio Llamera, Teología de San José. Madrid: BAC, 1953, p. 102. 
  5.  

     

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

5° Dia na Oitava de Natal - A luz de Cristo e as nossas trevas.

 Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Bandeira do Sul - PRIMEIRA DOR: A  PROFECIA DE SIMEÃO. Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a  Lei de Moisés, levaram-nO a Jerusalém para

Primeira Leitura: 1 João 2,3-11

Leitura da primeira carta de São João – Caríssimos, 3para saber que conhecemos Jesus, vejamos se guardamos os seus mandamentos. 4Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. 5Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado. O critério para saber se estamos com Jesus é este: 6quem diz que permanece nele deve também proceder como ele procedeu. 7Caríssimos, não vos comunico um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o início; este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. 8No entanto, o que vos escrevo é um mandamento novo – que é verdadeiro nele e em vós -, pois que as trevas passam e já brilha a luz verdadeira. 9Aquele que diz estar na luz, mas odeia o seu irmão, ainda está nas trevas. 10O que ama o seu irmão permanece na luz e não corre perigo de tropeçar. 11Mas o que odeia o seu irmão está nas trevas, caminha nas trevas e não sabe aonde vai, porque as trevas ofuscaram os seus olhos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 95(96)

O céu se rejubile e exulte a terra!

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! – R.

2. Dia após dia anunciai sua salvação, † manifestai a sua glória entre as nações / e, entre os povos do universo, seus prodígios! – R.

3. Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus: † diante dele vão a glória e a majestade, / e o seu templo, que beleza e esplendor! – R.

Evangelho: Lucas 2,22-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sois a luz que brilhará para os gentios / e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos -, como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. – Palavra da salvação.

Reflexão
Na liturgia deste 5.º dia na Oitava de Natal, o apóstolo São João nos fala, na primeira leitura, do mandamento do amor: “Caríssimos, não vos comunico um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o início; este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. No entanto, o que vos escrevo é um mandamento novo — que é verdadeiro nele e em vós —, pois que as trevas passam e já brilha a luz verdadeira.” (1Jo 2, 7-8) Aparentemente contraditória, esta passagem revela uma verdade profunda a respeito não apenas da história da salvação, mas também de nossa vida espiritual: se é verdade que desde sempre o Senhor manda que O amemos e guardemos os seus mandamentos, existe um “ponto de virada” em nosso caminho, quando esbarramos em nossa radical incapacidade de amar. Os profetas do Antigo Testamento experimentaram isso quando escreveram: “Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro” (Is 29, 13). Por mais que tentasse, o povo de Israel não conseguia tributar a Deus a honra que lhe era devida! Esta mesma experiência precisa se repetir em nossa vida interior: precisamos nos dar conta, o mais depressa possível, de nossa impotência e inaptidão para todo bem. Só assim poderemos implorar o auxílio do Coração Sacratíssimo de Jesus, o único capaz de amar perfeitamente a Deus, por nós e em nós. Peçamos a Ele, portanto, que opere em nós um verdadeiro “transplante” de coração, sem o qual todas as obras aparentemente boas que fizermos não passarão de vaidade. Como diz a tradução brasileira da sequência Veni Creator Spiritus, “sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele”.


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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Festa dos Santos Inocentes, mártires

 Uma viagem nos passos da Sagrada Família no Egito

Os meninos inocentes foram mortos por causa do Cristo. Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor!

Os Santos Inocentes, vítimas da fúria de Herodes, que queria eliminar o Messias Rei, confessaram com seu sangue o Salvador do mundo. Foram martirizados, afirmando a gratuidade absoluta da santidade. Adquirem grande valor na confirmação da fé e nos desígnios de Deus, amigo dos mais pequeninos do Reino. Peçamos ao Senhor a graça de um coração puro.

Primeira Leitura: 1 João 1,5-2,2

Leitura da primeira carta de São João – Caríssimos, 5a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos é esta: Deus é luz, e nele não há trevas. 6Se dissermos que estamos em comunhão com ele, mas andamos nas trevas, estamos mentindo e não nos guiamos pela verdade. 7Mas, se andamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho, Jesus, nos purifica de todo pecado. 8Se dissermos que não temos pecado, estamo-nos enganando a nós mesmos, e a verdade não está dentro de nós. 9Se reconhecermos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda culpa. 10Se dissermos que nunca pecamos, fazemos dele um mentiroso, e sua palavra não está dentro de nós. 2,1Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 123(124)

Nossa alma, como um pássaro, escapou / do laço que lhe armara o caçador.

1. Se o Senhor não estivesse ao nosso lado / quando os homens investiram contra nós, / com certeza nos teriam devorado / no furor de sua ira contra nós. – R.

2. Então as águas nos teriam submergido, / a correnteza nos teria arrastado / e, então, por sobre nós teriam passado / essas águas sempre mais impetuosas. – R.

3. O laço arrebentou-se de repente, / e assim nós conseguimos libertar-nos. / O nosso auxílio está no nome do Senhor, / do Senhor que fez o céu e fez a terra! – R.

Evangelho: Mateus 2,13-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva o exército dos vossos santos mártires! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18“Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”. – Palavra da salvação.

 Reflexão

Vendo que os magos do Oriente o haviam enganado, por terem desobedecido à ordem de referir-lhe, tão logo voltassem de Belém, onde havia nascido o Cristo, Herodes ficou muito furioso e, por causa do nascimento do verdadeiro rei de Israel, cujo trono ele vinha ocupando impunemente havia muito tempo, encheu-se de temor. Por isso, mandou alguns de seus soldados à cidade de Davi, para que ali trucidassem todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo indicado pelos magos, não porque — como querem alguns — o Senhor já contasse dois anos de idade, mas porque — como observa S. João Crisóstomo — a fúria e o medo do rei preferiram precaver-se, ajuntando mais tempo ao nascimento de Cristo, a fim de que não houvesse o perigo de alguma criança escapar à sua ambição assassina. Deste modo, conclui o evangelista, foi cumprido o vaticínio anunciado por boca do profeta Jeremias: “Ouve-se em Ramá uma voz, lamentos e amargos soluços. É Raquel que chora os filhos, recusando ser consolada, porque já não existem” (Jr 31, 15). O profeta apresenta a nação judaica sob a imagem de Raquel, sepultada perto de Belém (cf. Gn 35, 19), que chora em Ramá a deportação de seus filhos para o exílio babilônico (cf. Jr 40, 1). Esse lamento do povo judeu, portanto, era tipo e figura do luto que se abateria sobre as mães dos santos inocentes de Belém celebrados hoje pela Igreja.

Herodes enche-se de ira, porque deseja preservar o seu reinado humano. No seu coração, trava-se a mesma luta que teve início outrora, no princípio do mundo, quando Adão e Eva, enganados pela serpente e levados pela soberba, levantaram-se contra Deus e os direitos dele. “Vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses” (Gn 3, 5), ludibriou-os o diabo, e os nossos primeiros pais, despojados da inocência original, passaram a ver Deus como um inimigo atemorizante: “O Senhor Deus chamou o homem e perguntou-lhe: ‘Onde estás?’ E ele respondeu: ‘Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me’” (Gn 3, 9-10). Tiveram medo, porque sentaram num trono que sabiam não ser seu. Assim também nós, à semelhança de Herodes, temos medo e raiva de Deus, porque receamos que ele nos venha tirar do trono que usurpamos e exigir que o deixemos guiar a nossa vida e ser, como só Ele é, conhecedor do que é realmente bom e mau. Temos medo e raiva de Deus, porque não desejamos renunciar ao cetro nem confiar a Ele a condução dos nossos assuntos e a realização ou não dos nossos desejos e projetos. Temos medo e raiva de Deus, porque ainda em nós soa, como um sussurro infernal, aquela desgraçada sedução de Satanás: “Sereis como deuses!...”. Não nos deixemos, porém, enganar pelo diabo. Voltemos o olhar para o presépio e, com um coração de criança semelhante aos dos santos inocentes, digamos confiadamente ao Menino Jesus:

Oração. — Senhor Jesus Cristo, confesso-vos como Rei universal. Tudo o que foi feito para vós foi feito. Exercei sobre mim todos os vossos direitos. Renovo os meus votos de Batismo, renunciando a Satanás, às suas pompas e às suas obras, e prometo viver como um bom cristão. E, acima de tudo, obrigo-mo a trabalhar tanto quanto me for possível para fazer triunfar os direitos de Deus e os da vossa Igreja. Ó divino Coração de Jesus, ofereço-vos as minhas pobres ações, a fim de obter que todos os corações reconheçam a vossa sagrada realeza e que, assim, se estabeleça por toda a redondeza da terra o reino da vossa paz. Amém.



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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Festa de São João, Apóstolo e Evangelista.

156. Reflexão para o Domingo da Ressurreição - Jo 20, 1-9

Foi João que na ceia repousou sobre o peito do Senhor; feliz o apóstolo a quem foram revelados os segredos do Reino e que espalhou, por toda a terra, as palavras da vida.

João, galileu e filho de Zebedeu, foi o apóstolo ao qual, no alto da cruz, Jesus confiou sua mãe. Pescador de profissão, considerado autor do Quarto Evangelho e das cartas canônicas que trazem seu nome, centrou-se principalmente na divindade de Cristo. Tornou-se teólogo da caridade e, com seu estilo de vida, entregou-se com ardor ao serviço do Reino. A exemplo deste grande evangelista, peçamos ao Senhor que permaneça em nosso meio como Verbo eterno de Deus.

Primeira Leitura: 1 João 1,1-4

Início da primeira carta de São João – Caríssimos, 1o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida – 2de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós -, 3isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 96(97)

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

1. Deus é rei! Exulte a terra de alegria, / e as ilhas numerosas rejubilem! / Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, / que se apoia na justiça e no direito. – R.

2. As montanhas se derretem como cera / ante a face do Senhor de toda a terra; / e assim proclama o céu sua justiça, / todos os povos podem ver a sua glória. – R.

3. Uma luz já se levanta para os justos, / e a alegria, para os retos corações. / Homens justos, alegrai-vos no Senhor, / celebrai e bendizei seu santo nome! – R.

Evangelho: João 20,2-8

Aleluia, aleluia, aleluia.

A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva o exército dos vossos santos mártires! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. – Palavra da salvação.

Reflexão
Logo no início da Oitava do Natal, celebramos a festa do Apóstolo S. João, o discípulo amado, que, entre todos os evangelistas, foi decerto o mais profundo, justamente por ter sido o mais íntimo de Cristo, em cujo peito — in sinu Iesu — reclinou a cabeça durante a Última Ceia. E o Evangelho de hoje nos fala daquele momento decisivo em que João, abatido pela morte do Senhor, entra no sepulcro ao amanhecer do domingo de Páscoa e, vendo dobradas a um lado as faixas de linho que recobriram o santíssimo corpo de Cristo, acreditou na ressurreição anunciada por Maria Madalena: “Viu e acreditou”, escreve ele sobre sua experiência. Celebrar pois a festa de S. João com este precioso Evangelho, no contexto da Oitava do Natal, é contemplar em grande escala o sentido último da vida de Nosso Senhor: Ele veio a este mundo para entregar-se por nós ou, como diz em frase lapidar o discípulo amado, Ele, “como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou” (Jo 13, 1). E a vitória de Cristo sobre o pecado e o demônio na cruz se manifesta, gloriosa, inabalável, no domingo de manhã, naquele sepulcro vazio, prova de que Ele está vivo, agora e para sempre, e mais vivo do que nós, porque ressuscitou para nunca mais morrer. É por isso que, quando vamos ao sacrário reclinar nossa cabeça no peito de Cristo, quando vamos à Missa comungar o seu santíssimo Corpo na Eucaristia, podemos ter certeza de que estamos na presença de um homem vivo, um homem que é, pelo mistério da Encarnação, a divina pessoa do Filho de Deus. Disso nos fala, enfim, a primeira leitura de hoje, extraída da primeira epístola de S. João, na qual o Apóstolo nos testemunha, quase num hino atravessado da mais doce caridade: “Caríssimos, o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida […], isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa” (1Jo 1.3-4). Renovando hoje a nossa fé no testemunho dos santos Apóstolos, roguemos ao evangelista S. João que nos alcance a graça de, crendo mais profundamente na verdade da Encarnação do Verbo, termos com Nosso Senhor um relacionamento íntimo e confiante de amizade, de entrega, de doação completa de tudo o que temos e somos. 


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Santo Estêvão, protomártir - Santo Estêvão, o Primeiro Mártir.

 Santo Estevão, primeiro mártir cristão: O que tem a nos ensinar? - A12.com

As portas do céu abriram-se para Santo Estêvão, que foi o primeiro dentre os mártires e por isso, coroado, triunfa no céu.

Estêvão foi um dos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos para o serviço da comunidade. Primeiro mártir, praticou caridade às viúvas e amor aos inimigos. Com o poder do Espírito Santo, manifestou sabedoria e testemunhou a ressurreição de Cristo. Celebrando sua festa, peçamos ao Senhor que nos confirme na verdadeira fé e na prática de caridade.

Primeira Leitura: Atos 6,8-10; 7,54-59

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 8Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9Mas alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos, junto com cirenenses e alexandrinos e alguns da Cilícia e da Ásia, começaram a discutir com Estêvão. 10Porém não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. 7,54Ao ouvir essas palavras, eles ficaram enfurecidos e rangeram os dentes contra Estêvão. 55Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. 56E disse: “Estou vendo o céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”. 57Mas eles, dando grandes gritos e tapando os ouvidos, avançaram todos juntos contra Estêvão; 58arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59Enquanto o apedrejavam, Estêvão clamou, dizendo: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 30(31)

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.

1. Sede uma rocha protetora para mim, / um abrigo bem seguro que me salve! / Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; / por vossa honra, orientai-me e conduzi-me! – R.

2. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, / porque vós me salvareis, ó Deus fiel! / Vosso amor me faz saltar de alegria, / pois olhastes para as minhas aflições. – R.

3. Eu entrego em vossas mãos o meu destino; / libertai-me do inimigo e do opressor! / Mostrai serena a vossa face ao vosso servo / e salvai-me pela vossa compaixão! – R.

Evangelho: Mateus 10,17-22

Aleluia, aleluia, aleluia.

Bendito o que vem em nome do Senhor. / Nosso Deus é o Senhor, ele é a nossa luz (Sl 117,26s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: 17“Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18Vós sereis levados diante de governadores e reis por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em como falar ou com o que dizer. Então, naquele momento, vos será indicado o que deveis dizer. 20Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. 21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. 22Vós sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Começamos hoje a Oitava de Natal. Após termos celebrado o nascimento do Filho de Deus, lembramo-nos neste sábado do primeiro daqueles que, por amor ao santo nome de Jesus, derramariam o próprio sangue: o protomártir Santo Estêvão. De fato, Cristo veio ao mundo para trazer-nos a verdadeira paz; mas, ao dar-no-la, Ele nos pôs ao mesmo tempo em pé de guerra com o mundo. A paz do Senhor é, pois, um espada que separa esposo de esposa, irmãos de irmãs, os que desejam amar a Deus dos que preferem rejeitá-lo. Com efeito, diz Nosso Senhor aos seus discípulos, se "o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós" (Jo 15, 18), porque o "servo não é maior do que o seu senhor" (Jo 15, 20). Eis aqui a "tragédia" da Encarnação: a Paz e o Amor fizeram-se carne, e nós os crucificamos; a Luz veio para o que era seu, mas os seus não a receberam (cf. Jo 1, 11); o Verbo, que fez mundo, veio ao mundo, e o mundo, odiando-o, pregou-o a uma cruz, entre dois ladrões.

Por isso, se o mundo odiou Aquele que, por amor, o criou, com maior razão haveria de odiar aqueles que dariam testemunho desse mesmo amor. Se, por um lado, os que são do mundo desprezam Aquele a quem pertencem, os que não são do mundo chegam ao heroísmo de entregar a própria vida por Aquele cujas palavras se comprometem a guardar (cf. Jo 15, 20). Essa parresía, essa coragem típica dos corações mártires está belamente plasmada no exemplo de Santo Estêvão. Sem preparar nenhum discurso, antes se deixando guiar pelo Espírito Santo, conforme o mandamento do Senhor, Estêvão transcendeu a prudência e lógica humanas: o seu discurso diante dos sumos sacerdotes, se sob uma perspectiva meramente terrena se assemelha a um suicídio, sob a perspectiva de Deus, ao contrário, é um verdadeiro nascimento. Nascimento de Estêvão para a vida eterna; nascimento de inúmeros cristãos, cuja esperança é regada pelo sangue de mártires como ele.

Que o seu exemplo nos inspire a abraçar este Amor que se esquece de si e vem aos homens para abrir-lhes as portas do Céus. Que este Amor nos dê as forças necessárias para o professarmos diante do mundo e, se for preciso, pagarmos com a vida o preço deste amor, desta fé, desta entrega.

 

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domingo, 25 de dezembro de 2022

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - E o Verbo era Deus.

 Natal é o nascimento de Jesus e ele quer comemorar o seu aniversário na sua  casa | Click Riomafra

Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “Mensageiro do conselho de Deus” (Is 9,6).

Alegremo-nos, pois um menino nasceu para nós. Com os olhos da fé, somos convidados a contemplar e adorar o portador da paz e da salvação, a luz que ilumina os caminhos da humanidade, dissipando as trevas. Neste dia santo, celebramos o esplendor da glória do Pai, a Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós.

Primeira Leitura: Isaías 52,7-10

Leitura do livro do profeta Isaías 7Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: “Reina teu Deus!” 8Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião. 9Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém; o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém. 10O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 97(98)

Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus.

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.

2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.

3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.

4. Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa / e da cítara suave! / Aclamai, com os clarins e as trombetas, / ao Senhor, o nosso rei! – R.

Segunda Leitura: Hebreus 1,1-6

Leitura da carta aos Hebreus1Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus outrora aos nossos pais pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. 3Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles. 5De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”? Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai, e ele será para mim um filho”? 6Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!” – Palavra do Senhor.

Evangelho: João 1,1-18 ou 1-5.9-14

[A forma breve está entre colchetes.]

Aleluia, aleluia, aleluia.

Despontou o santo dia para nós: / ó nações, vinde adorar o Senhor Deus, / porque hoje grande luz brilhou na terra! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João[1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.] 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que [era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela -, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.] 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.

Reflexão
 

O Evangelho da Missa do dia de Natal, como se terá notado, fala-nos não do nascimento temporal de Filho segundo a carne nem de sua concepção mística nas almas dos fiéis, mas da geração eterna com que Deus Pai, desde toda a eternidade, lhe comunica tudo que é, tudo o que possui. O Evangelho segundo S. João abre-se, pois, com um exórdio admirável, no qual se nos revela não apenas que Deus existe, mas que é um Deus de amor tão abundante que se desborda, por assim dizer, em uma comunhão de Pessoas na unidade de uma única e mesma essência divina. Elevando-se sobre o exército dos anjos e de todas as potestades invisíveis, o evangelista que escutou do Coração sobre o qual repousara os mais íntimos segredos da vida de Cristo mostra-nos, no dia de hoje, que o Menino Jesus, antes da Encarnação, era e sempre será o Filho único do Pai, coeterno e co-igual àquele por quem foi gerado e enviado ao mundo (cf. S. Agostinho, In Ioan., tract. 36, 1).

Na Missa deste dia não celebramos, portanto, algo que Deus fez por nós, seja ao nascer na cidade de Davi, seja ao dissipar com a luz de sua presença as trevas de nossa alma, mas simplesmente o que Ele é em si mesmo, Trindade santa e inefável: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus” (Jo 1, 1). É neste mistério luminoso, que nos aponta para a existência, fora da fugacidade das coisas temporais e da caducidade das dores e misérias humanas, de um Sol incompreensível de amor, que devemos ter sempre postos os nossos olhos. Pois a revelação do mistério trinitário é como um feixe de luz que, à semelhança dos milagres de que nos fala a história tanto sagrada como profana, rompe a escuridão deste mundo que nos rodeia e faz esquecer tantas vezes que não temos aqui morada permanente.

De fato, somos tentados muita vez a condenar Deus por aquilo que julgamos que Ele deveria fazer a nosso favor. Encerrados desde o início nesse “quarto escuro” que é a vida humana após a Queda, achamos que Deus está obrigado a satisfazer-nos todas as vontades, a impedir todos os males e desgraças de que, no fundo, somos nós os únicos responsáveis. Exigimos dele intervenções extraordinárias e provas cabais de que existe e se importa conosco; e, tolos, não nos damos conta de que os milagres, embora existam, não são mais do que indicações pontuais, como lampejos passageiros em meio às trevas, de que há um Sol de amor à nossa espera após esta vida. Sim, o mundo, depois da vinda de Cristo, em certa medida continua o mesmo, e os problemas que antes existiam continuam a afligir a humanidade, mas nem por isso deixam de ser verdade aquelas palavras do autor da Epístola aos Hebreus: “Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas; mas nestes tempos, que são os últimos, nos falou por seu Filho” (Hb 1, 1-2).

São, pois, os últimos estes tempos que vivemos, porque Deus nos deu de uma vez para sempre a prova de que todos os séculos vindouros precisam para saber que há um além no qual nos quer introduzir a Trindade santa: “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (Jo 1, 14). Ainda que não houvesse mais milagres, ainda que, até o fim da história, o mundo não visse nenhum outro facho de luz a romper a escuridão em que jazemos, nenhum cristão deveria perder a fé e a esperança de que, sim, há um Sol de amor acima das nuvens carregadas dos nossos pecados, das nossas infidelidades, das nossas traições, das nossas injustiças: num palavra, desse mysterium iniquitatis que pesa sobre a humanidade inteira. Porque esse Sol, na Pessoa do Filho unigênito, veio, fez luzir ante os olhos de testemunhas inquestionáveis um pouco da glória, da alegria e do amor em que Deus, Trindade santa, nos quer submergir.

Que hoje, unidos a toda a Santa Igreja, possamos louvar e bendizer a Deus de todo o nosso coração, não porque Ele tenha erguido aleijados, restituído a vista a cegos ou limpado leprosos, mas por ser Ele quem é, Pai, Filho e Espírito, um só Deus em três Pessoas realmente distintas, Sol eterno e Luz inapagável, o mistério de cuja vida íntima estamos chamados a contemplar um dia no céu, entre os anjos e santos da corte celeste que, no instante imóvel da eternidade, proclamam sem cessar: “A vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso vos confessamos. A vós reverencia e adora toda a terra. A vós, todos os anjos; a vós os céus e todas as potestades; a vós os querubins e serafins com incessantes vozes proclamam: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos! Os céus e a terra estão cheios da vossa glória e majestade!” 


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sábado, 24 de dezembro de 2022

4ª Semana do Advento - As visitas de Deus.

 Lời Chúa (Lc 1, 67-79): Thiên Chúa viếng thăm (24.12.2022 – Thứ Bảy Tuần 4  MV) – huyha.net

Primeira Leitura (2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16)

Leitura do Segundo Livro de Samuel.

1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: “Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!”

3Natã respondeu ao rei: “Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo”. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5“Vai dizer ao meu servo Davi: Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre quanto o dos homens mais famosos da terra.

10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos.

E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial Sl 88(89),2-3.4-5.27 e 29 (R. 2a)

— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme quanto os céus.

— “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!”

— Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’ Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.

Missa da Vigília
(Cor Litúrgica: Branco)

Salmo Responsorial Sl 88(89),4-5.16-17.27.29 (R. 2a)

— Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

— Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

— “Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito, / e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor: / Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, / de geração em geração garantirei o teu reinado!”

— Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria: / seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! / Exultará de alegria em vosso nome dia a dia, / e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.

— “Ele então me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, / sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!’ / Guardarei eternamente para ele a minha graça / e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.” 

Segunda Leitura (At 13,16-17.22-25)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Tendo chegado a Antioquia da Pisídia, 16Paulo levantou-se na sinagoga, fez um sinal com a mão e disse: “Israelitas e vós que temeis a Deus, escutai! 17O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos antepassados e fez deles um grande povo quando moravam como estrangeiros no Egito; e de lá os tirou com braço poderoso. 22Em seguida, Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede, depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”. 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Evangelho (Lc 1,67-79)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Ó Sol da manhã, ó Sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado, na sombra da morte.

PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas. 

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam.

72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias.

76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz”.

Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor. 

Missa da Vigília

(Cor Litúrgica: Branco)

Evangelho (Mt 1,1-25 ou mais breve: Mt 1,18-25)

— Aleluia, aleluia, aleluia.

— Amanhã será varrida da terra a iniquidade e sobre nós há de reinar o Salvador do mundo.

 — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Jobed, cuja mãe era Rute. Jobed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze. [18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa. 25E sem ter relações com ela, Maria deu à luz um filho. E José deu ao menino o nome de Jesus.]

Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 Reflexão

Estando já às portas do Natal, a Igreja hoje proclama o Evangelho do Benedictus, o cântico que, diante do nascimento do filho, João Batista, entoa Zacarias. Rezado todos os dias no ofício de Laudes, este hino de louvor celebra a visita que Deus fez ao Seu povo: "Bendito seja o Senhor [...] de Israel, porque visitou e libertou o seu povo". Há aqui uma clara referência à grande libertação do cativeiro egípcio. Após voltar de Madiã, Moisés vai à presença do faraó para transmitir-lhe a ordem que recebera de Deus: "Deixa ir o Meu povo, para que me faça uma festa no deserto" (Ex 5, 1). Apesar da dureza do faraó, Moisés prossegue: "Deixa-nos ir ao deserto, a três dias de caminho, para oferecer sacrifícios ao Senhor" (Ex 5, 3). Deus deseja ver seu povo livre da escravidão da idolatria e, assim, disposto a prestar-lhe um culto digno: a libertação do Egito, nesse sentido, é antes de mais uma libertação dos falsos deuses e, deste modo, uma reorientação da religiosidade hebreia à única e verdadeira divindade.

O cântico de Zacarias reflete também este aspecto da visita libertadora do Senhor: "Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais", diz, "e se recorda de sua santa aliança, segundo o juramento que fez ao nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor, libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo". Trata-se, portanto, não de uma simples visita, mas de uma visita que nos liberta, que nos leva a, adorando-o, viver para o verdadeiro Deus. Donde se vê com quanta perfeição e sabedoria divina Jesus Cristo, o Emanuel, cumpre as profecias: Ele, que é Filho de Deus, visita a humanidade a fim de libertá-la do jugo do demônio e do pecado, para que, livres de toda iniquidade, possamos servir ao Pai "em santidade e justiça". Essa a grande diferença entre a Antiga e a Nova Aliança: se na primeira, de um lado, Deus pedira do povo a obediência à Lei, na segunda, por outro, pede de todos nós a santidade, a obediência à única lei que nos pode fazer agradáveis a Seus olhos: à nova lei do amor.

Gravemos bem fundo em nossos corações essas palavras de Zacarias. Que o Senhor nos inspire, pois, a dizer ao Filho cujo Natal se aproxima: "Meus Deus, libertai-me de mim mesmo, do meu egoísmo, do meu gosto pelo pecado. Que eu possa, meu Jesus, amar-vos de todo coração e, amando-vos com o mesmo amor que vós manifestastes por mim, servir-vos como o Senhor que sois, escondido na fragilidade de um menino, humilhado nas dores da Cruz, poderoso na glória da Ressurreição!"

 

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