Para muitos dos nossos contemporâneos, a fé num
Deus todo-poderoso e onisciente não é facilmente conciliável com uma verdadeira
liberdade de escolha dada aos homens.
Se Deus sabe tudo o que vai acontecer e se ele tem um desígnio para a sua criação, por que havemos de nos esforçar por fazer escolhas autênticas?
Em primeiro lugar, a noção de um «desígnio» ou de um «plano» de Deus não significa que exista uma espécie de livro em que tudo está previamente escrito. Isso quer apenas dizer que a existência do universo e as nossas próprias vidas não são fruto do acaso, nós existimos com vista a qualquer coisa.
Deus criou o mundo e os homens para nos fazer entrar numa relação com ele, para partilhar conosco a sua própria vida.
Como diz um velho hino cristão: «Foi assim que ele nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor.» (Efésios 1,4)
Todos os acontecimentos através dos quais Deus se manifesta no exterior são comandados por uma prioridade lógica e não cronológica, a intenção de nos dar a vida em plenitude numa comunhão com ele. É isto o seu «desígnio», a sua única vontade, e não é mais do que a expressão do seu amor.
Esta vontade de amor exprime-se numa grande diversidade de pessoas e de situações. Manifesta-se em primeiro lugar nos dons concedidos por Deus às suas criaturas.
Um dos maiores dons dos seres humanos é a sua capacidade de fazer escolhas, de agir livremente.
Esse dom é essencial, pois Deus deseja de nós uma resposta de amor ao seu amor. Forçar ou determinar as nossas escolhas estaria em total contradição com o seu desígnio, tornaria o amor impossível.
O engano de crer que tudo está já determinado provém de uma confusão entre Deus tal qual é em si mesmo e o tempo criado.
Se Deus sabe tudo o que vai acontecer e se ele tem um desígnio para a sua criação, por que havemos de nos esforçar por fazer escolhas autênticas?
Em primeiro lugar, a noção de um «desígnio» ou de um «plano» de Deus não significa que exista uma espécie de livro em que tudo está previamente escrito. Isso quer apenas dizer que a existência do universo e as nossas próprias vidas não são fruto do acaso, nós existimos com vista a qualquer coisa.
Deus criou o mundo e os homens para nos fazer entrar numa relação com ele, para partilhar conosco a sua própria vida.
Como diz um velho hino cristão: «Foi assim que ele nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor.» (Efésios 1,4)
Todos os acontecimentos através dos quais Deus se manifesta no exterior são comandados por uma prioridade lógica e não cronológica, a intenção de nos dar a vida em plenitude numa comunhão com ele. É isto o seu «desígnio», a sua única vontade, e não é mais do que a expressão do seu amor.
Esta vontade de amor exprime-se numa grande diversidade de pessoas e de situações. Manifesta-se em primeiro lugar nos dons concedidos por Deus às suas criaturas.
Um dos maiores dons dos seres humanos é a sua capacidade de fazer escolhas, de agir livremente.
Esse dom é essencial, pois Deus deseja de nós uma resposta de amor ao seu amor. Forçar ou determinar as nossas escolhas estaria em total contradição com o seu desígnio, tornaria o amor impossível.
O engano de crer que tudo está já determinado provém de uma confusão entre Deus tal qual é em si mesmo e o tempo criado.
Deus não está submetido ao nosso tempo. Não é
nem «antes» nem «depois», Deus É. No Evangelho de João, Jesus diz: «Antes de
Abraão existir, eu sou!» (João 8,58). O ponto de contato entre Deus e nós só
pode ser o momento presente: alguém chamou mesmo a Deus «o Eterno presente». Ele
não criou o universo para depois se retirar para o seu «esplêndido isolamento».
Pelo contrário, pelo seu Espírito, vive cada instante da nossa vida conosco,
encoraja-nos a vivê-la na maior harmonia possível com a sua vontade de amor.
Longe de estar fixado à partida, o desígnio de Deus é aquilo que nós criamos na
sua companhia minuto a minuto, ao longo da nossa existência, procurando
responder plenamente ao dom do seu amor numa vida de solidariedade e de serviço
aos outros.
O que significa para um crente a liberdade de escolha?
A liberdade compreende-se de tantas maneiras diferentes. Nos dias de hoje, é costume sublinhar-se o lado da escolha: ser livre é poder decidir por si próprio aquilo que se quer ser ou fazer. Isto vai tão longe que, para alguns, Deus seria mesmo um inimigo do homem porque teria a pretensão de ditar o seu comportamento.
A fé, por conseguinte, tirar-nos-ia a nossa liberdade.
Para se ter uma visão integral da liberdade, é necessário distinguir dois níveis. Num primeiro nível, a liberdade acarreta escolhas que não são determinadas por constrangimentos exteriores. Deus, ao criar o ser humano à sua imagem, deu-lhe o dom dessa capacidade de escolher. Em nós, não está tudo programado à partida. Para crescermos, temos de dar passos que ninguém pode dar por nós. E, como foi já dito muitas vezes, até o fato de não escolher é uma escolha!
Essa capacidade de escolher, que em si é boa e necessária, não é suficiente para alcançar a liberdade verdadeira. Temos de fazer escolhas em função de qualquer coisa, os nossos percursos orientam-se em direção a uma finalidade. Para nos tornarmos verdadeiramente livres, essa finalidade não pode ser outra senão a de nos tornarmos a pessoa que somos verdadeiramente, deixar desabrochar plenamente a nossa identidade.
Percebe-se que uma concepção de liberdade que nos encorajaria a fazer não importa o quê é defeituosa, mesmo no plano humano.
Há escolhas que nos tornam menos nós próprios. Para tomar exemplos extremos, alguém que decide «livremente» drogar-se, ou até suicidar-se, corta o ramo sobre o qual está sentado e priva-se da possibilidade de tomar decisões posteriores que o poderiam conduzir à felicidade.
«Senhor, tu examinaste-me e conheces-me», canta o salmista (Salmo 138,1). Se o criador do coração humano é aquele que o conhece melhor do que qualquer um (ver Jeremias 17,9-10), com a sua ajuda seremos capazes de fazer escolhas que nos conduzirão à nossa identidade verdadeira e, portanto à nossa verdadeira felicidade. Deus ajuda-nos primeiro através da sua Palavra, que nos indica a forma autêntica de agir, e que culmina na vida do seu Filho, Cristo Jesus.
Ajuda-nos também pela presença interior do seu Espírito, fruto da morte e da ressurreição de Cristo. Confiando em Deus e procurando seguir os seus passos, não abdicamos da nossa liberdade; utilizamos a nossa capacidade de fazer escolhas livres para nos tornarmos verdadeiramente nós próprios numa relação com a Fonte da nossa existência. Criamos espaço para o pleno desabrochar da vida humana em nós e à nossa volta.
Poder escolher é um Dom.
O que significa para um crente a liberdade de escolha?
A liberdade compreende-se de tantas maneiras diferentes. Nos dias de hoje, é costume sublinhar-se o lado da escolha: ser livre é poder decidir por si próprio aquilo que se quer ser ou fazer. Isto vai tão longe que, para alguns, Deus seria mesmo um inimigo do homem porque teria a pretensão de ditar o seu comportamento.
A fé, por conseguinte, tirar-nos-ia a nossa liberdade.
Para se ter uma visão integral da liberdade, é necessário distinguir dois níveis. Num primeiro nível, a liberdade acarreta escolhas que não são determinadas por constrangimentos exteriores. Deus, ao criar o ser humano à sua imagem, deu-lhe o dom dessa capacidade de escolher. Em nós, não está tudo programado à partida. Para crescermos, temos de dar passos que ninguém pode dar por nós. E, como foi já dito muitas vezes, até o fato de não escolher é uma escolha!
Essa capacidade de escolher, que em si é boa e necessária, não é suficiente para alcançar a liberdade verdadeira. Temos de fazer escolhas em função de qualquer coisa, os nossos percursos orientam-se em direção a uma finalidade. Para nos tornarmos verdadeiramente livres, essa finalidade não pode ser outra senão a de nos tornarmos a pessoa que somos verdadeiramente, deixar desabrochar plenamente a nossa identidade.
Percebe-se que uma concepção de liberdade que nos encorajaria a fazer não importa o quê é defeituosa, mesmo no plano humano.
Há escolhas que nos tornam menos nós próprios. Para tomar exemplos extremos, alguém que decide «livremente» drogar-se, ou até suicidar-se, corta o ramo sobre o qual está sentado e priva-se da possibilidade de tomar decisões posteriores que o poderiam conduzir à felicidade.
«Senhor, tu examinaste-me e conheces-me», canta o salmista (Salmo 138,1). Se o criador do coração humano é aquele que o conhece melhor do que qualquer um (ver Jeremias 17,9-10), com a sua ajuda seremos capazes de fazer escolhas que nos conduzirão à nossa identidade verdadeira e, portanto à nossa verdadeira felicidade. Deus ajuda-nos primeiro através da sua Palavra, que nos indica a forma autêntica de agir, e que culmina na vida do seu Filho, Cristo Jesus.
Ajuda-nos também pela presença interior do seu Espírito, fruto da morte e da ressurreição de Cristo. Confiando em Deus e procurando seguir os seus passos, não abdicamos da nossa liberdade; utilizamos a nossa capacidade de fazer escolhas livres para nos tornarmos verdadeiramente nós próprios numa relação com a Fonte da nossa existência. Criamos espaço para o pleno desabrochar da vida humana em nós e à nossa volta.
Poder escolher é um Dom.
Saber escolher é uma graça.
Está em nossas mãos a liberdade de escolha.
Senhor iluminai nossas mentes, e daí-nos a sabedoria necessária para escolher vossa vontade e viver os valores de vosso Reino.
Está em nossas mãos a liberdade de escolha.
Senhor iluminai nossas mentes, e daí-nos a sabedoria necessária para escolher vossa vontade e viver os valores de vosso Reino.
Pe. Emílio Carlos Mancini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário