No mundo está eminente uma rebelião de famintos > Fonte:
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Está chegando o dia anunciado pelo profeta Joel em 1, 15
Clamai ao Senhor: Ai, que dia! O dia do Senhor, com efeito, está próximo, e vem
como um furacão desencadeado pelo Todo-poderoso. 16 Acaso não foi sob os nossos olhos que
desapareceu todo o mantimento e se desvaneceram do templo de nosso Deus a
alegria e o regozijo? 17 As sementes secaram sob os torrões, os celeiros
estão vazios, os armazéns, arruinados, porque falta o trigo. 18 Como geme o rebanho, e
como anda errante o gado por falta de pastagens! Até mesmo os rebanhos de
ovelhas padecem. 19 Clamo a vós, Senhor, porque o fogo devorou a
erva do deserto, a chama queimou todas as árvores do campo; 20 os próprios animais
selvagens suspiram por vós, porque as correntes das águas secaram, e o fogo
devorou a erva do deserto.
O aumento dos preços de grãos e do açúcar pode causar uma crise alimentar
que será mais profunda e imprevisível do que a que estourou em 2007-2008. O
perigo iminente obrigou a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) a
publicar informação que geralmente é confidencial - o índice da dinâmica dos
preços dos alimentos.
Agora este índice aproxima-se do pico histórico alcançado em 2011. Mas os
preços dos alimentos continuarão subindo até que isso for rentável para as
autoridades financeiras internacionais, dizem especialistas.
Em fevereiro do ano passado, o índice agregado de preços para produtos
alimentícios elevou-se a 238 pontos pelo método de cálculo da FAO. Depois de
alguma redução, em julho de 2012 esse número subiu bruscamente de uma vez 6% e
atingiu 213 pontos. Previsões ruins para safra de trigo na Rússia, milho e
outros cereais nos EUA, arroz na Índia e açúcar no Brasil, naturalmente,
refletem no custo da refeição. Mais precisamente - no seu aumento
significativo.
Os analistas da FAO lembram que a última crise alimentar provocou revoltas
nos 30 países mais pobres do mundo que justificadamente temem uma repetição da
situação no futuro próximo. No entanto, alguns estados, sobretudo no Sudeste da
África, já estão em estado de choque devido à escassez de alimentos, disse o
gerente dos projetos do fundo de investimento Hi Capital Corporation, Anton
Lubitch. E, infelizmente, o desenvolvimento dos eventos deixa poucos motivos
para otimismo, disse ele em uma entrevista à Voz da Rússia:
"Os alimentos vão certamente ficar mais caros por dois motivos: em primeiro
lugar, devido ao fato de haver uma disparidade no crescimento populacional
entre os países produtores e países consumidores. Não é nenhum segredo que os
países onde há fome se caracterizam por um crescimento populacional
relativamente alto, embora com alta mortalidade. O segundo fator é certamente o
bombeamento inflacionário da economia com dinheiro. Enquanto as autoridades
financeiras do mundo, principalmente a Reserva Federal dos EUA, o Banco Central
Europeu e o FMI se divertem, jogando na "roleta da inflação," os preços dos
alimentos, bem como dos outros bens, vão crescer mais rápido que as taxas de
inflação."
Enquanto isso, os analistas da ONU sugerem medidas razoáveis que ajudariam
se não a evitar a crise alimentar, pelo menos a parar a queda de alguns países
em direção a uma catástrofe humanitária. Assim, o diretor da FAO, Graciano
José da Silva, exortou os EUA a reduzir temporariamente a produção de álcool
destinado aos biocombustíveis – para isso geralmente se gasta até 40% da safra
de milho. Esta ação irá permitir enviar mais milho para alimentação humana e
animal.
Por sua vez, o perito da nossa companhia de rádio, Anton Lubitch, observa
que a redução na produção de biocombustíveis nos EUA vai reduzir o aumento do
custo do milho e do açúcar. Para os países, onde a parte substancial da
população está passando fome, isto seria importante para impedir o crescimento
dos preços dos alimentos e, consequentemente, aumentar sua disponibilidade para
as pessoas. Mas o secretário da Agricultura dos EUA, Tom Vilsek disse que a
suspensão da produção de álcool, provavelmente, não resultará em preços mais
baixos para os grãos e o açúcar. Além disso, nos Estados Unidos, esta indústria
gera empregos e mantém sob controle os preços da gasolina.
Segundo analistas das Nações Unidas, se a comunidade internacional ainda
permitir uma nova crise alimentar, as suas consequências serão imprevisíveis.
Em alguns países a situação não se limitará só a revoltas das pessoas com fome,
o desastre poderá alastrar e terá também consequências para os atuais donos da
situação.
Aarão
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