Em artigo publicado no L’Osservatore Romano, com o título
de “A grandeza de crer”, Dom Rino Fisichella, presidente do
Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, recorda várias intervenções de
Sua Santidade o Papa Bento XVI que são de palpitante atualidade.
O Arcebispo afirma que “pode-se falar de Fé como si se tratasse de
fórmulas químicas sabidas decoradas na memória. Sem embargo do que, se falta a
força da opção sustentada por confrontação com a verdade sobre a própria vida,
tudo se trinca. A força da Fé é alegria de um encontro com a pessoa viva de
Jesus Cristo que transforma a vida. Saber dar a razão disso, permite aos crentes
ser novos evangelizadores em um mundo que muda”.
A coerência entre aquilo que se crê e a vida diária é
lembrada por Dom Fisichella, uma vez que vivemos em uma época em que os modelos
e exemplos a seguir são cada dia mais necessários. Os jovens de hoje procuram
seguir alguém. Esse alguém, com maiúscula, é Jesus Cristo, mas, também é verdade
que lhe seguirão com mais facilidade na medida em que seus discípulos sejam
criveis.
“O mundo contemporâneo -afirma o Arcebispo– tem fome de
testemunhos. Sente uma necessidade vital de testemunhos porque procura coerência
e lealdade”, pois, conclui ele, “uma fé que suporta as razões do coração
é mais convincente, porque contém a força da credibilidade. Assim, o desafio é
poder conjugar a fé vivida com sua inteligência e vice
versa”.
Saber raciocinar aquilo que se crê e dar as razões pelas
quais se crê é sem dúvida umas das tarefas pendentes em muitos cristãos. Porque,
como bem assinala Dom Fisichella, “sem uma sólida reflexão teológica
capaz de apresentar as razões de crer, a opção do crente não é tal. Fica numa
repetição de fórmulas ou de celebrações, porém não mantém a força da convicção.
Não é só uma questão de conhecimento de conteúdos, mas de
liberdade”.
O núcleo da crise da Igreja é uma crise da
Fé
A verdade nos faz livres e a essa verdade é necessária
que apresente uma nova vitalidade em nossos tempos de crise.
Para a Curia Romana o Papa recomendou em seu discurso de
25 de dezembro passado: “O núcleo da crise da Igreja na Europa é a crise da Fé.
Se não encontramos uma uma resposta para ele, se a Fé não adquire nova
vitalidade com uma convicção profunda e uma força real graças ao
encontro com Jesus Cristo, todas as demais reformas serão
ineficazes”.
Verão é também tempo para procurar pensar sobre a Fé,
sobre a saída para as crises mais profundas que nos castigam, porque, como disse
o Papa Bento XVI, “não serão as táticas que nos vão salvar… senão que uma Fé
pensada e vivida de um modo novo.”
É o desafio do próximo Sínodo de outubro. É o desafio que
todos os cristãos temos pela frente. (JSG)
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