Bendita
és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje,
Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa
de doze estrelas.
Primeira
leitura - Maria, imagem da Igreja.
Como
Maria, a Igreja gera na dor um mundo novo. E como Maria, participa na vitória de
Cristo sobre o Mal.
Salmo
- Bendita és tu, Virgem Maria!
A
esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à
glória do seu Filho.
Segunda
leitura - Maria, nova Eva.
Novo
Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os
homens.
Evangelho
- Maria, Mãe dos crentes.
Cheia
do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança:
doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!
1º
leitura – Ap. 11,19a;12,1-6a.10ab – Breve comentário
As
visões do Apocalipse exprimem-se numa linguagem codificada. Elas revelam que
Deus arranca os seus fiéis de todas as formas de morte. Por transposição, a
visão o sinal grandioso pode ser aplicada a Maria.
O
livro do Apocalipse foi composto no ambiente das perseguições que se abatiam
sobre a jovem Igreja, ainda tão frágil. O profeta cristão evoca estes
acontecimentos numa linguagem codificada, em que os animais terrificantes
designam os perseguidores. A Mulher pode representar a Igreja, novo Israel, o
que sugere o número doze (as estrelas). O seu nascimento é o do batismo que deve
dar à terra uma nova humanidade. O dragão é o perseguidor, que põe tudo em ação
para destruir este recém-nascido. Mas o destruidor não terá a última palavra,
pois o poder de Deus está em ação para proteger o seu
Filho.
Proclamando
esta mensagem na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa
de Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus.
2º
leitura – 1Cor. 15,20-27 – Breve comentário
A
Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de
Jesus e manifesta a emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça,
como novo Adão.
Todo
o capítulo 15 desta epístola é uma longa demonstração da ressurreição. Na
passagem escolhida para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de
genealogia da ressurreição e uma ordem de prioridade na participação neste
grande mistério. O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade.
Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue
absolutamente do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo
que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida.
O
apóstolo não evoca Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque
reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da
ressurreição.
Evangelho
– Lc. 1,39-56 – Breve comentário
O
cântico de Maria descreve o programa que Deus tinha começado a realizar desde o
começo, que ele prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja, para todos os
tempos.
Pela
Visitação que teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra.
Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos
celestes, para o templo eterno, para uma Visitação definitiva. Nesta festa, com
Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar
a ele pelo caminho da ressurreição.
Em
Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos:
“dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem
no cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem até
ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus
debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas.
Rezar
por Maria.
Frequentemente,
ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”. Esta maneira de falar não é
absolutamente exata, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e
ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que,
contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e
os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela
própria a Serva do Senhor.
Rezar
por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora
da nossa morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão
em nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos
disser!”
Rezar
com Maria.
Ela
está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra
balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela
prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar
com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para
nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada
junto de Deus.
Rezar
como Maria.
Aprendemos
junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava
no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós
meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da
verdade. A nossa oração torna-se ação de graças no eco ao Magnificat. Pomos os
nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo
seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”
P.
Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas
Carvalho
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