A paixão de Cristo é a narrativa do calvário de Jesus desde o momento em que ele é preso no Monte das Oliveiras, após a realização da última ceia com os apóstolos, até a sua morte na cruz. Na mesma noite em que é preso sob ordem de Caifás, o sumo sacerdote e maior autoridade do povo judeu, Ele é julgado de forma sumária pelo Sinédrio, conselho dos anciões e suprema corte judaica. Acusado de blasfemo por se apresentar como o Rei de Israel, Jesus é condenado à morte. Como a região da Judéia estava sob domínio do Império Romano, caberia a Pôncio Pilatos, autoridade máxima romana na região, aplicar a punição. Pilatos ofereceu a possibilidade de suspensão da condenação de Jesus, mas a multidão que estava no local incitada pelos sacerdotes preferiu que a liberdade fosse dada a Barrabás, um ladrão e assassino também condenado à morte.
A partir da sentença proferida de forma definitiva por Pilatos, Jesus teria passado pelos flagelos que os romanos impunham aos condenados. Entre eles, ser açoitado pelo flagellum taxillatum (espécie de chicote com três ramais que terminavam em bolas de metal com relevos e unidas por arame) e carregar até o local da crucificação a trave horizontal da cruz. A paixão de Cristo é principalmente essa passagem das últimas horas da vida de Jesus, da última ceia até a sua morte na cruz, quando seu sofrimento teria sido uma prova de sua doação total e incondicional para redimir os pecados da humanidade, segundo os preceitos da Igreja Católica.
“Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado. Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão. Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate. Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio: Salve, rei dos judeus! Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.
Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar. Saindo, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. Chegaram ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar do crânio. Deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber. Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte. Cumpriu-se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto lançaram a sorte (Sl 21,19). Sentaram-se e montaram guarda. Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: Este é Jesus, o rei dos judeus” (São Mateus 27,26-37).
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