O céu é o lugar, ou melhor, o estado da suprema beatitude. Se Deus não tivesse criado nenhum corpo, mas somente puros espíritos, o céu não seria um lugar, mas sim o estado dos anjos que gozam a posse de Deus¹.
De fato, o céu é, também, um lugar onde se encontra a humanidade de Cristo desde a Ascensão, a Virgem Maria desde a Assunção, os anjos e as almas dos santos.
Embora não possamos dizer em que ponto do universo se encontra este lugar, a revelação não nos permite (…) duvidar da sua existência.
¹ Um puro espírito não ocupa lugar a não ser que exerça qualquer ação sobre um corpo; por si mesmo, um puro espírito encontra-se numa ordem superior ao espaço.
A existência do céu ou bem-aventurança celeste
A Igreja ensina como verdade de fé, definida por Bento XII (1336): “As almas de todos os santos, em que não há nada a purificar, encontram-se no céu, mesmo antes da ressurreição dos corpos e do juízo final; contemplam a essência divina graças a uma visão intuitiva e facial, sem intermédio de qualquer criatura, cuja vista se interporia; em virtude desta visão; gozam da essência divina… são verdadeiramente felizes; têm a vida e o descanso eterno” (Denz., 530).
O concílio de Florença (Denz., 693) diz mais simplesmente que as almas em estado de graça, depois de purificadas, “entram no céu, vêem claramente a Deus, uno e trino, como é em si mesmo, de uma maneira mais ou menos perfeita, conforme a diversidade dos seus méritos”.
Extraído do livro: “O Homem e a Eternidade” de R. Garrigou – Lagrange
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