Lendo os Evangelhos, constatamos que Jesus, após a sua ressurreição, apareceu diversas vezes e em diversas ocasiões a muitas pessoas, demonstrando, assim, seu imenso amor para com elas e para conosco. Cumpriu o que havia prometido. O número de vezes em que Cristo ressuscitado apareceu, contudo, e a quem apareceu, não é essencial para crermos e aceitarmos a sua ressurreição.
Crer que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos e que também nós ressuscitaremos com Ele, é exigência fundamental para a nossa vida cristã e para a nossa fé (cf. Cor 15, 14). A celebração da Páscoa é ocasião favorável para fortalecer a nossa fé na ressurreição do Senhor Jesus, acreditando naqueles que O viram ressuscitado (cf. Mc 16, 14).
A presença do Ressuscitado entre nós torna-O ainda mais próximo de nós, caminhando conosco, falando conosco, animando e sustentando cada passo nosso, enfim, fazendo arder nosso coração com Sua Palavra e Seu amor pelas estradas da vida. Assim sendo, Sua ressurreição colocou-O mais perto de nós, mais presente em nossa vida.
“Ouvistes o que eu vos disse: ‘Eu vou, mas voltarei a vós’” (Jo 14, 28). Com efeito, “a partida de Jesus inaugura um modo totalmente novo e maior da Sua presença. Com a sua morte, Jesus entra no amor do Pai. A Sua morte é um ato de amor. O amor, porém, é imortal. Por isso, a Sua partida transforma-se numa nova vida, numa forma de presença mais profunda que não acaba mais” (Bento XVI – 22.3.2008).
Já não há mais lágrimas de luto e de separação. Agora é tempo pascal, é tempo de viver a alegria, desfrutando ao máximo a presença viva do Ressuscitado.
É impossível imaginar a intensidade da alegria experimentada e sentida pelos Apóstolos no Domingo da Páscoa. A transformação no coração daqueles homens tímidos e desanimados, incrédulos e desesperançados, é indescritível. Agora não mais duvidam das promessas do Mestre. Agora entendem. Tinha de sofrer! Tinha de ressuscitar!
Ressurreição é vida nova. Não procuremos entre os mortos Aquele que se chama Vida. Com Cristo ressuscitado nasceu o “ser humano novo”, revestido de ressurreição. Cristo é a causa da nossa ressurreição, primícias dos que morreram (cf. 1 Cor 15, 20). Se Cristo ressuscitou, ressuscitaremos também nós, membros de Seu Corpo glorioso. Por isso, vivemos já ressuscitados na fé e na esperança. Pelo Batismo somos testemunhas qualificadas da ressurreição. Vale a pena ir dizer ao mundo que Cristo está vivo.
A Ressurreição de Jesus é verdadeiro movimento de amor, entusiasmo incontido de fé, sinfonia de amor divino, envio aos corações mais endurecidos.
A partir da sua ressurreição, temos certeza de que Cristo está no meio de nós, vive em nós, está na Igreja, na Palavra e na Eucaristia. Está em cada ser humano.
Cabe a cada um de nós encontrá-Lo, fazer experiência da Sua presença, entrar no Seu Coração ressuscitado, para viver sem cessar a alegria pascal.
Por: Dom Nelson Westrupp, scj
Fonte: CNBB
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