terça-feira, 29 de agosto de 2017

QUO VADIS, DOMINE?

Uma das cenas mais arrepiantes da literatura cristã, num dos livros mais belos de todos os tempos.

Os cristãos nasceram sob perseguição implacável dos poderosos deste mundo – e continuam sofrendo perseguição implacável até o dia de hoje, apesar do silêncio cúmplice da grande mídia que evita abordar relatórios como o deste link, sobre os números que colocam o cristianismo como a religião mais perseguida do mundo inclusive na atualidade.
Um dos mais famosos e sangrentos períodos de terror humano para os seguidores de Cristo aconteceu sob o império de Nero, que reinou em Roma do ano 54 até 68 d.C.
Para evitar que São Pedro, o Papa, fosse executado pelos perseguidores imperiais, os cristãos da comunidade romana o aconselharam a sair da cidade. O primeiro Papa sentiu com força aquele dilema entre permanecer e resistir junto com a Igreja nascente ou fugir para a Galileia e pregar o Evangelho a partir de lá.
É nesse contexto que se desenrola a história de uma das mais extraordinárias obras da literatura cristã de todos os tempos: Quo Vadis, do autor polonês Henryk Sienkiewicz.
No relato, Pedro resolve abandonar a Cidade Eterna. De manhã cedo, quando vai atravessar a Porta Latina para sair de Roma, ele é atingido por uma luz intensa que vem na sua direção. Quando a luz se aproxima, ele reconhece Jesus, que está com a cruz sobre as costas.
Pedro cai de joelhos perante o Senhor, ergue-lhe os braços e pergunta em latim:
“Quo vadis, Domine?” – ou seja, “Para onde vais, Senhor?”
E Cristo responde:
“Já que abandonas o meu povo, eu vou a Roma para ser crucificado mais uma vez”.
Foi quando o Apóstolo entendeu com toda a clareza que, a exemplo de Cristo, ele também devia ficar em Roma e, se fosse preciso, encarar a morte – e morte de cruz.
Envergonhado por ter tentado poupar-se, mesmo que fosse com a justificativa de continuar pregando o Evangelho em segurança, Pedro voltou a Roma para junto da comunidade perseguida.
E a continuação da história todos nós conhecemos: São Pedro foi preso e sofreu o martírio por Cristo em torno ao ano 64 d.C., crucificado de cabeça para baixo na colina do Vaticano.
Caravaggio - Domínio Público
 
 
 
 
 
 
 
Aleteia

Nenhum comentário: