quinta-feira, 31 de julho de 2014

LITURGIA DIÁRIA - O NOSSO FUTURO.

Primeira Leitura (Jr 18,1-6)
Leitura do Livro do Profeta Jeremias.
1Palavra dirigida a Jeremias, da parte do Senhor:2“Levanta-te e vai à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minhas palavras”. 3Fui à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando ao torno; 4quando o vaso que moldava com barro se avariava em suas mãos, ei-lo de novo a fazer com esse material um outro vaso, conforme melhor lhe parecesse aos olhos.
5Fez-se em mim a palavra do Senhor: 6“Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? diz o Senhor. Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel”.

Responsório (Sl 145)
— Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!
— Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!
— Bendize, minh’alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, cantarei ao meu Deus sem cessar!
— Não ponhais vossa fé nos que mandam, não há homem que possa salvar. Ao faltar-lhe o respiro ele volta para a terra de onde saiu; nesse dia seus planos perecem.
— É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança. O Senhor fez o céu e a terra, fez o mar e o que neles existe.
 
Evangelho (Mt 13,47-53)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”. 52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

Reflexão
Com esta parábola da rede lançada ao mar, Mateus encerra sua coletânea de dez parábolas apresentadas como um discurso de Jesus. Há bastante semelhança com a explicação da parábola do trigo e do joio. Esta curta parábola da rede refere-se ao juízo final, conforme a breve explicação que a segue. Os pescadores que separam os bons dos maus certamente não são os evangelizadores, mas os anjos, no fim do mundo, sob o critério de Deus. “Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.”
Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe. E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos. Ontem Jesus nos falou da ressurreição, hoje nos fala do inferno e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. E a vida eterna ou “reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.”
O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo ou deixando de fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida. Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não sermos jogados fora, porque “assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos”
Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus. É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão “choro e ranger de dentes” é a referência direta ao inferno. A referência final ao escriba pode ser uma auto-apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus.
No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo. Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a despojar-nos de tudo que é inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor. Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. Reflita – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo?
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

CONFIAR EM VOÊ É UMA SAÍDA?

Nem sempre é fácil responder a esta pergunta. Ás vezes, respondemos que sim, mas depois recuamos. Outras vezes, respondemos que sim, mas sem avaliar se realmente isso corresponde à nossa forma de agir. Alguns dizem: “Eu sou bom pai, sou bom profissional”; outra diz: “Sou ótima mãe, ótima esposa”, mas em outras coisas… deixamos a desejar. Nunca conseguimos ser tudo aquilo que poderíamos, ou até mesmo, que precisamos ser. E o pior é que são exatamente nas situações mais difíceis que precisamos de mais confiança; e são exatamente nessas situações que mais hesitamos.
Mas então, em que podemos nos apoiar para ter confiança em nós mesmos? Muitas vezes nos avaliamos pelas conquistas, pelo salário, pela promoção, pelos elogios. Estes poderiam até ser bons parâmetros. Talvez sejam até os mais utilizados, mas não são os melhores, tampouco os únicos.

Importante é saber se você, em primeiro lugar, tem se comprometido a dar o melhor possível de você, ao invés de ser o melhor. Muitas vezes percebemos aquilo que temos de diferente como algo que nos torna melhores ou piores que os outros. E se o seu compromisso, honesto, é de ser o melhor que você puder ser, é preciso aceitar as diferenças, bem como é preciso aceitar os seus erros. Este é o primeiro passo para seu crescimento. Mas você se cobra a perfeição? Esse tipo de cobrança te impede de encontrar o caminho do crescimento. Muitos até já desistiram de serem seres humanos melhores por isso, vivendo a conveniência das circunstâncias. Como exemplo, vamos fazer uma reflexão: Observe as condições em que você nasceu e foi criado. Por exemplo: Será que na sua família as atitudes de buscar acertar, ainda que errando, eram valorizadas? Talvez você pergunte: Como assim? Vamos pensar em uma situação bastante comum. Uma criança que aprende a comer sozinho irá se sujar, deixar a comida cair, qualquer quantidade que entra em sua boca é acerto. Será que aqueles que cuidavam de você valorizavam mais o alimento introduzido, ou se empenhavam mais em apontar o que estava na mesa e na roupa?
E hoje, como você se percebe? Você tem coragem de olhar de frente para seus defeitos, percebendo que é possível vencê-los com perseverança, aceitando as recaídas, reiniciando tudo novamente? Olha para você não como alguém que tem de ser um eterno vitorioso, mas como um eterno lutador? Garra meu amigo. Pense nas suas falhas, suas fraquezas. Como você aprendeu a ser assim? De que forma as circunstâncias deixaram você vulnerável? Olhe para o seu passado, não tentando achar culpados, nem tampouco querendo encontrar justificativa para ser do jeito que é. Olhe para o passado para encontrar alternativas que permitam que você hoje firme propósitos concretos de mudança. Seja humilde e caridoso consigo mesmo. Peça ajuda. É preciso ser forte para reconhecer que tem fraquezas. Não queira resolver tudo sozinho. Aceite que você vai passar pelo erro, pela vergonha, pela incompreensão de alguns.
Mas é hora de lutar pelos seus objetivos. Isso mesmo, seus objetivos: você não pode perder a meta, que é tentar, tentar e tentar… até aprender como fazer diferente e melhor. É o caminho para resgatar a sua autoconfiança.
Talvez nunca tenhamos a certeza de que já podemos confiar em nós mesmos. Mas é bom lembrar: Sabia que você tem crédito na praça? Viver é arriscar, tentar, e deixar que os dons que Deus nos deu desabrochem; deixar que a ação de Deus vá nos lapidando. Mesmo que você duvide de si mesmo, mesmo que ainda falta muito para você ser aquilo que Deus espera, saiba que Ele te olha hoje, e acredita em você, pois te conhece.
Deus te vê e sabe o que há de bom em você. Ele depositou em você todos os dons necessários para que você construa a sua felicidade, e principalmente, que leve a felicidade a quem precisar. Basta se comprometer, honestamente, em buscar.






NÃO COM PALAVRAS MAS COM ATO.

 
O mestre dizia incansavelmente àqueles jovens discípulos: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Jesus entrou em suas vidas sorrateiramente, criou uma esfera de amor, que estava além dos limites da sexualidade, dos interesses próprios e da expectativa do retorno.
Somente o amor poderia dar sentido a vida de seus discípulos e a partir de então seria o amor o sinal de identificação de seus seguidores; seria o amor o sinal da presença invisível do Cristo nos seus seguidores. “Como o Pai me ama, assim eu vos tenho amado: permaneçam em meu amor”.
“Não existe maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. Este mandamento que Cristo apresenta aos seus amigos não era uma imposição, ou um dever a ser cumprido por pertencer a uma comunidade, mas um elemento que naturalmente nascia no coração destas pessoas, era a gratuidade que Deus concedia aqueles que acreditavam em Cristo.
Jesus tornou-se a fonte deste amor mútuo entre os membros da comunidade. Portanto, o ser ou não ser cristão, o distintivo do cristão não é simplesmente pertencer a uma Igreja ou confissão religiosa com seus dogmas e doutrinas, ir a missa ou rezar o terço e determinadas orações, portar consigo objetos religiosos como crucifixos ou tê-los em casa. Não, tudo isso são sinais.
O que constitui nosso ser cristão é o amor que Deus Pai nos tem em Cristo Jesus. O que nos identifica como tal é o amor que comunicamos ao nosso irmão. Não podemos inventar outro sinal do que aquele que Ele nos assinalou: amar como Ele nos amou.
Por isso o que se deve esperar de um cristão é, sobretudo que ele viva e pratique o mandamento do amor. Onde quer que esteja um homem ou uma mulher que ame o próximo em Deus e por Cristo, ali se encontra um cristão. E eu pergunto a você: Nos diferenciamos das outras pessoas pelo fato de amarmos, perdoarmos, servirmos, dedicarmos nossa atenção e nosso tempo ao nosso irmão?
Será que nós nos apresentamos como verdadeiros cristãos capazes de compreender e amar o próximo, deixando de lado a soberba, o menosprezo, a prepotência e a arrogância? Será que as pessoas reconhecem em cada um de nós um verdadeiro discípulo de Cristo? Caso ainda não, algo precisa ser mudado.
Por isso peçamos a Deus Pai que aprendamos a amar, pois o verdadeiro amor foi deturpado pelo falso amor. vivência do amor é que dá sentido a vida; o amor é que plenifica a vida. Por isso, que a chama do amor incondicional esteja em nossos corações.

LITURGIA DIÁRIA - A REDE LANÇADA AO MAR.

 
Primeira Leitura (Jr 15,10.16-21)

Leitura do Livro do Profeta Jeremias.
10Ai de mim, minha mãe, que me geraste um homem de controvérsia, um homem em discórdia com toda a gente! Não emprestei com usura nem ninguém me emprestou, e contudo todos me amaldiçoam. 16Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me, elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos.
17Não costumo frequentar a roda dos folgazões e gabo-me disso; fiquei a sós, sob o influxo de tua presença e cheio de indignação. 18Por que se tornou eterna minha dor, por que não sara minha chaga maligna? Para mim te tornaste como miragem de um regato, como visão d’águas ilusórias. 19Ainda assim, isto diz-me o Senhor: “Se te converteres, converterei teu coração, para te sustentares em minha presença; se souberes separar o precioso do vil, falarás por minha boca; os outros voltarão para ti, e tu não voltarás para eles. 20Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender diz o Senhor. 21Eu te libertarei das mãos dos perversos e te salvarei dos prepotentes”.
Responsório (Sl 58)
— Sois meu refúgio no dia da aflição.
— Sois meu refúgio no dia da aflição.
— Libertai-me do inimigo, ó meu Deus, e protegei-me contra os meus perseguidores! Libertai-me dos obreiros da maldade, defendei-me desses homens sanguinários!
— Eis que ficam espreitando a minha vida, poderosos armam tramas contra mim. Mas eu, Senhor, não cometi pecado ou crime.
— Minha força, é a vós que me dirijo, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor! Deus virá com seu amor ao meu encontro, e hei de ver meus inimigos humilhados.
— Eu, então, hei de cantar vosso poder, e de manhã celebrarei vossa bondade, porque fostes para mim o meu abrigo, e meu refúgio no dia da aflição. Minha força, cantarei vossos louvores, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor!
 
Evangelho (Mt 13,44-46)

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O Reino do Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.

 Reflexão

Com esta parábola da rede lançada ao mar, Mateus encerra sua coletânea de dez parábolas apresentadas como um discurso de Jesus. Há bastante semelhança com a explicação da parábola do trigo e do joio. Esta curta parábola da rede refere-se ao juízo final, conforme a breve explicação que a segue. Os pescadores que separam os bons dos maus certamente não são os evangelizadores, mas os anjos, no fim do mundo, sob o critério de Deus. “Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.”
Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe. E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos. Ontem Jesus nos falou da ressurreição, hoje nos fala do inferno e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. E a vida eterna ou “reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.”
O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo ou deixando de fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida. Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não sermos jogados fora, porque “assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos”
Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus. É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão “choro e ranger de dentes” é a referência direta ao inferno. A referência final ao escriba pode ser uma auto-apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus.
No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo. Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a despojar-nos de tudo que é inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor. Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. Reflita – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo?
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.





CN

terça-feira, 29 de julho de 2014

AMANHÃ PODE SER TARDE.

Amanhã pode ser tarde.
Ontem?…Isso faz tempo!…
Amanhã?…Não nos cabe saber…

Amanhã pode ser muito tarde…
Para você dizer que ama,
Para você dizer que perdoa,
Para você dizer que desculpa,
Para você dizer que quer tentar de novo,

Amanhã pode ser muito tarde…
Para você pedir perdão,
Para você dizer: desculpe-me, o erro foi meu!

O seu amor, amanhã, pode já ser inútil;
O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso;
A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada;
A sua carta, amanhã, pode já não ser lida;
O seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário;
O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços…
Porque amanhã pode ser muito… muito tarde!

Não deixe para amanhã para dizer:
Eu amo você!!
Estou com saudades de você!
Perdoe-me!
Desculpe-me!
Esta flor é para você!
Você está tão bem!

Não deixe para amanhã
O seu sorriso,
O seu abraço,
O seu carinho,
O seu trabalho,
O seu sonho,
A sua ajuda.

Não deixe para amanhã para perguntar:
Por que você está triste?
O que há com você?
Hei, venha cá, vamos conversar.
Cadê o seu sorriso?
Ainda tenho chance??
Já percebeu que eu existo?
Por que não começamos de novo?
Estou com você!
Sabe que pode contar comigo?
Cadê os seus sonhos?
Onde está a sua garra?

Lembre-se:
Amanhã pode ser tarde… muito tarde!
Procure. Vá atrás! Insista! Tente mais uma vez!
Só hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde…
HOJE, e não AMANHÃ.

E NÃO PENSAR EM MIM!!!

 
Algo a Compartilhar
Dois Homens doentes, ocupavam o mesmo quarto em um hospital. Um deles ficava sentado em sua cama, por uma hora, todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seus pulmões. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto. O outro homem era obrigado a ficar deitado de bruços em sua cama por todo o tempo.
Eles conversavam muito. Falavam sobre suas mulheres a suas famílias, suas casas, seus empregos etc. E toda tarde, quando o homem de perto da janela podia sentar-se, ali permanecia por um bom tempo descrevendo ao seu companheiro todas as coisas que ele podia ver através da janela .
O homem na outra cama começou a esperar por esse momento todos os dias onde seu mundo era ampliado e animado pelas descrições do companheiro. Ele dizia que da janela dava para ver um parque com um lago bem legal. Patos e cisnes brincavam na água enquanto as crianças navegavam seus pequenos barcos. Jovens namorados andavam de braços dados no meio das flores e estas possuíam todas as cores do arco Íris.
Grandes e velhas árvores cheias de elegância na paisagem, e uma fina linha podia ser vista no céu da cidade. Quando o homem perto da janela fazia suas descrições, ele o fazia de modo primoroso e delicado, com detalhes, e o outro homem fechava os olhos e imaginava a cena pitoresca. Uma tarde quente o homem perto da janela descreveu que havia um desfile na rua e embora ele não pudesse escutar a música ele podia ver e descrever tudo. Dias e semanas passaram-se.
Em uma manhã a enfermeira do dia chegou trazendo água para o banho dos dois homens mas achou um deles morto. O homem que ficava perto da janela morreu praticamente durante o seu sono á noite. Ela estava entristecida e chamou os atendentes do hospital para levarem o corpo embora. Assim que julgou conveniente, o outro homem pediu a enfermeira que mudasse sua cama para perto da janela. A enfermeira ficou feliz em poder fazer esse favor para o homem e depois de verificar que ele estava confortável o deixou sozinho no quarto.Vagarosamente e pacientemente, ele se apoiou em seu cotovelo para conseguir olhar através da janela e quando conseguiu fazê-lo deparou-se com um muro todo branco.
Ele, então perguntou à enfermeira o que teria levado o seu companheiro a descrever-lhe coisas tão belas, todos os dias se pela janela só dava para ver um muro branco? A enfermeira respondeu que aquele homem era cego e não poderia ver nada mesmo que quisesse. Talvez ele só estivesse pensando em distraí-lo e alegra-lo um pouco mais com suas historias.
Aprendendo com a vida
Talvez você não seja o melhor contador de história e talvez você esteja enfrentando situações não muito melhores que a daquele homem que todos os dias saia de si e procurava tornar a vida do companheiro de quarto um pouco mais colorida. Mas, creia , há uma enorme alegria em fazer outras pessoas felizes, independente da nossa condição atual.
Dividir problemas e pesares é algo que qualquer um faz e isso significa carregar aflições sobre os ombros, enquanto que compartilhar a felicidade é ter o dobro de felicidade. Se você quer se sentir rico, apenas narre todas as belas histórias que o autor da vida lhe permitiu viver. Isto é tão precioso que nenhum dinheiro jamais poderia comprar. O “Hoje” é um presente e é por isso que não pode ser mal vivido.

LITURGIA DIÁRIA - TER ESPERANÇA É ESPERAR COM CONFIANÇA.

Primeira Leitura (1Jo 4,7-16)

Leitura da Primeira Carta de São João.
7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor.
9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. 11Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito.
14E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus tem para co­nosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 

Responsório (Sl 33)

— Provai e vede quão suave é o Senhor!
— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!
— Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.
— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda a angústia.
— O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
— Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, porque nada faltará aos que o temem. Os ricos empobrecem, passam fome, mas aos que buscam o Senhor não falta nada.
 
Evangelho (Jo 11,19-27)

Naquele tempo, 19muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa.
21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.
25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.

 Reflexão

Há momentos na nossa vida em que achamos que tudo acabou e nos parece muito escuro. No entanto, é justamente nestas horas que nós temos de “esperar até mesmo a esperança”. Esperar a própria esperança quando não temos nada para esperar e recusar o desespero.
Esta é a grande mensagem do Evangelho. A fé em Jesus Cristo gera em nós esperança, mesmo em presença da morte, como aconteceu com Marta. Diante do fato consumado da morte do seu irmão, Marta foi ao encontro de Jesus e acreditou quando Ele lhe disse: “Teu irmão ressuscitará”. “Crês isso”? E ela respondeu: “Sim, Senhor, eu creio firmemente...” Na nossa vida também nós nos deparamos com situações de morte , no entanto, Jesus vem ao nosso encontro e nos propõe uma vida nova mediante a nossa fé. A nossa resposta de fé diante das propostas de Jesus é o grande segredo para que permaneçamos firmes nas horas das grandes provações. O nosso coração fica triste, porém “aos olhos do Pai ainda deve haver razão para alegria”. 
Quem crê em Jesus também crê que Ele pode ressuscitar em nós tudo o que nos parece ter morrido. Diante do fato consumado nós precisamos crê para acolher as graças que nos vêm do céu. Mesmo que alguém muito querido tenha morrido nós nunca poderemos duvidar da força do amor de Jesus que quer nos salvar e nos fazer ver estrelas no céu de uma noite escura. 

Quando nós caminhamos na vida tendo convicção de que o poder amoroso de Deus pode nos conceder vida nova e nos tirar das situações de morte nós não tememos coisa alguma. Crer em Jesus é o troféu mais valioso que nós podemos empunhar, pois é a condição prevista por Ele próprio para que tenhamos a vida eterna desde já. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” – E você, crê nisto também? – É assim que você pensa e espera? - Como você entende isto que Jesus falou: ainda que morra, viverá? E aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais? – A que tipo de morte Jesus se refere? 






 
Helena Serpa

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A MONTANHA DA VIDA.

 
A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha. Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.
Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.
No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.
Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo.
À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas...
É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas.
Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo. Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra.
É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem e nos cura os ferimentos.
Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.
Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.
Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O que nos salva é o equipamento certo para este momento.
Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos.
Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.
Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.
Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha.

ANGÚSTIA.

 



O que significa angústia ? Angústia significa inquietude profunda que oprime o coração. Ansiedade física acompanhada de opressão dolorosa. Grande aflição acompanhada de opressão e tristeza.
Quantas vezes nós também sentimos angústia. Davi no Salmos 13 expressa esse mesmo sentimento de perturbação e inquietude, vamos refletir sobre ele:

No v.1 ele expressa: “Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando esconderás de mim o teu rosto?” 
Quantas vezes nós como Davi não nos sentimentos esquecidos por Deus? Pensando que Deus deve ter tanta coisa mais interessante para fazer que nossas lutas para Ele nem importam mais?. Temos muitas vezes a plena convicção de que Deus se escondeu de nós. De que Deus não se importa. Muitas vezes tomamos o silêncio de Deus como uma “punição” para nossas vidas e se já nos achávamos desamparados e tristes, pioramos porque pensamos que a “ultima pessoa” com a qual poderíamos contar nos desamparou. 

v.2 – “Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia? Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim?” 
Como Davi, chega um ponto que nos sentimos tão cansados e desgastados com as lutas que nossa vida passa a ser só tristeza, incerteza, dúvida, desanimo e dor. Sentimos como se estivéssemos no chão caídos, feridos, como se nosso inimigo se preparasse para dar o golpe final. Olhamos para cima, tentando ver a Deus, e sentimos como se Deus estivesse se escondendo atrás de uma densa nuvem de tempestade.

v.3“Olha para mim e responde, Senhor meu Deus. Ilumina os meus olhos, do contrário dormirei o sono da morte;”
A angústia é tamanha que sentimos como se uma ferida fosse explodir em todo nosso corpo e  não fossemos suportar. Chegamos a desejar a morte e sem forças muitas vezes até pensamos erroneamente em aceitar que talvez a morte seria melhor do que essa dor tão grande que sentimos.

v.4 – “os meus inimigos dirão: "Eu o venci", e os meus adversários festejarão o meu fracasso.”
Desgastados, prostrados e sem forças para caminhar. “Contemplamos” como miragem a “vitória” de nossos inimigos. E sentimos mais dor por imaginar a vergonha de nosso fracasso.

Reflexão

Todo aquele que é filho de Deus e passa por todos esses sentimentos descritos acima deve saber que Deus também trabalha no silêncio. Deus não deseja te ver prostrado. Deus não se escondeu de você.  A sua luta, os seus sentimentos, as suas angústias são sim importantes para Deus. Ele não te abandonou.
O Senhor deseja que você renove as suas forças nEle. Ele vai te ajudar a se levantar. Ainda que você esteja prostrado, ferido pelos açoites do inimigo. Deus é o Deus da cura. Ele não esta escondido atrás dessa nuvem de tempestade. Ele está ao seu lado segurando a sua mão, te erguendo e empunhando uma espada para lutar contra o seu adversário.
Não deseje a morte. Deus te deu a vida, para que você a viva nEle. A sua vida é dEle. Deixe Ele tratar e cuidar de suas feridas. Entregue para ele essa angustia, essa dor que te persegue e já se enraizou em seu coração. O inimigo não vai triunfar em sua vida, permita que Deus esteja com você e passe com você pelos vales que você tiver que passar.
Saiba, o gozar a vida eterna com Cristo é o maior triunfo de todo aquele que é filho de Deus.
Não tenha medo do fracasso. Escolha acreditar e seguir aquEle que já venceu o mundo. Suas dores e decepções hoje, são pequenos obstáculos na sua caminhada com Deus. São obstáculos sim, mas com Deus são obstáculos possíveis de serem superados. O importante é não sair desse caminho: ande, engatinhe, se arraste, chorando ,ferido , sofrendo, mas nunca perca a direção e o alvo que esta a sua frente, que é Jesus Cristo.
O amor de Deus expresso em Cristo é a nossa maior vitória!
E assim, diga como Davi:
v.5 e 6: Eu, porém, confio em teu AMOR; o meu coração exulta em tua SALVAÇÃO. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.

LITURGIA DIÁRIA - A LINGUAGEM DAS PARÁBOLAS.

Primeira Leitura(Jr 13,1-11)

Leitura do Livro do Profeta Jeremias.
1Isto disse-me o Senhor: “Vai comprar um cinto de linho e põe-no em torno da cintura, mas não o deixes molhar na água”. 2Comprei o cinto, conforme a ordem do Senhor, e coloquei-o à cintura. 3E a palavra do Senhor dirigiu-me a mim pela segunda vez, dizendo: 4”Toma o cinto que compraste e tens à cintura, levanta-te e vai ao Eufrates, esconde-o lá na fenda de uma pedra”. 5Fui e o escondi perto do Eufrates, conforme mandara o Senhor. 6Ora, ao cabo de muitos dias, disse-me o Senhor: “Levanta-te, vai ao Eufrates, e retira de lá o cinto que te mandei esconder”. 7Fui ao Eufrates, cavei e retirei o cinto do lugar onde o tinha escondido; mas eis que o cinto tinha apodrecido tanto que não servia mais para nada. 8E a palavra do Senhor dirigiu-se a mim, dizendo: 9”Isto diz o Senhor: assim farei apodrecer a grande soberba de Judá e de Jerusalém; 10este povo perverso, que se recusa a ouvir minhas palavras, convive com a maldade no coração, e vai atrás de deuses estrangeiros, prestando-lhes culto e prostrando-se diante deles será como este cinto que não serve mais para nada. 11Pois assim como o cinto se une à cintura do homem, assim quis eu que toda a casa de Israel e toda a casa de Judá se unissem a mim, diz o Senhor, para ser meu povo, honra do meu nome, louvor e glória. Mas não ouviram”.

Responsório (Dt 32,18-19.20.21)
— Esqueceram o Deus que os gerou.
— Esqueceram o Deus que os gerou.
— Da Rocha que te deu à luz te esqueceste, do Deus que te gerou não te lembraste. Vendo isto, o Senhor os desprezou, aborrecido com seus filhos e suas filhas.
— E disse: Esconderei deles meu rosto e verei, então, o fim que eles terão, pois, tornaram-se um povo pervertido, são filhos que não têm fidelidade.
— Com deuses falsos provocaram minha ira, com ídolos vazios me irritaram; vou provocá-los por aqueles que nem povo são, através de gente louca hei de irritá-los.
 
Evangelho (Mt 13,31-35)

Naquele tempo, 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. 34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’.

 Reflexão

Mais uma vez Jesus recorre ao uso das parábolas, definidas como história terrestre, possível de acontecer, com sentido celestial. Em várias delas o mestre ora usa os verbos no passado, ora no presente e ora ainda no futuro mas em todos os casos com a mesma finalidade: falar ao fundo do nosso ser, alheios ao que ocorre na superfície da nossa vida ou no fluir dos acontecimentos que nos rodeiam. Dirigidas quer aos eruditos quer aos ignorantes; quer aos modernos quer aos antiquados. As parábolas desafiam a ordem estabelecida, as estruturas sociais e os sistemas de contra valores. Desmascaram a vida injusta cotidiana. São um espelho. Através delas, o ouvinte vê a si próprio como é, e não como pretende ser. Elas forçam o ouvinte a reavaliar as pautas do próprio comportamento, pensamento e emoções. Sacodem-nos, induzindo-nos a reformar-nos e a renovar-nos. Tiram-nos do engano a respeito de nós mesmos e da falta de verdadeiros propósitos. Dizem-nos o que se deve e o que não se deve aceitar. Manifestam a fidelidade definitiva de Deus que é amor e, como tal, resposta para todos os conflitos humanos.

Hoje Mateus nos apresenta duas parábolas que fazem parte do conjunto de sete presentes no capítulo 13 de seu Evangelho.
A intenção fundamental de Jesus é salientar a presença pouco percebida do Reino de Deus no mundo, porém real, efetiva e em processo de crescimento. O grão de mostarda semeado e o fermento na massa são expressões do Reino de Deus, realmente presente no mundo, na sua dimensão de humildade e simplicidade. Não como afirmação de poder, com ostentações de construções, rituais ou roupagens, mas pela transformação dos corações e das relações pessoais, no amor e na justiça, fundamentos do mundo novo querido pelo Pai. Em chocante contraste, vemos o país mais rico e poderoso do mundo que fala em nome da civilização cristã, contudo se destaca pela idolatria do dinheiro e por sua capacidade destrutiva. Jesus nos desperta para percebermos a presença do Reino nas multidões dos filhos de Deus, empobrecidos e excluídos, nas suas adversidades e privações, mas também em suas alegrias e esperanças, onde o amor, como um fermento na massa, está presente.
Fazendo um resumo diríamos que as duas parábolas são elaboradas a partir de imagens do ambiente familiar: um homem em seu campo e uma mulher em sua casa preparando o pão. Na primeira parábola são relativizadas as esperanças messiânicas de Israel como poderoso centro das nações, tomando-se como referência o pequeno grão de mostarda plantado por um camponês. E na segunda, com a mulher que coloca o discreto fermento na massa de farinha, levedando-a, temos o fermento do amor, que se diferencia do fermento da hipocrisia dos fariseus, sobre o qual Jesus adverte seus discípulos (Lc 12,1).
Portanto, em ambas, revela-se o Reino de Deus, realmente presente no mundo, na sua dimensão de humildade e simplicidade. Não como afirmação de poder, mas pela transformação dos corações e das relações pessoais, no amor e na justiça, fundamentos da nova sociedade possível.

Pai, livra-me de desprezar os pequeninos e declará-los. Livra-me, também, do perigo de me subestimar. Faze-me compreender que o Reino se constrói pela ação dos pequenos.




CN