sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ANO NOVO, CORAÇÃO NOVO.


Estamos acostumados aos rituais, às comemorações, às celebrações. Quando um ano se encerra e outro se inicia, celebramos o Dia da Paz, a confraternização entre os povos. Quando um novo ciclo se inicia, somos convidados a renovar algo em nós. Quem sabe, neste novo ano, possamos ter um coração novo.

O coração é a metáfora dos sentimentos, das intenções. Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar, que não acredita na humanidade e que, consequentemente, se fecha. E é, por isso, solitário. A solidão pela ausência do amor envelhece o coração.As desculpas para um coração envelhecido recaem nas decepções com as pessoas que amamos.

Reclamamos dos erros dos outros, lamentamos as atitudes incorretas de nossos irmãos e, assim, optamos pelo fechamento. Vivemos condenando nossa triste situação. Pais, filhos, amigos, parece que não há ninguém de valor a nosso lado. Pensamos como seria bom se eles mudassem, se eles melhorassem.

No ano que passou, vivi momentos de muita emoção. Um deles ao lado de meu querido irmão Dunga. Eu fazia uma pregação em um grupo de oração em Presidente Prudente (SP). Enquanto isso, ele compunha o refrão de uma música. A reflexão era sobre as mudanças que temos de fazer para que nosso irmão seja mais feliz. E o refrão diz exatamente isto: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz".

Eu escrevi o restante da música que fala em aprendizado, em perdão, em saber ouvir, em lembrar que não há ninguém perfeito. E que talvez precisemos do tempo da boa ingenuidade de volta, do sorriso leve, dos sonhos dos primeiros encontros.

O tempo pode ser uma boa escola. Ele nos ensina a tolerância, o respeito às limitações do outro e às nossas próprias limitações, a bondade no julgar. É uma lição de vida a reflexão de Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las".

Às vezes, os pais exigem dos filhos algo que não podem dar. O inverso é verdadeiro. E na relação entre o casal também. Cada ser é único. E talvez grande parte dos erros não sejam intencionais.
Meu irmão, não espere que o outro mude. Mude você. Diga à pessoa que você ama: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz". E, se precisar, complete com o pensamento de Madre Teresa: Não vou perder tempo julgando, quero gastar esse tempo amando.

E é esse o convite para o novo ano. A consciência de que a sua família será melhor se você for melhor. Que o seu trabalho será melhor se você for melhor. Que o mundo, esse grande coração que pulsa, será renovado se o seu coração for renovado.

Por: Gabriel Chalita
Fonte: Canção Nova
comunidade Bethania

PAPA ENSINA SETE ARMAS ESPIRITUAIS CONTRA O MAL.


O Santo Padre dedicou a Catequese desta quarta-feira, 29 - última de 2010 - à figura de Santa Catarina de Bolonha, seguindo o ciclo de reflexões sobre grandes mulheres da Idade Média.
O Papa citou o tratado autobiográfico e didático escrito pela santa italiana - As sete armas espirituais -, que oferece ensinamentos "de grande sabedoria e profundo discernimento" sobre as tentações do diabo:

1. ter cuidado e preocupação de trabalhar sempre para o bem;
2. crer que, sozinhos, nunca poderemos fazer nada de verdadeiramente bom;
3. confiar em Deus e, por seu amor, não temer nunca a batalha contra o mal, seja no mundo, seja em nós mesmos;
4. meditar com frequência nos eventos e palavras da vida de Jesus, sobretudo sua Paixão e Morte;
5. recordar-se que devemos morrer;
6. ter fixa na mente a memória dos bens do Paraíso;
7. ter familiaridade com a Sagrada Escritura, levando-a sempre no coração para que oriente todos os pensamentos e todas as ações.

"Um belo programa de vida espiritual, também hoje, para cada um de nós!", exclamou o Pontífice.
"Queridos amigos, Santa Catarina de Bolonha, com as suas palavras e vida, é um forte convite a deixarmo-nos sempre guiar por Deus, a cumprir cotidianamente a sua vontade, também se muitas vezes ela não corresponde aos nossos projetos, a confiar na sua Providência, que nunca nos deixa sozinhos", explicou.

Apesar de todas as tentações e combates espirituais pelos quais passou Catarina sempre anda de mãos dadas com o Senhor, nunca o abandona.

"E caminhando com a mão na mão do Senhor, anda sobre a via justa e encontra o caminho da luz. Assim, diz também a nós: coragem, também na noite da fé, também em meio a tantas dúvidas que possam existir, não deixa a mão do Senhor, caminha com a tua mão na Sua mão, crê na bondade de Deus; assim, andarás sobre a estrada justa!", disse o Bispo de Roma.

Bento XVI também destacou a grande humildade de Catarina, que não desejou ser qualquer coisa, não desejou aparecer. "Desejou servir, fazer a vontade de Deus, estar ao serviço dos outros. E exatamente por isso Catarina era credível na autoridade, porque se podia ver que, para ela, a autoridade era exatamente servir aos outros", ressaltou.

Santa Catarina

Mulher de vasta cultura, mas humilde. Dedicada à oração, mas sempre pronta a servir. Generosa no sacrifício, mas cheia de alegria para acolher com Cristo a cruz. Assim o Pontífice definiu Santa Catarina.
Ela nasce em Bolonha, na Itália, em 8 de setembro de 1413. As notícias sobre sua infância são escassas. Aos 10 anos, muda-se com a família para a cidade Ferrara, onde se torna dama de honra de Margherita, filha do Marquês do local. Começa a ter acesso a um vasto petrimônio artístico e cultural, que irá valorizar muito quando iniciar sua vida monástica.

Segundo o Papa, uma das características que a distingue de modo absolutamente claro é ter o espírito constantemente voltado para as coisas do Céu. Em 1427, com 14 anos, deixa a corte para unir-se a um grupo de jovens de famílias nobres que viviam em comum, consagrando-se a Deus.
Nesta nova fase da vida, tem notáveis progressos espirituais, mas também são grandes e terríveis as provações, sofrimentos interiores e tentações do demônio. Vive a noite do espírito, especialmente pela tentação da incredulidade com relação à Eucaristia, da qual é consolada pelo Senhor, após tanto sofrer, através de uma visão. A partir daí, toma consciência da presença real eucarística.

Em 1431, tem uma visão do juízo final. A terrível cena dos condenados a leva a intensificar orações e penitência pela salvação dos pecadores.
Catarina escreve sobre esse combate com o desejo de "alertar sobre as tentações do demônio, que se esconde frequentemente atrás de aparências enganadoras, para depois insinuar dúvidas de fé, incertezas vocacionais, sensualidade", disse Bento XVI.
No convento, apesar dos costumes da Corte, desenvolve os serviços mais humildes com amor e obediência. "Ela vê, de fato, na desobediência aquele orgulho espiritual que destrói toda outra virtude", ressalta o Papa.

Em 1456, seu mosteiro é chamado a criar uma nova fundação em Bolonha. Apesar de preferir terminar seus dias em Ferrara, o Senhor lhe aparece em visão para que aceite o encargo de Abadessa na nova missão. Parte com 18 outras irmãs.
No início de 1463, uma enfermidade se agrava e ela reúne-se com as irmãs em Capítulo pela última vez, para anunciar a sua morte e recomendar a observância da regra. Em 9 de março de 1463, falece. É canonizada pelo Papa Clemente XI em 22 de maio de 1712. A cidade de Bolonha, na capela do mosteiro de Corpus Domini, preserva o seu corpo incorrupto.

A audiência

O encontro do Bispo de Roma com os cerca de 8 mil fiéis reunidos na Sala Paulo VI aconteceu às 7h30 (horário de Brasília - 10h30 em Roma).

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:
"Amados peregrinos de língua portuguesa, que viestes junto do túmulo de São Pedro renovar a vossa profissão de fé: a minha saudação de boas vindas para todos vós, em particular para o grupo de Escuteiros de Penedono, desejando-vos abundantes dons de graça e paz do Deus Menino, que imploro para vós e vossas famílias com a minha Bênção Apostólica".

O Papa saudou os membros dos Legionários de Cristo, do Movimento Regnum Christi e dos Missionários Seculares Scalabrinianos, presentes na cerimônia.

Fonte: Canção Nova
comunidade Bethania

POR QUE É PRECISO ACREDITAR PARA SER SALVO?


O Evangelho é poder de Deus para salvação de todo o crente» (Romanos 1,16).
A salvação é a libertação do que desfigura, diminui, destrói a vida. E o poder de que Deus se serve para salvar é «o Evangelho de seu Filho» (Romanos 1,9).
Este Evangelho, boa nova, revela Deus dando tudo: o seu perdão, a sua vida, a sua alegria.É por isso que a salvação não está reservada para os que preencheriam certos critérios. É para os bons e para os maus, os sábios e os loucos. Deus salva «todos os que crêem».Será então a fé a condição para receber este dom de Deus?Se assim fosse, a minha vida, a minha felicidade, a minha salvação dependeriam ao fim e ao cabo de mim mesmo.
O que decidiria tudo seria a minha aceitação ou a minha recusa. Esta ideia não corresponde ao que a Bíblia entende ser a fé.A fé não é um meio de que nos servimos para obter qualquer coisa. É uma realidade bem mais humilde, uma simples confiança, sempre cheia de espanto: sem que eu tenha obedecido a nenhuma condição, Deus restabelece-me na sua amizade.A fé é quase nada, mal se discerne – pequena como um grão de mostarda, diz Jesus (Lucas 17,6).
Ao mesmo tempo, é «mais preciosa que o ouro» (1 Pedro 1,7), «santíssima» (Judas 20).Com a esperança e a caridade, permanece para sempre (1 Coríntios 13,13). No séc. VII, Máximo, o Confessor, identifica fé com reino de Deus: «A fé é o reino de Deus sem forma visível, o reino é a fé que tomou forma segundo Deus.»E acrescenta que a fé realiza «a união imediata e perfeita do crente com Deus em quem crê».
A fé não é um bilhete de entrada para o reino de Deus. Na própria fé, Deus está presente. Quem acredita e confia no Evangelho já está unido a Deus.Antes da vinda de Cristo, a fé não era a atitude habitual para se ligar a Deus. Houve crentes excepcionais, como Abraão, e no momento decisivo da travessia do Mar Vermelho, «o povo acreditou no Senhor e em Moisés seu servidor» (Êxodo 14,31).Mas, no dia a dia, a fidelidade contava mais do que a fé. A comunidade da primeira aliança não era formada pelos «crentes», mas pelos «humildes», «os justos», «os santos» (Salmo 34).
Foi com o Evangelho de Cristo que a fé, que até aí era uma excepção, se torna normal, a ponto de se poder chamar os discípulos de Jesus simplesmente «os crentes» (Actos 2,44).Pois, desde que o evangelho revela o dom de Deus sem medida nem moderação, a salvação é oferecida gratuitamente.Já não há condições a preencher, basta crer. Ninguém é excluído do amor de Deus, segundo as palavras do apóstolo Paulo: «Pusemos a nossa esperança em Deus vivo, o Salvador de todos os homens, sobretudo dos crentes» (1 Timóteo 4,10).
Fonte: Comunidade Taizé
pemiliocarlos.blogspot.com

O QUE FAZER QUANDO NÃO CONSIGO ACREDITAR?


O Novo Testamento fala quase tanto da dúvida como da fé. Os apóstolos não estavam muito surpreendidos pela dificuldade em acreditar, pois sabiam que ela estava predita pelos profetas.

Paulo e João citam a palavra de Isaías: «Senhor, quem acreditou na nossa mensagem?» (João 12,38 e Romanos 10,16).

João acrescenta: «era o que Isaías tinha dito ainda: ‘Cegou-lhes os olhos e embotou-lhes o espírito, a fim de não verem com os olhos e não entenderem com o espírito’» (João 12, 39-40).

Os quatro Evangelhos fazem todos referência a esta passagem de Isaías 6. A fé não é evidente. O Evangelho de João mostra a fé no pano de fundo do seu oposto. Desde o início Cristo é ignorado: «Veio ao que era seu e os seus não o receberam» (João 1,10-11). É verdade que a certa altura, muitos seguiram Jesus. Mas, rapidamente, a maioria deixa de acreditar nele: «Muitos dos seus discípulos retiraram-se e já não andavam com ele» (João 6,66).

Jesus não tenta agarrá-los. Constata: «Por isso é que vos disse: ‘Ninguém pode vir a mim se não lhe for concedido por meu Pai’» (João 6,65). Cristo não procurou suscitar a adesão através da persuasão, pois a fé tem uma profundidade que ultrapassa a inteligência e as emoções. Enraíza-se nessas profundidades onde «o abismo chama outro abismo» (Salmo 42,8), onde o abismo da nossa condição humana toca no abismo de Deus.«Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não atrair» (João 6,44). A fé nasce inseparavelmente da atuação de Deus e da vontade humana. Ninguém acredita se não quiser. Também ninguém acredita sem que Deus o permita.

Se a fé é um dom de Deus e se nem todos acreditam, será que Deus afasta alguns? Na passagem onde João cita Isaías sobre a impossibilidade de crer, também transmite uma palavra de esperança de Jesus: «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim» (João 12,32).

Elevado sobre a cruz e elevado na glória de Deus, Cristo «atrai» como o Pai «atrai». Como é que ele faz para atingir todos os seres humanos? É impossível dizê-lo. Mas por que não havemos de confiar nele no que diz respeito àquilo que nos ultrapassa? Até à última página, o Evangelho de João mostra a fragilidade da fé. A dúvida de Tomé tornou-se proverbial. Mas o que é decisivo é que, sem acreditar, permanece na comunidade dos crentes – e evidentemente, estes não o expulsam! Tomé espera, o Ressuscitado mostra-se a ele, e ele acredita. Depois Jesus diz: «Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam!» (João 20,29). A fé não é um feito. Vem inesperadamente, ninguém sabe como. É uma confiança que se espanta com ela própria


Fonte: Comunidade Taizé
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JOÃO, FILHO DA VIRGEM - IV


Em Maria, João sempre sentia o ardor incandescente deste Amor infinito.
João tinha tudo a aprender em termos da pureza do olhar.


Quando, no Cenáculo, João se inclinou sobre o peito do Mestre, ele se aproximou da morada do Amor infinito.Em Maria, João sempre sentia o ardor incandescente deste Amor infinito.

Nela, a divina Presença, à guisa de um tabernáculo vivo, continuava a subsistir e a espalhar a sua paz, a sua luz e o seu amor.Se Maria e João compartilhavam o mesmo amor, a experiência de Maria quanto às coisas de Deus eram mais elevadas.
Dela, João tinha tudo a aprender em termos da pureza do olhar, em termos da fé e da fidelidade.Não que suas vidas tivessem que se identificar; pois nem poderiam e nem deveriam fazê-lo.Após ter recebido a mensagem de Jesus Cristo, João deveria transmiti-la de forma teológica, profética e espiritual.

Ele deveria fazer com que a vida “em espírito e em verdade” fosse divulgada, tornando-se conhecida.Maria, por sua vez, deveria permanecer sendo a alma e o coração da Igreja.A missão de João não estava somente na absorção da mensagem de Cristo, porém, sendo amigo, confidente e sacerdote de Cristo Jesus, ele deveria ser iluminado por Maria, para um maior aprofundamento nas mensagens.

Era preciso que aprendesse a “permanecer” em espírito sobre este sagrado Coração, que Maria e ele contemplaram, sofrido e aberto, na Cruz, Coração que somente Maria havia formado, com a sua própria carne e sentido palpitar em suas entranhas.

P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.
O Evangelho de João e seu testemunho espiritual
Desclée de Brouwer
Fonte:pemiliocarlos.blogspot.com

LITURGIA DIÁRIA - E O VERBO SE FEZ CARNE...


Primeira Leitura: 1º João 2, 18-21

OITAVA DO NATAL
(branco, glória, pref. do Natal - ofício do dia)
Leitura da primeira carta de São Paulo - 18Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. 19Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. 20Vós, porém, tendes a unção do Santo e sabeis todas as coisas. 21Não vos escrevi como se ignorásseis a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(95)

REFRÃO: O Céu se rejubile e exulte a terra!
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo,/ cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!/Cantai e bendizei seu santo nome!/Dia após dia anunciai sua salvação.-R.
2. O céu se rejubile e exulte a terra,/ aplauda o mar com o que vive em suas águas;/ os campos com seus frutos rejubilem/ e exultem as florestas e as matas.-R.
3. Na presença do Senhor, pois ele vem,/porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça,/ e os povos julgará com lealdade.-R.

Evangelho: João 1, 1-18

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - 1No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2Ele estava no princípio junto de Deus. 3Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 9[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. 10Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 11Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 13os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. 14E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. 15João dá testemunho dele, e exclama: Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim. 16Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 17Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 18Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou. - Palavra da salvação.


Uma mulher deu à luz o Filho de Deus concebido em seu ventre. É a Palavra de Deus que se fez Carne e veio morar entre nós. Jesus, Filho de Maria, Filho de Deus, Carne da nossa carne, é a Luz do mundo que a todos ilumina.
Vivemos este tempo de alegria por termos Jesus entre nós, renovando tudo e todos. Findo o ano, esperamos construir um ano novo, repleto das bênçãos de Deus Pai. Os povos, solidários, clamam contra os idólatras do dinheiro e criminosos de guerra. Está em gestação o mundo novo possível, sem exclusões, na fraternidade universal, na partilha, na compaixão e na paz. Para isso, precisamos fazer a parte que nos cabe.

O eterno desejo do Senhor para a salvação do Seu povo é expresso por João: “Para que vejam a minha glória” (cf. Jo 17.24). José pediu a seus irmãos que contassem a seu pai sobre toda a sua glória no Egito (cf. Gn 45.13), não para dar uma amostra ostensiva dela, mas para dar a seu pai a alegria de saber a sua alta posição naquela terra. Da mesma forma, Cristo deseja que Seus discípulos vejam a Sua glória, para que estejam satisfeitos e usufruam a plenitude de Suas bênçãos para todo sempre.
Uma vez tendo conhecido o amor de Cristo, o coração do crente estará sempre insatisfeito até a glória do Senhor ser vista. O auge das petições que Cristo faz a favor dos Seus discípulos é que contemplem a Sua glória.

Desde que o nome do cristão é conhecido no mundo, não tem havido tanta oposição direta à singularidade e glória de Cristo como nos dias atuais. É dever de todos aqueles que amam o Senhor Jesus testemunhar, conforme suas habilidades, a singularidade de Sua glória.
Eu gostaria, portanto, de fortalecer a fé dos verdadeiros cristãos ao mostrar que ver a glória de Cristo é uma das maiores experiências e privilégios possíveis neste mundo ou no outro. “Mas todos nós, com a cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Cor 3,18). Na eternidade seremos como Ele, porque O veremos tal como Ele é (cf. I Jo 3,2).
Este conhecimento de Cristo é a via contínua e a recompensa de nossas almas. Aquele que tem visto a Cristo também tem visto o Pai; a luz do conhecimento da glória de Deus é vista apenas na face de Jesus Cristo (cf. Jo 14,9; II Cor 4-6).

Há duas maneiras de ver a glória de Cristo: mediante a fé, neste mundo, e, por meio da fé, no céu eternamente. É a segunda maneira que se refere principalmente à oração sacerdotal de Cristo - que Seus discípulos possam estar onde Ele está, para contemplar Sua glória.

Nenhum homem jamais verá a glória de Cristo no futuro se ele não tiver alguma visão dela, pela fé, no presente. Devemos estar preparados pela graça para a glória, e pela fé para a visão. Algumas pessoas que não têm fé verdadeira imaginam que verão a glória de Cristo no céu; porém, estão apenas se iludindo. Os apóstolos viram a glória d’Ele: “Vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Essa não era uma glória deste mundo como a dos reis… Apesar de ter criado todas as coisas, Cristo não tinha onde reclinar a cabeça. Não havia glória ou beleza incomum em Sua aparência como homem. A Sua face e Suas formas se tornaram mais desfiguradas do que as de qualquer homem (cf. Is 52.14; 53.2). Não era possível ser vista neste mundo a glória total da Sua natureza divina. Como então os apóstolos viram a glória do Senhor? Foi pela compreensão espiritual da fé.

Quando eles viram como Ele era cheio da graça e de verdade e o que Ele fazia e como falava, eles “O receberam e creram no Seu Nome” (cf. Jo 1.12). Aqueles que não tinham essa fé não viram a glória em Cristo, pois ela está muito além do alcance de nossa presente compreensão humana. Não podemos olhar diretamente para o sol sem ficarmos cegos. Semelhantemente, com nossos olhos naturais não podemos ter nenhuma visão verdadeira da glória de Cristo no céu; ela apenas pode ser conhecida pela fé.
Aqueles que falam ou escrevem sobre a imortalidade da alma, sem ter conhecimento de uma vida de fé, não podem ter convicção daquilo que dizem… O entendimento que vê apenas por intermédio da fé é que nos dará uma ideia verdadeira da glória de Cristo e criará um desejo para um completo desfrute dela.

Entretanto, se quisermos ter uma fé mais ativa e um maior amor para com Cristo, que deem descanso e satisfação às nossas almas, precisamos ter um maior desejo de compreender melhor a Sua glória nesta vida. Isso significará que cada vez mais as coisas deste mundo terão menor atração para nós até que se tornem indesejáveis como algo morto. Não deveríamos procurar por nada nesta vida. Se estivéssemos totalmente convencidos disso estaríamos pensando mais nas coisas celestiais do que normalmente estamos.

Seremos moldados por Deus para o céu. Muitos pensam que já estão suficientemente preparados para a glória, como se eles a pudessem alcançar. Mas não sabem o que isso significa. Não há o menor prazer na música para o surdo, nem nas belas cores para o cego. Da mesma forma, o céu não seria um lugar de prazer para as pessoas que não tivessem sido preparadas para ele nesta vida pelo Espírito. “O apóstolo dá “…graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz…” (Cl 1.12). A vontade de Deus é que devemos conhecer as primícias da glória aqui e a sua plenitude no futuro. Porém, somos feitos capazes de receber o conhecimento dessa glória pela atividade espiritual da fé. O nosso conhecimento atual da glória é nossa preparação para a glória futura.

Uma visão verdadeira da glória de Cristo tem o poder de mudar-nos até que nos tornemos semelhantes a Ele (cf. II Cor 3.18).

Uma meditação constante sobre a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo dará descanso e satisfação às nossas almas. Trará paz às nossas almas que tantas vezes estão cheias de medos e pensamentos perturbadores. “Porque a inclinação da carne é a morte; mas a inclinação do espírito é vida e paz” (cf. Rm 8.6). As coisas desta vida nada são quando comparadas com o grande valor da beleza de Cristo, como o apóstolo Paulo disse: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como esterco para que possa ganhar a Cristo” (Fl 3.8).

O conhecimento da glória de Cristo é a fonte de nossa bem-aventurança eterna. Vendo-O como Ele o é, nos tornaremos semelhantes a Ele (cf. ITs 4.17 - Jo 17.24; I Jo 3.2).

Ao encerrarmos o ano civil louvemos e agradeçamos a Deus por tudo o que nos concedeu ao longo de 2010 e peçamos-Lhe que nos faça contemplar a Sua glória já aqui na terra para que nos céus nos configuremos a ela.

Padre Bantu Mendonça K. Sayla
(blog.cancaonova.com)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

COMO LIDAR COM O DIFERENTE?


Como saber trabalhar com as diferenças dentro de nossos convívios, com aqueles que ainda não comungam com a maneira que vivemos nossa espiritualidade?

De maneira muito simples, Denis Duarte contextualiza a realidade relatada por São Paulo aos Coríntios (cf. I Cor 5,1,13) e nos esclarece o sentido de algumas expressões usadas pelo autor e que poderão nos causar estranheza ao fazermos a mesma leitura.


1 – Leia o texto

1 Ouve-se dizer por toda parte que há entre vós um caso de desregramento, e de um desregramento tal como não se encontra nem sequer entre os pagãos: um de vós vive com a mulher de seu pai. 2 E vós estais inchados de orgulho! E não tomastes de preferência luto, a fim de que o autor desta ação fosse retirado do meio de vós? 3 Quanto a mim, ausente de corpo, mas presente em espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu tal ação: 4 em nome do Senhor Jesus, e com o seu poder, por ocasião de uma assembléia na qual estarei espiritualmente entre vós, 5 seja tal homem entregue a Satanás para a destruição da sua carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor.
6 Não é nobre o vosso motivo de orgulho! Não sabeis que um pouco de fermento faz fermentar toda a massa? 7 Purificai-vos do fermento velho para serdes uma massa nova, visto que sois sem fermento. Pois o Cristo, nossa páscoa, foi imolado. 8 Celebremos, pois a festa, não com fermento velho, nem com fermento de maldade e perversidade, mas com pães sem fermento: na pureza e na verdade.
9 Eu vos escrevi na minha carta que não tivésseis relações com os devassos. 10 Eu não visava de modo geral aos devassos deste mundo, ou aos gananciosos e aos rapaces ou aos idólatras, pois neste caso precisaríeis sair do mundo. 11 Não, eu vos escrevi que não tivésseis relações com um homem que traz o nome de irmão se é devasso, ou rapace ou idólatra ou caluniador ou beberrão ou ladrão, e até que não tomásseis refeição com tal homem. 12 Acaso compete a mim julgar os de fora? Não são os de dentro que tendes de julgar? 13 Os de fora, Deus os julgará. Tirai o mau do vosso meio.

Primeira Epístola aos Coríntios 5,1-13

2 - Mais informações sobre o texto

Mais uma vez São Paulo enfrenta a auto-suficiência da Igreja de Corinto. Pois além das divisões recebe notícias do cometimento da luxúria (5,1). E o apóstolo deixa claro que esse fato é uma vergonha e um perigo, especialmente por três motivos:

1. Tanto a lei judaica quanto os pagãos condenavam tal prática. Haja vista que nem entre os pagãos a quem viva com a mulher de seu pai (5,1b). 2. Problemas com imoralidades pareciam ser algo costumeiro dentro da comunidade, por vezes permitido e até institucionalizado (5,2). 3. Pode prejudicar toda a comunidade e por isso é preciso banir o culpado (5,2b).

São Paulo sugere uma reunião para que se julgue o caso (5,4). E o apóstolo dos gentios, mesmo distante fisicamente, já dá seu voto (5,3). E seu julgamento é que o culpado seja entregue a satanás (5,5). Essa deve ser uma expressão equivalente a excomunhão.


Mas vale chamar a atenção para um fato: que essa excomunhão é uma punição voltada para a correção da pessoa, ou seja, para que o culpado se salve e não se perca. Existe um outro caso de excomunhão em Corinto no qual o sujeito foi readmitido na comunidade após mostrar que mudou (cf. II Cor 2,5-11). Por isso a excomunhão era ato de caridade e salvação.

São Paulo reforça que não faz sentido o orgulho em se abrigar pessoas que vivem nessa situação, pois isso pode prejudicar toda a comunidade (5,6). O apóstolo mostra que já alertou, numa carta anterior, sobre o tipo de relação que os membros da comunidade deveriam ter com as pessoas sem pudor (5,9). E volta a explicar como deve ser essa relação, utilizando-se de uma distinção: os de fora e os de dentro.

O relacionamento com as pessoas imorais e que estão fora da comunidade deve se pautar numa convivência social normal, pois, caso contrário, terão de sair do mundo. Mas a relação com os impuros que estão dentro da comunidade deve ser muito diferente. Pois quanto a esses (e que ainda se dizem irmãos) não se deve ter contato (nem conversar nem comer) porque podem prejudicar toda a comunidade.

Isso é uma medida extrema de proteção da comunidade que vivia num ambiente cercado pela corrupção moral. Era um grupo pequeno se comparado ao tamanho e influências da cidade. Ao mesmo tempo, reflete a identidade que deve ter a comunidade ao viver o ensinamento dos apóstolos (ensinado em todas as Igrejas, como visto no capítulo anterior), ao seguimento de Jesus, testemunho cristão, a correção fraterna.

Resumindo: os de fora Deus os julgará, nosso papel com eles é anunciar o Evangelho para que façam uma opção de vida diferente. Por isso não os posso julgar, mas sim, anunciar-lhes a Boa Nova e acolhê-los. Os de dentro, já tendo recebido o anúncio e sendo catequizados, devem viver de acordo com a opção que fizeram. Daí julgar os de dentro.

3 – Como aplicar o texto na vida

- Faço essa distinção entre “os de dentro” e “os de fora”?
- Convivo com espírito de acolhimento e testemunho com as pessoas “de fora” da minha opção de vida?
- Como lido com as pessoas “de dentro” que semeiam ideias e práticas contrárias às da minha opção de vida cristã?


Fonte: Canção Nova
comundade Bethania

LUZ PARA ILUMINAR AS NAÇÕES.



Jesus estava destinado a ser "luz para iluminar todos os povos".
Lucas (Lc 2, 22-35)

"22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor". 24Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na lei do Senhor.

25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel". 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele.

34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: "Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma". Palavra da Salvação!

Palavras proféticas

A cerimônia de apresentação do menino Jesus no templo e o cumprimento dos preceitos religiosos, referentes aos primogênitos, trouxe surpresas para a família de Nazaré. As palavras do velho Simeão, nome que significa "Deus ouviu", tinham sabor profético e serviram para que Maria e José desde logo tomassem consciência da real identidade e missão de seu filho Jesus.

Como o profeta do passado, Jesus estava destinado a ser "luz para iluminar todos os povos". Seu testemunho de vida e sua pregação haveriam de dissipar as trevas do erro e oferecer um acesso seguro para o Pai.

Ninguém mais precisaria vagar em busca de Deus, correndo o risco de cair nas armadilhas da idolatria e das falsas religiosidades.

Entretanto, o menino Jesus haveria de ser um "sinal de contradição e causa de queda e de elevação de muitos em Israel". Pondo às claras as maquinações perversas dos inimigos de Deus, provocaria reações violentas por parte das forças do anti-Reino.

Ao "desvendar os pensamentos de muitos corações" não permitiria que o mal assumisse aparência de bem, a injustiça se acobertasse com a capa da justiça, nem que a mentira passasse por verdade.

Sendo assim, ao mesmo tempo em que seria motivo de crescimento e descoberta do verdadeiro rosto de Deus para uns, levaria outros a se revelarem muito mais malignos do que à primeira vista pareciam.

Nisto consistiria o "sinal de contradição".

Felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.
(Tomas Hardy)
Fonte:pemiliocarlos.blogspot.com

PODEMOS FAZÊ-LO NASCER ENTRE NÓS.


A chave esta em nossas mãos para abrir o nosso coração!

A palavra de Deus não é tanto uma mensagem cultural quanto uma proposta vital.

Estamos ainda em clima de Natal e em tempo de falar do dono da festa: Jesus.

Podemos fazê-lo nascer entre nós através do amor recíproco.

Se quisermos realizar a vontade de Jesus, que ele mais gosta é justamente esta. Ele falou que este era o seu mandamento, que nos amássemos uns aos outros.

Não de uma forma piegas, mas concretamente, com atos e fatos.

A medida desse amor deve ser a sua, isto é, de estarmos prontos a dar a vida.

Talvez fisicamente nunca acontecerá, mas na doação podemos fazê-lo a todo instante e em qualquer lugar.

Se nos amamos ele está entre nós.

Andar na luz: (I Carta de São João - 1 Jo 1, 5-2,2)

Para os cristãos é que há uma esfera de vida e justiça que pode ser chamada “luz”. É a esfera de Deus, pois “Deus é luz” (v.5).

Mas há também outra esfera, que é a das trevas, da inverdade, e há os que andam nela. Para estar em comunhão com Deus (v.6) e uns com os outros (v.7), precisamos andar na luz, purificados do pecado pelo sangue do Filho de Deus (v.7).

Essa purificação exige de nós um reconhecimento pessoal de nosso pecado, que será respondido pela purificação que vem de Deus, fingir que nunca pecamos é, em si, uma mentira que continuaria a nos ligar à esfera das trevas (vv. 8-10).

Essa confissão de pecado não é, de modo algum, sinal de que o pecado não faz diferença na vida cristã. O propósito de nosso autor ao escrever é afastar os cristão do pecado (2,1).

Contudo, embora ele viva a luz, ela não o cega; ele vê que os cristão podem pecar e, às vezes, ainda pecam. Cristo, entretanto, continua eficiente, como intercessor (Paráclito) e vitima de expiação pelo pecado, não só por nós , mas pelo mundo inteiro (2, 1-2).

Quem ama o seu irmão permanece na luz (I Carta de São João -1 Jo 2, 3-11))

O verdadeiro conhecimento de Deus está na prática de seus mandamentos, no esforço generoso em proceder como Jesus, perfeito modelo de todo cristão.

Quem diz conhecê-lo, mas não observa sua lei, mente, tem um conhecimento errado de Deus.

A palavra de Deus não é tanto uma mensagem cultural quanto uma proposta vital.

O conhecimento de um dever que não se torna esforço coerente de vida nos torna culpados.

O mandamento por excelência, resumo de todos os demais, é o amor.

Preceito antigo e sempre novo que devemos “redescobrir” todo dia, para viver na luz, lutando contra as trevas do “desamor”, que impede ver no irmão um filho de Deus, o próprio rosto de Cristo, “luz do mundo” (Jo 8, 12).

Amar quer dizer dar-se, esquecer-se de si, buscar o bem dos outros com o sacrifício do nosso tempo, de nossos interesses, gostos, da própria vida, como Jesus, que morreu pela salvação de todos.

“Quem diz permanecer em Cristo, deve comportar-se como ele se comportou” (v.6)

com minha benção
Pe. Emílio Carlos+
pemiliocarlo.blogspot.com

JOÃO, FILHO DA VIRGEM - I I I


João acreditava amar o seu Mestre, e assim, pressentia o que um olhar contemplativo, o que uma alma infinitamente pura e dedicada, o que um sacrifício totalmente unido ao de Jesus Cristo poderiam produzir no domínio do conhecimento e do amor.João descobria que Maria, mais do que o Precursor, levava em si toda a tradição e todas as esperanças de Israel.Ela representava a ponta do nó misterioso que ligava a Antiga à Nova Aliança.Ela era a Escritura viva, escrita, não com palavras, mas com as letras da carne e do sangue.Ela era a fé que jamais se extingue, jamais enfraquece, a esperança indefectível, indestrutível, o amor que se torna um, uno, com o Amor.Era ela a esposa do Espírito, era a sua oração, a sua inspiração viva, aqui neste mundo.

P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.O
Evangelho de João e seu testemunho espiritual
Desclée de Brouwer


Fonte:pemiliocarlos.blogspot.com

LITURGIA DIÁRIA - A PROFETISA ANA.


Primeira Leitura: 1º João 2, 12-17

OITAVA DO NATAL
(branco,glória, pref. do Natal - ofício do dia)

Leitura da primeira carta de São João - 12Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo seu nome. 13Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. 14Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno. 15Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. 16Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. 17O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(95)

REFRÃO: O céu se rejubile e exulte a terra!

1. Ó família das nações, dai ao Senhor, ó nações, dai ao Senhor poder e glória, / dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!-R.

2. Oferecei um sacrifício nos seus átrios, adorai-o no esplendor da santidade,/ terra inteira, estremecei diante dele!-R.

3. Publicai entre as nações:"Reina o Senhor!" Ele firmou o universo inabalável, / e os povos ele julga com justiça.-R.

Evangelho: Lucas 2, 36-40

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 36Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. 37Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. 38Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. 39Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré. 40O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele. - Palavra da salvação.


Fonte:catolicanet.com



HOMILIA



A profetisa Ana não abandonava o Senhor. Essa é uma das grandes características de todos aqueles a quem Deus se manifestou ou se deixou revelar. E nós, ao raiar de um novo ano, como anda nossa fidelidade ao Senhor? Que propósitos fizemos em cima das missões que Deus nos confiou?
Ana não abandonava o Senhor mesmo após tanto tempo de viuvez. Eu imagino a dificuldade em ser mulher em um período repleto de tradições centradas nos homens. Ser viúva, mais que um estado civil era imaginá-la sem ter alguém que cuidasse se sua saúde, de sua vida, do mínimo necessário para poder sobreviver. Ser viúva era contar com a doação das pessoas caso não tivesse patrimônios, riquezas.
Ana se apega a Deus. E quem melhor ela poderia se apegar? Ela não pula do barco! Existe muita gente e talvez você seja um deles, que nesse ano, por um instante pensaram em desistir. Cansaram talvez dos dedos apontados, das críticas infundadas, das perseguições… Não encontram mais forças ou razões para levantar a cabeça e com ela a sua auto-estima. Mas é preciso voltar a acreditar no Senhor e esperar a visita de Jesus a nossa aflição. Nossa perseverança normalmente dura até a primeira sede de Deus. Como posso me afastar do poço nesse mundo tão deserto? Ninguém é tolo de enfrentar o deserto sem levar consigo um cantil ou reservatório de água. Como, portanto suportar as dificuldades da vida sem levar Deus conosco?
Ele precisa estar no nosso trabalho, na escola, em casa. Esses locais precisam aos poucos se tornar oásis e não desertos. O que faz um local de adversidades se tornarem pouco a pouco um lugar melhor é a água que carrego no cantil. É a fé persistente de Ana; é bater contra a rocha e ver brotar água aos olhos dos mais descrentes; é ver esperança no filho drogado; é depositar nas mãos de Deus o futuro incerto; é ver a reconstrução e a vida quando a chuva derruba a casa; é ver a luta de quem insiste em levantar mesmo que a vida não lhe ofereça condições; é ver Jesus andando sobre as águas e acalmando o mar agitado da sua vida. Num desiste de você mesmo nem dos que você ama. Saiba que com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado.
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração como fez a profetisa Ana, afim de que possa um dia contemplar a vossa face lá no Céu


Pe Bantu

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

UM ENCONTRO COM JESUS.


Quem não gostaria de ter um encontro com Jesus em pessoa?


Historicamente isso não é mais possível.

Porém, podemos encontrá-lo sim. Ele mesmo o prometeu e Jesus não fez promessas em vão.

Vamos lá.

Primeiramente podemos encontrá-lo em nós mesmos, no mais profundo do nosso ser, em nossa consciência, no Bem latente que desde sempre esteve em nós e não por nosso mérito.

Podemos encontrá-lo classicamente em cada próximo que encontrarmosnesse dia.

Se vivemos a Palavra, em cada uma delas está a sua presença que nunca passará.

Nas pessoas que aceitam o chamado de serem seus ministros.

Temos a sua presença na Eucaristia.

Podemos encontrá-lo na dor identificando-nos com ele no momento em que mais amou.

Onde podemos sempre encontrá-lo é na sua vontade a cada instante do dia.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

pemiliocarlos.blogspot.com

Ó IMACULADA.


Pois só tu és digna, ó Imaculada

Deste à luz, formada pela tua carne, a Palavra (Logus) - antes, incorporal -, agora, gerada por Deus, Príncipe da divindade; pois só tu és digna, ó Imaculada, pela radiante emanação da tua pureza, a beleza da tua virgindade e os teus carismas imaculados.

Liturgia Bizantina, 12 de fevereiro, Teotokion da 1ª Ode
Trechos de: Textos Litúrgicos da edição oficial, citados em Joseph LEDIT,
Maria na Liturgia Bizantina. Ed. Beauchesne, Paris, 1976, pp. 31-46
Fonte;pemiliocarlos.blogspot.com

LITURGIA DIÁRIA - APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO.




Primeira Leitura: 1º João 2, 3-11


OITAVA DO NATAL
(branco, glória, pref. do Natal - ofício do dia)

Leitura da carta de São João - Caríssimos, 3Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. 4Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. 5Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: 6aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu. 7Caríssimos, não vos escrevo nenhum mandamento novo, mas sim o mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que acabais de ouvir. 8Todavia, eu vos escrevo agora um mandamento novo - verdadeiramente novo, nele como em vós, porque as trevas passam e já resplandece a verdadeira luz. 9Aquele que diz estar na luz, e odeia seu irmão, jaz ainda nas trevas. 10Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar. 11Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, sem saber para onde dirige os passos; as trevas cegaram seus olhos. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(95)


REFRÃO: O céu rejubile e exulte a terra!

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!/ Cantai e bendizei seu santo nome!-R.

2. Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações/ e, entre os povos do universo, seus prodígios!-R.

3. Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus: diante dele vão a glória e a majestade, / e o seu templo, que beleza e esplendor!-R.

Evangelho: Lucas 2, 22-35

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 22Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, 23conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2); 24e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 25Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 28tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 29Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 30Porque os meus olhos viram a vossa salvação 31que preparastes diante de todos os povos, 32como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel. 33Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 35a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma. - Palavra da salvação.

Fonte:catolicanet


HOMILIA

Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2, 22).

Conforme a Lei, sobre a mulher gestante incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do nascimento (Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três dias depois da circuncisão.

No Templo de Jerusalém, por ocasião da purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o menino Jesus, que será sinal de contradição. Uma das características marcantes de Jesus em seu ministério foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-o à morte de cruz, momento culminante em que uma espada traspassa a alma de sua mãe.

A Igreja, hoje, revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino” que como a primeira e a segunda leitura acabaram de nos recordar, é o juiz escatológico prometido pelos profetas (cf. Ml 3, 1-3), o “Sumo Sacerdote misericordioso e fiel”, que veio para “expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17).

O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história!

Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua Encarnação e a sua Páscoa, tornou-se o primogênito da humanidade redimida.

Desta maneira, no Evangelho de hoje prolonga-se o tema de Cristo luz, que caracteriza as solenidades do Natal e da Epifania.

“Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos seus braços. Ele preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a sua missão como um “sinal de contradição” (Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também Ela participará pessoalmente na paixão do seu Filho divino (cf. Lc 2, 35).

Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor do Reino.

O ícone de Maria que contemplamos enquanto oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta, também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2, 35). A mesma dor, o mesmo amor.

Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo testemunho dos Santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos conselhos evangélicos.

Cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, recorda a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois, que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua amorosamente presente no meio de nós.

Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do teu agrado. Amém!


Pe Bantu


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A IMITAÇÃO DE CRISTO - I


Segue-me", nu, segue o nu, despojado, segue o despojado.

1. Naquele tempo: Disse Jesus a Pedro: "Segue-me" (Jo 21, 19) etc.
Neste evangelho, duas coisas serão explicadas: a imitação de Cristo, e o amor deste para com o seu fiel.

I. DA IMITAÇÃO DE CRISTO

Imitação de Cristo, como está escrito: "Segue-me". Isso disse a Pedro; isso diz também a todo cristão: "Segue-me", nu, segue o nu, despojado, segue o despojado.
Por isso diz Jeremias III: "Chamar-me-ás Pai, e não cessarás de seguir após mim" (Jer 3, 19).

"Segue-me", portanto, larga a bagagem, porque, carregado, não consegues seguir a mim, que vou correndo. "Corri para a sede" (Ps 61, 5), isto é, para a salvação do homem, diz ele.

Para onde correu? Para a cruz. Corre também tu após ele, e como ele carregou a sua cruz por ti, toma também tu a tua por ti mesmo. Por isso Lucas IX: "Se alguém quiser seguir-me, abnegue-se a si mesmo", na renúncia à própria vontade, "e tome a sua cruz", na mortificação da carne, "todo dia", isto é, continuamente, "e assim me siga" (Lc 9, 32).

"Segue-me", portanto, "assim". E, se quiser vir a mim e encontrar-me, "segue", que em latim, "sequere", vem de "seorsum quaere", isto é, busca separadamente.

Por isso falou aos discípulos em Marcos VI: "Vinte à parte, a este lugar deserto, e descansai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham nem tempo para comer" (Mc 6, 31).

Ai! Quantos afetos e barulhos de pensamentos carnais vão e vem pelo nosso coração, de modo que nem temos tempo para comer o alimento da doçura eterna, e de sentir o sabor da contemplação interior.

E, assim, diz o piedoso mestre: "Vinde à parte" da turba tumultuosa, "para este lugar deserto", isto é, para a solidão da mente e do corpo, "e descansai um pouco". Deveras "um pouco" porque, como diz o Apocalipse VIII: "Fez-se silêncio no céu, por cerca de meia hora" (Apoc 8, 1). "Quem me dará penas como a pomba" (Ps 54, 7) etc.

Por isso Oseias II diz: "Eis que eu o aleitarei, e conduzi-lo-ei para a solidão, e falarei ao seu coração" (Os 2, 14).

Note-se que, nessas três palavras, apontam-se os três estados: incipientes, proficientes e perfeitos.

O incipiente aleita-se, quando a graça o ilumina, para que cresça e aproveite de virtude em virtude; e então se o conduz, do barulho dos vícios, do tumulto dos pensamentos, para a solidão, isto é, para a quietude da alma; e aí, já perfeito, fala-se-lhe ao coração; isso se dá quando sente a doçura da inspiração divina, e suspende-se totalmente na alegria da alma. Ó quão grande é, então, a devoção, admiração e exultação no seu coração! A grandeza da devoção o eleva sobre si mesmo, a grandeza da admiração o conduz para cima de si mesmo, a grandeza da exultação o torna alheio a si mesmo. "Segue-me", pois.
Fala como uma mãe piedosa, que, quando ensina a criança a andar, mostra-lhe um pão ou uma maçã, dizendo: Vinde atrás de mim, e dar-te-ei isso. E, quando ela se aproxima, e quase o toma, a mãe afasta-se um pouco, e mostra a coisa, dizendo: Segue-me, se queres recebê-la. Algumas aves também tiram os seus filhotes dos ninhos, e ensinam-lhes o seu voo, e a seguir-lhes (cf. Deut 32, 11).

Assim Cristo, para que o sigamos, mostra-se como exemplo, e promete um prêmio no reino.


"Segue-me", pois, porque eu conheço um bom caminho, pelo qual te conduzirei.

Desse se fala nos Provérbios IV: "Mostrar-te-ei o caminho da sabedoria; conduzir-te-ei pelas veredas da equidade: quando entrares por elas, os teus passos não se estreitarão, e, correndo, não acharás tropeço" (Prov 4, 11-12).

O caminho da sabedoria é o caminho da humildade; todo o mais é caminho da estupidez, posto que de soberba. Isso explicou-nos dizendo: "Aprendei de mim" (Mt 11, 29) etc. A vereda tem a largura de dois pés, de modo que não se pode passá-la a dois; é chamada, em latim, "semita", que vem de "semi iter", ou seja, meio caminho. As veredas da equidade são a pobreza e a obediência, pelas quais Cristo conduz o pobre e obediente com o seu exemplo. Nelas não há tortuosidade, mas tudo é equidade e retidão.

Mas, vede que coisa admirável: sendo elas estreitas, diz-se que os passos, nelas, não se estreitam. A estrada do mundo é larga e espaçosa, cuja largura os mundanos, como bêbados, conseguem medir, porque para o bêbado toda largura é estreita. Porque a malícia tem angústia, ao passo que a pobreza e a obediência, naquilo mesmo que tiram, aí dão liberdade, porque a pobreza torna o homem rico, e a obediência, livre.

Quem corre atrás de Jesus por essas veredas não tem o tropeço das riquezas ou da própria vontade.

"Segue-me", pois, e mostrar-te-ei "o que olho nenhum viu, nem ouvido ouviu, nem ninguém imaginou no seu coração" (1Cor 2, 9). "Segue-me, e dar-te-ei", como diz Isaías XLV, "os tesouros escondidos, e os mistérios dos segredos" (Is 45, 3); e no mesmo livro, LX: "Então verás e afluirás, e o teu coração admirar-se-á e dilatar-se-á" (Is 60, 5).

Verás Deus face-a-face como ele é (cf. 1Cor 13, 12; 1Jo 3, 2); afluirás às delícias e riquezas da dupla estola da alma e do corpo; o teu coração admirará as ordens angélicas, as mansões dos bem-aventurados, e assim se dilatará de alegria, em voz de exultação e confissão. "Segue-me", pois.

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SERMÃO DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Traduzido por

http://www.santantonio.org/portale/sermones/indice.asp?ln=LT&s=0&c=0&p=0


com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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O VALOR DO TEMPO.


Qual é a coisa mais valiosa do mundo?

O Tempo, pois tudo é adquirido no tempo e todos os negócios do homem são conduzidos pelo tempo.Você poderia ter alimentos, roupas, casas fabulosas, sabedoria - tudo o que você quiser, mas se você não tem tempo para usufruir dessas coisas, isso significa que você não tem nada.

Qual é a pior coisa do mundo para o homem?

A perda de tempo. Porque por desperdiçar o tempo, não podemos adquirir nada, não podemos ter nada, perdendo tempo, perdemos tudo. E ainda nos perdemos.

Outra pergunta: O que as pessoas dão menos valor na vida?E qual acoisa mais desorganizada e desperdiçada sobre a terra?


Justamente o tempo !
Um grande segmento da população vive como que por acaso, de acordo comum habito aceito, dia após dia, ano após ano, sem nunca se preocuparem com o que fizeram e fazem dos seus dias e anos, ou como viveram suas vidas. Às vezes lamentamos a perda de algumas ninharias existentes, mas não nos arrependemos nem um pouco quando nós estupidamente desperdiçamos os minutos mais preciosos do nosso tempo. É por isso que o Santo Apóstolo Paulo nos adverte contra o desperdício de tempo e oferece disposições legais que regulam sabiamente cada minuto da nossa vida: "Veja, então", diz ele : "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. "(Ef 5,15-16).

Com estas palavras ele quer nos fazer compreender que a felicidade verdadeira é também tempo adquirido, pois como o dinheiro e assim como todas as demais coisas necessárias para esta vida física são adquiridas e organizadas, conseqüentemente, a utilização adequada do tempo é muito similar ao uso do dinheiro em boas mãos.


Um homem sábio não vai perder um único centavo loucamente, ele vai contar exatamente o montante global que ele tem e irá atribuir um propósito especial para cada centavo.


Temos de fazer exatamente a mesma coisa a respeito do nosso tempo, e então organizar este, contando com a fidelidade cada hora e cada minuto, entendendo que tudo deve ser determinado por esta ou aquela finalidade; todos os dias devem ser resgatados com boas obras para nosso benefício e para o benefício de nosso próximo. O Senhor não abona um único minuto de nossas vidas para o ócio, para as ações prejudiciais, ou simplesmente para o não fazer nada.


Bispo Jeremias, o Eremita.
pemiliocarlos.blogspot.com

JOÃO, FILHO DA VIRGEM - II


Senhora e Mãe. É esta a tarefa desempenhada por Maria em suas relações com João e com cada um de nós.

Após o Calvário, a assídua convivência com Maria fizera de João um ser profundamente contemplativo. Vivendo o mistério da Encarnação, assimilando o da Redenção, Maria havia penetrado os segredos da vida contemplativa, e não cessaria, a partir de então, de avançar, de crescer espiritualmente, mas sempre, no silêncio e no recolhimento daquela casa para onde se retirara com São João. Ignoramos todos os diálogos, todos os sentimentos que Maria e João partilhavam; e, aqui, mais do que em qualquer lugar, as suposições são aceitas. Porém, é fato que, vivendo sob o olhar de Maria, João via, iluminado por tal luz, tudo o que o seu próprio amor e o seu conhecimento de Cristo possuíam de artificial, de inacabado e de imperfeito.
P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.
O Evangelho de João e seu testemunho espiritual.
Desclée de Brouwer, 1959.
A "interioridade", cuja porta de entrada é o "recolhimento" ascético, vai adquirindo uma maior profundidade nos estados de contemplação mística, até chegar a certa situação terminal, que, segundo a linguagem dos místicos, é o "centro" ou o fundo da alma.Os místicos dão a entender que neste "fundo" mora de alguma maneira Deus e é onde se verifica a mais íntima comunicação com Deus.
O movimento da experiência de Deus vai levando o homem que ora através de zonas de seu ser cada vez mais profundas.E ao fazê-lo assim o vai revestindo de atitudes cada vez mais profundas e revelando-lhe essas zonas que lhe estavam escondidas.
O homem que inicia o caminho místico se afasta do mundo exterior e descobre nesse "dentro" algumas riquezas interiores que vai aprofundando progressivamente.Iniciar o caminho místico é "entrar dentro de si”.“Voltando, pois, a nosso formoso e agradável castelo, temos de ver como entrar nele... já vistes alguns livros de oração aconselharem a alma a entrar em si mesma... a porta para entrar neste castelo é a oração e reflexão” (1M 1, 5-7:Santa Teresa de Jesus)Senhora e mãe.
É esta a tarefa desempenhada por Maria em suas relações com João e com cada um de nós.Maria encarna a disponibilidade absoluta diante da Palavra de Deus, já que ela é a serva-escrava, a virgem puríssima e silenciosa. Na busca do rosto de Deus e na espera de seus dons, ela é a irmã de puro coração, concentrada na meditação dos mistérios salvíficos.
Ela nos ensina a louvar a Deus em suas misericórdias e a ver a história à luz dos critérios de Deus. Ela é a patrona e a mãe, solícita e atenta para com seus filhos e irmãos, honrada por eles.Ela nos ensina que o silêncio é a porta que gera o Salvador.
A Mãe do Senhor-Dei Genitrix - Mãe de Deus: Ela é totalmente repleta de Deus, aberta aos seus projetos e sonhos e por isso mesmo, sempre disposta a dizer o seu ‘sim’, desde a Anunciação até junto à Cruz; Ela é totalmente humana e aberta às necessidades humanas; Ela é a imagem do ideal da Igreja no meio do mundo; ‘Ela é a grande missionária...’"Maria é Rainha do Céu e da Terra, pela graça, como Jesus é o Rei por natureza e conquista".“Ora, como o reino de Jesus Cristo compreende principalmente o coração ou o interior do homem, conforme a palavra “o reino de Deus está no meio de vós” (Lc. 17,21), o reino da Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem, isto é, em sua alma, e é principalmente nas almas que Ela é mais glorificada, com seu Filho, do que em todas as criaturas visíveis, e podemos chamá-la com os santos a Rainha dos corações”.
A palavra “coração”, nesse caso, significa a alma e, mais propriamente, a mentalidade do homem, isto é, a maneira de ser, pensar e agir que o caracterizam.
Fiat, faça-se sim em mim sua bondade!
com minha benção
Pe.Emílio carlos+
pemiliocarlos.blogspot.com

A GRATIDÃO É UMA DAS FACETAS DA HUMILDADE.


Lc 10,21-24
Eu te louvo, Pai.


Lemos um extrato do capítulo dez do Evangelho segundo São Lucas. O Senhor enviou a setenta e dois discípulos aos lugares onde Ele mesmo iria. E voltaram exultantes. Ouvindo contar suas proezas «Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse, Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra» (Lc 10,21).
A gratidão é uma das facetas da humildade. O arrogante considera que não deve nada a ninguém. Mas para estar agradecido, primeiro, devemos ser capazes de descobrir nossa insignificância.“Obrigado” é uma das primeiras palavras que ensinamos às crianças. «Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: "Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado». (Lc 10,21).
Bento XVI, ao falar sobre a atitude de adoração, afirma que ela pré-supõe um «reconhecimento da presença de Deus, Criador e Senhor do universo. É um reconhecimento pleno em gratidão, que brota desde o mais fundo do coração e abrange todo o ser, porque o homem só pode realizar-se plenamente a si mesmo adorando e amando a Deus acima de todas as coisas».
Uma alma sensível experimenta a necessidade de manifestar seu reconhecimento. É o mínimo que podemos fazer para responder aos favores divinos.«O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se o não tivesses recebido?» (1Cor 4,7).
Lógico que, nos faz falta «agradecer a Deus Pai, através do seu filho, no Espírito Santo; com a grande misericórdia com que nos tem amado, tem sentido compaixão por nós, e quando estávamos mortos por nossos pecados, nos fez reviver com Cristo para que sejamos Nele uma nova criação» (São Leão Magno).
Com minha pobre benção.
Pe. Emílio Carlos+
pemiliocarlos.blogspot.com

E O VERBO SE FEZ CARNE, NÃO SE FEZ LIVRO.


Mas a sua presença real permaneceu sobre a terra de várias maneiras: na Eucaristia, na sua Palavra, em cada irmão, entre nós unidos em seu nome.

Natal não é só o 2010º aniversário do nascimento d’ Ele, mas é a celebração do Emanuel, do Deus conosco. Jesus, o Verbo de Deus, um dia descera entre nós, desempenhara a sua missão de Redentor e depois subiu ao céu, junto do Pai.
Mas a sua presença real permaneceu sobre a terra de várias maneiras: na Eucaristia, na sua Palavra, em cada irmão, entre nós unidos em seu nome, em nossos corações, na hierarquia da Igreja. Uma das presenças reais do Verbo, que é Deus, é, portanto a Palavra de Deus.
Bento XVI na Exortação Apostólica pós – Sinodal recém publicada, “Verbum Domini” afirma: “Na Palavra de Deus proclamada e ouvida e nos Sacramentos, Jesus hoje, aqui e agora, diz a cada um: « Eu sou teu, dou-Me a ti », para que o homem O possa acolher e responder-Lhe dizendo por sua vez: « Eu sou teu ».

Assim a Igreja apresenta-se como o âmbito onde podemos, por graça, experimentar o que diz o Prólogo de João: « A todos os que O receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus » (Jo 1, 12). (n. 50). Chiara Lubich com suas primeiras companheiras faziam três comunhões cotidianas: comunhão com Jesus Eucaristia, com a Palavra de Vida e com os irmãos.

A Missão Continental, fruto da 5ª Conferência latino americana e caribenha de Aparecida, foi um impulso para tornar-nos todos missionários e lançar-nos numa Nova Evangelização. Somos chamados a gerar Cristo no coração dos irmãos.

“Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21). Portanto, existe uma possibilidade admitida por Jesus de sermos de algum modo, sua mãe. Nós podemos gerar Cristo nas almas, como uma mãe gera justamente através a Palavra.“Se alguém com sua palavra faz nascer o amor do Senhor na alma de um próximo, ele como que gera o Senhor, porque o faz nascer no coração de quem ouve a sua palavra, e se torna mãe do Senhor” (São Gregório Magno)

Muitas vezes experimentei esta verdade.

Uma vez veio ter comigo uma senhora que queria separar do marido, por causa das bebedeiras dele. Ouvi com atenção e no final lembrei a ela o compromisso do casamento “Eu te recebo e Prometo ser fiel na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida”. Falei da cruz de Jesus e da nossa. Convidando-a para refletir. A senhora foi embora chorando. Depois de um ano a mesma senhora me procurou para agradecer dizendo: “No ano passado fui embora até revoltada, pois pensei o Bispo não entendeu o que estou sofrendo. Depois fiquei pensando o que eu poderia melhorar. Procurei calar mais e dar mais atenção ao meu marido. Depois de alguns meses meu marido deixou a bebida. Hoje agradeço a Deus porque o meu marido está comigo e os meus filhos têm o pai perto deles.”

Outra vez um homem veio para queixar-se pela maneira pouco transparente em que era administrada a sua paróquia. Ouvi com muita atenção, procurando ver com ele o que poderíamos fazer para ajudar a paróquia. Lembrei das críticas ao apóstolo Pedro, que foram ocasião para fazer nascer os diáconos. De fato quando convidei este irmão para colaborar em vários trabalhos da Diocese, se prontificou com muita generosidade.

Algumas vezes, viajando pela diocese, peço a companhia de um seminarista. A viagem se torna um tempo precioso para rezar e para conversar. Um dia um deles pode partilhar toda a situação difícil de sua família e encontrar a atitude de fé para enfrentar com coragem as dificuldades. Ás vezes Deus permite que passemos dificuldades em família, para ter experiência pessoal e ao longo da vida poder ajudar tantos que passam pelas mesmas dificuldades.

Todo mês temos um dia de retiro do Clero e das religiosas que atuam nas paróquias. Uma vez faltou um dos padres. Percebi que não deveria ficar cobrando, mas amando. No dia seguinte fui de carro até a cidade onde ele morava, para fazer uma visita e saber se estava bem de saúde. Nasceu com aquele padre um novo relacionamento de abertura e confiança.

Nos encontros com os colegas Bispos, ouvi alguns que estavam com dificuldades financeiras para acertar as mensalidades dos seminaristas. Voltando para casa senti que poderia ajudar os colegas com mais dificuldades. Liguei para eles e ofereci um empréstimo da minha Diocese a ser devolvido sem pressa. Percebi a alegria deles, e cresceu a nossa fraternidade.
Participando a um encontro internacional de Bispos na Suíça notei um colega vindo da África que estava passando frio. Foi a ocasião para oferecer o meu agasalho; o colega ficou muito agradecido. Um ano depois, vi aquele colega usando aquele mesmo agasalho.

Na Visita ad Limina em Novembro de 2009 preparando-me para encontrar o Santo Padre pensei o que poderia comunicar para dar-lhe alegria. Falei com ele do compromisso de fazer da Diocese “a Casa e a Escola da comunhão”. Falei da variedade de Congregações religiosas masculinas e femininas, dos Movimentos e Novas Comunidades, das Associações e Irmandades, que trabalham unidas nos projetos pastorais de evangelização. E ele sublinhou: “É muito bom caminhar unidos.” com um sorriso de complacência.

Ainda maior a sua maravilha quando relatei dos vários encontros realizados com Pastores de outras Igrejas: Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Adventistas, Presbiterianos, Batistas, Metodistas. Ele exclamou: “Esta é uma coisa muito interessante, que ouço pela primeira vez”.
O Servo de Deus Card. Van Thuan quando estava na prisão de Phu - Khanh escreveu: “Observa uma única regra: o Evangelho. Esta norma está acima de todas as demais. É a regra que o próprio Jesus deixou para os seus discípulos (cf. Mt 4,19). Não é difícil nem mesmo complicada ou legalista como as outras regras. Ao contrário, é dinâmica e estimulante para o teu espírito. Um santo longe do evangelho é um santo falso”.

Preparando-nos para a festa do Natal queremos pedir a Nossa Senhora, que acolheu Jesus em seu seio e em seu coração, que nos ajude a fazer da Palavra o alimento quotidiano de nossa vida e que como ela possamos dizer a cada momento: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa Palavra”.


Por: Dom Salvador Paruzzo
Fonte:CNBB
comunidade Bethania

O ENSINAMENTO DO APÓSTOLO SÃO JOÃO.


Se existe um assunto característico que mais sobressai nos escritos de João, é o amor. [...]


Certamente João não é o único autor das origens cristãs que fala do amor. Sendo este um elemento essencial do cristianismo, todos os escritores do Novo Testamento falam dele, mesmo se com acentuações diferentes. Se agora nos detemos a refletir sobre este tema em João, é porque ele nos traçou com insistência e de modo incisivo as suas linhas principais.

Portanto, confiemo-nos às suas palavras. Uma coisa é certa: ele não reflete de modo abstrato, filosófico, ou até teológico, sobre o que é o amor. Não, ele não é um teórico. De fato, o verdadeiro amor, por sua natureza, nunca é meramente especulativo, mas faz referência direta, concreta e verificável, a pessoas reais. Pois bem, João, como apóstolo e amigo de Jesus mostra-nos quais são os componentes, ou melhor, as fases do amor cristão, um movimento que é caracterizado por três momentos.
O primeiro refere-se à própria Fonte do amor, que o Apóstolo coloca em Deus, chegando [...] a afirmar que «Deus é amor» (1 Jo 4, 8.16). João é o único autor do Novo Testamento que nos dá uma espécie de definição de Deus. Ele diz, por exemplo, que «Deus é Espírito» (Jo 4, 24) ou que «Deus é luz» (1 Jo 1, 5). Aqui proclama com intuição resplandecente que «Deus é amor». Observe-se bem: não é simplesmente afirmado que «Deus ama», nem sequer que «o amor é Deus»! Por outras palavras: João não se limita a descrever o agir divino, mas procede até às suas raízes. Além disso, não pretende atribuir uma qualidade a um amor genérico e talvez impessoal; não se eleva do amor até Deus, mas dirige-se diretamente a Deus para definir a Sua natureza com a dimensão infinita do amor.
Com isto João deseja dizer que a componente essencial de Deus é o amor e, portanto, que toda a atividade de Deus nasce do amor e está orientada para o amor: tudo o que Deus faz é por amor, mesmo se nem sempre podemos compreender imediatamente que Ele é amor, o verdadeiro amor.


Papa Bento XVI

Audiência geral de 9/8/06 (trad. DC n° 2365, p. 821 © Libreria Editrice Vaticana)


Reflexão: Não pode existir outra compreensão de Deus senão esta. Pena que o mundo não acolha esta natureza de Deus. Se os cristãos, os católicos em particular, tomassem esta visão de Deus e a pusessem em prática, logo no interior da Igreja, o mundo, o nosso mundo seria outro. Seria o mundo onde a todos não faltaria nada para viverem condignamente.



com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

pemiliocarlos.blogspot.com

LITURGIA DIÁRIA - A FUGA PARA O EGITO.


Primeira Leitura: 1º João 1, 5-10; 2, 1-2

SANTOS INOCENTES MÁRTIRES

(vermelho, glória, pref. do Natal - ofício da festa)

Leitura da primeira carta de São João - 5A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. 6Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. 7Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. 9Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade. 10Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós. 1Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. 2Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(123)

REFRÃO: Nossa alma, como um pássaro, escapou / do laço que lhe armara o caçador.
1. Se o Senhor não estivesse ao nosso lado / quando os homens investiram contra nós, / com certeza nos teriam devorado / no furor de sua ira contra nós.-R.
2. Então as águas nos teriam submergido, / a correnteza nos teria arrastado / e, então, por sobre nós teriam passado / essas águas sempre mais impetuosas.-R.
3. O laço arrebentou-se de repente,/e assim nós conseguimos libertar-nos./ O nosso auxílio está no nome do Senhor, / do senhor que fez o céu e fez a terra!-R.

Evangelho: Mateus 2, 13-18

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 13Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. 14José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1). 16Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. 17Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)! - Palavra da salvação.

Fonte:catolicanet

HOMILIA


Esta narrativa de Mateus expressa um êxodo às avessas. O Egito não é mais o lugar da opressão, mas o lugar da proteção. O opressor não é mais o faraó, mas o rei idumeu-judeu que reina sobre a Judeia e toda a Palestina. Mateus nos mostra que um homem, acreditando nos sonhos, salvou Deus. Assim ele fala: Após o regresso dos magos, eis que o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, toma o Menino e a Mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar. Foi um sonho. E para que soubéssemos disso, a única fonte foi o próprio José.

Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.

Interessante: por volta do ano 1250 a.C., os judeus saíram do Egito perseguidos pelo Faraó, que queria eliminá-los. Agora, aquela estrutura do governo egípcio torna-se proteção ao Menino-Deus.
É impressionante como a salvação corre em fios tênues. Deus deixou que José guiasse Maria e Jesus pelo deserto, até o Egito. E lá permaneceram por mais de quatro anos, até a morte de Herodes, quando então puderam voltar.

Esse capítulo se apóia na credibilidade de sonhos. Quantas vezes temos sonhos, sinais e não acreditamos neles ou não lhes damos a devida atenção. A psicologia e a parapsicologia modernas nos ensinaram a desvanecer do nosso espírito esses avisos de Deus. A Bíblia está repleta dessas manifestações. Os sonhos bíblicos geralmente levaram à restauração de alguma coisa.

Esses sonhos tornaram-se, com o tempo, menos frequentes, porque o homem está cada vez mais materialista, com a “vida voltada unicamente para os gozos e bens materiais”, passando então a sonhar com o que professa: matéria, matéria, matéria… A espiritualidade cedeu lugar à materialidade. Já não acreditamos que Deus se comunica conosco também através de sonhos e sinais. Mas são modos sutis de nos falar. Isto ficou bem claro ao colocar nas mãos de José, através do sonho, o poder de salvar o Menino-Deus da fúria assassina de outro homem. Deus poderia ter-lhe enviado um anjo, como fez a Maria; mas não, José teve de acreditar através do sonho. E da mesma forma aconteceu aos três magos: cumpriram a vontade de Deus através do sinal (a estrela) e do sonho (sobre Herodes).

José salvou por duas vezes o Deus feito homem, por acreditar na comunicação de Deus através do sonho. Na primeira, da difamação humana, ao acreditar no sonho revelador da maternidade divina de Maria, que concebera por obra do Espírito Santo. Na segunda, salvou-o da fúria de Herodes. Isto sem falar de sua fixação em Nazaré, ao retornar do Egito para Israel, por receio de Arquelau, sucessor de Herodes, “tendo recebido um aviso em sonho”.

Depois Deus levou José, para que o Verbo encarnado executasse o plano de salvação que conhecemos. José deixa na terra Jesus e vai para o Céu. A espiritualidade deste Evangelho se resume em nos fazer acreditar nas revelações divinas, mesmo quando feitas através de sonhos e sinais.

Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
Pe Bantu
comunidade cançao nova