sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PARA ENTRAR NO REINO DOS CÉUS.

Jesus coloca a humildade como porta para o Reino de Deus

Quando Jesus começou a pregar Ele falou muito do Reino de Deus. “Não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir” (Mt 6,25). “Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33).
Muitas vezes, pensamos: “Será que vale a pena trabalhar por esse Reino de Deus? Ser chamado de beato, carola?” Jesus diz: vale, eu vou lhe dar 100 vezes mais nesta vida e no futuro a vida eterna (cf. Mc 10). Quando você entrega o seu coração Deus faz. Viva conforme a vontade de Deus Pai. Buscar o Reino de Deus não é você deixar sua casa e sair pregando o Evangelho, viver o Reino de Deus é viver como Cristo ensinou.
Jesus coloca como porta para o Reino de Deus a humildade. Ele explica isso nos dizendo que temos de ser como crianças, pois é delas o Reino dos Céus, pois elas são humildes, não se acham melhores que os outros. A criança chega a um ambiente em que não conhece ninguém, não importa se é pobre ou rico, preto ou branco, ela começa a brincar com todo o mundo. A criança não se preocupa se amanhã vai haver almoço, ela se preocupa com o hoje. Não é como nós que nos preocupamos com o amanhã. As crianças nos ensinam muito, a sua pureza, elas não têm o fogo sexual, elas são puras, castas. A criança tem seus defeitos pelo pecado original, ela morde a outra quando esta pega seu brinquedo por exemplo, mas sempre tem muito a nos ensinar.
Nós somos orgulhosos e precisamos pedir muito a Jesus, com a intercessão da Virgem Maria e de São José, a graça da humildade. Lúcifer se perdeu por causa do seu orgulho, ele viu como era belo e quis ser como Deus. Então ele voltou ao seu nada, pois ele rompeu com a fonte que lhe dava toda a beleza. O demônio não tentou Eva pela sexualidade, ele a tentou pela soberba, dizendo-lhe que, quando comesse da fruta, ela se tornaria como Deus, e Eva comeu e contou a Adão e este também a comeu. E o pecado entrou na humanidade por meio da soberba, por isso Jesus e Maria venceram o pecado pela humildade.
A Santíssima Virgem Maria disse em seu Magnificat: “Ele olhou para a humildade de sua serva”, Deus a escolheu, pois ela era a mais humilde das mulheres. Por que Jesus chegou à cruz? Ele, sendo Deus, não se orgulhou de ser Deus, mas se rebaixou ao se fazer homem. Deus se fazer homem é uma coisa humilhante, pois Ele se limita; assim como não aceitaríamos se nos propusessem que nos tornássemos uma formiga. Jesus aceitou a se sujeitar ao tempo, à fome. Aceitou ser escravo e a morte, morte de cruz por obediência. Cristo sofreu tudo isso porque Ele precisava quebrar a soberba de Adão.
Não podemos ser soberbos, pois a nossa vitória não está nela; está na nossa fraqueza, pois é a na nossa fraqueza que podemos sentir o poder de Deus. Jesus nasceu numa gruta fria, pois não teve berço para nascer, Ele não tinha onde reclinar a cabeça, não teve nada d’Ele, tudo o que usou foi emprestado, quando entrou em Jerusalém pediu até mesmo um jumento emprestado. A única coisa que não foi emprestada e que, de fato, era d’Ele, era a cruz, pois Ele sabia que com ela Ele nos libertaria do pecado e nos tiraria de toda soberba.
E no versículo 24, no capítulo 7, de Mateus está escrito: “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha”. Aquele que ouviu ao sermão da montanha é semelhante ao homem que construiu a sua casa na rocha. E Jesus termina com uma frase muito triste: “Vai ser grande sua ruína”, pois existe muita gente com a vida arruinada, pois não acreditou em Deus, não construiu sua casa na rocha e pôs sua confiança em falsas doutrinas.
“Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça” (Mt, 6, 33). Viva de acordo com o Evangelho, não tenha medo de pautar sua vida em cima do ensinamento do sermão da montanha (cf. Mt 5,6 e 7).


Prof. Felipe Aquino

EUA:CONGREGAÇÃO PROTESTANTE PENTECOSTAL SE CONVERTE AO CATOLICISMO.

Fonte: Revista Pergunte e Responderemos
Em Detroit (U.S.A.)
O relato subseqüente narra as etapas da conversão do pastor Alex Jones e de sua comunidade ao Catolicismo. A autora do relato é a sra. Diana Morey Hanson, cujo texto foi traduzido por José Fernandes Vidal e enviado a PR via internet.
Segue-se o texto, ao qual será acrescentado breve comentário.
INTRODUÇÃO
Quando o rev. Alex Jones prega, sua voz cheia de profunda sensibilidade ressoa fora do ambiente da cúpula branca da Igreja Cristã Maranatha, na avenida Oakman, no oeste de Detroit. Entretanto, assim não acontecerá mais por muito tempo: o espaçoso e formalmente ornado templo foi vendido. Isto porque a Congregação, predominantemente afro-americana, se reduziu de 200 para 80 nos últimos dois anos, pois o pastor Jones, 58 anos, trocou o culto Pentecostal por uma réplica da Missa Católica.
E no domingo, 4 de junho, celebrando a Unidade Cristã e a Ascensão do Senhor, a Congregação decidiu, por 39 votos a favor e 19 contra, os próximos passos necessários para se tornar católica. Sua história é uma jornada de fé que está cheia de surpresas, angústias, dúvidas, amor e alegria.
“ESTÁ MALUCO”?
“Eu pensava que algum espírito se apoderara dele”, diz Linda Stewart sobre seu tio Alex, pastor da Igreja Maranatha (que em aramaico significa “o Senhor vem”). “Pensava que nessa procura pela verdade ele se extraviara e perdera a cabeça”. A razão para a preocupação de Linda Stewart era que seu tio, tido como um pai por ela desde o falecimento de seu verdadeiro pai havia alguns anos, trocara o estudo da Bíblia, realizado às quartas-feiras, pelo estudo dos primitivos Padres da Igreja. E gradualmente foi trocando o culto dominical por um definitivo retorno à Missa Católica: ajoelhar-se, Sinal da Cruz, Credo de Nicéia, celebração Eucarística - todos os nove passos. “Tínhamos aprendido que a Igreja Católica era a grande prostituta”, explicou Linda. “Tínhamos aprendido que o Papa era o anticristo… Maria? Maria? De modo algum! Éramos felizes e seguíamos em frente, seguíamos exatamente a Jesus e, então, lá ele veio e nos torceu com umachave-inglesa. Eu estava triste -disse Stewart - e pensava: ‘está maluco se julga que iremos cair nessa!’”.
O princípio de tudo isso ocorrera há alguns anos, quando Jones assistira a um debate entre o anti-católico David Hunt e o apologista Karl Keating no show de rádio “Catholic Answers” (= “Respostas Católicas”).
Keating fizera uma pergunta profunda: “Em quem você acredita no caso de um acidente: naquele que ali estava como testemunha ocular ou naquele que apareceu após se passar anos?” Para aprender sobre a Primitiva Igreja Cristã, Keating acentuou que era necessário ler os Padres da Igreja Primitiva, que estavam lá desde o começo.
“Isso fazia sentido, mas eu ainda não estava maduro para mudar”, diz o rev. Jones. “Guardei isso no meu coração e ponderei; mas nada me fez sentido até que li os Padres e constatei uma Cristandade que não tínhamos na nossa Igreja”.
A MUDANÇA
O Rev. Jones estava começando… “Percebi que o centro do culto não era a pregação nem as celebrações dos dons do Espírito, mas a Eucaristia como o Corpo e Sangue de Cristo presente” - diz.
No começo do verão de 1998 o pastor Jones, com seu estudo da Bíblia nas quartas-feiras, decidiu reativar o culto da Igreja Primitiva. Um mês mais tarde, Jones passou a realizar uma celebração eucarística todos os domingos. “Minha Congregação considerou isso ridículo” - ele recorda. “Eles julgavam que uma vez por mês era o suficiente. Reconheci que o povo queria soltar sua voz repleta de tristeza” - diz.
Somadas aos usos teológicos, havia diferenças raciais, culturas e sociais, impedindo que concordassem. “A única instituição negra afroamericana própria é a igreja” - diz Jones. “Quando você abre mão dela e vai para uma instituição própria branca, que é insensível às necessidades dos negros americanos, não fica fácil”.
O livro “Cruzando o Tibet”, de Steve Ray, professor de Bíblia em Milão, proporcionou a Jones ensinamentos das Escrituras sobre o Batismo e a Eucaristia. Jones reportou-se a Ray quando procurou o Seminário do Sagrado Coração e falou com Bil Riordan, anteriormente professor de teologia ali. Começou a se encontrar com Ray de forma regular e a dialogar quase diariamente por telefone ou e-mail. O estudo da Bíblia às quartas-feiras de Jones se tornou um estudo sobre os primitivos Padres da Igreja, sobre o Catecismo Católico, Maria, os santos, o purgatorio, a teologia sacramental e o desenvolvimento da doutrina.
“Comecei a deixar de lado a Sola Scriptura (= somente a Bíblia), o coração e a alma da fé protestante” - diz Jones.
O POVO COMEÇOU A SAIR
Até a sobrinha de Jones pensou assim. “Cada Domingo ia para casa e dizia: ‘Este é o meu último Domingo. Vou sair e não voltar mais lá’”. Mas, diz Stewart, como confiava que seu tio era um homem de Deus, acabava retornando e gradualmente as coisas começaram a fazer sentido. No processo de trocar o serviço de culto da Maranatha, o rev. Jones pensou: “Por que eu deveria recriar a roda?” Havia já uma igreja que fazia isso: a Igreja Católica!
“Comecei por perceber que a igreja da sala superior era a Igreja Católica” - diz Jones. “Todas as demais tiveram uma data de começo e fundador posteriores. Eu encontrara a Igreja de Jesus Cristo e estava querendo perder tudo o mais”. Assim, foi ele testado…
PERTURBAÇÃO NO FRONT DOMÉSTICO
“Primeiro pensava que ele fora atraído pelo excitamento de fazer liturgia como os Primitivos Padres da Igreja” - diz Donna Jones, esposa de Alex, de 33 anos. “Isto parecia coisa temporária. Então, ele começou a trocar as coisas drasticamente e eu comecei a realmente ficar admirada do que estava levando adiante. Fiquei perturbada porque sentia que ele estava indo para o caminho errado”.
Muitas vezes, afirma o pastor Jones, sua esposa e seus três filhos adultos, José, Benjamim e Marcos, eram completamente hostis às mudanças. Mas isso não era surpresa.
“Ele havia pregado que a Igreja Católica era cheia de adoração a ídolos” - diz Donna. “Assim, quando começou a abraçá-la, eu disse: ‘Há alguma coisa errada aqui’. Ele me prensou na parede*.
Alex e Donna começaram a discutir e a debater os usos, muitas vezes nas primeiras horas da manhã.
“Eu comecei a estudar a Igreja Católica porque precisava refutar o que ele estava pregando” - explicou Donna. “Precisava de munição. Mas, logo que eu comecei a ler sobre os Padres da Igreja, uma mudança começou a ter lugar no meu coração”. No verão de 1998, Dennis Walters, diretor do RCIA (o Rito de Iniciação Cristã para Adultos) da paróquia de Cristo, em Ann Arbor, se encontrou com os Jones na casa de Steve Ray.
“Decidi, antes de deixá-los afundar ou nadar por si mesmos” - diz Walters - “que ofereceria minha ajuda a eles”. Walters forneceu-lhes, aos mais velhos e aos diáconos, Catecismos Católicos, e respondia a suas muitas perguntas sobre a doutrina católica. Desde março de 1999, Walters se encontrou com os Jones todas as terças-feiras por 4 ou 5 horas. “Levei a maioria do meu material da RCIA para eles” – diz.
Donna levantava sempre mais perguntas. “Eu fazia as questões que trazia das ruas, para as quais me sentia mais desesperada por respostas, e falava ao Senhor Jesus como se tivesse uma conversa com outro ser humano no carro” – diz ela. “Meus lábios se moviam e eu não dava atenção a quem me via”.
Ela lutou com a real possibilidade de que a admissão na Igreja Católica poderia significar a perda do emprego de seu marido. “Assim, eu disse: Senhor o que estou fazendo após 25 anos de ministério? O que há com minhas mãos? Eu não estou preparada para me tornar pedicure ou manicure” – ri. “Então o Espírito Santo me falou no coração: ‘Eu não estou questionando a sua concordância. Estou tratando da sua conformação com a imagem de Cristo’”. Exatamente 8 meses depois, Donna se dirigiu a seu marido numa tarde e anunciou: “Eu sou Católica”.
A CONDUTA CAUTELOSA DE ROMA
Mas o processo de admissão na Igreja não é de modo algum tão rápido. A Maranatha comunicou-se com a Arquidiocese de Detroit durante mais de um ano. A Arquidiocese está procedendo com cautela já que há muito a ser estudado, incluindo a RCIA, a situação dos re-casados e as posições do ministério católico adequadas para os ministros do Maranatha.
Ned McGrath, diretor de comunicações da Arquidiocese de Detroit, liberou a mudança à adoção do Credo. “No espírito do Grande Jubileu, o Cardeal Maida e a Arquidiocese se abriram ao questionamento de outros líderes cristãos e/ou suas congregações em perspectiva a possíveis mudanças para associações individuais à Igreja Católica Romana. Até agora esses diálogos podem e devem ser descritos como introdutórios, privados e inconclusivos”.
Há algumas semanas, o bispo Moses Anderson, único bispo afroamericano de Detroit, realiza o culto nos domingos na Maranatha. Após o culto ele responde às perguntas e diz à Congregação que os bispos estão excitados com a situação ocorrida ali. “Ele diz que os bispos discutem tanto porque não querem parecer estar tirando vantagem da situação” -afirma Walters.
Por enquanto, há a possibilidade do pastor Jones entrar para o seminário e se tomar padre ou diácono católico. Pastores casados de outros credos têm feito exatamente isso: Steve Anderson, de White Lake, era padre numa igreja carismática episcopal antes de deixar sua igreja e presbiterato para se unir á Igreja Católica. Casado e pai de três jovens rapazes, Anderson recebeu a permissão de Roma para se tornar um padre católico e entrará no Seminário Maior do Sagrado Coração no outono, para começar três anos de estudos antes de ser ordenado para a Diocese de Lansing.
Ironicamente, Anderson encontrou Jones há alguns anos atrás, por ocasião de um encontro de pastores da área de Detroit, liderado pelos Guardas da Aliança. “Aconteceu que nós nos sentamos próximos um do outro” – diz Anderson.“Não estava planejando me tornar católico naquele tempo. Falamos acerca dos primitivos Padres da Igreja e nos tornamos bons amigos”.
O Rev. Jones não se perturba sobre seu futuro como ministro. Ele diz que está preparado para fazer o que o cardeal Adam Maida o aconselhe a fazer. “Posso sair e conseguir um emprego agora” – ri Jones. Ele foi professor da escola púbica de Detroit por 28 anos, 17 dos quais conjugando esse estudo com seu trabalho pastoral.
SER OU NÃO SER CATÓLICO
Tudo, finalmente, se decidiu com o voto de 4 de junho. A questão: “Você quer tomar os próximos passos necessários para admissão na Igreja Católica?” Logo que a Congregação entrou pelas grandes portas de madeira do Maranatha,todos começaram a colocar seus votos amarelos na urna. Não importava qual o resultado, a família Jones – incluindo os três rapazes e suas famílias – sabiam que continuariam sua caminhada em direção à Igreja Católica. Irromperam aplausos quando a decisão a favor de se tornar católica foi anunciada, mas a vitória foi agridoce.
Jones encorajava os 19 que votaram para não continuar na Congregação, já que ela continuaria com a mudança; mas ele já previra que alguns a deixariam. “Este é o aspecto mais penoso da coisa. Ver pessoas que você ama ir embora porque não entenderam” – diz Jones.
Até mesmo membros da igrejas vizinhas estavam transtornados. “É como se eu tivesse me unido ao inimigo, como se os tivesse traído. Teve gente me chamando de volta, dizendo: Eu o amo, estou rezando por você, mas não entendo o que está fazendo’. E não importava você tentar fazê-los entender: eles não queriam ouvir”.
Entre esses 19 da Maranatha estava Leola Crittendoh, 64 anos. “Sou uma das pioneiras” – ela diz. “É como a morte da igreja. É de cortar coração”. Crittendon disse que nunca assistira às reuniões das tardes de quartas-feiras porque sabia que não se tornaria Católica. “Isso não era comigo”. O Pastor Jones - diz ela – era como um irmão para ela e para sua família. “Nós o amamos ternamente; desejamos que fique bem e rezamos por ele diariamente; mas a família vai em busca de outra igreja” – diz Crittendon. “O Pastor Jones disse que essa era a vontade de Deus para ele, mas essa não é a vontade de Deus para mim e a minha família”.
Para outros foi ocasião de festa: “Estou muito feliz” – diz a sobrinha de Jones, Linda Stewart. “Não posso esperar para entrar em comunhão plena com a Igreja [católica] porque acredito realmente que ela é a Igreja que Cristo deixou aqui e preciso ser parte dessa Igreja”.
Diz DeGloria Thompson, uma mãe divorciada com dois adolescentes: “É excitante estar exatamente na linha da Igreja de Cristo”.
“Estou pronto” – diz Gregório Clifton, 41 anos, pai de quatro jovens crianças. “Gosto de ir e receber a Eucaristia”.
O Reverendo Michael Williams tinha sido durante 12 anos um dos mais velhos da Maranatha. “Sei seguramente, sem qualquer sombra de dúvida, que esta mudança é uma mudança divina e a direção que estamos tomando é uma direção divina”.
O rev. Alex Jones também sabe disso. “Este é um trabalho definitivamente do Santo Espírito” – diz. “Quando me foi revelado que esta era sua Igreja, não tive uma decisão difícil a tomar, embora soubesse que custaria tudo” – diz.
Agora há a necessidade de um templo para a nova igreja. Os membros da Maranatha têm 30 dias para encontrar um. Jones não está perturbado. “Confiamos em que Deus nos encontrará um” – diz. Para o Pastor Jones e para a Congregação Marantha, esta história continuará…
REFLETINDO…
Mais uma vez verifica-se que o fio condutor que levou os irmãos protestantes ao Catolicismo foi o estudo da história da Igreja e de seus grandes escritores: estes manifestam a ação do Espírito Santo que acompanhou o desenvolvimento do grão de mostarda semeado por Jesus e entregue aos Apóstolos e seus sucessores com a promessa de assistência infalível. A árvore que é hoje a Igreja Católica, corresponde ao grão de mostarda inicial. O estudo da história mostra a ação do Espírito Santo para evitar degenerescência.
O olhar do protestante é bem diverso. Dir-se-ia que, para ele, o Cristianismo começa com Lutero ou um reformador posterior. Ignora ou faz como se ignorasse as grandes testemunhas da fé antigas e medievais. Donde surge a pergunta: Deus terá esquecido a sua Igreja? Jesus terá traído os seus seguidores, permitindo que caíssem no paganismo, do qual Lutero os veio libertar? Visto que estas hipóteses são inadmissíveis, resulta que existe continuidade entre Jesus Cristo e a Igreja Católica de hoje, continuidade mediante a qual conhecemos o verdadeiro Cristo e sua autêntica mensagem. Quem se afasta desta continuidade encontra apenas o “bom senso” de “profetas” humanos.



ARCANJOS MIGUEL,GABRIEL E RAFAEL.



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Em hebraico (mal’ak) e em grego (ánghelos), anjo significa “enviado”, “mensageiro”, ou seja, “missionário de Deus”.

Sabemos – por ensinamento de Santo Tomás de Aquino, o “Doutor Angélico” – que os anjos se dividem em três hierarquias, cada uma composta por nove coros. A terceira hierarquia, composta pelos serafins, querubins e tronos, é a mais “privilegiada”, os anjos que a compõem vivem ao redor do trono de Deus, contemplando sua glória e cantando seus louvores. Pela luz que é comunicada a eles, vinda do trono de Deus, são instrumentos de aperfeiçoamento das demais hierarquias.

Os anjos da segunda hierarquia povoam os espaços celestes (cf. Ef 6,12). Encontram-se entre o céu e a terra. Ajudam a melhor governar o mundo e combatem as hierarquias infernais. São, portanto, grandes defensores da humanidade. Essa hierarquia é composta pelas dominações, virtudes e potestades.

A primeira hierarquia é composta pelos principados, arcanjos e anjos, que vivem na terra, ao lado dos homens. Os arcanjos são aqueles a quem Deus confia missões extraordinárias da fé e revelações de realidades acima da compreensão humana. Nesse coro encontram-se São Miguel, cujo nome significa “Quem como Deus?” (cf. Ap 12,10), São Rafael, “Deus cura” (cf. Tb 5,4) e São Gabriel, “Força de Deus” (cf. Lc 1,26), cujas festas eram celebradas a 29 de março, a 24 de outubro e a 24 de março respectivamente. Mas o novo calendário reuniu em uma só celebração a festa destes arcanjos, no
dia 29 de setembro. Esta data foi escolhida por corresponder à da consagração a igreja dedicada a São Miguel, no século V, a seis milhas da via Salária.

São Miguel
São Miguel, antigo padroeiro da sinagoga, é agora padroeiro de toda a Igreja católica. Chefe dos arcanjos, é a figura angélica mais nobre das Sagradas Escrituras.

Foi cultuado desde os primeiros séculos da história do cristianismo. É venerado por
sua coragem no momento da queda dos anjos, em que Lúcifer seduziu um terço dos anjos do céu e, ao querer tomar o trono de Deus, veio Miguel, liderando os dois terços que permaneceram fiéis a Deus, e expulsou satanás e seus anjos decaídos (cf. Ap 12,7-9).

Miguel protege o povo eleito (cf. Dn 10,13), combate contra satanás (cf. Ap 12,7ss), no juízo universal intervirá em favor do povo de Deus (cf. Dn 12,1-2).

Célebre e muito antigos são os santuários a ele consagrados em Puglia (Itália, 491) e em Mont-Saint-Michel (França). Em Roma, foi-lhe dedicado o Mausoléu de Adriano, porque no século VI, enquanto Gregório Magno fazia uma procissão para esconjurar a peste, apareceu em cima do sepulcro do imperador romano Adriano o arcanjo Miguel com a espada levantada e a peste cessou, então o povo passou a chamar o referido Mausoléu de Castelo de Sant’Angelo (Santo Anjo).

Depois, São Miguel auxiliou a alguns
santos em sua missão. Citamos como exemplo Santa Joana d’Arc e São Geraldo Magela. Invoquemo-lo nas tentações e dificuldades, para que nos dê coragem de vencê-las e, nos sofrimentos, para que nos conforte.

São Gabriel
Sabe-se pouco sobre este arcanjo, mas sabe-se que Gabriel é anunciador por excelência das revelações divinas. É o anjo das belas e alegres notícias, como o nascimento de João Batista, o precursor, e depois o nascimento de Jesus. Também ele explica ao profeta Daniel como se dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias.

Ele tem um grande prestígio até mesmo entre os maometanos.

São Rafael
São Rafael é citado apenas em um livro da Bíblia. É o acompanhante do jovem Tobias, daí lhe vem a função de guia de todos os que viajam. Ele ainda sugeriu a Tobias o remédio para a cura da cegueira do pai, por isso é invocado como curador e protetor dos farmacêuticos. Também orientou a libertação do demônio que agia no matrimônio de Sara, por isso é invocado como protetor dos casais.





Maria Auristela Barbosa Alves Bibliografia
Festa dos Anjos. Maná, ano 9, n. 41, set/94, pp.37-39, Fortaleza: Shalom.
Menezes, Goretti Bezerra de. As criaturas invisíveis de Deus. Maná, ano 3, n. 6, set/1988, pp. 20-24, Fortaleza: Shalom.
Paiva Filho, Alberto. As criaturas invisíveis de Deus. Maná, ano 4, n. 7, mar/1989, pp. 23-228, Fortaleza: Shalom.
Sgarbossa, Mario e Giovannini, Luigi. Um santo para cada dia. 4 ed. São Paulo: Paulus, 1996.



por
Comunidade Shalom

A CRIAÇÃO DOS ANJOS.



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A existência dos anjos é dogma, isto é, verdade de fé da Igreja. Trata-se de verdade contida na Sagrada Escritura, proclamada nos Concílios Ecumênicos, afirmada pela unanimidade dos Santos Padres, e ensinada por todos os Teólogos fiéis ao magistério da Igreja. A definição dogmática, deu-se no IV Concílio de Latrão realizado no ano 1215. Antes desse Concílio, a existência dos Anjos, fora afirmada e formulada no Concílio Ecumênico de Nicéia I (ano 325), sob o pontificado do Papa São Silvestre, cujo decreto D.54 explica claramente:
" Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso,
Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis".
Estas palavras são quase que a repetição daquilo que São Paulo ensinava em sua primeira carta aos Colossenses (Col 1,16s).
Todas as referências aos Anjos são feitas considerando-os como seres reais e não como símbolos, abstrações, puras mensagens de Deus, ou personificações literárias dos atributos divinos. A existência dos Anjos como também dos demônios é uma verdade que faz parte da doutrina católica. Temos que partir da convicção, por fé, de que os Anjos de fato existem.
A Bíblia não nos indica o momento de sua criação nem as circunstâncias em que foram criados, no entanto fala inúmeras vezes de suas intervenções diretas na história da salvação e nos destinos da humanidade.
Os anjos foram criados do nada por Deus, "em Cristo", e a serviço de Deus e da Igreja; prestando este serviço em louvor e adoração constantes a Deus e auxiliando o homem de diversas formas.
Quando por um ato de sua livre vontade o Senhor Deus resolveu iniciar a sua criação, Ele o fez de duas formas, ou seja, dividiu sua criação em duas: a criação visível e a criação invisível.
A criação visível de Deus é composta de tudo quanto os nossos olhos podem alcançar, ou melhor, tudo que os nossos sentidos percebem. Já a criação invisível é retrato do próprio Deus, que se faz visível por suas obras mas é de natureza invisível.
A criação invisível de Deus é que, na realidade, une e coordena toda a natureza. Esta criação é super povoada por seres espirituais que têm por nome: Anjos. A palavra anjo tem um significado de mensageiro, enviado, emissário de Deus. Eles existem por um ato da vontade de Deus que os tirou do nada e os trouxe a existência.
Os Anjos de Deus são seres brilhantes e resplandecentes, dos quais emana luz, e são um espelho da glória de Deus. São seres poderosos diante do trono, sua luz intensa irradia energia, porque Deus, a fonte da luz, tem pleno domínio sobre Eles.
A Tradição Católica acredita que o número de anjos criados por Deus é muito superior ao número de homens criados, visto que cada homem, desde Adão até o último que aparecer na Terra, tem um Anjo de Guarda diferente. A Escritura fala de milhares de milhões (Dn 7,10), de miríades (Hb 12,22).

por
Comunidade Shalom

LITURGIA DIÁRIA - AS CIDADES QUE NÃO CRERAM.

Primeira Leitura: Baruc 1, 15-22
SÃO JERÔNIMO
PRESBÍTERO E DOUTOR
(branco, pref.comum ou dos pastores - ofício da memória)

Leitura do livro de Baruc - 15Ao Senhor nosso Deus, cabe a justiça; enquanto a nós, resta-nos corar de vergonha, como acontece no dia de hoje aos homens de Judá e aos habitantes de jerusalém, 16nossos reis e príncipes, sacerdotes, profetas e nossos pais, 17porque pecamos contra o Senhor. 18Nós lhe desobedecemos; recusamo-nos a ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, e a seguir os mandamentos que nos deu. 19Desde o dia em que o Senhor tirou nossos pais do Egito até agora, persistimos em nos mostrar recalcitrantes contra o Senhor, nosso Deus, e, em nossa leviandade, recusamos escutar-lhe a voz. 20Por isso, como agora o vemos, persegue-nos a calamidade assim como a maldição que o Senhor pronunciara pela boca de Moisés, seu servo, quando este fez com que saíssem do Egito nossos pais, a fim de nos proporcionar uma terra que mana leite e mel. 21Contudo, a despeito dos avisos dos profetas que nos enviou, não escutamos a voz do Senhor, nosso Deus. 22Seguindo cada um de nós as inclinações perversas do coração, servimos a deuses estranhos e praticamos o mal ante os olhos do Senhor, nosso Deus. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(78)
REFRÃO: Por vosso nome e vossa glória, / libertai-nos, ó Senhor!
1. Salmo de Asaf. Senhor, povos infiéis invadiram a vossa herança, profanaram o vosso santo templo. De Jerusalém fizeram um montão de ruínas. Os corpos de vossos servos expuseram como pasto às aves, e os de vossos fiéis às feras da terra. - R.
2. Rios de sangue fizeram correr em torno de Jerusalém, e nem sequer havia quem os sepultasse. Tornamo-nos, para nossos vizinhos, objetos de desprezo, de escárnio e zombaria para os povos que nos cercam. Até quando, Senhor?... Será eterna vossa cólera? Será como um braseiro ardente o vosso zelo? - R.
3. De nossos antepassados esqueçais as culpas; vossa misericórdia venha logo ao nosso encontro, porque estamos reduzidos a extrema miséria. - R.
4. Ajudai-nos, ó Deus salvador, pela glória de vosso nome; livrai-nos e perdoai-nos os nossos pecados pelo amor de vosso nome. - R.
Evangelho: Lucas 10, 13-16
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 13Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza. 14Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós. 15E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos infernos. 16Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou. - Palavra da salvação.
catolicanet.com

Homilia - Pe Bantu

No Primeiro Testamento eram comuns as imprecações contra nações ou cidades adversárias de Israel ou de Judá. Nos Evangelhos, temos aqui as imprecações, com os "ais" como anúncio de desgraça, contra três cidades vizinhas ao Lago da Galileia, Cafarnaum, Corazim e Betsaida, próximas entre si. Depois haverá também a imprecação sobre "Jerusalém, que matas os profetas.
Com estas censuras às três cidades, Lucas encerra as orientações aos setenta e dois enviados em missão. Lucas julgou as censuras oportunas para completar a advertência aos discípulos sobre a possível rejeição que poderiam encontrar por parte de alguma cidade na qual entrassem em missão. Em Mateus estas censuras estão articuladas à advertência a "esta geração", formada pelos chefes religiosos de Israel, que rejeitam Jesus. A censura a Corazim, Betsaida e Cafarnaum é um caso único de censura a cidades. Depois será feita também a censura a Jerusalém. As três cidades eram locais de comércio. Em ambiente de riqueza, as cidades fecham-se à novidade do Reino. Por rejeitarem os milagres feitos por Jesus, Corazim e Betsaida terão condenação maior do que as cidades gentílicas de Tiro e Sidônia, execradas por Isaías (Is 23,1-18). E Cafarnaúm será julgada com maior rigor do que Sodoma, protótipo bíblico de cidade da corrupção. Encerrando as palavras de envio, Jesus identifica-se com o próprio discípulo em missão.
Assim Jesus começa o Evangelho de hoje. Essas palavras foram ditas após o retorno dos discípulos enviados, os quais não foram bem recebidos nestas cidades. Com essas palavras, Jesus expressa o seu sentimento de desgosto. Imagino Jesus pronunciando esses "Ais" com toda a sua autoridade deveria fazer o coração parar de bater por uma fração de segundo. Nós, cristãos, deveríamos tremer diante da possibilidade de escutar um "ai" de Jesus dirigido a nós.
Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LITURGIA DIÁRIA - TU ÉS O FILHO DE DEUS.



Primeira Leitura: Daniel 7, 9-10.13-14
 SANTOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL
(branco, glória, prefácio dos anjos - ofício da festa)
Leitura da profecia de Daniel - 9Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente. 10Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos. 13Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido. 14A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(137)
 REFRÃO: Perante os vossos anjos, vou cantar-vos ó Senhor!
1. De Davi. Eu vos louvarei de todo o coração, Senhor, porque ouvistes as minhas palavras. Na presença dos anjos eu vos cantarei. Ante vosso santo templo prostrar-me-ei, e louvarei o vosso nome, pela vossa bondade e fidelidade, porque acima de todas as coisas, exaltastes o vosso nome e a vossa promessa. - R.
2. Ante vosso santo templo prostrar-me-ei, e louvarei o vosso nome, pela vossa bondade e fidelidade, porque acima de todas as coisas, exaltastes o vosso nome e a vossa promessa. Quando vos invoquei, vós me respondestes; fizestes crescer a força de minha alma. - R.
3. Hão de vos louvar, Senhor, todos os reis da terra, ao ouvirem as palavras de vossa boca. E celebrarão os desígnios do Senhor: Verdadeiramente, grande é a glória do Senhor. - R.
Evangelho: João 1, 47-51

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 47Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade. 48Natanael pergunta-lhe: Donde me conheces? Respondeu Jesus: Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira. 49Falou-lhe Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel. 50Jesus replicou-lhe: Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta. 51E ajuntou: Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. - Palavra da salvação.
catolicanet.com

Homilia - Pe Bantu

São João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que não precisa que alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com que Ele se relaciona. Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o justo Juíz, e seu Reno não terá im. O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto somente vai acotecer quando vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Todavia somos convidados ja a nos alegrarmos: por isso, alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto dele e participar de sua obra redentor.
Filipe não tinha guardado para si a grande alegria de ter tido a dita de encontrar o Messias anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a a seu amigo Natanael, que se mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus, filho dum carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de David e procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objeções do amigo e também não confia nas explicações que o seu próprio engenho poderia excogitar; opta por convidar o amigo a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).
Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítico que significa dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (cf. Jo 21, 2). É bem provável tenha sido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico (filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, filho de Jonas. Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele Apóstolo que levou Natanael a Jesus .
Eu vi-te, debaixo da figueira”. Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela hora e naquele local exato a que Jesus se referia, e que só Deus podia conhecer.
Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da ruptura de João Batista com as instituições do judaísmo. A fala de Jesus a Natanael, quando estavas debaixo da figueira, eu te ví, remete ao profeta Zacarias: Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira. (Zc 3,10). Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu é o Filho de Deus, Rei de Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos procedentes do Salmo 2. A intencionalidade do Evangelho revela-se ao apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.
E com a expressão: Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem, esconde e ao mesmo tempo revela duma forma muito clara e expressiva de que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra, ficando assim os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacob, pela qual subiam e desciam os Anjos na visão de Jacob (Gn 28,12).
Portanto assim como Natanael, reconhece em Jesus o caminho a verdade e a vida, proclamemos bem alta, Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel, para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos d Deus subindo e descendo sobre Ele e com Ele reinemos eternamente. Amén!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"É PRECISO APRENDER SOFRER!"


Quando entendemos o sentido pelo qual sofremos, encontramos força para continuar.

Todos nós passamos por muitos sofrimentos, dificuldades e tribulações nesta vida. Quanto mais, aqueles que se decidem seguir Jesus Cristo. Como diz o livro do Eclesiástico: “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação” (Eclo 2,1)

Não podemos esquecer que a vida com Cristo é para os corajosos, pois sabemos que o preço que se paga é a Cruz. Contudo, a maior dor daquele que ama a Deus, não é sofrimento que se apresenta diante da vida, mas sim, a falta de sentido no sofrimento que tem suportado.
Por isto, a grande pergunta não deve ser: Se vou ou não sofrer na caminhada com Deus. Mas sim: “Qual o sentido do sofrimento que suporto por amor a Jesus?”

Muitas vezes, a súplica daqueles que sofrem, não é para que Deus os alivie em seu sofrimento, mas para que do Alto venha um Auxílio Divino, que ilumine o sentido daquilo que está passando em sua vida. Uma vez encontrado o sentido da dor, da perseguição e dos sofrimentos, também se encontra a fonte de onde tirar forças para suporta tantas e tantas adversidades.
Olhando para Jesus Crucificado, percebemos que o Verbo de Deus, chegou ao ápice do sofrimento humano. Entretanto, havia em seu coração um sentido diante de tanta dor, suor e sangue. Dentro do seu coração havia um profundo amor pela Vontade de Deus, e a fome e sede de salvar a cada um de nós, se oferecendo como vítima em expiação dos nossos pecados.

Sim amados! Quando entendemos o sentido pelo qual sofremos, encontramos força para continuar em frente. Pois o sentido das dores que suportamos, é sempre maior que o próprio sofrimento. E quando este sentido é encontrado, somos invadidos pela força da coragem, que nos faz continuar, confiando sempre em Deus mesmo sem entender.
Precisamos aprender a sofrer. Abraçar a nossa cruz todos os dias. Pois quando abraçamos o sentido de nossas dores, sofremos por amor a Deus e aos irmãos.

Queres aprender a sofrer? Comece abraçando a sua Cruz!
 
 
 

Fraternalmente na alegria das Chagas do Ressuscitado
Ricardo Alexandre
(fundador e moderador geral da Comunidade Católica Chagas de Amor)
A

A VISÃO DE ETERNIDADE.

PEREGRINANDO COM VISÃO DE ETERNIDADE
A vida do homem neste mundo é passageira.
Experimentamos que este caminhar tem um limiar indubitável: a morte. Todavia, pela fé compreendemos que este trânsito marca o começo do destino definitivo: o encontro pleno com a Santíssima Trindade. Por isso a Carta aos Hebreus nos diz que «não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir»1.
Quando o homem faz silêncio em seu interior percebe a nostalgia de infinito que leva gravada no mais profundo do coração, a qual aponta sempre como uma bússola para o norte de sua existência.
Precisamente a visão de eternidade é aquele olhar espiritual que nos leva a transcender a imagem deste mundo que passa e a fixar-nos no essencial; a descobrir a mediação das realidades cotidianas e seu verdadeiro sentido – que não se esgota em sua dinâmica imanente, puramente temporal –, a divisar como a natureza, o verdadeiro, o bom, o belo nos lançam ao encontro pessoal com Deus Amor.
A visão de eternidade está fundamentada firmemente na fé, é alentada pela esperança e nutrida constantemente pelo fogo da caridade derramada em nós pelo Espírito Santo2. É uma magnífica conselheira que nos faz crescer na paz interior e na prudência, evitando toda a afobação, indolência, triunfalismo ou pessimismo. É expressão da fé na mente e nos permite aproximar-nos da realidade para vê-la adequadamente sob sua luz. Por este motivo o olhar para a imortalidade pode ser chamado de “binóculo”, que permite ver bem longe, ou “colírio” que purifica os olhos. É também fonte de energia e de atividade, de esforço magnânimo e longânime por um ideal nobre, segundo a oração do Apóstolo: «... esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está diante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus»3. Vem à nossa memória aquele lema em que tanto insiste nosso Fundador: “A medida da grandeza de tua vida é a medida da causa à qual serves”.
Embora devamos ter a visão de eternidade em todo instante, existem algumas circunstâncias especiais que a exigem com urgência singular. Ante as dificuldades da vida cotidiana, as incompreensões, o cansaço natural, as enfermidades e o sofrimento, os fracassos no trabalho ou no apostolado, a ruptura da solidariedade que se busca construir, a rotina em muitas responsabilidades, os trabalhos que às vezes parecem intermináveis, devemos considerar a glória escondida silenciosamente no reto obrar, fadigoso e alentador, repetindo-nos constantemente: “Por Quem fazemos tudo isto? Por ti, Senhor! Para que teu Plano se realize!”. Como nos diz São Paulo, «Pois nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao peso eterno da glória que elas nos preparam até o excesso. Não olhamos para as coisas que se vêem, mas para as que não se vêem; pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno »4.
Chegados a este ponto podemos concluir: Necessitamos ter visão de eternidade! Mas, como ou de quem aprender a vivê-la?
O Senhor Jesus e a visão de eternidade
O Senhor Jesus sempre teve uma visão de eternidade que moldava toda a sua vida cotidiana. Percebemos isso contemplando com profundidade algumas passagens dos Santos Evangelhos: o chamado aos Apóstolos5, o discurso do Pão de vida6, das bem-aventuranças7, seu encontro com a Samaritana8 e com Nicodemos9, a ressurreição de Lázaro10, a Transfiguração11, o anúncio de sua Paixão12, de sua Ressurreição13, da vinda do Espírito Santo14 e a aparição aos discípulos de Emaús15.
Também na sua oração o Senhor Jesus rezava contemplando o eterno: «... e erguendo os olhos ao céu, disse: “Pai, chegou a hora; glorifica teu Filho, para que teu Filho te glorifique”»16.
É necessário estudar e rezar cada uma destas passagens com uma perspectiva especial: com visão de eternidade, que é justamente participação e reflexo da visão de Deus. Como nos recomenda nosso Fundador, «contemplemos cada episódio [do Evangelho] sob a ótica de Jesus, com os olhos de Jesus»17.
Santa Maria e a visão de eternidade
A Mãe do Senhor, conformada plenamente com seu Filho, também participava de sua visão de eternidade, confiando firmemente nas promessas divinas. Podemos descobrir isso em diversas passagens da Sagrada Escritura: na Anunciação-Encarnação vêmo-la perguntando confiante ao Anjo do Senhor, ante o que estava por vir: «Como é que vai ser isto, se eu não conheço homem algum?»18 e respondendo «Faça-se»19 agora e para sempre; na Visitação vêmo-la saudando gozosa e com olhar expectante sua prima Isabel: «Doravante as gerações todas me chamarão de bem aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas a meu favor»20; em Caná, diante das dificuldades das bodas pela falta de vinho, confia solícita em que seu Filho solucionará o aperto, e diz aos serventes: «Fazei tudo o que ele vos disser»21; em meio à dor pela morte de seu Filho na cruz vemo-la de pé e vislumbrando a ressurreição à luz da fé, confiante na promessa de Jesus: «Depois de três dias ressuscitarei»22.
Nosso Fundador nos diz em Maria desde Puebla: «...a humilde donzela de Nazaré simboliza a opção fundamental pela realidade concreta do ser humano, onde as medidas usuais como o poder, o ter, o possuir-prazer, próprias de toda cultura de morte, ficam fora de questão. Na visão de eternidade que Ela expressa em sua vida e em seus atos, o interior aparece como essencial, mostrando que Deus “exalta os humildes” e, se é o caso, “derruba os poderosos de seus tronos”»23.
Meios concretos
A consciência de que somos peregrinos e que nosso destino é eterno deve acompanhar nossa vida em todo momento. A memória contínua da “irmã morte” nos faz valorizar mais nosso peregrinar neste mundo. A Sagrada Escritura nos diz que se tivéssemos a morte sempre diante de nossos olhos, não pecaríamos e faríamos o bem em todo momento: «Em tudo o que fazes, lembra-te de teu fim e jamais pecarás»24. Isto, longe de fazer-nos prescindir de nossa vida no aqui e agora, pelo contrário nos leva a ter muito seriamente nossas responsabilidades pessoais e sociais.
Contemplar fixamente o horizonte, especialmente o mar ou o céu com todas as suas estrelas. Relacioná-lo com nossa limitação e pequenez... mas também com a semente de eternidade que levamos no coração e que nos faz seres especialmente abençoados pelo amor de Deus.
Quando visitamos o Senhor Jesus Sacramentado, devemos considerar que não somente vamos para vê-lO, mas também para que Ele nos veja: contemplamo-lO e Ele nos contempla. Devemos enriquecer a perspectiva à que estamos acostumados e ver-nos como Ele nos vê, com seus olhos. Por isso a visão de eternidade é, enquanto participação do olhar de Deus, uma visão ao futuro e uma visão a partir do futuro. Como nos diz o Salmo: «Com tua luz nós vemos a luz»25.
Comungar com freqüência o “Pão de vida eterna”, alimento do peregrino, da mesma maneira acudir com freqüência ao sacramento da reconciliação, por meio do qual Deus nos perdoa e por sua vez nos prepara para o juízo final, fazendo com que demos peso de eternidade a nossas obras.
Ler as vidas dos santos e dos mártires: considerar particularmente como a visão de sua ressurreição futura, sua experiência antecipada da vida eterna em Cristo ressuscitado, os levava a assumir com valor e perfeição a dor, porque os sofrimentos de sua vida presente não eram nada em comparação à gloria que haveria de manifestar-se neles26. Como diz belamente Santo Atanásio: «... eles, pelo mérito de suas obras, alcançaram a liberdade, e agora celebram no céu a festa eterna, se alegram de sua antiga peregrinação, realizada em meio de trevas, e já contemplam a verdade que antes somente haviam vislumbrado»27. Para a maioria de nós não será um martírio cruento, mas uma entrega radical por amor , cotidiana, que deve ser assumida com disposições semelhantes.
A cruz é o símbolo mais eloqüente da visão de eternidade porque nela está latente a ressurreição.
Por isso devemos fixar o olhar constantemente no crucifixo, no Filho eterno de Deus morto por amor aos homens: «Deus amou tanto ao mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna»28. Unidos a Ele na cruz escutemos como o “bom ladrão”: «Eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso»29.
Acolhamos as palavras do saudodo beato Santo Padre João Paulo II que nos exorta a “lançar as redes” e “remar mar adentro” interiormente e na missão apostólica: «Agora, devemos olhar para a frente, temos que “fazer-nos ao largo”, confiados na palavra de Cristo: Duc in altum!»30.
CITAÇÕES PARA A ORAÇÃO
  • Deus, em Cristo Jesus, promete a vida eterna aos que crêem nEle: Jo 3,16; 1Cor 2,9; 1Pe 1,3-5; 1Jo 2,25.
  • Quem alcança a vida eterna?: Mt 16,25-26; Lc 9,25; Jo 12,25-26; Eclo 16,12-14.
  • Nossas obras na vida presente têm peso de eternidade: Lc 20,34-36; Rm 2,6-10; Mt 25,46.
  • A visão de eternidade nos leva a valorizar em sua justa medida as coisas passageiras, a não apegar-nos ao passageiro e a apostar no que não passa: Cl 3,1-4; 1Jo 2,15-17.
  • A visão de eternidade nos leva a considerar com realismo a fugacidade da vida presente, e assim saber andar por ela com tino e sabedoria: Sl 38,5-7; 88,48-49; 89,5-6.9-10.12; 102,15-17; 144,3-4; Eclo 10,9-11, 14,17-19; 17,1-2; 18,8-10; 7,1.6-7.
  • A memória da morte é boa conselheira: Eclo 7,36; 8,7; 14,12; 14,17.
  • A visão de eternidade nos ajuda a superar com paciência os sofrimentos da vida presente: Rm 8,18; 1Pe 1,6-9; Hb 11,25-26.
  • A visão de eternidade leva a ansiar vivamente a vida eterna: Sl 72, 23-26.
  • A visão de eternidade nos anima a despojar-nos de todo o lastro de pecado, a privar-nos de todo apego vão, para lançar-nos a conquistar o “prêmio” prometido, a vida eterna: Hb 12,1-3; Fl 3,13-14; 1Cor 9,24-25.
  • A visão de eternidade é alentada pela esperança: Rm 8,24-25
Notas
  • 1 Hb 13,14.
  • 2 Ver Rm 5,5.
  • 3 Fl 3,13-14.
  • 4 2Cor 4,17-18.
  • 5 Ver Jo 1,35-51.
  • 6 Ver Jo 6.
  • 7 Ver Mt 5,1-12.
  • 8 Ver Jo 4,1-42.
  • 9 Ver Jo 3,1-21.
  • 10 Ver Jo 11,1-43.
  • 11 Ver Mt 17,1-13.
  • 12 Ver Jo 12,20-36.
  • 13 Ver Mc 8,31.
  • 14 Ver Jo 14,13-17.
  • 15 Ver Lc 24,13-35.
  • 16 Jo 17,1.
  • 17 Luis Fernando Figari, Em Companhia de Maria, Loyola, São Paulo 1989, p. 19.
  • 18 Lc 1,34.
  • 19 Lc 1,38.
  • 20 Lc 1,48b-49a.
  • 21 Jo 2,5.
  • 22 Mt 27,63.
  • 23 Luis Fernando Figari, Maria desde Puebla, FE, Lima 1992, pp. 46-47.
  • 24 Eclo 7,36.
  • 25 Sl 36,10.
  • 26 Ver Rm 8,18.
  • 27 Das Cartas pascais de Santo Atanásio, Carta 14, 1-2: PG 26, 1419.
  • 28 Jo 3,16.
  • 29 Lc 23,43.
  • 30 S.S. João Paulo II, Novo millennio ineunte, 15.


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