domingo, 31 de dezembro de 2017

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

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1a Leitura - Eclesiástico 3,3-7.14-17
Leitura do livro do Eclesiástico.

3 3 Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles.
4 Aquele que ama a Deus o roga pelos seus pecados, acautela-se para não cometê-los no porvir. Ele é ouvido em sua prece cotidiana.
5 Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro.
6 Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração.
7 Quem honra seu pai gozará de vida longa; quem lhe obedece dará consolo à sua mãe.
14 Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida.
15 Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida,
16 e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa;
17 tua casa tornar-se-á próspera na justiça. Lembrar-se-ão de ti no dia da aflição, e teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte.
Palavra do Senhor.

Salmo - 127/128
Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos!

Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira
ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião
cada dia de tua vida.

2a Leitura - Colossenses 3,12-21
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 12 Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.
13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós.
14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.
15 Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.
17 Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
18 Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor.
19 Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza.
20 Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor.
21 Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Lucas 2,40-52
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua palavra! (Cl 3,15s).

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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa.
42 Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.
43 Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem.
44 Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos.
45 Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele.
46 Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47 Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas.
48 Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: “Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”.
49 Respondeu-lhes ele: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”
50 Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
51 Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
52 E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.
Palavra da Salvação.
 
Como os pastores, é assim que também nós encontramos o Menino nascido para nós, o filho que nos foi dado: deitadinho no presépio, com Maria e José. Neste domingo dentro da oitava do santo Natal, a Igreja contempla o mistério da Sagrada Família de Nazaré. Mistério, sim! Vejamos senão: o Filho eterno, ao assumir nossa condição humana, encarnou-se e nasceu, viveu e cresceu no seio de uma família humana. Para a fé cristã, este fato reveste-se de uma significação enorme: ao assumir a família, ao entrar nela e nela humanizar-se, aprendendo a ser gente, o nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo, santificou a família humana. Já no princípio, quando Deus, na sua sabedoria infinita, viu não ser bom que o homem estivesse só e deu-lhe a mulher por companheira, determinando que os dois fossem uma só carne, desde então, a família é sagrada. Isso mesmo: Deus pensou no ser humano nascendo e sendo formado no seio de uma família. E compreendamos bem família: um homem e uma mulher gerando e educando filhos no amor! Uma família, do ponto de vista de Deus, é isso; nem mais nem menos! Pois bem: a família, sonhada e instituída por Deus, foi definitivamente abençoada e levada à plena sacralidade pelo Filho eterno quando, fazendo-se homem, santificou e consagrou a vida familiar.
Eis por que, para os cristãos, a família é sagrada: nasce do sacramento do Matrimônio, no qual o marido e a esposa recebem a graça de viverem como sinal da aliança de amor entre o Cristo-Esposo e a Igreja-Esposa. Nascida do matrimônio, a família vai crescendo pela fecundidade do amor humano, consagrado nas águas do Batismo de cada novo membro que nasce; e vai alimentando-se não somente da comida e da bebida da mesa de cada dia, mas, sobretudo, do pão e do vinho, Corpo e Sangue do Senhor, dado e recebido na Eucaristia. Estejamos atentos a este fato importantíssimo! A família não é uma realidade simplesmente humana, sociológica! A família é sagrada: querida por Deus, amada por Deus, criada por Deus, sustentada por Deus! Quem destrói a família peca gravemente contra Deus! E mais ainda: a família como Deus a pensou, repitamos para que não haja dúvida, é composta nuclearmente por um esposo, uma esposa e os filhos! Os cristãos não poderão nunca pensar em outros modelos de convivência como sendo uma família nos moldes desejados por Deus!  
Esta família, se é cristã, é a primeira imagem da Igreja, é a primeira comunidade de cristãos. Pensemos bem na sublimidade de tal mistério: o pai, a mãe e os filhos, todos batizados em Cristo Jesus, são uma pequena Igreja, a Igreja doméstica! A esta comunidade familiar, São Paulo dirige, na liturgia de hoje, palavras comoventes, conselhos e exortações insuperáveis. Pensando na nossa família, escutemos: “Vós sois amados de Deus, sois seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. Que a paz de Cristo reine em vossos corações. E sede agradecidos! Que a palavra de Cristo habite em vós! Tudo que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais. Pais, não intimideis vossos filhos, para que eles não desanimem”. Vede, irmãos, o que é uma família cristã: uma pequena comunidade de irmãos no Senhor, um pequeno sinal do Reino de Deus, uma outra família de Nazaré! A família cristã é o primeiro lugar de evangelização, de experiência de amor ao Senhor e aos outros, é o primeiro lugar de oração comunitária e de santificação. A família é santa, a família é sagrada, o lar é um santuário!
Mas, hoje, o mundo tem como propósito sério, sistemático, persistente, inteligente e eficaz destruir a família. Os meios de comunicação invadiram nossas casas, com idéias, imagens e palavras eivadas de paganismo e anti-cristianismo. Querem nos fazer acreditar que a família é algo meramente humano, que pode ser definido a nosso bel prazer! Querem que se chame família a uma união civil de pessoas do mesmo sexo, querem que se aceite como normal o divórcio, o adultério, a convivência sem o sacramento do matrimônio. Desejam que os cristãos achem normal a existência de ex-maridos, ex-esposas, ex-noras, ex-sogras, ex-genros, ex-sogros... Ex, ex, ex... Ex-cristão, é o que o mundo de hoje é! Ex-família é o que esses ajuntamentos de desajuntados são!
Os cristãos devemos respeitar os que pensam diferente de nós. É normal: o mundo não conhece o Evangelho, não conhece a Deus nem a luz do seu Cristo. Tantos e tantos vivem à luz de sua própria escuridão e enxergam a vida com sua própria cegueira. Mas, nós, nós somos cristãos! Nós vimos a Luz que brilhou em Belém, nós vimos o Menino com José e sua Mãe, nós conhecemos o plano de Deus para o amor humano e para a família!
Lutemos por nossas famílias! Jovens, preparai-vos com responsabilidade para uma vida de família! Que a família não nasça das gravidezes precoces, das relações pecaminosas fora do casamento! Que a família não seja enfraquecida pelo materialismo que enche a casa de bens e a esvazia de amor, de convivência e de diálogo. Que os pais não deleguem a estranhos a educação humana e religiosa de seus filhos! Pais cristãos, que vossos filhos aprendam convosco a rezar e a viver! Estejamos bem conscientes: não há esperança para o mundo quando se destrói a família; não há futuro para a Igreja se perde a noção da sacralidade de nossos lares! É na família que se aprende a rezar, a amar, a dialogar, perdoar e conviver. É com o leite materno e o abraço paterno que devemos aprender a santa fé católica que o Senhor nos concedeu.
Voltemos nosso olhar e nosso coração para a família de Nazaré: pobrezinha, sujeita a conflitos e crises, feita de lágrimas e alegrias, de convivência e esperanças. Família de Nazaré, tão igual a nossa, tão diferente da nossa!
Santo carpinteiro José, velai pelos esposos: que sejam fortes e suaves, que sejam responsáveis e fiéis, que sejam piedosos e cheios de doçura paterna, que sejam presentes ao lar e à educação de seus filhos. Santíssima Virgem Maria, olhai para as mães: que sejam defensoras da vida, que nunca percam de vista a dignidade imensa da maternidade! Que nem o trabalho nem o sucesso profissional as façam perder de vista a prioridade e santidade de sua vocação materna e a necessidade de aquecer o lar e os filhos com seu amor e sua presença. Senhor Jesus, Menino nascido para ser nossa paz, velai pelos filhos, velai pelas crianças e não permitais que a vida humana seja assassinada pelo aborto e pelas experiências sacrílegas com embriões humanos! Que os filhos cresçam como tu cresceste: no calor de um pai e de uma mãe, no aconchego de um lar, na piedade da oração familiar e da simplicidade das lutas de cada dia! E que possamos louvar-te eternamente, um dia, com José e Maria de Nazaré.
 
 
 
dom Henrique Soares da Costa

sábado, 30 de dezembro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - A PROFETISA ANA

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1a Leitura - 1 João 2,12-17
Leitura da primeira carta de são João.
1 12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo seu nome.
13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno.
14 Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.
15 Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.
16 Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo.
17 O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.
Palavra do Senhor.


Salmo - 95/96
O céu se rejubile e exulte a terra!

Ó família das nações, daí ao Senhor,
Ó nações, daí ao Senhor poder e glória,
Dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!

Oferecei um sacrifício nos seus átrios,
Adorai-o no esplendor da santidade,
Terra inteira, estremecei diante dele!

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”
Ele firmou o universo inabalável,
E os povos ele julga com justiça.

Evangelho - Lucas 2,36-40
Aleluia, aleluia, aleluia.
Um dia sagrado brilhou para nós: nações, vinde todas adorar o Senhor: pois hoje desceu grande luz sobre a terra.

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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 2 36 havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada.
37 Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
38 Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação.
39 Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré.
40 O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
Palavra da Salvação.

 O semelhante atrai o semelhante. A profetisa Ana reconheceu o Menino Jesus, e avisou a todos os presentes quem Ele era.
Isso também acontece conosco. Os maus se identificam com os maus. Quem está bêbado, percebe com facilidade outros bêbados, que embora disfarçam muito bem, para que ninguém perceba que beberam de novo, esses são detectados pelos “especialistas” do copo.Assim também, os santos se aproximam dos santos. Quem é puro, consegue ver a pureza do outro, da outra, quem é justo, percebe a justiça dos demais, quem é de Deus, consegue identificar todos os demais que também são de Deus.
Quem segue os ensinamentos do Evangelho, são pessoas facilmente perceptíveis pelos seus iguais. Pelos demais que assim como esses, vivem na presença de Deus.
Ana sentiu, percebeu, reconheceu o Menino Jesus! Sejamos como Ana. Santos, puros, profetas, e prontos para receber a Luz divina e refleti-la ao mundo.Na primeira Carta de São João 2,12-17, aprendemos verdades maravilhosas e muito úteis à nossa vida.
Aprendemos que os nossos pecados serão perdoados, se buscarmos Aquele que é desde o princípio, o nosso Salvador.São João escreve aos, jovens, e para nós também. Precisamos, com a graça de Deus, vencer o Maligno, e suas enganações. Suas propostas mentirosas de riqueza, prazer e diversão, que no fundo, só nos prejudicam, nos levam para longe de Deus, e nos causam grandes danos e malefícios.A Palavra de Deus é que deve permanece em nós, e a sua vivência é que nos faz vencer as artimanhas do Maligno.Não devemos amar o mundo e o que há nele.  Pois se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Se amamos o mundo e suas ilusões, acabamos afastados dos caminhos de Deus, e com isso só teremos sofrimentos, em vez de vida em abundância.
Porque tudo o que há no mundo não passa de paixões da natureza,concupiscência dos olhos,  ostentação da riqueza, e nada disso nos vem do Pai, mas sim,  do mundo.Ora, o mundo passa, esta vida passa, com toda sua concupiscência. Mas aquela e aquele que faz a vontade de Deus, esse permanece para sempre, pois será conduzido à avida eterna! 

 

 


José Salviano   

CUIDADO COM AS SUPERTIÇÕES

Você confia ou não na Providência Divina?

“Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19,31). “Serás inteiramente do Senhor; teu Deus” (Dt 18,13). “Não praticareis a adivinhação nem a magia” (Lv 19,26b)
Sempre houve esta condenável idolatria, que continua moderna, chamada superstição, pela qual se busca uma divinização espúria das energias ocultas. Até mesmo entre os católicos, mal formados, se multiplicam, superstições que beiram ao ridículo. Elas são muitas e variadas.
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Entre elas, muitos são os que colocam na entrada de suas lojas e casas vasos com a espada de São Jorge; outros, raminhos de arruda; inúmeros os que andam com “pedras, pêndulos, cristais e outras bugigangas para espantar as energias negativas”.
Há também aqueles que vivem impressionados com os males que possam advir dos “trabalhos” realizados nos terreiros. Querem combater as forças do mal de qualquer maneira e, apesar de frequentarem os Sacramentos da Igreja, empregam esses “rituais” para se “purificarem”.
Estamos já no início do terceiro milênio e, no entanto, prevalecem os feitiços: uma pedra, uma raiz, uma pena de pássaro, uma concha, um dente de animal, ainda há pessoas que pregam ferradura atrás da porta para atrair sorte nas questões econômicas ou vão atrás do trevo de quatro folhas, portador de felicidade.
A enorme lista de superstições que aparece na vida de tantas pessoas, poderiam ser abandonadas se tivessem mais confiança em Deus e na proteção dos anjos e santos; e não se entregariam a práticas tão irrisórias, fundadas num temor doentio. Trazer um amuleto não pode nunca atrair qualquer tipo de ajuda sobrenatural, nem afastar as invectivas do Maligno, o qual, segundo São Pedro, deve ser vencido unicamente pela fé (1 Pd 5,8).
Todas as crendices envolvidas nas superstições carecem de qualquer base filosófica e teológica. É inteiramente destituída de lógica a associação de causa e efeito professada pelos supersticiosos. Sob o ponto de vista da teologia, as práticas supersticiosas demonstram um senso religioso decadente.
No fundo, apesar dos pesares, é a nostalgia do Absoluto que impera. Aquele que perde sua fé na Providência de Deus que governa sabiamente o mundo e se interessa pelos homens de modo especial, tende a se curvar ao império de uma força cega criada pela fantasia humana.
O cristão deve dar sempre a demonstração de uma crença robusta, firmada nas Escrituras, acreditando numa palavra que Jesus repetiu tantas vezes: “Não tenhais medo” (Mc 6,50; Lc 24,36; Jo 6,20). “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5); e queria dizer que com Ele tudo pode quem Nele confia. Fora de Jesus não há salvação (At 4,12), disse São Pedro aos chefes judeus.
O escritor romano Varrão († 7 a.C.) exprimia muito bem, na sua linguagem politeísta, o que significa essa religiosidade inferior, quando afirmava que “o supersticioso é o homem que teme os deuses como inimigos, ao passo que o homem religioso os reverencia como pais” (citado por S. Agostinho, De civ. Dei 6.9.2). Quintiliano († 120 d.C.), por sua vez, notava que a “superstição difere da religião como o homem que procura por curiosidade difere do homem que procura por amor” (De inst. orat. VIII 3). Em suma, vê-se que já entre os romanos pagãos a superstição era tida como uma deterioração ou contrafação da Religião.
O Catecismo da Igreja diz que: “A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo: quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesma legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que exigem, é cair na superstição” (n.2111). Aqui se enquadram as tais “correntes de oração obrigatórias” sob pena de castigos.
A adivinhação, leitura de cartas ou qualquer outro rito supersticioso do tipo, apontam para a predição de coisas futuras ou ocultas sem recorrer a Deus. Pretende-se descobrir aquilo que só Deus pode conhecer. O grande pecado da superstição está que a pessoa quer buscar fora de Deus, poder e conhecimento, que Deus não quer nos dar porque não é bom para nós. O supersticioso, por práticas mágicas quer impor a Deus fazer a sua vontade por meios mágicos.
Deus nos revelou algumas coisas sobre o futuro, que nos interessam, por exemplo, haverá um juízo particular e um final; e depois o céu ou inferno. E nos deu inteligência, liberdade, vontade, consciência e outros recursos para que nos preparemos responsavelmente para o futuro. Não podemos controlar nosso futuro, pois ele está nas mãos do Senhor. Precisamos confiar Nele como um Pai infinitamente bom e cooperar com a sua graça para fazer a parte que nos corresponde.
No entanto, o homem, levado pela soberba, quer ter tudo sob controle, sem colocar sua confiança em Deus. É esse o pecado da superstição, buscando conhecimento ilícito, por caminhos que estão fora da revelação divina, como a adivinhação. É preciso saber que esses recursos ocultistas, sem que se saiba, recorrem ao demônio; e quem a pratica fica, de alguma maneira, vinculado a ele. São Paulo disse que: “As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele?” (1Cor 10,20-22).
À medida que se perde a fé, aumentam as superstições, mesmo entre pessoas que não pertencem a estes grupos, mas que buscam solução para seus problemas. Alguns pensam que seja mera brincadeira e o fazem por curiosidade ou pela pressão de um grupo. Mas precisamos recordar que ai está em jogo a nossa fidelidade a Deus, com quem não se brinca.
Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a Ele, então, fabrica o seu deus, à sua pequena imagem e semelhança; semelhante à pedra, ao cristal, à magia, etc.
Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que alma não esteja tão clara; para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.
O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, “Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscientemente não se dê conta disso. Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios… Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras. Lamentavelmente, muitos cristãos (e até católicos!), por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.
Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração, todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou lugar. São Paulo disse: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6). E São Paulo advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14).
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?” (1 Cor 10,20-22). Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança Nele, não vamos atrás de coisas proibidas.
O tempo é um grande presente de Deus para cada um de nós; e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos, para que Ele cuide de cada dia e de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé. Não devemos recorrer a nenhuma destas práticas ou ritos, pois são totalmente contrárias à nossa fé. Recordemos que o inimigo está como “um leão procurando a quem devorar”.



(via Prof. Felipe Aquino)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO

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1a Leitura - 1 João 2,3-11
Leitura da primeira carta de são João.

2 3 Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele.
5 Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele:
6 aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu.
7 Caríssimos, não vos escrevo nenhum mandamento novo, mas sim o mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que acabais de ouvir.
8 Todavia, eu vos escrevo agora um mandamento novo - verdadeiramente novo, nele como em vós, porque as trevas passam e já resplandece a verdadeira luz.
9 Aquele que diz estar na luz, e odeia seu irmão, jaz ainda nas trevas.
10 Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar.
11 Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, sem saber para onde dirige os passos; as trevas cegaram seus olhos.
Palavra do Senhor.

Salmo - 95/96
O céu se rejubile e exulte a terra! 

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!

Dia após dia anunciai sua salvação,
manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!

Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus:
diante dele vão a glória e a majestade,
e o seu templo, que beleza e esplendor!

Evangelho - Lucas 2,22-35
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sois a luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32).

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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 22 Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor,
23 conforme o que está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”;
24 e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
25 Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.
26 Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor.
27 Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei,
28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos:
29 “Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra.
30 Porque os meus olhos viram a vossa salvação
31 que preparastes diante de todos os povos,
32 como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel”.
33 Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.
34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições,
35 a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma”.
Palavra da Salvação.
 
Chegou a momento de levar o Menino Deus ao templo para a purificação, conforme determinava a lei de Moisés.  Ao apresentar o menino à Simeão, tomou nos braços e disse:  “agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.(Lc 2, 27-32)
         Era a luz diante dos olhos do servo do Senhor. Aquele que iria contradizer as leis mundanas. Aquele que trazeria em seu semblante a paz e o discernimento de um mundo novo cheio de ternura e aconchego.
         Maria e José cumpriram com o desígnio do Senhor. Apresentar ao templo o recém-nascido para que a purificação reinasse para sempre. Não era uma apresentação formal para que todos vejam, mas uma apresentação consciente de um cristão  que aprecia o Espírito renovador. Ir ao templo com o menino era apaziguar a alma naquele que fortalece.
         Hoje até há apresentação de recém-nascidos nas igrejas. Os pais levam para cumprir formalidades. Até recebem benção do sacerdote. Mas esquecem de que a Luz permanece acessa com a frequência na fé. É preciso criar uma ligação constante com Deus na igreja. Participar dos eventos litúrgicos e das festas, envolver com as atividades pastorais proposta e aproximar com alegria do anuncio do Evangelho.
         Muitos pensam que ir à igreja  em ocasiões especiais estão cumprindo o mandamento. Mas na verdade estão vivendo nas trevas. Dizem que ama Deus e que ama o próximo, mas suas ações são de ódio, rancor, maldade.  Têm o coração de pedra. Fecham o acolhimento de Deus, não enxerga o irmão como expressão de um Deus presente. Desfazem das pessoas por ignorância ou ficam com medo de ser cobrada.
         Viver na Luz é buscar a fé no Cristo Ressuscitado. Como Maria e José fizeram. Levaram o menino ao templo para a purificação no espírito Santo. Encontrou o guardião da Palavra fervoroso, pois sentia que o tempo estava chegando. Tempo de renovação e de esperança. Não a continuidade de um tempo  infeliz, cheio de torturas e maldades.
         Quem participa do encontro com Deus na igreja e celebra a Eucaristia com afinco e amor, vive na luz da salvação. Tem em sim a graça santificante da presença do bem amado que deu sua vida para livrar o homem do pecado.
         Mesmo sabendo da missão e da dificuldade que atravessaria para alargar a palavra, Simeão revelou aos pais de Jesus a meta final: morte na cruz. Revelação que não amedrontou os pais e sim deu força para continuar na luta missionária. Disse Simeão: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma”.(Lc 2,34-35)
         Quem tem Deus no coração não afugenta do compromisso. Para que isso revele o preceito de Deus,  é preciso que participa e viva os ensinamentos do amor na igreja. Apresentamos nossos filhos ao templo e vivamos a Luz do Cristo para sempre.  
 
 
 
 

Claudinei M. Oliveira
 

CINCO CONSELHOS DE UM SANTO PARA 2018

 Dicas valiosas de São Josemaría Escrivá para a tarefa mais importante de nossa existência: a salvação da nossa alma.
 Cinco conselhos de um santo para 2018
Todo começo de ano, as pessoas têm o costume de "fazer promessas". Examinam a própria consciência – coisas que fizeram de modo errado ou de que se arrependeram mais tarde –, elegem suas testemunhas – Deus, a própria consciência, a família ou os amigos mais próximos – e fazem sua lista: "Neste ano, vou fazer isto e isto; e deixar isto, isto e aquilo...". 
Ainda que a pessoa se esqueça do que prometeu nos primeiros dias de janeiro (o que não é nada incomum), os "propósitos de ano novo" são uma boa iniciativa: ilustram o anseio do homem pelo bem e pela perfeição, e ajudam-no a não se conformar com uma vida medíocre, levada "de qualquer modo".
Esta noção de seriedade diante da vida é profundamente cristã. Na famosa parábola dos talentos, Nosso Senhor compara o Reino dos céus a um homem que, tendo viajado para o estrangeiro, deixou seus bens a três servos. Enquanto os dois primeiros trabalharam para multiplicar o que tinham recebido, e foram elogiados por seu senhor, o terceiro, que enterrou na terra o que recebeu, foi repreendido com o apodo de "servo mau e preguiçoso" e jogado nas trevas, onde "haverá choro e ranger de dentes" (cf. Mt 25, 14-30). 
Deus dá a cada ser humano a oportunidade única de viver - não haverá outra "encarnação", como supõem os espíritas - e espera amorosamente que ele trabalhe e desenvolva os talentos que Ele lhe concedeu. "Trabalhai na vossa salvação com temor e tremor" (Fl 2, 12), diz também São Paulo.
Que tal ser aconselhado por um santo para fazer sua lista de propósitos para o ano que se iniciou? Abaixo, seguem algumas pérolas de São Josemaría Escrivá, o santo do quotidiano, com recomendações valiosas para o trabalho mais importante de nossa existência: a salvação da nossa alma.

1. Lutar contra os pecados veniais

"Já sei que evitas os pecados mortais. - Queres salvar-te! - Mas não te preocupa esse contínuo cair deliberadamente em pecados veniais, ainda que sintas o chamado de Deus para te venceres em cada caso. - É a tibieza que torna a tua vontade tão fraca." (Caminho, 327)
"Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes, e quem é injusto nas pequenas será injusto também nas grandes" (Lc 16, 10). Quem quer seguir Nosso Senhor, deve deixar de lado a "mentalidade do salário mínimo" e começar a servi-Lo com maior generosidade. Não nos basta seguir os Dez Mandamentos, o chamado de Cristo é que sejamos santos – ou seja, que O amemos de verdade, por completo.
Quantas vezes Nosso Senhor "incomoda" a nossa consciência, alertando-nos para certas palavras ou atitudes que não correspondem à Sua vontade, mas que muitas vezes tratamos como se não fossem nada ou – pior – dizemos serem "somente" pecados veniais. Santo Anselmo pergunta: "Quem terá a ousadia de dizer: isto é só um pecado venial, e, portanto, não é um grande mal? Se Deus é ofendido, como se poderá afirmar que isso é um pequeno mal?"
Por isso, abandonemos de vez os pecados veniais, "vulpes parvulas, quae demoliuntur vineas - as pequenas raposas que destroem a vinha" (Ct 2, 15).

2. Acordar na hora certa

"Vence-te em cada dia desde o primeiro momento, levantando-te pontualmente a uma hora fixa, sem conceder um só minuto à preguiça. Se, com a ajuda de Deus, te venceres, muito terás adiantado para o resto do dia. Desmoraliza tanto sentir-se vencido na primeira escaramuça!" (Caminho, 191)
"O minuto heróico. - É a hora exata de te levantares. Sem hesitar: um pensamento sobrenatural e... fora! - O minuto heróico: aí tens uma mortificação que fortalece a tua vontade e não debilita a tua natureza." (Caminho, 206)
Muitas pessoas têm problemas para dormir; tantas outras, porém, têm o problema oposto: não conseguem levantar-se da cama no outro dia. Às vezes até dormem mais cedo, colocam o despertador para determinado horário, mas, simplesmente não acordam – ou pior, não querem levantar-se! Depois que ativam a "função soneca" do celular, elas cochilam indefinidamente, chegando a perder o horário e deixando de cumprir os seus deveres em casa, na escola ou no trabalho.
É certo: às vezes, a rotina do dia a dia esgota-nos sobremaneira. Todavia, é preciso reconhecer que as perdas de tempo na cama, de manhã, normalmente se devem muito mais à nossa preguiça que ao nosso cansaço físico. Afinal, se aquela hora específica é o momento que tínhamos fixado para acordar, por que adiar para mais tarde?
Em 2018, este pode ser um ótimo propósito para nós: o "minuto heroico", levantar na hora certa, sem negociatas com o celular, "sem hesitar". Além de adiantar muito para o resto do dia, tal prática pode ser feita como verdadeiro exercício de mortificação. E a mortificação - não se pode esquecer - é uma escada imprescindível para subir ao Céu.

3. Fazer alguns minutos diários de meditação

"Meditação. - Tempo certo e a hora certa. - Senão, acabará adaptando-se à nossa comodidade: isso é falta de mortificação. E a oração sem mortificação é pouco eficaz." (Sulco, 446)
"Um tempo de meditação diária - união de amizade com Deus - é coisa própria de pessoas que sabem aproveitar retamente a sua vida; de cristãos conscientes, que agem com coerência." (Sulco, 665)
Em um mundo tomado por uma agitação contínua, na qual as pessoas agem quase que "a toque de caixa", falar de rezar chega a parecer conversa de outro mundo – ou da Idade Média. Com tanta coisa para fazer, parece não sobrar tempo para Deus e para o cuidado de nossa vida interior. Levado pelo ritmo frenético do dia a dia, então, quem é ateu vai simplesmente passando a sua curta existência neste mundo, e quem é cristão vai pouco a pouco se tornando materialista, uma espécie de "ateu prático".
O conselho de São Josemaría é um desafio para o homem moderno: "um tempo de meditação diária", com "tempo certo" e "hora certa". Um momento reservado, escolhido, específico, para Deus. É claro que é possível rezar enquanto se trabalha. São Paulo mesmo pede aos cristãos que rezem sem cessar (cf. 1Ts 5, 17). Isso, no entanto, não pode ser desculpa para deixar de escolher um horário determinado e especial para tratar com Deus. O Cristianismo é a religião do amor. Quando alguém ama, quer estar com a pessoa amada, conversar com ela, desfrutar da sua presença. Ora, como podemos amar a Deus, se não queremos passar alguns poucos minutos diários diante d'Ele?
Em suma, na religião cristã, não se pode descuidar da oração, que é realmente a porta da santidade.

4. Não esquecer o exame de consciência

"Se lutas de verdade, precisas fazer exame de consciência. - Cuida do exame diário: vê se sentes dor de Amor, porque não tratas Nosso Senhor como deverias." (Sulco, 142)
"Há um inimigo da vida interior, pequeno, bobo; mas muito eficaz, infelizmente: o pouco empenho no exame de consciência." (Forja, 109)
"Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento" (Ef 4, 26), diz o Apóstolo. Trata-se de um conselho importantíssimo para qualquer convivência sadia entre as pessoas. Ora, se é preciso cuidar do relacionamento com os outros, muito mais da nossa intimidade com Deus!
Por isso, um belo propósito para este ano é não deixar que o dia termine sem fazer um diligente exame de consciência. Quem ama, procura sempre melhorar, corrigindo os próprios erros, a fim de agradar a pessoa amada. Um exame bem feito, todos os dias, ao final da noite, além de fortalecer a união com o Senhor, torna mais concreto e responsável o nosso amor a Ele, eliminando as ofensas e imperfeições que atingem o Seu coração. Não se pode, portanto, negligenciar a importância do exame de consciência para a nossa vida espiritual.

5. Perseverar no trabalho

"Deves sentir cada dia a obrigação de ser santo. - Santo!, que não é fazer coisas esquisitas: é lutar na vida interior e no cumprimento heróico, acabado, do dever." (Forja, 60)
"Obstáculos?... Às vezes, existem. - Mas, em algumas ocasiões, és tu que os inventas por comodismo ou por covardia. - Com que habilidade formula o diabo a aparência desses pretextos para que não trabalhes...!, porque sabe muito bem que a preguiça é a mãe de todos os vícios." (Sulco, 505)

"'Passou-me o entusiasmo', escreveste-me. - Tu não deves trabalhar por entusiasmo, mas por Amor; com consciência do dever, que é abnegação." (Caminho, 994)
Não é verdade que o trabalho seja um castigo decorrente do pecado original. "O trabalho não é um castigo - ensina o Catecismo da Igreja Católica -, mas a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível" (§ 378). Por isso, antes mesmo que o primeiro homem pecasse, Deus o pôs no jardim do Éden "a fim de o cultivar e guardar" (Gn 2, 15). 
Se a queda desfigurou o trabalho humano – o ser humano passou a comer o pão "com trabalhos penosos" e "com o suor do seu rosto" (cf. Gn 3, 17-19) –, Nosso Senhor, que passou a Sua vida oculta no serviço simples e escondido da carpintaria de Nazaré, devolveu-lhe a beleza e o significado originais. O homem não trabalha simplesmente para cumprir uma pena. Trabalha para ser santo. Para lutar "na vida interior e no cumprimento heroico, acabado, do dever".
O segredo de todos esses conselhos, todavia, está no amor. "Tu não deves trabalhar por entusiasmo, mas por Amor", diz o santo do quotidiano. Qualquer propósito para 2018 será em vão se não tiver como motor principal a caridade. Os sentimentos, o "entusiasmo", os arrepios dos primeiros anos de conversão, todas essas coisas passam. Ao contrário, o amor, fundado na vontade firme, na "determinada determinación" de agradar a Deus, permanece. Dia após dia, renovemos as nossas "promessas" de entrega e fidelidade a Ele. E teremos, sem dúvidas, um ano muito melhor do que este que passou. 





Equipe Christo Nihil Praeponere

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - HERODES E O MASSACRE DOS INOCENTES

 Resultado de imagem para HERODES E A MORTE DAS CRIANÇAS
1a Leitura - 1 João 1,5-2,2
Leitura da primeira carta de são João.
1 5 A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma.
6 Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade.
7 Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.
9 Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.
10 Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós.
2 1 Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2 Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
Palavra do Senhor.

Salmo - 123/124
Nossa alma, como um pássaro, escapou
do laço que lhe armara o caçador. 

Se o Senhor não estivesse ao nosso lado
enquanto os homens investiram contra nós,
com certeza nos teriam devorado
no furor de sua ira contra nós. 

Então as águas nos teriam submergido,
a correnteza nos teria arrastado
e, então, por sobre nós teriam passado
essas águas sempre mais impetuosas. 

O laço arrebentou-se de repente,
e assim nós conseguimos libertar-nos.
O nosso auxílio está no nome do Senhor,
do Senhor que fez o céu e fez a terra!


Evangelho - Mateus 2,13-18
Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; vos louva o exército dos vossos santos mártires!

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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 13 Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar".
14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.
15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei do Egito meu filho".
16 Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.
17 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:
18 "Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem!"
Palavra da Salvação.

“Os meninos inocentes foram mortos por causa de Cristo.  Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor”
         Quanta ignorância de um governante! Quanta maldade no coração de um homem que deveria cuidar da vida do seu povo! Por que não olha com ternura para seus governados e faça algo que pode melhorar o dia a dia sem a maldade e sem a exploração? Tudo isso acontece porque o poder emerge fúria e cobiça. Cega às pessoas e só age para seu bem, não importando as consequências.
         Claro que Herodes ficou furioso com os magos. Não disseram onde estava o Menino Deus que acabou de nascer. Nem, ao menos passou para dar satisfação para o governante. Herodes ficou amedrontado com o menino Santo. Temia perder espaço e bajulação. O menino era uma ameaça para sua política. Então deveria dar um fim naquele que tinha as Graças de Deus e em seu seio morava o amor-solidário.
         O anjo do Senhor aparece para a família reunida e pediu para fugir bem longe, a fim de não deixar que o menino fosse sacrificado ainda pequenino. Os pais saíram às pressas para uma terra desconhecida. Fizeram isso por amor. Somente uma família amável e temente a Deus pode aceitar o desafio de deixar o seu lugar para salvaguardar um recém-nascido.
         Por não saber quem era o menino-Deus resolveu matar todas as crianças pequenas do seu Reino. Demonstrando uma brutalidade sem fim. Colocando a cólera às soltas e disseminando o ódio diabólico para trabalhar.
         Queridos leitores, vejam que essa atitude de um governante sanguinário ainda persiste em nosso mundo. Quantas crianças inocentes, de coração puro e sem maldade, são mortas pelas ações grotescas. Quantas crianças, idosos e pessoas de bem são mortas por vingança ou por atender interesses particulares. Ainda em nosso meio persiste o ódio e a maldade de um governante que age como Herodes.
Acontece que as famílias retaliadas em nosso tempo não têm como fugir para estabelecer a paz em seu meio. Tem que enfrentar com a fé e a certeza de que Cristo possa estar olhando e atendendo nas necessidades. Conta com o clamor de Deus e sua misericórdia para atenuar as dores, muitas vezes insuportáveis.
Ainda neste Evangelho sentimos a dureza do recém-nascido que tem uma proposta de paz e de amor entre os homens. Nada é conquistado com facilidade. Muitas coisas ruins tentam a todo custo atrapalhar o bom relacionamento.
Como esta escrita na Primeira Carta de São João:  “ Deus é a luz e nele não há trevas”. O caminho que leva o homem para a salvação esta clareado com a Luz de Cristo, que envereda para o bem e para a ajuda mútua.  Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e não andamos nas trevas, o Filho do Homem nos purifica de todo pecado. Herodes preferiu as trevas que a Luz, porque a ignorância apoderou em altivez. 
Queremos neste momento pedir ao Menino Deus à misericórdia para com aqueles que andam nas trevas e só enxergam a maldade em vosso coração. Pedimos perdão dos pecados comentidos contra a salvação e Cristo nos dará porque ele foi à vítima da amargura pelos pecados do homem maldoso e também pelos pecados do mundo inteiro.

 
 
 

Claudinei M. Oliveira

CÉU, INFERMO E PURGATÓRIO: AS MAIS FASCINANTES E CONTROVERTIDAS CRENÇAS DA IGREJA CATÓLICA

Reflexões do bispo auxiliar de Los Angeles, Robert Barron 

É difícil entender a existência de um Deus infinitamente bom e um inferno também eterno. O bispo auxiliar de Los Angeles, Robert Barron, um dos líderes mais tecnológicos que a Igreja tem, conhecido por sua forte presença nas redes sociais, admite que “muitos cristãos que aceitam com agrado as doutrinas sobre o céu e o inferno acham os ensinamentos sobre o purgatório extravagantes e arbitrários, sem fundamento bíblico”.
“Deus não envia ninguém ao inferno, mas as pessoas escolhem ir para lá livremente. As portas do inferno estão sempre fechadas a chaves e por dentro”, disse o escritor Lewis. “Se há seres humanos no inferno, é porque eles insistiram claramente nisso”, escreve Barron, no livro Catolicismo (recentemente lançado em espanhol). O autor é doutor em Teologia, mestre em Filosofia e bispo auxiliar desde 2015.
Monsenhor Barron considera que “não podemos declarar com total certeza que alguém – nem sequer Judas ou Hitler – tenha escolhido trancar definitivamente a porta ao amor divino”. E prossegue: “A liturgia nos motiva a rezar por todos os mortos e, como a lei da oração é a lei da fé, precisamos nos agarrar à esperança da salvação”.
Purgatório
Para muitos cristãos, o purgatório aparece como um resíduo da Idade Média, um ensinamento supersticioso e supérfluo, sem claro suporte bíblico. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, mesmo conhecendo sua eterna salvação, depois da morte passam por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama de ‘purgatório’ esta purificação final dos eleitos” (CIC 1030-1031).
Sem dúvida, a palavra purgatório não está na escritura, “mas também não estão Encarnação e Trindade”, declara Barron. No entanto, pode-se argumentar que as sementes da ideia do purgatório estão sim no livro de Macabeus (II Macabeus 12, 44-46).
O Céu
O Céu nunca teve boa fama entre os pensadores. Marx e Freud apontam a existência do céu como “sinal de ingenuidade”.
O bispo Barron acredita que “parte da inteligência da tradição católica reside no fato de não  rejeitar nada”. Tudo o que se trata em um compêndio sobre Catolicismo (Deus, Jesus, Igreja, Sacramentos, Liturgia…) “está aí para nos levar para o Céu”, recorda o bispo norte-americano.
O Céu é, portanto, o destino e o sentido que alimenta tantos crentes. Ele tem sido imaginado de muitas maneiras: vida, luz, paz, banquete de núpcias, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste, paraíso (CIC 1027).
“Muitos cristãos são mais platônicos do que bíblicos ao conceber o fim da vida espiritual com a saída deste mundo e a partida para o céu”, aponta Barron. Ele ainda sugere “pensar no céu como uma espécie de jogo”, com muitos participantes em torno de um objetivo comum e com todas as suas capacidades e energias totalmente empenhadas.





SÃO CEISTOVÃO ERA UM "LOBISOMEM"?

Por que, originalmente, esse popularíssimo santo era representado com cabeça de lobo ou de cachorro?

São Cristóvão, conhecido popularmente como o santo padroeiro dos viajantes, costuma ser representado com o Menino Jesus sobre seus ombros, prestando-Lhe ajuda para cruzar um rio.
Mas nem sempre foi assim…
Nos primeiros ícones, ele era representado com a cabeça de um cachorro!


E de onde vêm essas duas representações tão diferentes?
O mito dos homens com cabeça de cachorro existiu em muitas culturas antigas – e continua presente no imaginário folclórico de hoje em dia mediante uma figura adaptada: a do lobisomem.
Grosso modo, essas representações mitológicas procuravam dizer que, ao se desviarem ou serem desviados da sua primordial natureza humana, os homens passavam a se comportar como animais irracionais. Transformar-se em homem-cão ou em homem-lobo era sempre uma espécie de maldição, um sofrimento. Em praticamente todas as culturas, o conceito de pecado sempre esteve associado aos impulsos mais primários ou animalescos, enquanto a virtude e a superação do pecado era vista (e continua sendo) como o elevado ideal a que todo ser humano é chamado pela própria natureza espiritual. Essas metáforas e suas representações visuais também foram incorporadas pela cultura popular cristã na sua vasta iconografia.
E vem dessas tradições populares, em especial do Oriente e em particular do Egito, a representação original de São Cristóvão como um homem com cabeça de cachorro, que, depois de conhecer a Cristo, teve a sua humanidade restaurada. Trata-se, portanto, de uma imagem voltada a simbolizar que ele deixou para trás uma vida de entrega aos instintos animalescos para passar a viver segundo os valores elevados do Evangelho.
A partir do século XII, porém, foi preponderando a sua representação, Europa afora, como um homem de robustez extraordinária que ajuda o Menino Jesus a atravessar um rio. Essa tradição deriva do seu próprio nome em grego: “Christóphoros” (formado pelas palavras “Christòs”, Cristo, e “phoros”, portador, aquele que leva); ou seja, “aquele que leva Cristo”.


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Philip Kosloski

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

LITURGIA DIÁRIA - O TÚMULO ESTÁ VAZIO!

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1a Leitura - 1 João 1,1-4
Leitura da primeira carta de são João.

1 1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida -
2 porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -,
3 o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo.
4 Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.
Palavra do Senhor.

Salmo - 96/97
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! 

Deus é rei! Exulte a terra de alegria, 
e as ilhas numerosas rejubilem! 
Treva e nuvem o rodeiam no seu torno, 
que se apóia na justiça e no direito. 

As montanhas se derretem como cera 
ante a face do Senhor de toda a terra; 
e assim proclama o céu sua justiça, 
todos os povos podem ver a sua glória. 

Uma luz já se levanta para os justos,
e a alegria, pra os retos corações. 
Homens justos, alegrai-vos no Senhor, 
celebrai e bendizei seu santo nome!

Evangelho - João 20,2-8
Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos, vos louva o exército dos vossos santos mártires!

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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou.
Palavra da Salvação.
 
Jesus surpreende todos ao voltar para o pai. Maria Madalena ao perceber que o corpo de Jesus não estava no túmulo saiu às pressas comunicar seus amigos. Quase ninguém acreditou no que havia acontecido. Mas ao aproximar do túmulo puderam constatar que realmente, o Mestre tinha voltado para os céus.
         Aquele que lutou a favor dos oprimidos e pobres cumpriu sua missão na terra. Tratou todos com carinhos e dedicação. Formou sua comunidade com homens prodigiosos, ensinou a cultivar a sensatez da solidariedade. Mas chegou sua hora de voltar para o Pai.
         Deixou para continuar sua missão pessoas amáveis, capaz de enfrentar  o poder exigente e manipulador. Animou seus seguidores, mas não os abandonou.
         Jesus  manifestou sua presença junto a humanidade e, todos  puderam testemunhar a vida eterna, que agora estava junto do Pai e que se tornou visível. Através da fé e da alegria temos a certeza de que Cristo ressuscitou da morte para a vida, retirando o homem das trevas para a luz, dando  oportunidade de uma realidade que goze plenamente  a unidade entre os povos.
         O desejo de Jesus, assim que podemos falar, era uma sociedade  amorosa, ajudando os fracos, percorrendo vielas e becos com o anuncio de libertação; uma sociedade amável, sem mancha e sem pecado. Esse legado foi posto para seus discípulos e perdura para os missionários até hoje. Temos a obrigação  de zelar pela Palavra de Deus e fazê-la chegar aos confins do mundo. Através da Palavra, criar no homem descrente a vontade de conhecer o remédio da salvação.
         Maria Madalena zelava o túmulo porque sabia que Jesus era muito importante. Tanto que não ficou quieta e nem amedrontou ao perceber que o corpo não encontrava  no sepulcro. Saiu correndo e falando para os  amigos o que tinha visto. Sua missão foi contemplada quando muitos correram para ter a certeza da veracidade do fato.
         Assim devemos anunciar a bondade de Jesus. Provocar no outro a curiosidade daquilo que está anunciando. Motivar as pessoas a buscar a verdadeira cura. A cura esta no seguimento de Jesus. A cura da alma renova o espírito para suscitar o Cristo novo, o Cristo transformador e libertador.               
         Buscamos sempre a compreensão e tornamo-nos capazes de conhecer e amar o que nos foi ensinado de modo incomparável.  Abre Senhor o nosso coração para apropriarmos o Deus presente em nossas vidas; libertai-nos  de tudo o que diminui a vida e a esperança; fortalecei-nos na caminhada para corrermos ao seu encontro e encontrarmos seus braços caridosos.
         O túmulo estava vazio sem o corpo físico de Jesus. Mas a presença santificante D’Ele jamais abandou seus amigos e seus irmãos. Sempre presente Ele cuida a todo instante de cada passo do homem. Jesus surpreendeu a humanidade e continua nos surpreendendo. Vivamos na alegria e na paz. Amém!
Abraços
 
 
 
 

Claudinei M. Oliveira