domingo, 30 de abril de 2017

3º DOMINGO DA PÁSCOA - OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

Resultado de imagem para discipulos de emaus
A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir esse Cristo vivo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens.
É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem.
A primeira leitura mostra (através da história de Jesus) como do amor que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova; e convida a comunidade de Jesus a testemunhar essa realidade diante dos homens.
A segunda leitura convida a contemplar com olhos de ver o projecto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a uma vida nova.
LEITURA I – Actos 2,14.22-33
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No dia de Pentecostes,
Pedro, de pé, com os onze Apóstolos,
ergueu a voz e falou ao povo:
«Homens de Israel, ouvi estas palavras:
Jesus de Nazaré
foi um homem acreditado por Deus junto de vós
com milagres, prodígios e sinais,
que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio,
como sabeis.
Depois de entregue,
segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus,
vós destes-Lhe a morte,
cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou O, livrando O dos laços da morte,
porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito:
‘O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes me a conhecer os caminhos da vida,
a alegria plena em vossa presença’.
Irmãos, seja-me permitido falar vos com toda a liberdade:
o patriarca David morreu e foi sepultado
e o seu túmulo encontra se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta
e sabia que Deus lhe prometera sob juramento
que um descendente do seu sangue
havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo,
dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos,
nem a sua carne conheceu a corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou
e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus,
recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo,
que Ele derramou, como vedes e ouvis».
AMBIENTE
O nosso texto situa-nos na manhã do dia do Pentecostes, em Jerusalém. A comunidade cristã, transformada pelo Espírito, deixou a segurança das paredes do cenáculo e prepara-se para dar testemunho de Jesus, em Jerusalém e até aos confins do mundo. Nesse contexto, Lucas coloca na boca de Pedro – o porta-voz dos Doze – um discurso, que constitui um primeiro anúncio de Jesus (“kerigma”) aos habitantes da cidade e a todos os que se encontram ali para celebrar a festa judaica de ”Shavu’ot” (”Pentecostes” – festa celebrada cinquenta dias após a Páscoa, e na qual se ofereciam a Deus os primeiros frutos da terra. Na época neo-testamentária, celebrava a ”aliança” e, sobretudo, o dom da Lei ao Povo de Deus, na montanha do Sinai).
Este discurso, colocado na boca de Pedro, não é a reprodução histórica exacta de um discurso feito por Pedro junto do cenáculo, no dia da festa do Pentecostes; mas é um discurso construído pelo autor dos Actos, que reproduz, em parte, a pregação que a primitiva comunidade cristã fazia sobre Jesus.
Este discurso é muito semelhante a outros discursos do livro dos Actos (cf. Act 3,12-26; 4,8-12; 10,34-43; 13,16-41). Em qualquer um deles, aparece sempre um núcleo central que procede do kerigma primitivo e o resume: apresentação breve da actividade de Jesus, anúncio da sua morte e ressurreição e salvação que daí brota. Mesmo que o texto não reproduza exactamente a pregação de Pedro no dia do Pentecostes, reproduz a fórmula mais ou menos consagrada do kerigma primitivo e a catequese que a comunidade cristã primitiva costumava apresentar sobre Jesus.
MENSAGEM
O texto que nos é proposto resume, pois, os dados fundamentais da catequese cristã primitiva: Jesus passou pelo mundo realizando gestos que testemunhavam a dinâmica de Deus e a sua proposta de salvação para os homens (vers. 22); a proposta de Jesus chocou com a recusa do mundo e Ele foi morto na cruz (vers. 23); no entanto, Deus ressuscitou-O, mostrando que uma vida gasta ao serviço do projecto de Deus não pode terminar no fracasso, mas conduz à ressurreição, à vida plena (vers. 24). Pedro é aqui o porta-voz dessa comunidade que testemunhou a oferta de salvação que Jesus veio trazer e que recebeu de Jesus a missão de a anunciar aos homens de toda a terra.
Este primeiro anúncio é dirigido a judeus que conhecem as Escrituras e as promessas de Deus. Por isso, Lucas vai utilizar argumentos tirados da própria Escritura para apresentar a catequese sobre Jesus. Em concreto, Lucas cita o salmo 16,8-11 (vers. 25-28), atribuído aqui a David: trata-se de um dos raros textos do Antigo Testamento onde se vislumbra a vitória da vida sobre a morte. O raciocínio do autor deste discurso é o seguinte: David falou de um ”amigo” de Jahwéh que haveria de vencer a morte; não era o próprio David pois, como todos sabem, ele morreu… Tratava-se, sem dúvida, desse descendente de David que, segundo a promessa de Deus, haveria de herdar o trono do seu pai e estabelecer um reino eterno (cf. 2Sm 7,12-16). Era a esse rei, da descendência de David, que os judeus chamavam ”Messias” (”ungido”); era esse rei, da descendência de David que alimentava a esperança de Israel e que era aguardado ansiosamente. A conclusão é óbvia: Jesus é esse que venceu a morte; portanto, é o filho de David, o herdeiro do trono ideal de David, o Messias que Israel esperava.
Temos aqui, portanto, o testemunho da comunidade cristã sobre Jesus, o Messias, enviado ao mundo para cumprir o plano de Deus – isto é, para libertar os homens e para instaurar um Reino de justiça, de abundância, de paz. A vitória de Jesus sobre a morte e a sua exaltação atestam que Ele é esse Messias, enviado por Deus com uma proposta de salvação para os homens. Os cristãos são as testemunhas disto diante de todo o mundo. Por agora, esse testemunho é dado em Jerusalém; mas Lucas irá descrever, ao longo do livro dos Actos, a forma como o anúncio sobre Jesus irá conquistando o mundo, até atingir o próprio coração do império (Roma).
ATUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes desenvolvimentos:
• O nosso texto insiste numa mensagem que, nestes dias, aparece com grande insistência: Deus ressuscitou Jesus e não permitiu que a morte O derrotasse… A ressurreição de Cristo prova que uma vida gasta ao serviço do plano do Pai, na entrega aos homens, não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à exaltação, à vida plena. É conveniente lembrarmos isto, sempre que nos sentirmos desiludidos, decepcionados, fracassados, derrotados, criticados, por gastarmos a vida numa dinâmica de serviço, de entrega, de amor. Uma vida que se faz dom nunca é um fracasso; uma vida vivida de forma egoísta e auto-suficiente, à margem de Deus e dos outros, é que é fracassada, pois não conduz à vida em plenitude.
• Uma outra ideia, que está bem vincada no nosso texto, é a do testemunho… Pedro é o porta-voz de uma comunidade que conheceu e apreendeu a proposta de salvação que Cristo veio oferecer e que se sente, agora, investida da missão de dar testemunho dela diante dos homens – de todos os homens. A Igreja – da qual fazemos parte – é hoje, no mundo, a testemunha da proposta de salvação que Cristo fez; ela deve dizer a todos os homens o que aconteceu com Cristo e como Ele mostrou que a vida plena resulta do amor e do dom da vida. Sentimo-nos investidos dessa missão? Os homens desiludidos e desorientados encontram em nós – testemunhas de Cristo ressuscitado – uma proposta de vida definitiva e de realização plena? Somos nós que contaminamos o mundo e lhe oferecemos uma alternativa à desilusão, ou é o mundo que nos convence a viver de acordo com valores diferentes dos de Jesus?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 15 (16)
Refrão 1: Mostrai me, Senhor, o caminho da vida.
Refrão 2: Aleluia.
Defendei me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas Vossas mãos o meu destino.
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em Vossa presença,
delícias eternas à Vossa direita.
LEITURA II – 1 Pedro 1,17-21
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Caríssimos:
Se invocais como Pai
Aquele que, sem acepção de pessoas,
julga cada um segundo as suas obras,
vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo.
Lembrai vos que não foi por coisas corruptíveis,
como prata e oiro,
que fostes resgatados da vã maneira de viver,
herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Cristo,
Cordeiro sem defeito e sem mancha,
predestinado antes da criação do mundo
e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus,
que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória,
para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
AMBIENTE
Já vimos no passado domingo que a Primeira Carta de Pedro é um texto dirigido aos cristãos de cinco províncias romanas da Ásia Menor, provavelmente na parte final do séc. I (talvez pelos anos 80). Trata-se de comunidades do meio rural, pobres e altamente vulneráveis, nesse contexto de hostilidade que começa a manifestar-se cada vez mais contra os cristãos. As violentas e organizadas perseguições de Domiciano (que se traduzirão, para os cristãos, em massacres, torturas e sofrimentos indizíveis) estão já no horizonte próximo (década de 90).
Neste contexto, o autor da Carta exorta os crentes a manterem a fidelidade à sua fé, apesar da hostilidade actual e dos sofrimentos futuros. Convida-os a olharem para Cristo, que passou pela experiência da paixão e da cruz, antes de chegar à ressurreição; e exorta-os a manterem a esperança, o amor, a solidariedade, vivendo com alegria, coragem, coerência e fidelidade a sua opção cristã.
MENSAGEM
O nosso texto é, precisamente, uma exortação a viver na santidade (”vivei no temor” – diz o texto; o ”temor” define, no Antigo Testamento, a obediência, a confiança, a entrega a Deus a Deus) ”durante o tempo de exílio neste mundo” (vers. 17).
Para tornar mais marcante a exortação, o autor apresenta aos crentes a razão pela qual eles são convidados a viver na santidade: Deus pagou um alto preço para os resgatar da antiga maneira de viver… E esse preço não foi pago com ouro ou com prata, mas com o sangue precioso de Cristo, derramado na cruz.
O autor utilizado neste contexto é o verbo ”lytróô” (”resgatar”). Trata-se de um verbo usado no grego profano para designar a libertação de uma pessoa (nomeadamente de um escravo), mediante o pagamento de uma certa quantia. No Antigo Testamento, no entanto, o verbo é usado para designar a libertação levada a cabo por Jahwéh, em favor do seu Povo – do cativeiro egípcio (cf. Dt 7,8; 15,15), do exílio babilónico (cf. Es 41,14; 43,1) ou do pecado (cf. Sal 130,8). Em algumas passagens, assume o sentido de ”adquirir”, implícito na ideia de redenção: Jahwéh resgata Israel para que ele passe a ser o Povo de Deus (cf. 2 Sm 7,23; 1 Cr 17,21), a tribo da sua herança (cf. Sal 74,2). Dizer que Deus ”resgata”, contudo, não significa acentuar a ideia de um ”pagamento” (Deus não paga nenhuma soma para ”resgatar” o seu Povo), mas significa acentuar a questão da libertação: Deus, no seu amor, liberta Israel da escravidão e do pecado e faz dele um Povo consagrado ao seu serviço.
É neste ambiente que devemos entender a afirmação do autor da Primeira Carta de Pedro. Aliás, a tipologia do Êxodo/libertação está bem expressa na referência (vers. 19) ao ”cordeiro sem defeito e sem mancha” (qualidades do ”cordeiro pascal”, segundo Ex 12,5), que recordava a noite gloriosa da libertação da escravidão do Egipto. A questão é esta: Deus amou de tal forma os homens que enviou ao mundo o próprio Filho (o ”cordeiro” da libertação) com uma proposta de salvação e de vida nova para o Povo de Deus. O egoísmo e o pecado não acolheram essa proposta de salvação e mataram Jesus: esse foi o ”preço” do amor de Deus e da sua vontade de nos fazer chegar à vida plena. Mas a morte de Jesus não foi em vão: da sua fidelidade à missão do Pai, do dom da sua vida, nasceu uma comunidade de homens novos, que acolheram a proposta de Jesus e que aceitaram caminhar ao encontro da vida plena.
O cristão é, pois, convidado a contemplar o plano de salvação que Deus quer concretizar em favor do homem e que leva Jesus (o Filho de Deus) a morrer na cruz. Constatando a grandeza do amor de Deus e a sua vontade salvífica, o homem aceita renascer para uma vida nova e santa (mesmo no meio das dificuldades e perseguições). Dessa forma, nascerá um Povo novo, consagrado ao serviço de Deus.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão pode considerar os seguintes passos:
• O nosso texto convida-nos, antes de mais, a contemplar o imenso amor de Deus pelos homens. Esse amor traduziu-se no envio do próprio Filho (Jesus Cristo), com uma proposta de salvação. Da fidelidade do Filho ao projecto do Pai resultou o seu confronto com o egoísmo e o pecado e a morte na cruz. Não há maior expressão de amor do que entregar a vida em favor de alguém; e é dessa forma que Deus nos ama. Temos consciência disso?
• Da contemplação do amor de Deus tem de resultar uma resposta nossa. Segundo o autor da Primeira Carta de Pedro, essa resposta deve traduzir-se numa conduta nova de obediência a Deus, de entrega incondicional nas mãos de Deus, de adesão completa aos seus planos, valores e projectos. O amor de Deus inspira-me e motiva-me para viver – com coerência e fidelidade – os seus valores?
• O mundo em que vivemos potencia mais o egoísmo e a auto-suficiência do que o amor e a doação… Os homens do nosso tempo vivem, de forma geral, voltados para si mesmos, para os seus pequenos interesses pessoais e para a realização imediata dos seus sonhos, desejos e prioridades. Nós, os crentes, no entanto, somos convidados a viver e a anunciar a lógica de Deus, que é a lógica do amor e da entrega da vida até às últimas consequências. Qual é a lógica que domina a minha vida e que eu transmito nas minhas palavras e nos meus gestos: a lógica do amor, da entrega, da doação até às últimas consequências, ou a lógica do egoísmo, do orgulho, do amor-próprio?
Resultado de imagem para discipulos de emaus
ALELUIA – cf. Lc 24,32
Aleluia. Aleluia.
Senhor Jesus, abri-nos as Escrituras,
falai-nos e inflamai o nosso coração.
EVANGELHO – Lc 24,13-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Dois dos discípulos de Emaús iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a sessenta estádios de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou Se deles e pôs Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem.
Ele perguntou lhes.
«Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?»
Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na Sua glória?»
Depois, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam,Jesus fez menção de ir para diante.
Mas eles convenceram n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite».
Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção,
partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram se lhes os olhos e reconheceram n’O.
Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com ele,
que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».E eles contaram o que tinha acontecido no caminho
e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
AMBIENTE
A história que o Evangelho deste domingo nos apresenta é exclusiva de Lucas: nenhum outro evangelista a refere. O texto põe-nos a caminhar com dois discípulos de Jesus que, no dia de Páscoa, vão de Jerusalém para Emaús.
De acordo com o autor do nosso texto, os dois homens dirigiam-se para uma aldeia chamada Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém (cerca de 12 quilómetros). Uma localidade com esse nome, a essa distância de Jerusalém é, no entanto, desconhecida… Pensou-se que o texto poderia referir-se a Amwas, uma localidade situada a cerca de trinta quilómetros a oeste de Jerusalém (alguns manuscritos antigos não falam de sessenta estádios, mas de cento e sessenta estádios, o que nos colocaria no sítio certo); no entanto, parece ser uma distância excessiva para percorrer num dia, sem paragens e a conversar despreocupadamente.
Os comentadores destacaram, muitas vezes, a intenção teológica deste relato. Que é que isto significa? Significa que não estamos diante de uma reportagem jornalística de uma viagem geográfica, mas de uma catequese sobre Jesus. O que interessa ao autor não é escrever um relato lógico e coerente (se Lucas estivesse preocupado com a lógica e com a coerência, teria mais cuidado com a situação geográfica de Emaús; e, certamente, explicaria melhor algumas incongruências do texto – nomeadamente porque é que estes discípulos partiram para a sua aldeia na manhã de Páscoa sem investigar os rumores de que o túmulo estava vazio e Jesus tinha ressuscitado). O que interessa ao autor é explicar aos cristãos para quem escreve – na década de 80 – como é que podem descobrir que Jesus está vivo e como podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Trata-se, portanto, de uma página de catequese, mais do que a descrição fiel de acontecimentos concretos.
MENSAGEM
A cena coloca-nos, em primeiro lugar, diante de dois discípulos que vão a caminho de Emaús. Um chama-se Cléofas; o outro não é identificado (como se Lucas quisesse dizer que podia ser ”qualquer um” dos crentes que tomam conhecimento da história). Os dois estão, nitidamente, tristes e desanimados, pois os seus sonhos de triunfo e de glória ao lado de Jesus ruíram pela base, aos pés de uma cruz. Esse Messias poderoso, capaz de derrotar os opressores, de restaurar o reino grandioso de David (”nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel”) e de distribuir benesses e honras aos seus colaboradores directos revelou-se, afinal, um ”bluff”, um rotundo fracasso. Em lugar de triunfar, deixou-Se matar numa cruz; e a sua morte é um facto consumado pois ”é já o terceiro dia depois que isto aconteceu” (o ”terceiro dia” após a morte é o dia da morte definitiva, do não regresso do túmulo). Abandonam a comunidade – que, doravante, não parece fazer qualquer sentido – e regressam à sua aldeia, dispostos a esquecer o sonho, a pôr os pés na terra e a enfrentar, de novo, uma vida dura e sem esperança. A discussão entre eles a propósito de ”tudo o que tinha acontecido” (vers. 14) deve entender-se neste enquadramento: é essa partilha solidária dos sonhos desfeitos que torna menos doloroso o desencanto.
Na sequência, o autor do relato introduz no quadro uma nova personagem: Jesus. Ele faz-se companheiro de viagem destes discípulos em caminhada, interroga-os sobre ”o que se passou nestes dias” em Jerusalém, escuta as suas preocupações, torna-se o confidente da sua frustração.
Os dois homens contam a história do ”mestre” cuja proposta os seduziu; mas a versão que contam termina no túmulo: falta, na sua descrição, a fé no Senhor ressuscitado – ainda que conheçam a tradição do túmulo vazio.
Para responder às inquietações dos dois discípulos e para lhes demonstrar que o projecto de Deus não passava por quadros de triunfo humano, mas pelo amor até às últimas consequências e pelo dom da vida, ”começando por Moisés e passando pelos profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que lhe dizia respeito”.
É na escuta e na partilha da Palavra que o plano salvador de Deus ganha sentido: só através da Palavra de Deus – explicada, meditada e acolhida – o crente pode perceber que o amor até às últimas consequências e o dom da vida não são um fracasso, mas geram vida nova e definitiva. A escuta da Palavra de Deus dá a entender ao crente a lógica de Deus e demonstra-lhe que a vida oferecida como dom não é perdida, mas é semente de vida plena. Os discípulos percebem, então, que ”o messias tinha de sofrer tudo isso para entrar na glória”: a vida plena e definitiva não está – de acordo com os esquemas de Deus – nos êxitos humanos, nos tronos, no poder; mas está no serviço simples e humilde aos irmãos, no dom da vida por amor, na partilha total daquilo que somos e que temos com os irmãos que caminham lado a lado connosco nos caminhos da vida.
Os três (Jesus, Cléofas e o discípulo não identificado) chegam, finalmente, a Emaús. Os discípulos continuam a não reconhecer Jesus, mas convidam-n’O a ficar com eles. Ele aceita e sentam-se à mesa. Enquanto comiam, Jesus ”tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho”. As palavras usadas por Lucas para descrever os gestos de Jesus evocam a celebração eucarística da Igreja primitiva. Dessa forma, Lucas recorda aos membros da sua comunidade que é possível encontrar Jesus vivo e ressuscitado – esse Jesus que por amor enfrentou a cruz, mas que continua a fazer-Se companheiro de caminhada dos homens nos caminhos da história – na celebração eucarística dominical: sempre que os irmãos se reúnem em nome de Jesus para ”partir o pão”, Jesus lá está, vivo e actuante, no meio deles.
A última cena da nossa história põe os discípulos a retomar o caminho, a regressar a Jerusalém e a anunciar aos irmãos que Jesus está, efectivamente, vivo.
Quando Lucas escreve o seu Evangelho (década de 80), a comunidade cristã defrontava-se com algumas dificuldades. Tinham decorrido cerca de cinquenta anos depois da morte de Jesus, em Jerusalém. A catequese dizia que Ele estava vivo; mas no dia a dia de uma vida monótona, cansativa e cheia de dificuldades, era difícil fazer essa experiência. As testemunhas oculares de Jesus tinham já desaparecido e os acontecimentos da paixão, morte e ressurreição pareciam demasiado distantes, ilógicos e irreais. ”Se Jesus ressuscitou e está vivo, como posso encontrá-l’O? Onde e como posso fazer uma verdadeira experiência de encontro real com esse Jesus que a morte não conseguiu vencer? Porque é que Ele não aparece de forma gloriosa e não instaura um reino de glória e de poder, que nos faça triunfar definitivamente sobre os nossos adversários e detractores?” – perguntavam os crentes das comunidades lucanas.
É a isto que o catequista Lucas vai procurar responder. A sua mensagem dirige-se a esses crentes que caminham pela vida desanimados e sem rumo, cujos sonhos parecem desfazer-se ao encontro da realidade monótona e difícil do dia a dia.
Lucas diz: nós, homens, podemos ter devaneios de grandezas e sonhar com intervenções espectaculares e decisivas de Deus na história humana; mas esses não são os esquemas de Deus… Não será numa intervenção desse tipo que encontraremos Jesus, vivo e ressuscitado. No entanto, Ele está vivo e caminha ao nosso lado nos caminhos do mundo. Às vezes, não conseguimos reconhecê-l’O, pois os nossos corações estão cheios de perspectivas erradas acerca do que Ele é, dos seus métodos e do que Ele pretende; mas, apesar de tudo, Ele faz-Se nosso companheiro de viagem, caminha connosco passo a passo, alimenta a nossa caminhada com a esperança que brota da sua Palavra, faz-Se encontrar na partilha comunitária do pão (Eucaristia).
Na catequese lucana aparece, sobretudo, a ideia de que é na celebração comunitária da Eucaristia que os crentes fazem a experiência do encontro com Jesus vivo e ressuscitado. A nossa narração apresenta o esquema litúrgico da celebração eucarística: a liturgia da Palavra (a ”explicação das Escrituras” – que permite aos discípulos entenderem a lógica do plano de Deus em relação a Jesus) e o ”partir do pão” (que faz com que os discípulos entrem em comunhão com Jesus, recebam d’Ele vida e que O reconheçam nesses gestos que são o ”memorial” do dom da vida e da entrega aos homens).
Há ainda uma última mensagem: depois de fazer a experiência do encontro com Cristo vivo e ressuscitado na celebração eucarística, cada crente é, implicitamente, convidado a voltar à estrada, a dirigir-se ao encontro dos irmãos e a testemunhar que Jesus está vivo e presente na história e na caminhada dos homens.
ATUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes questões:
• Na nossa caminhada pela vida, fazemos, frequentemente, a experiência do desencanto, do desalento, do desânimo. As crises, os fracassos, o desmoronamento daquilo que julgávamos seguro e em que apostámos tudo, a falência dos nossos sonhos deixam-nos frustrados, perdidos, sem perspectivas. Então, parece que nada faz sentido e que Deus desapareceu do nosso horizonte… No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hoje garante-nos que Jesus, vivo e ressuscitado, caminha ao nosso lado. Ele é esse companheiro de viagem que encontra formas de vir ao nosso encontro – mesmo se nem sempre somos capazes de O reconhecer – e de encher o nosso coração de esperança.
• Como é que Ele nos fala? Como é que Ele faz renascer em nós a esperança? Como é que Ele nos passa esse suplemento de entusiasmo que nos permite continuar? Lucas responde: é através da Palavra de Deus, escutada, meditada, partilhada, acolhida no coração, que Jesus nos indica caminhos, nos aponta perspectivas novas, nos dá a coragem de continuar, depois de cada fracasso, a construir uma cidade ainda mais bonita. Que lugar é que a Palavra de Deus desempenha na minha vida? Tenho consciência de que Jesus me fala e me aponta caminhos de esperança através da sua Palavra?
• Quando é que os olhos do nosso coração se abrem para descobrir Jesus, vivo e actuante? Lucas responde: é na partilha do Pão eucarístico. Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos o pão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitado continua vivo, caminhando ao nosso lado, alimentando-nos ao longo da caminhada, ensinando-nos que a felicidade está no dom, na partilha, no amor. Sempre que nos juntamos com os irmãos à volta da mesa de Deus, celebrando na alegria e na festa o amor, a partilha e o serviço, encontramos o Ressuscitado a encher a nossa vida de sentido, de plenitude, de vida autêntica.
• E quando O encontramos? Que fazer com Ele? Lucas responde: Temos de levá-l’O para os caminhos do mundo, temos de partilhá-l’O com os nossos irmãos, temos de dizer a todos que Ele está vivo e que oferece aos homens (através dos nossos gestos de amor, de partilha, de serviço) a vida nova e definitiva.
 
 
 
 
 
Dehonianos

sexta-feira, 28 de abril de 2017

LITURGIA DIÁRIA - O ALIMENTO QUE VEM DO CÉU

 Resultado de imagem para MULTIPLICAÇAO DOS PAES
1a Leitura - Atos 5,34-42
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 34 levantou-se, porém, um membro do Grande Conselho. Era Gamaliel, um fariseu, doutor da lei, respeitado por todo o povo.
35 Mandou que se retirassem aqueles homens por um momento, e então lhes disse: "Homens de Israel, considerai bem o que ides fazer com estes homens.
36 Faz algum tempo apareceu um certo Teudas, que se considerava um grande homem. A ele se associaram cerca de quatrocentos homens: foi morto e todos os seus partidários foram dispersados e reduzidos a nada.
37 Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e arrastou o povo consigo, mas também ele pereceu e todos quantos o seguiam foram dispersados.
38 Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá;
39 mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus". Aceitaram o seu conselho.
40 Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Ordenaram-lhes então que não pregassem mais em nome de Jesus, e os soltaram.
41 Eles saíram da sala do Grande Conselho, cheios de alegria, por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus.
42 E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas.
Palavra do Senhor.


Salmo - 26/27
Ao Senhor eu peço apenas uma coisa:
habitar no santuário do Senhor.

O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contemplá-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!
Resultado de imagem para MULTIPLICAÇAO DOS PAES

Evangelho - João 6,1-15
Aleluia, aleluia, aleluia.
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
6 1 Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.)
2 Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos.
3 Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos.
4 Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus.
5 Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: "Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?"
6 Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer.
7 Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço".
8 Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
9 "Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isto para tanta gente?"
10 Disse Jesus: "Fazei-os assentar". Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil.
11 Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam.
12 Estando eles saciados, disse aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca".
13 Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.
14 À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo".
15 Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente para comprar o alimento que sacia a nossa fome de Deus e nutre o nosso organismo imaterial. Os pães e os peixes de que fala hoje o Evangelho representam para nós justamente este alimento que vem do céu e nos dá a compreensão e a consciência de que necessitamos dele para viver. Olhando para aquela multidão que o seguia, Jesus observou que aquele povo precisava de um alimento que matasse a sua fome material e espiritual. Um alimento que o curasse! Hoje, também, muitos de nós queremos ser curados das nossas mazelas, porém, passamos por cima da nossa fraqueza espiritual e não percebemos que a nossa alma e o nosso espírito precisam alimentar-se para que o nosso físico não sucumba durante a caminhada. Na maioria das vezes buscamos a cura do nosso organismo humano fazendo os exames de rotina, e nem imaginamos que possuímos também um organismo espiritual o qual precisa ser cuidado e alimentado. Dentro de nós há uma fome espiritual que só Jesus poderá matar!   Assim como multiplicou os pães e os peixes para dar de comer àquela multidão, Jesus também conhecendo as nossas necessidades, providencia para nós o Espírito Santo que nos revela a Palavra, nos abastece com a Eucaristia, e está presente na oração, no louvor, na adoração que são nutrimentos imprescindíveis para nos dar vigor e energia emocional, espiritual e até físico. Jesus exercitava os Seus discípulos a não se omitir diante dos desafios e a se colocar a serviço da providência do Pai. Hoje também Ele precisa de nós como Seus discípulos para alimentar a multidão faminta da Sua Palavra e dos Seus ensinamentos.  Como alimentar tanta gente, tendo pouco? O que fazer? O que pensar? Desistir? Resmungar? Murmurar?  O Senhor recomenda, “Fazei sentar as pessoas!”  O que isto pode significar para nós?  Para que possamos desfrutar de tudo quanto o Senhor dispõe para abastecer precisamos também nos reunir em grupos, nos assentar para partilhar, dialogar e colocar também à disposição do outro, os nossos dons, como ajuda.  Quando nos sentamos em família, em comunidade e colocamos o pouco que temos nas mãos de Deus, quando juntamos os nossos poucos dons e os oferecemos ao Senhor o milagre acontece. Cada um de nós tem seu papel no diálogo, na compreensão, na serenidade, na partilha do amor. Quando nos colocamos nas mãos do Pai e nos dispomos a partilhar o que temos, com amor, Ele multiplica suas graças de provisão e nunca nos faltará nada. – Você já percebeu que tem fome de Deus? – Onde você tem buscado cura para as suas enfermidades? – Você tem usufruído o que Jesus providenciou como alimento? – Vocês costumam sentar-se para fazer uma avaliação das suas possibilidades colocadas nas mãos de Deus? – Você tem meditado e partilhado a Palavra de Deus com alguém? 





Helena Serpa

PARA OS CATÓLICOS QUE NÃO CONCORDAM COM O QUE A IGREJA ENSINA

Conselhos para que você vá buscar as respostas para as suas dúvidas.

http://i0.wp.com/res.cloudinary.com/aleteia/image/fetch/c_fill,g_auto,w_620,h_310/https://aleteiaportuguese.files.wordpress.com/2017/04/web-bible-glasses-old-notes-julie-falk-cc.jpg?resize=620%2C310&quality=100&strip=all&ssl=1

É certo que, às vezes, a doutrina da Igreja Católica pode ser motivo de controvérsia. Foi assim desde o começo. Às vezes, é difícil compreender o que a Igreja quer realmente nos ensinar.
Certa vez, o bispo Fulton Sheen disse: “Devem haver apenas cem pessoas neste país que odeiam a Igreja Católica por causa do que ela realmente é; mas devem haver milhões de pessoas que a odeiam erroneamente por creem no que ela seja”.
–– ADVERTISEMENT ––
Se você não concorda com algum ensinamento da Igreja, transforme-se em um detetive e investigue tudo sobre ela antes de taxar a doutrina da Igreja como “fora de moda” e “fora da onda”. Use estas dicas para guiá-lo até o descobrimento da verdade e o sentido da sua vida.
  1. Esteja certo de que você entende o que a Igreja realmente ensina.
Muitas coisas que tomamos como verdades foram lidas ou ouvidas nos meios de comunicação ou até mesmo transmitidas de geração em geração. Dedique um tempo para aprender sobre o que a Igreja ensina, indo direto até ela. Existe uma ampla variedade de recursos excelentes para ajudar nesta missão. A Santa Sé oferece um fabuloso centro de recursos online que você pode consultar quando quiser. Entre eles estão o Catecismo, os ensinamentos papais, alguns escritos dos santos e muito mais.
  1. Tire um minuto para refletir sobre o motivo pelo qual você não concorda com a Igreja
Depois de estudar sobre o que você tinha dúvida, reflita sobre o motivo pelo qual você não concorda com a postura da Igreja. Anote as dúvidas em uma folha e procure as respostas para cada uma delas. Será que houve algum acontecimento importante na sua vida que influenciou a maneira como você pensa sobre tal assunto? Para você a doutrina é um convite à mudança de vida ou, quando recorre a ela, é um desafio? O que você sente ao saber que há argumentos teológicos que sustentam o assunto com o qual você não concorda? Quem foi a primeira pessoa que lhe ensinou sobre a doutrina?
  1. Reúna se com um padre ou um diretor espiritual
Quando você tem problemas de saúde, você procura um médico. Se é o carro que tem problema, você o leva a um mecânico. Na vida espiritual, acontece algo semelhante. Quando há dúvidas ou preocupações que nos inquietem, devemos falar com um especialista no assunto, tal como o faríamos em qualquer outra dificuldade. Procure um padre (não necessariamente o seu pároco), que estará disposto a se sentar e falar com você sobre as dúvidas que você tem. Se não consegue encontrar um sacerdote, solicite indicação de um conselheiro espiritual em sua diocese.
  1. Visite Jesus no Santíssimo
Se você nunca esteve em adoração ao Santíssimo, está na hora de fazê-lo. A maioria das igrejas oferece esta oportunidade de encontrar-se com Jesus uma vez na semana ou até mais. O melhor é que você não tem que fazer nada, somente assistir. Pode levar a sua lista de perguntas, um livro e uma Bíblia, se quiser. Mas também pode se sentar e ficar em silêncio. Estar diante do Senhor é um bom lugar para dizer: “Senhor, eu creio. Mas aumentai a minha fé”.
  1. Seja paciente com a Igreja e consigo mesmo
Você pode levar anos para entender a postura da Igreja em relação a algumas coisas. Talvez você nunca entenda certos ensinamentos e recomendações. Portanto, seja paciente consigo mesmo e com a Igreja. Não desanime, conheça a sua fé e tente entendê-la. Deus nos disse em Mateus 7,7: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto”.
  1. Participe de um grupo bíblico ou de uma comunidade que alimente sua fé
Participar de pequenos grupos dentro da Igreja vai trazer benefícios enormes . Você certamente encontrará pessoas que tiveram as mesmas dúvidas e frustrações. Escutar e aprender com os outros podem ser uma grande ajuda, caso você queira realmente encontrar as respostas para as suas perguntas.


Artigo originalmente publicado em Catholic Link, traduzido e adaptado ao português.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

LITURGIA DIÁRIA - PERTENCEMOS A TERRA OU JÁ SOMOS DO CÉU?

 Resultado de imagem para Jo 3,31-36
Primeira Leitura (At 5,27-33)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 27eles levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!”
29Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. 30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem”. 33Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los.

Responsório (Sl 33)
— Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido.
— Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido.
— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
— Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.
— Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta.

 Imagem relacionada
Evangelho (Jo 3,31-36)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
31“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida.
35O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.

Reflexão

Neste Evangelho Jesus nos ensina a enxergar as coisas do alto e “entender” a linguagem de Deus, mostrando que Aquele que vem do alto está acima de todos porque dá testemunho do que viu e ouviu. Jesus Cristo foi o único que veio do céu e só Ele pôde dar testemunho das palavras de Deus. Para nós, portanto, o testemunho de Jesus é verdadeiro e, pelo poder do Espírito Santo que Ele nos concede, nós também podemos ver mais além das aparências e conforme os olhos de Deus. Deus nos dá Seu Espírito Santo sem medidas e Ele é quem nos esclarece as coisas santas. Tudo se torna mais simples quando paramos de raciocinar e acreditamos no que Jesus nos diz: “Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna e aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida!” Aí então, nós começaremos a “enxergar” as coisas do céu. A vida eterna começa aqui para aquele (a) que cultiva no seu coração a percepção das coisas santas, dos mistérios de Deus. Quanto mais nos aprofundarmos no conhecimento de Deus, mais nos apropriaremos das realidades do céu e começaremos a viver a vida eterna, portanto a fé em Jesus nos abre a porta do céu.  Em sintonia com o Espírito Santo nós percebemos os “sinais de Deus” que nos revelam um modo de viver diferente dos que pertencem a terra.  De acordo com o que falamos ou vivenciamos damos testemunho de que pertencemos a terra ou já somos cidadãos do céu. Quem está ligado ao céu percebe os sinais de Deus nos acontecimentos da sua vida e do mundo; percebe o itinerário de Deus e vê nas coisas mais incoerentes e desencontradas aonde Deus quer levá-lo, não porque entenda, mas porque confia.  Essa harmonia, porém, só acontece a partir de uma vida de oração, porque orar é estar junto de Deus e com Ele dialogar tendo no interior do coração um contato direto com o Seu pensamento.  É difícil, porém, para aqueles que não têm contato com Deus, não param para sentir o lado espiritual, por isso, só enxergam com os olhos do mundo entendendo que tudo só pode ser resolvido com o seu raciocínio e inteligência.  -  Como você encara a realidade do céu? – Você consegue perceber quando o céu se abre na sua vida? – Como você tem vivido mais: no corpo ou no espírito? – O que predomina em você: o céu ou a terra? – Pense um pouco sobre isto e peça ao Espírito Santo que revele a você os Seus mistérios.





Helena Serpa

7 SINAIS DE PESSOAS COM "DEPRESSÃO ESCONDIDA"

Fique atento: alguém da sua família (ou você mesmo) pode estar ocultando a depressão - ou nem sequer sabe que tem a doença.

http://i0.wp.com/res.cloudinary.com/aleteia/image/fetch/c_fill,g_auto,w_620,h_310/https://aleteiaportuguese.files.wordpress.com/2017/04/poll-postpartum-depression-tatyana-dzemileva-shutterstock.jpg?resize=620%2C310&quality=100&strip=all&ssl=1

Existem pessoas que vão levando a vida com “depressão mascarada” ou “escondida“: elas tentam ocultar a sua depressão diante dos outros ou nem sequer sabem (ou não querem admitir para si mesmas) que têm depressão.
Isto acontece porque ainda existem, entre as pessoas, entendimentos vagos ou equivocados sobre esta doença de sintomas complexos, que variam de indivíduo para indivíduo: nem sempre é fácil identificar a presença da depressão em familiares, amigos, colegas ou até em nós próprios. O desconhecimento e os preconceitos a respeito da depressão estão diminuindo, é verdade, mas, mesmo assim, continuam sendo bastante frequentes.

–– ADVERTISEMENT ––
No entanto, até nos casos em que o sofrimento parece “invisível”, ele deixa “sinais” que podemos captar se estivermos atentos.
E estes são 7 sinais de que uma pessoa pode estar sofrendo de “depressão escondida”:

1. A pessoa deprimida pode nem parecer deprimida, mas está constantemente cansada

Muita gente pensa que as pessoas com depressão não querem sair do quarto, ficam desleixadas e andam sempre tristes. Mas a depressão não tem os mesmos sintomas em todas as pessoas. Muitos doentes conseguem demonstrar uma aparência de boa saúde mental, mas, por baixo desse verniz, estão exaustos. De fato, um efeito bastante comum da depressão é um permanente cansaço – e, se o doente não foi diagnosticado adequadamente, nem ele sabe que a causa desse cansaço é a depressão. Talvez ele pense que está apenas com acúmulo de trabalho, ou se culpe por uma suposta preguiça, ou ache que está com “fraqueza”. Um diagnóstico sério é fundamental para dar início à solução deste quadro depressivo.

2. A pessoa deprimida pode se irritar com facilidade

Ainda é comum a ideia de que uma pessoa com depressão seja quieta, amuada, apática. Por isso, muita gente não imagina que a pessoa deprimida pode ficar bastante irritadiça. Mas ela pode; aliás, isso ocorre com frequência, já que ela precisa continuar lidando com as responsabilidades do cotidiano apesar da falta de energias, o que é bastante esgotador. Como o mundo inteiro parece mais acelerado e impaciente hoje em dia, é comum que as pessoas não interpretem essa irritabilidade como sintoma da depressão. E é por isso mesmo que é necessário ficar atento: a irritabilidade pode ser, sim, um sintoma da doença.

3. A pessoa deprimida pode parecer indiferente ao afeto dos outros

O indivíduo com depressão nem sempre se sente triste: muitas vezes, ele simplesmente não sente nada. São relativamente comuns os relatos de pacientes que se sentem frios, indiferentes, “entorpecidos”, e, nesse quadro, eles não reagem a palavras e atos de carinho. Este é outro sinal que pede atenção.

4. A pessoa deprimida pode abandonar atividades que antes gostava de fazer

O desinteresse por atividades antes prazerosas é um indicativo frequente da depressão, já que a doença esgota as energias físicas e mentais, reduzindo drasticamente a capacidade de sentir satisfação. Se não houver explicação plausível para o desinteresse crescente da pessoa por atividades das quais ela gostava, este mesmo fato pode ser um importante sintoma da depressão.

5. A pessoa deprimida pode assumir hábitos alimentares prejudiciais

A alteração dos hábitos alimentares pode ser um efeito colateral do descuido com a própria vida ou até uma tentativa de lidar com a doença: pode ser que o excesso de comida seja uma forma de tentar sentir algum prazer, por exemplo, ou que a perda de apetite seja um indicativo de que até o ato de comer já se tornou insípido e pesado. É comum achar que os maus hábitos alimentares de alguém se devam a mera falta de disciplina, mas eles também podem ser sinais relevantes de depressão clínica.

6. A pessoa deprimida pode se sentir pressionada ou exigida além das suas forças

Uma pessoa com depressão não tem as mesmas disposições de quem está mental e fisicamente sadio. Exigir o que ela não é capaz de fazer só serve para piorar o seu quadro, porque tanto pode perturbá-la e frustrá-la quanto deixá-la envergonhada e magoada. Se é sempre importante ser paciente e compreensivo com todas as pessoas no dia-a-dia, é mais importante ainda ter a sensibilidade de manter a paciência e a compreensão com as pessoas que enfrentam o peso da depressão: elas realmente não conseguem fazer as coisas com a mesma disposição de quem não sofre a doença. Não é frescura! É doença e requer tratamento – e muita paciência.

7. A pessoa deprimida pode oscilar de humor aleatoriamente

A depressão pode ser cheia de altos e baixos, alternando “dias bons” e “dias ruins” sem muita lógica aparente. Geralmente, não se percebe uma motivação específica para as variações de humor: elas podem ser apenas uma forma de manifestação da depressão. É importante prestar especial atenção à falsa impressão de que a pessoa está curada quando passa por uma série de “dias bons”: na verdade, o quadro poderá mudar de repente, reforçando a necessidade de ajuda especializada.




________
Com informações de LifeHack

quarta-feira, 26 de abril de 2017

LITURGIA DIÁRIA - QUEM NÃO SE APROXIMA DE JESUS, REJEITA A LUZ!

Resultado de imagem para REJEITAR JESUS

1a Leitura - Atos 5,17-26
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
5 17 Levantaram-se então os sumos sacerdotes e seus partidários (isto é, a seita dos saduceus) cheios de inveja,
18 e deitaram as mãos nos apóstolos e meteram-nos na cadeia pública.
19 Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes:
20 "Ide e apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida".
21 Obedecendo a essa ordem, eles entraram ao amanhecer, no templo, e puseram-se a ensinar. Enquanto isso, o sumo sacerdote e os seus partidários reuniram-se e convocaram o Grande Conselho e todos os anciãos de Israel, e mandaram trazer os apóstolos do cárcere.
22 Dirigiram-se para lá os guardas, mas ao abrirem o cárcere, não os encontraram, e voltaram a informar:
23 "Achamos o cárcere fechado com toda segurança e os guardas de pé diante das portas, e, no entanto, abrindo-as, não achamos ninguém lá dentro".
24 A essa notícia, os sumos sacerdotes e o chefe do templo ficaram perplexos e indagaram entre si sobre o que significava isso.
25 Mas, nesse momento, alguém transmitiu-lhes esta notícia: "Aqueles homens que metestes no cárcere estão no templo ensinando o povo!"
26 Foi então o comandante do templo com seus guardas e trouxe-os sem violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo.
Palavra do Senhor.


Salmo - 33/34
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
Imagem relacionada

Evangelho - João 3,16-21
Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
3 16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.
19 Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
20 Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.
Palavra da Salvação.

Reflexão

A fé de que Jesus veio ao mundo como a salvação de Deus para nos libertar do pecado, será a medida para nosso julgamento final. Precisamos examinar o nosso coração e refletir nas palavras de São João:  “a Luz (Jesus) veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas (o pecado)”. Com efeito, quem rejeita a Jesus está se escravizando ao pecado e quem aceita Jesus como Senhor e Salvador, acolhe a Sua Luz e naturalmente, é libertado do pecado. Jesus veio para tirar todos os homens das trevas, e, aquele (a) que despreza a Sua Luz vive nas trevas e é condenado (a) pelas suas próprias obras.  Quem não se aproxima de Jesus, rejeita a luz porque tem medo de que sejam reveladas as suas más ações, assim sendo, será condenado pelas suas próprias obras. A luz é como a verdade que esclarece e nos tira da ignorância. Ela nos dá a direção para caminharmos seguros (as). A fé em Jesus Cristo é o meio mais eficaz para que nos aproximemos da luz de Deus, pois Ele não veio ao mundo para condenar as nossas más ações, mas justamente para nos ajudar a não mais cometê-las. A salvação de Jesus implica, porém, em que o acolhamos e não o rejeitemos. Nós acolhemos a Jesus quando vivemos segundo a Sua Palavra e seguimos os Seus ensinamentos. Não nos adianta apenas dizer que cremos em Jesus, se não damos ouvido ao que Ele próprio veio nos ensinar e agimos completamente ao inverso, seguindo a cartilha do mundo que vive nas trevas. Confiando em Jesus, seguindo a Sua Luz e nos entregando às Suas sugestões, poderemos praticar as  boas ações, pelo poder do Seu Espírito Santo. A Palavra de Deus nos assegura tudo isto!  Ainda há tempo para que o mundo seja salvo, ajudemos, portanto, a iluminá-lo com a luz de Deus que recebemos no nosso Batismo. – O que você entende por “irradiar a luz de Deus”? – Como é que podemos iluminar o mundo com a Luz de Cristo? – Qual é a virtude em você que mais revela ao mundo a luz de Jesus? – Você crê em Jesus como Luz para a sua vida? – Você tem tido a coragem de ficar debaixo da Luz, embora que a sua verdade seja descoberta? – Qual seria o primeiro passo para você fazer isto?
 
 
 
 
 
 
Helena Serpa