sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Liturgia Diária - As lamparinas das moças previdentes

 Resultado de imagem para Mateus 25,1-13
1a Leitura - 1 Coríntios 1,17-25
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
1 17 Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo.
18 A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.
19 Está escrito: “Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes”.
20 Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo?
21 Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem.
22 Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria;
23 mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos;
24 mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus.
25 Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Palavra do Senhor.

Salmo - 32/33
Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Aos retos fica bem glorificá-lo.
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de cordas celebrai-o!

Pois reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
trasborda em toda a terra a sua graça.

O Senhor desfaz os planos das nações
e os projetos que os povos se propõem.
Mas os desígnios do Senhor são para sempre,
e os pensamentos que ele traz no coração,
de geração em geração, vão perdurar.

Evangelho - Mateus 25,1-13
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, 25 1 disse Jesus aos seus discípulos: “O Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.
2 Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes.
3 Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo.
4 As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas.
5 Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram.
6 No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: ‘Eis o esposo, ide-lhe ao encontro’.
7 E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas.
8 As tolas disseram às prudentes: ‘Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando’.
9 As prudentes responderam: ‘Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós’.
10 Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta.
11 Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: ‘Senhor, senhor, abre-nos!’
12 Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: não vos conheço!’
13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora”.
Palavra da Salvação.

 Reflexão


Esta parábola fala de uma festa que para a nossa cultura não tem nada a ver. Naqueles tempos a noiva ficava esperando com a amigas a chegada do noivo.
O importante é entender que o noivo é Jesus, o qual pode chegar a qualquer momento para nos levar embora desta vida terrena de tantos sofrimentos, e nos levar para uma outra vida a qual é uma festa! Lá é só alegrias, e felicidades!
Em outras palavras, Jesus está querendo nos dizer que a hora da nossa morte pode acontecer a qualquer momento, em qualquer idade. Jovem, adulto, ou na nossa velhice. O certo é que não sabemos quando.
Geralmente ficamos tristes quando percebemos que essa hora está se aproximando. Pois somos muitos apegados a esta vida, mesmo sendo ela cheia de sofrimentos. Parece mesmo que sofremos mais do que desfrutamos, parece que os momentos tristes, difíceis, são maiores do que os momentos alegres e felizes durante esta vida passageira.
Mas mesmo assim, não queremos nem saber da hora da nossa partida. Nem mesmo queremos pensar nisso.
Mas Jesus insistiu mais de uma vez, que devemos enfrentar esta hora com coragem, com um bom preparo, pois não devemos ser pegos de surpresa. Devemos ser PREVENIDOS, ou estar bem prevenidos para o momento final.
E como nos preparar para aquele momento? A resposta é simples, porém, o difícil é o preparo em si.
Estar preparado para a partida, para junto de Deus, para o Céu, para a vida eterna, é estar NAQUELE EXATO MOMENTO, EM AMIZADE COM DEUS, OU SEJA, SEM PECADOS GRAVES.
Portanto, minhas irmãs e meus irmãos, vamos prestar mais atenção nas palavras de Jesus. Procuremos levar uma vida santa. Uma vida sem pecados, uma existência na qual permanecemos no amor de Cristo, em constante oração, em comunhão com Cristo e com os nossos irmãos.
Vivamos todos os momentos da nossa vida como se cada um deles fosse o último momento da nossa vida! Preparados para o que der e vier. Como o bom cristão consciente faz quando vai viajar. Sabendo que tudo pode acontecer em uma viagem, sabendo que se pode morrer sem a presença de um sacerdote, o que faz um bom católico? Antes de seguir viagem, procura um sacerdote, e faz uma boa confissão, recebe a Eucaristia, e só assim, ele se sente seguro para entrar no avião, no ônibus, ou pegar o seu carro e começar a sua viagem.
Porém, não precisa esperar por uma viagem para agir assim. A nossa própria vida já é uma viagem, estamos indo rumo a casa do Pai. Se nos desviar do caminho, poderemos cair no abismo que significa o inferno ardente onde haverá choro e ranger de dentes. Não me olha assim. Foi Jesus quem disse estas palavras.
Jesus quer a nossa salvação. E foi por isso que nos explicou mais de uma vez, como deveríamos estar na hora da nossa partida. PREPARADOS!
Se você não anda se preparando direito para o momento final, ou alguém da sua família está doente, e parece que o seu fim está bem próximo, é seu dever buscar um padre para ministrar-lhe a unção dos enfermos. Repito, isto é um dever do cristão católico! Pode ser seu amigo, irmão, pai filho, qualquer parente, ou mesmo você que esteja em perigo de morte, é necessário providenciar a presença de um sacerdote para absolver os pecados do que está para partir.
 
 
 
 

  José Salviano.

Quem era Pôncio Pilatos?

  
PilatosPôncio Pilatos desempenhou o cargo de prefeito da província romana da Judeia desde o ano 26 d.C até ao ano 36 ou início de 37 d.C. A sua jurisdição estendia-se também à Samaria e Idumeia. Não sabemos nada de certo sobre a sua vida antes dessas datas. O título do cargo que desempenhou foi o de praefectus, como era chamado até ao imperador Cláudio e como o confirma uma inscrição descoberta em Cesareia. O título de procurator, utilizado por alguns autores antigos referindo- se ao seu cargo, é um anacronismo. Os Evangelhos referem-se a ele pelo título genérico de “governador”.
Como prefeito competia-lhe manter a ordem na província e administrá-la, tanto do ponto de vista judicial como financeiro. Portanto, devia estar à frente do sistema judicial (como consta que aconteceu aquando do julgamento de Jesus) e recolher tributos e impostos para prover às necessidades da província e de Roma. Desta última atividade não há provas diretas, ainda que o incidente do aqueduto narrado por Flávio Josefo (ver mais abaixo) seja certamente uma sua consequência. Além disso, foram encontradas moedas cunhadas em Jerusalém nos anos 29,30 e 31, sem dúvida por ordem de Pilatos.
Acima de tudo, porém, o prefeito romano passou à história por ter ordenado a execução de Jesus de Nazaré; ironicamente, o seu nome entrou, por essa mesma razão, no símbolo da fé cristã: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado…”

Segundo Filón e Flávio Josefo, as suas relações com os Judeus não foram nada boas (a informação sobre Pilatos aparece em Filón, Embaixada a Gayo, 299-306 e Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, 18, 55-62; a Guerra dos Judeus, 2, 169-177). Na opinião de Josefo, os anos que Pilatos passou na Palestina foram muito agitados, e Filón afirma que o governador se caracterizava pela <> (Em baixada a Gayo, 302). Embora estas apreciações sejam certamente influenciadas pela intencionalidade e compreensão próprias destes dois autores, a crueldade de Pilatos é manifesta, como sugere Lc 13,1, onde se menciona o incidente dos galileus cujo sangue o governador misturou como dos seus sacrifícios. Josefo e Filón narram ainda que Pilatos introduziu em Jerusalém umas insígnias em honra de Tibério, que originaram uma grande revolta, forçando-o por fim a levá-las para Cesareia. Josefo relata, noutra passagem, que Pilatos utilizou fundos sagrados para construir um aqueduto. A decisão originou uma revolta, que foi suprimida de forma sangrenta. Um último episódio relatado por Josefo é o da violenta repressão de samaritanos no monte Garizim, no ano 35. Os samaritanos enviaram então uma delegação ao governador da Síria, Lúcio Vitélio, que suspendeu Pilatos do seu cargo. Este foi chamado a Roma, para apresentar explicações, mas só lá chegou depois da morte de Tibério (Antiguidades Judaicas, 18,85-89). Segundo uma tradição recolhida por Eusébio, caiu em desgraça sob o império de Calígula, acabando por se suicidar.
Nos séculos seguintes, surgiram todo o tipo de lendas sobre a sua pessoa. Umas atribuíam-lhe um fim assustador, no Tibre ou em Vienne (França), enquanto outras (sobretudo as Atas de Pilatos, que na Idade Média faziam parte do Evangelho de Nicodemos) apresentam-no como convertido ao cristianismo juntamente com sua mulher, Próculo, venerada como santa pela Igreja Ortodoxa, devido ao facto de ter defendido Jesus (Mt 27,19). O próprio Pilatos é contado entre os santos da Igreja etíope e copta. Mas, acima destas tradições, que na sua origem refletem uma intenção de mitigar a culpa do governador numa época em que a culpa do governador nua época em que a difusão do cristianismo encontrava dificuldades no Império, a figura de Pilatos que conhecemos nos Evangelhos corresponde à de um personagem indolente, que não quer confrontar-se com a verdade, preferindo agradar à turba.
A sua presença no Credo, não obstante, é de grande importância, porque nos recorda que a fé cristã é uma religião histórica e não um programa ético ou uma filosofia. A redenção realizou-se num lugar concreto do mundo, na Palestina, e num período concreto da história, isto é, quando Pilatos era governador da Judeia.



Fonte: CHAPA, Juan. 50 Perguntas sobre Jesus. Trad. Maria do Rosário Pernas. Ed. Paulinas: Portugal, 2011.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Liturgia Diária - Ficai atentos!



Resultado de imagem para Mateus 24,42-51

1a Leitura - 1 Coríntios 1,1-9
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
1 1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por chamamento e vontade de Deus, e o irmão Sóstenes,
2 à igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Jesus Cristo, chamados à santidade, juntamente com todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso;
3 a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!
4 Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela graça divina que vos foi dada em Jesus Cristo.
5 Nele fostes ricamente contemplados com todos os dons, com os da palavra e os da ciência,
6 tão solidamente foi confirmado em vós o testemunho de Cristo.
7 Assim, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum.
8 Ele há de vos confirmar até o fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo - 144/145
Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

Todos os dias haverei de bendizer-vos,
hei de louvar o vosso nome para sempre.
Grande é o Senhor e muito digno de louvores,
e ninguém pode medir sua grandeza.

Uma idade conta à outra vossas obras
e publica os vossos feitos poderosos;
proclamam todos o esplendor de vossa glória
e divulgam vossas obras portentosas!

Narram todos vossas obras poderosas,
e de vossa imensidade todos falam.
Eles recordam vosso amor tão grandioso
e exaltam, ó Senhor, vossa justiça.

Evangelho - Mateus 24,42-51
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 24 42 disse Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.
44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno?
46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim!
47 Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens.
48 Mas, se é um mau servo que imagina consigo:
49 - Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios,
50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe,
51 e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”.
Palavra da Salvação.



A busca pela a santidade deve ser a nossa principal meta, o céu é o  horizonte que não podemos perder de vista!
O grande desafio de quem busca a santidade, é não temer as consequências desta busca, pois quem não tem  a santidade com meta, vai tentar  tirá-lo  do caminho.
Ninguém alcança a santidade sozinho, fechado   entre quatro paredes, éem meio aos conflitos, é caminhando na contramão do mundo, que vamos nos santificando a cada dia!
Viemos do Pai e para o Pai retornaremos! Mediante desta verdade, devemos nos conscientizar, de que a nossa vida presente é passageira, e por assim ser, deve ser bem vivida, isto é, vivida dentro do plano de Deus!
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, nos convida  a tomarmos   consciência, de que este nosso tempo presente, deve ser um tempo útil à nossa caminhada rumo à eternidade.
É importante aproveitamos bem este tempo, pois ele é o único tempo que possuímos, como espaço sagrado, que Deus nos concede aqui na terra, para construirmos a nossa morada definitiva  no céu! 
O texto vem nos acordar para uma realidade que não podemos fugir: a certeza da transitoriedade da vida terrena, a vida que passa! Quanto ao dia e  hora desta  nossa passagem, ninguém sabe, Deus preferiu nos ocultar.  Jesus só nos deu uma pista: pode  acontecer a qualquer hora, de modo inesperado, o que pode nos deixar apreensivos.  No entanto, para quem vive dentro do plano de Deus, o dia e  hora não importa, o que importa mesmo, é estar o tempo todo em sintonia com Deus, ciente de que há uma vida melhor por vir, uma vida em plenitude! 
Jesus nos alerta sobre a importância de estarmos sempre vigilantes, o que não significa que devemos ficar parados, pelo  contrário, devemos esperar pela a segunda vinda de Jesus, no exercício da nossa missão, no lugar onde fomos plantados por Deus, para produzir frutos!
“... O Filho do homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem!”Lc12,40. Jesus compara o “ficar preparado,” com a postura de um empregado, que mesmo sem saber a hora que o seu patrão irá chegar, ele está sempre de prontidão, pronto para servi-lo.
Estar vigilante é estar fazendo o bem, é estar o tempo todo à serviço da vida!
Em Jesus, encontramos força e coragem, para darmos continuidade a nossa missão, com Ele, em vez de medo, o que cultivamos no nosso coração, é a esperança! A esperança é fruto da fé.
 



Olivia Coutinho

Como lidar com o diferente?


Como saber trabalhar com as diferenças dentro de nossos convívios, com aqueles que ainda não comungam com a maneira que vivemos nossa espiritualidade?

De maneira muito simples, Denis Duarte contextualiza a realidade relatada por São Paulo aos Coríntios (cf. I Cor 5,1,13) e nos esclarece o sentido de algumas expressões usadas pelo autor e que poderão nos causar estranheza ao fazermos a mesma leitura.


1 – Leia o texto

1 Ouve-se dizer por toda parte que há entre vós um caso de desregramento, e de um desregramento tal como não se encontra nem sequer entre os pagãos: um de vós vive com a mulher de seu pai. 2 E vós estais inchados de orgulho! E não tomastes de preferência luto, a fim de que o autor desta ação fosse retirado do meio de vós? 3 Quanto a mim, ausente de corpo, mas presente em espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu tal ação: 4 em nome do Senhor Jesus, e com o seu poder, por ocasião de uma assembléia na qual estarei espiritualmente entre vós, 5 seja tal homem entregue a Satanás para a destruição da sua carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor.
6 Não é nobre o vosso motivo de orgulho! Não sabeis que um pouco de fermento faz fermentar toda a massa? 7 Purificai-vos do fermento velho para serdes uma massa nova, visto que sois sem fermento. Pois o Cristo, nossa páscoa, foi imolado. 8 Celebremos, pois a festa, não com fermento velho, nem com fermento de maldade e perversidade, mas com pães sem fermento: na pureza e na verdade.
9 Eu vos escrevi na minha carta que não tivésseis relações com os devassos. 10 Eu não visava de modo geral aos devassos deste mundo, ou aos gananciosos e aos rapaces ou aos idólatras, pois neste caso precisaríeis sair do mundo. 11 Não, eu vos escrevi que não tivésseis relações com um homem que traz o nome de irmão se é devasso, ou rapace ou idólatra ou caluniador ou beberrão ou ladrão, e até que não tomásseis refeição com tal homem. 12 Acaso compete a mim julgar os de fora? Não são os de dentro que tendes de julgar? 13 Os de fora, Deus os julgará. Tirai o mau do vosso meio.

Primeira Epístola aos Coríntios 5,1-13

2 - Mais informações sobre o texto

Mais uma vez São Paulo enfrenta a auto-suficiência da Igreja de Corinto. Pois além das divisões recebe notícias do cometimento da luxúria (5,1). E o apóstolo deixa claro que esse fato é uma vergonha e um perigo, especialmente por três motivos:

1. Tanto a lei judaica quanto os pagãos condenavam tal prática. Haja vista que nem entre os pagãos a quem viva com a mulher de seu pai (5,1b). 2. Problemas com imoralidades pareciam ser algo costumeiro dentro da comunidade, por vezes permitido e até institucionalizado (5,2). 3. Pode prejudicar toda a comunidade e por isso é preciso banir o culpado (5,2b).

São Paulo sugere uma reunião para que se julgue o caso (5,4). E o apóstolo dos gentios, mesmo distante fisicamente, já dá seu voto (5,3). E seu julgamento é que o culpado seja entregue a satanás (5,5). Essa deve ser uma expressão equivalente a excomunhão.


Mas vale chamar a atenção para um fato: que essa excomunhão é uma punição voltada para a correção da pessoa, ou seja, para que o culpado se salve e não se perca. Existe um outro caso de excomunhão em Corinto no qual o sujeito foi readmitido na comunidade após mostrar que mudou (cf. II Cor 2,5-11). Por isso a excomunhão era ato de caridade e salvação.

São Paulo reforça que não faz sentido o orgulho em se abrigar pessoas que vivem nessa situação, pois isso pode prejudicar toda a comunidade (5,6). O apóstolo mostra que já alertou, numa carta anterior, sobre o tipo de relação que os membros da comunidade deveriam ter com as pessoas sem pudor (5,9). E volta a explicar como deve ser essa relação, utilizando-se de uma distinção: os de fora e os de dentro.

O relacionamento com as pessoas imorais e que estão fora da comunidade deve se pautar numa convivência social normal, pois, caso contrário, terão de sair do mundo. Mas a relação com os impuros que estão dentro da comunidade deve ser muito diferente. Pois quanto a esses (e que ainda se dizem irmãos) não se deve ter contato (nem conversar nem comer) porque podem prejudicar toda a comunidade.

Isso é uma medida extrema de proteção da comunidade que vivia num ambiente cercado pela corrupção moral. Era um grupo pequeno se comparado ao tamanho e influências da cidade. Ao mesmo tempo, reflete a identidade que deve ter a comunidade ao viver o ensinamento dos apóstolos (ensinado em todas as Igrejas, como visto no capítulo anterior), ao seguimento de Jesus, testemunho cristão, a correção fraterna.

Resumindo: os de fora Deus os julgará, nosso papel com eles é anunciar o Evangelho para que façam uma opção de vida diferente. Por isso não os posso julgar, mas sim, anunciar-lhes a Boa Nova e acolhê-los. Os de dentro, já tendo recebido o anúncio e sendo catequizados, devem viver de acordo com a opção que fizeram. Daí julgar os de dentro.

3 – Como aplicar o texto na vida

- Faço essa distinção entre “os de dentro” e “os de fora”?
- Convivo com espírito de acolhimento e testemunho com as pessoas “de fora” da minha opção de vida?
- Como lido com as pessoas “de dentro” que semeiam ideias e práticas contrárias às da minha opção de vida cristã?
 
 


Fonte: Canção Nova
comundade Bethania

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Liturgia Diária - Martírio de João Batista

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1a Leitura - Jeremias 1,17-19
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.

Salmo - 70/71

— Minha boca anunciará vossa justiça!
— Minha boca anunciará vossa justiça!
— Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
— Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
— Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.
— Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.

Evangelho - Marcos 6,17-29
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
Palavra da Salvação.

Reflexão
 
 Ter consciência da importância do seguimento a Jesus, muitos tem, mas a dificuldade em viver a radicalidade deste seguimento os puxa para trás. Muitos, até dão passos  neste seguimento, mas desistem, à medida que vão surgindo  os primeiros embates, as criticas ao seu  modo diferente de viver, um jeito não compatível com os padrões exigidos pela a sociedade.
A sociedade ridiculariza os que se dispõe a seguir Jesus, aos que fundamentam suas vidas nos valores do evangelho, lhes impondo modelos de vida não compatível com a verdade que liberta.  Os que resistem a estas imposições,  são descartados e muitas vezes perseguidos e mortos, por este mundo afora. Era o que acontecia  no tempo de Jesus, o que aconteceu com João Batista e com  o próprio Jesus, eles sofreram terríveis perseguições, mas preferiram morrer do que se acovardarem diante as forças contrárias ao evangelho.
Se queremos entrar na vida eterna, precisamos pautar a nossa vida, no exemplo de Jesus e de João Batista, não cedermos as pressões da sociedade.
Hoje, a Igreja celebra o martírio de João Batista, o único santo, cujo os dois nascimentos, são celebrados: o nascimento para a vida terrena (24/06) e o nascimento para a vida eterna (29/08).
O evangelho desta celebração, narra o martírio de João Batista, uma cena dura de imaginar, mas que nos traz grandes exemplos. 
João Batista morreu porque disse a verdade a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão.” Esta advertência de João, causou um grande incômodo a Herodes, principalmente, à mulher com quem ele vivia ilegalmente segundo a lei Deus.
Tomada pelo o ódio, Herodíades, procurava uma forma de se vingar de João Batista, e para alcançar o seu intento, ela não teve escrúpulos em usar a própria filha, como cúmplice do bárbaro assassinato. 
Herodes, apesar de gostar da pessoa de João, cedeu aos caprichos de sua mulher, permitindo que o mal se apossasse  dele, e assim, mandou degolar o profeta.
O problema de Herodes, não era com a pessoa de João, o que o incomodava, era a verdade que ele pregava. Como sabemos, a verdade incomoda quem quer permanecer na mentira. E como não se tem meios de eliminar a verdade, o incomodado, tenta eliminar o denunciante, (profeta) o que não consegue, pois nem a morte consegue calar a voz do profeta, o profeta morre, mas suas palavras continuam no mundo, como continuam as palavras de João: “convertei-vos e crede no evangelho.” “Eis o cordeiro de Deus...”
Os donos do poder, nos tempos de hoje, assim como Herodes, continuam não suportando a verdade, porque vivem mergulhados na mentira, e nós, como seguidores de Jesus, não podemos compactuar com tantas trapaças, por medo das perseguições.
Tenhamos coragem de denunciar, não podemos calar diante as injustiças que desfilam diariamente diante de nossos olhos. E se formos perseguidos por denunciar as injustiças, não tenhamos medo,  sintamos confortados com esta  bem-aventurança: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
 
 
 
 

Olivia Coutinho

O Homem na Jaula.



Certa noite um rei estava de pé, perto de uma das janelas de seu palácio. Cansado da recepção a que acabara de comparecer, olhava para fora, com indiferença. De repente, seu olhar pousou sobre um homem que atravessava a praça, lá embaixo. Não dava para ver seu rosto ou perceber sua idade. Tudo indicava que era um homem comum. O rei começou a pensar como seria a vida daquele desconhecido. Imaginou-o chegando a casa. Provavelmente beijaria sua esposa e, enquanto estivesse comendo, perguntaria se, ao longo do dia, tudo havia corrido bem com as crianças. Depois, se sentaria para ler o jornal, iria dormir e, na manhã seguinte, se levantaria para trabalhar. Uma inesperada pergunta nasceu no coração do rei: o que aconteceria se aquele homem fosse preso e colocado em uma jaula, como os animais de um zoológico?
No dia seguinte, o rei chamou um psicólogo, falou-lhe de sua idéia e convidou-o a acompanhar a experiência que iria fazer. Em seguida, mandou trazer uma jaula do zoológico e nela colocou o tal homem que vira na noite anterior. A princípio, o enjaulado manifestou estar confuso, repetindo para o psicólogo, que o observava do lado de fora: “Preciso pegar o trem! Devo ir para o trabalho! Não posso chegar atrasado!” À tarde, mais consciente do que estava acontecendo, começou a protestar, de forma veemente: “O rei não pode fazer isso comigo! É injusto, é contra a lei!” Falava com voz forte e seus olhos faiscavam de raiva.
Durante a semana, continuou com suas reclamações. Quando, diariamente, o rei passava pela jaula, o homem protestava contra o monarca. Mas este lhe respondia: “Você está bem alimentado, tem boa cama e não precisa trabalhar. Estamos cuidando muito bem de você. Por que essas reclamações?” Após algumas semanas, elas começaram a diminuir e, passados alguns dias, cessaram por completo.
Mais algum tempo e o prisioneiro começou a discutir com o psicólogo se seria conveniente dar a alguém alimento e abrigo, só para se fazer uma experiência. Demonstrava estar mais conformado. Defendia a ideia de que o ser humano tinha de aceitar tudo passivamente. Assim, quando, dias depois, um grupo de professores e alunos veio observá-lo, o enjaulado os tratou cordialmente, explicando-lhes que escolhera aquela maneira de viver. Mais: havia grandes vantagens em estar assim protegido. Afinal, não precisava se preocupar com inúmeras coisas secundárias e podia concentrar sua atenção sobre o que lhe interessava. “Que coisa estranha e curiosa”, pensou o psicólogo. “Por que ele deseja tanto que os outros aprovem sua maneira de viver?”
Nos dias seguintes, cada vez que o rei passava diante dele, o homem preso se inclinava, reverenciando-o, ao mesmo tempo em que lhe agradecia pelo alimento e abrigo. Quando julgava que ninguém o observava, mostrava-se impertinente e mal-humorado. Se alguém tentasse conversar com ele, já não mais procurava demonstrar as vantagens de estar preso e ser bem tratado, mas limitava-se a repetir: “É o destino!” Ou, então, dizia simplesmente: “É!”
É difícil dizer quando falou a última frase com algum sentido, mas o psicólogo percebeu que, um dia, o rosto do homem não tinha mais expressão alguma; o sorriso deixara de ser subserviente e tornara-se vazio, sem sentido. Não mais usava a palavra “Eu”. Aceitara a jaula. Não sentia raiva ou ódio; não mais raciocinava. Estava louco.
Naquela noite, em seu gabinete, o psicólogo procurou escrever o relatório final da experiência. Não conseguia encontrar os termos corretos, pois sentia uma grande inquietação interior. Não conseguia afastar a ideia de que alguma coisa se perdera e fora roubada do universo, naquela experiência. E o que restara era o vazio.
A fábula acima está baseada em um texto do psicólogo Rollo May. Ela diz mais do que muitas páginas sobre a liberdade, o uso que dela fazemos e as prisões que criamos em torno de nós e dos outros. Mas ela é, sobretudo, um hino à vida – esse extraordinário dom que recebemos do Criador.
 
 

Dom Murilo S.R. Krieger, scj, Arcebispo de São Salvador da Bahia - BA

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Liturgia Diária - Ai de vós...

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1a Leitura - 2 Tessalonicenses 2,1-3.14-17
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 1 No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos,
2 não vos deixeis facilmente perturbar o espírito e alarmar-vos, nem por alguma pretensa revelação nem por palavra ou carta tidas como procedentes de nós e que vos afirmassem estar iminente o dia do Senhor.
3 Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição,
14 E pelo anúncio do nosso Evangelho vos chamou para tomardes parte na glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.
16 Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu consolação eterna e boa esperança pela sua graça,
17 consolem os vossos corações e os confirmem para toda boa obra e palavra!
Palavra do Senhor.

Salmo - 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra!

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”
Ele firmou o universo inabalável,
e os povos ele julga com justiça.

O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem.

E exultem as florestas e as matas
na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.

Evangelho - Mateus 23,23-26
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é via e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 23 23 disse Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
24 Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Muitos de nós, perdemos a oportunidade de termos uma vida leve, alegre, por nos ocuparmos com coisas insignificantes que não nos deixam viver o belo da vida! Enquanto estamos ocupados com tantos pormenores, deixamos de viver o principal, o que é fundamental para o nosso bem viver, que é uma relação amorosa e íntima com Deus!
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus faz duras críticas aos mestres da lei e fariseus, esses, mesmo tendo o conhecimento da Sagrada Escritura, viviam um contraste do que eles ensinavam ao povo. 
Fariseus e mestres da lei haviam vindo de Jerusalém, com um único objetivo: confrontar Jesus, descobrir que tipo de ensinamento Ele estava passando para os seus discípulos. Chegara ao conhecimento deles, que Jesus estava incitando o povo à não observância das Leis. E ao certificarem de que os ensinamentos de Jesus, não enquadravam com os padrões religiosos já estabelecidos por eles, esses adversários do projeto de Deus, começaram a tramar contra Jesus, armando ciladas com o objetivo de incriminá-lo diante o povo. 
Ao contrário de Jesus, esses “líderes” não tinham compromisso com a vida, eles obrigavam o povo a cumprir preceitos, normas, rituais, que aos olhos de Deus, não acrescentavam nada. 
Atrás de uma aparente  pureza, fariseus e mestres da lei, escondiam a dureza dos seus corações. Fechados numa mentalidade egoística, eles eram incapazes de cultivar o amor e a misericórdia em seus corações.
Para impressionar o povo, eles pagavam o dízimo da hortelã, da erva- doce, do cominho, ervas que os judeus cultivavam como aromatizantes e condimentos, que nem entravam no preceito mosaico do pagamento do dízimo. Eles pagavam o dízimo sobre essas ervas, com a finalidade de demonstrar um acatamento rigoroso das leis. O que era uma grande falsidade, pois a lei principal, eles não cumpriam, que é a lei do amor! O principal, eles deixavam de lado, como a misericórdia e a justiça...
A hipocrisia tão criticada por Jesus, é um mal antigo, que ainda atinge muitas das nossas comunidades cristãs. São muitos, os que estão dentro da Igreja e que aparentemente vivem numa adoração constante a Deus. Esses, vivem uma farsa, uma adoração que não traduz em atos concretos, em compromisso com a vida. 
O texto nos leva a um questionamento a respeito da nossa fé e da nossa vivencia: existe coerência entre o que falamos e o que vivemos?
Precisamos retirar a trave dos nossos olhos, para reconhecer as nossas imperfeições e corrigi-las antes que Jesus nos repreenda dizendo-nos: “ai de ti...”
Deus não nos olha externamente, para Ele, não importa a nossa cor, a nossa posição social e nem mesmo a nossa religião, para Deus, o que importa é o que somos interiormente, o que cultivamos de bom no nosso interior.
De nada adianta nossos atos externos, se eles não retratam o que na verdade somos interiormente. Aos olhos de Deus, a prática exterior, só tem sentido, quando é uma expressão do que realmente se crê e se vive, do contrário, não passam de práticas vazias que nada significam, pois mostram o que na verdade não se é e não se vive. 
Deixemos que o nosso coração se encha do amor de Deus, um amor que liberta que nos torna sinal vivo da presença de Jesus no mundo.
 
 
 

Olivia Coutinho