Quantas vezes não ouvimos alguém dizer “isso é coisa da sua cabeça” ou “é apenas psicológico”...?
Outro
dia fui perguntado sobre a capacidade psicológica que temos em provocar
doenças em nossos corpos, especialmente sobre o efeito da dor. Aquilo
que chamamos de psicossomática. Essa é a resposta, bem introdutória,
sobre o tema.
Quantas vezes não ouvimos alguém dizer “isso é coisa da sua cabeça”
ou “é apenas psicológico”. É interessante como usam essa expressão “é
apenas psicológico”… como se uma doença surgir de um efeito psíquico
fosse algo menos importante, uma mera bobagem. Não é… lembremos que “sua
cabeça” é a responsável por boa parte das funções do corpo, logo, uma
“cabeça” doente é capaz de criar adoecimentos vários, muitos deles
bastante sérios se não trabalhados corretamente.
O estresse, por exemplo, é capaz de gerar respostas corporais como
queda de cabelo, dificuldade para dormir, problemas intestinais…
dependendo do agravamento da doença, pode causar problemas muito graves
como infarto ou AVC. Percebam como isso é sério.
O corpo é um sistema complexo e, apesar das especializações de áreas
médicas, não pode ser entendido desconectado de suas outras funções.
Como estamos falando da dor, é importante lembrarmos que ela é
compreendida através do sistema neurológico o que deixa claro a
influência psicológica sobre ela.
Podemos entender um conjunto de sinais corporais de muitas formas…
peguemos o exemplo de um esporte radical como o bungee jump. As
respostas corporais causadas pela altura e pela proximidade do salto
são, praticamente, as mesmas em todas as pessoas [aumento da
sensibilidade na pele, pupilas dilatadas, suor, batimento cardíaco
acelerado etc], mas um adepto do esporte irá chamar isso de alegria ou
adrenalina e uma pessoa com fobia de altura irá chamar de medo.
A nossa relação com a dor acontece da mesma forma. Depende da
circunstância, da pessoa e contexto. Uma dor muscular causada pela
prática de um esporte que gostamos é sentida de forma muito diferente de
uma dor causada por um mau jeito na hora de dormir.
A dor provocada por uma doença pode ser mais suportável quando
recebemos apoio e carinho de pessoas que se importam conosco… e pode
causar muito mais mal estar se nos sentirmos desamparados.
Hoje sabemos que mesmo os casos de dores orgânicas crônicas são mais
bem suportados quando a pessoa passa por um processo de elaboração
psicológico desta mesma dor, assim como de outros conteúdos psíquicos
que, aparentemente, não possuem relação direta com o adoecimento.
(via Fãs da Psicanálise)
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