sexta-feira, 26 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - Em que sentido Jesus é o Caminho?

 Em que sentido Jesus é o Caminho?

Vós nos redimistes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações, e fizestes de nós um reino e sacerdote para nosso Deus, aleluia (Ap 5,9s).

A promessa se cumpriu! Jesus ressuscitou dos mortos e é o Caminho para que a humanidade chegue até Deus, a Verdade que liberta da ilusão do pecado e a Vida que não tem fim. Em Cristo temos a certeza de encontrarmos morada na casa do Pai e consolação durante nossa peregrinação rumo aos céus.

Primeira Leitura: Atos 13,26-33

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26“Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados. 28Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num túmulo. 30Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: ‘Tu és o meu filho, eu hoje te gerei'”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 2

Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

1. “Fui eu mesmo que escolhi este meu rei / e, em Sião, meu monte santo, o consagrei!” / O decreto do Senhor promulgarei, † foi assim que me falou o Senhor Deus: / “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” – R.

2. Podes pedir-me e, em resposta, eu te darei † por tua herança os povos todos e as nações, / e há de ser a terra inteira o teu domínio. / Com cetro férreo haverás de dominá-los / e quebrá-los como um vaso de argila! – R.

3. E agora, poderosos, entendei; / soberanos, aprendei esta lição: / com temor servi a Deus, rendei-lhe glória / e prestai-lhe homenagem com respeito! – R.

Evangelho: João 14,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sou o caminho, a verdade e a vida; / ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, afirma Jesus por ocasião de uma dúvida de Tomé, que lhe perguntara: “Senhor, nós não sabemos para onde vais”. Nega o Apóstolo o que logo antes havia dito Cristo, a saber, que conheciam eles para onde deviam ir e o caminho para lá chegar: “Para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. Tomé, no entanto, nega conhecer uma e outra coisa, embora as conhecesse sem se dar conta. Era verdade que o sabiam os discípulos, embora ignorassem sabê-lo. Muitas coisas, com efeito, sabiam os Apóstolos sobre o Pai e o Filho, todas aprendidas da boca de Cristo; ignoravam, porém, que era para o Pai que o Senhor voltava, e que era o Filho o caminho para lá chegarem. Não admira pois que, estando há tempos em companhia de Jesus, não tivessem compreensão plena de sua doutrina, porque, embora o conhecessem perfeitamente como homem, conheciam apenas imperfeitamente sua divindade, segundo aquilo de : “A águia não conhece a vereda, nem o olho do abutre a enxergou” ( 28, 7). E acrescenta Tomé: “Como podemos conhecer o caminho?”, pois o conhecimento do caminho depende do conhecimento do destino. Por isso, afirma Cristo ser o Caminho, segundo a sua humanidade, e também a Verdade e a Vida, segundo a sua divindade, e por conseguinte tanto a via para o destino como o destino a que se chega por essa via. É o Caminho por sua humanidade, porque é pela fé nele, pelos méritos de sua Paixão e pela graça de seus sacramentos que alcançamos a salvação: “Tende fé em Deus, tende fé em mim também”; e é a Verdade e a Vida, por sua divindade e, portanto, a consumação de nossa existência quanto ao intelecto, que só se há de aquietar quando conhecer diretamente a Verdade completa, e quanto à nossa vontade, que só repousará tranquila no Bem quando tiver garantida uma vida interminável junto de Deus. E para chegarmos um dia a essa morada que o Filho encarnado nos tem preparada, não há outro meio senão Ele mesmo, sob cujo Nome havemos de ser salvos: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” [1].


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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Festa - São Marcos, Evangelista

 Celebremos São Marcos Evangelista nesta segunda-feira, 25…

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura, aleluia! (Mc 16,15)

João Marcos era membro de uma família de Jerusalém que pôs sua casa à disposição dos primeiros cristãos. Foi fiel discípulo de Pedro e acompanhou Paulo em seu cativeiro em Roma. A ele é atribuída a redação do Evangelho de Marcos, o qual nos apresenta um Messias humilhado, sofredor, crucificado e reconhecido como Filho de Deus pelo centurião. Celebremos esta festa com o sincero desejo de conhecer e amar, de maneira mais profunda, nosso Mestre Jesus Cristo.

Primeira Leitura: 1 Pedro 5,5-14

Leitura da primeira carta de São Pedro – Caríssimos, 5revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. 6Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora. 10Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna em Cristo, vos restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros. 11A ele pertence o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12Por meio de Silvano, que considero um irmão fiel junto de vós, envio-vos esta breve carta, para vos exortar e para atestar que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho. 14Saudai-vos uns aos outros com o abraço do amor fraterno. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 88(89)

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

1. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, / de geração em geração eu cantarei vossa verdade! / Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” / E a vossa lealdade é tão firme como os céus. – R.

2. Anuncia o firmamento vossas grandes maravilhas, / e o vosso amor fiel, a assembleia dos eleitos, / pois quem pode, lá nas nuvens, ao Senhor se comparar / e quem pode, entre seus anjos, ser a ele semelhante? – R.

3. Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; / seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! / Exultará de alegria em vosso nome dia a dia / e, com grande entusiasmo, exaltará vossa justiça. – R.

Evangelho: Marcos 16,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

É Cristo que anunciamos, / Jesus Cristo, o Crucificado, / poder e sabedoria de Deus (1Cor 1,23s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. – Palavra da salvação.

Reflexão

Baseada em testemunhos antiquíssimos, a tradição cristã sempre atribuiu o segundo Evangelho a um singelo escritor que, embora não fizesse parte do Colégio Apostólico, deixou provas suficientes de haver conhecido Nosso Senhor diretamente: trata-se de São Marcos, cuja festa temos hoje a alegria de celebrar. Como de costume entre os judeus da época, o nome "Marcos" é por certo o sobrenome romano de João Marcos (Yohanan Markos), mencionado em várias passagens do Novo Testamento (cf. At 12, 12.25; 13, 5-13; 15, 37.39) como sendo companheiro de São Paulo em sua primeira missão evangelizadora (cf. At 13, 5) e discípulo de São Pedro (cf. 1Pd 5, 13), além de primo do levita São Barnabé (cf. Col 4, 10). Os Atos dos Apóstolos também nos fazem saber que Maria, uma viúva de posses e convertida à fé cristã, era sua mãe. A ela deve ter pertencido, ao que parece, o conhecido Horto das Oliveiras, aonde Jesus costumava ir para recolher-se em oração.

Algumas outras tradições, cuja veracidade não se pode garantir com segurança, identificam a casa de Marcos com o Cenáculo em que se celebrou a Santa Ceia (cf. Mc 14,15) e ocorreu a vinda do Espírito Santo sob a forma de línguas de fogo (cf. At 1, 13). Foi justamente para lá, "onde muitos se tinham reunido e faziam oração" (At 12, 12), que São Pedro se dirigiu após escapar da prisão em que Herodes Agripa I o havia metido. A darmos crédito a certos escritos antigos, parece algo provável que Marcos seja aquele "homem, carregando um cântaro de água" (Mc 14, 13s), que levara os Apóstolos até à sala em que Cristo havia de celebrar sua última Páscoa. Em todo caso, ainda que não tenha sido do grupo dos Doze nem tampouco acompanhado a pregação do Senhor pela Palestina, São Marcos decerto conheceu a Cristo e presenciou ao menos um importante episódio de sua vida: o aprisionamento. Com efeito, é apenas no seu Evangelho que ficamos sabendo do jovem coberto apenas de um pano de linho que, atemorizado diante dos soldados, fugiu às pressas no meio da noite, deixando para trás o lençol que o cobria (cf Mc 14, 51s).

Além do que nos contam os Atos do Apóstolos, são poucas as notícias que nos restam a seu respeito; depois do martírio de Pedro e Paulo, o seu itinerário de evangelizador e catequista se torna bastante incerto e de difícil recomposição. São Jerônimo e Eusébio, com base em tradições anteriores, dizem que Marcos fundou no Egito a igreja de Alexandria, cuja liturgia permanece, ainda hoje, intimamente ligada ao nome do seu santo patriarca. Martirizado por volta do ano 68 numa aldeola chamada Búcoli, São Marcos, com suas fraquezas e virtudes, deixou à cristandade um exemplo forte de humildade e confiança sempre crescente na graça de Deus. Embora sejamos fracos (ou precisamente por isso!), o Senhor quer servir-se de nós para realizar uma obra que é inteiramente sua: temos, pois, de colocar-nos à disposição da Vontade divina, que pode transformar nossas costumeiras faltas de fortaleza e constância em fontes preciosas de conversão e abnegação. Entreguemo-nos inteiramente às mãos de Deus! Sejamos pouco seguros de nós mesmos, tão falhos e fracos, e depositemos toda a nossa confiança no Único que nunca falha nem pode desfalecer!

 

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quarta-feira, 24 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - Crer em Jesus é crer no Pai.

 Evangelho do Dia: Eu vim ao mundo como luz (Jo 12, 44-50) – Oratório São  Luiz – 120 Anos

Eu vos louvarei, Senhor, entre os povos e anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia (Sl 17,50; 21,23).

Iluminado pelas palavras de Jesus, o ser humano é conduzido a uma vida plena de sentido. Os discípulos e discípulas de Cristo são convidados, em todos os tempos e lugares, a viver e anunciar com ousadia suas palavras de salvação. Celebrando a Páscoa, glorifiquemos o Pai pelo grande dom do seu Filho salvador.

Primeira Leitura: Atos 12,24-13,5

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 24a palavra do Senhor crescia e se espalhava cada vez mais. 25Barnabé e Saulo, tendo concluído seu ministério, voltaram de Jerusalém, trazendo consigo João, chamado Marcos. 13,1Na Igreja de Antioquia havia profetas e doutores. Eram eles: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado junto com Herodes, e Saulo. 2Um dia, enquanto celebravam a liturgia em honra do Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. 3Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo e deixaram-nos partir. 4Enviados pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e daí navegaram para Chipre. 5Quando chegaram a Salamina, começaram a anunciar a Palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Eles tinham João como ajudante. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 66(67)

Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem.

1. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, / e sua face resplandeça sobre nós! / Que na terra se conheça o seu caminho / e a sua salvação por entre os povos. – R.

2. Exulte de alegria a terra inteira, / pois julgais o universo com justiça; / os povos governais com retidão / e guiais, em toda a terra, as nações. – R.

3. Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem! / Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, / e o respeitem os confins de toda a terra! – R.

Evangelho: João 12,44-50

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
O Evangelho de hoje traz a parte final do Livro dos Sinais, na qual o evangelista faz um balanço. Muitos acreditaram em Jesus e tinham a coragem de manifestar sua fé publicamente como discípulos e as discípulas. Outros acreditaram, mas não tiveram a coragem de manifestar publicamente sua fé. Tinham medo de serem expulsos da sinagoga. E muitos não acreditaram: Apesar de Jesus ter realizado na presença deles tantos sinais, não acreditaram nele. Assim se cumpriu a palavra dita pelo profeta Isaías: "Senhor, quem acreditou em nossa mensagem? Para quem foi revelada a força do Senhor? Depois desta constatação geral, João retoma alguns dos temas centrais do seu evangelho: Crer em Jesus é crer naquele que o enviou. Esta frase é um resumo do evangelho de João. É o tema que aparece e reaparece de muitas maneiras. Jesus está tão unido ao Pai, que ele já não fala em nome próprio, mas sempre em nome do Pai. Quem vê a Jesus vê o Pai. Se quiser conhecer a Deus, olhe para Jesus. Deus é Jesus!
Jesus é a luz que veio ao mundo. Aqui João retoma o que já tinha sido dito no prólogo: O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo ser humano. A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam. Aqui ele repete: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em mim não fique nas trevas”. Jesus é uma resposta viva às grandes interrogações que movimentam e inspiram a busca do ser humano. Ele é uma luz que clareia o horizonte. Faz descobrir o lado luminoso da escuridão da fé.
Não vim para julgar o mundo. Chegando no fim de uma etapa, surge a pergunta: “Como vai ser o julgamento? Nestes dois versículos o evangelista esclarece o tema do julgamento. O julgamento não se faz na base da ameaça com maldições. Jesus diz: Eu não condeno quem ouve as minhas palavras e não obedece a elas, porque eu não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeita e não aceita minhas palavras, já tem o seu juiz: a palavra que eu falei será o seu juiz no último dia. O julgamento consiste na maneira como a pessoa se define frente à verdade e frente a sua própria consciência.
O que digo, eu o digo conforme o Pai me disse. As últimas palavras do Livro dos Sinais são um resumo de tudo que Jesus disse e fez até agora. Ele reafirma o que afirmava desde o começo: Não falei por mim mesmo. O Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. E eu sei que o mandamento dele é a vida eterna. Portanto, o que digo, eu o digo conforme o Pai me disse. Jesus é o reflexo fiel do Pai. Por isso mesmo, ele não oferece prova nem argumento aos que o provocam para que se legitime e apresente suas credenciais. É o Pai que o legitima através das obras que ele faz. E dizendo obras, não se refere só aos grandes milagres, mas a tudo que ele disse e fez, até nas mínimas coisas. Jesus, ele mesmo, é o Sinal do Pai. Ele é o milagre ambulante, a transparência total. Ele já não se pertence, mas é todo inteiro propriedade do Pai. As credenciais de um embaixador não vem dele mesmo, mas vem daquele a quem representa. Vem do Pai.
Pai, como discípulo da luz, quero deixar-me sempre guiar por teu Filho. Só, assim, as ciladas do demônio não prevalecerão sobre mim. Vem em meu auxílio!
 
Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 23 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - O que motiva a sua fé?

 Jesus no Meio de Opositores e Seguidores - Thaisa Fernandes

Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus. O Senhor, nosso Deus, o Todo-poderoso passou a reinar, aleluia (Ap 19,7.6).

As ovelhas de Jesus, bom pastor, conhecem sua voz e o seguem confiantes, em comunhão com o Pai. Formando sua Igreja, anunciam em todos os tempos e lugares, para todos os povos e nações, a mensagem da ressurreição, que reveste a história da humanidade de novo rumo e esperança.

Primeira Leitura: Atos 11,19-26

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 19aqueles que se haviam espalhado por causa da perseguição que se seguiu à morte de Estêvão chegaram à Fenícia, à ilha de Chipre e à cidade de Antioquia, embora não pregassem a Palavra a ninguém que não fosse judeu. 20Contudo, alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a pregar também aos gregos, anunciando-lhes a Boa-nova do Senhor Jesus. 21E a mão do Senhor estava com eles. Muitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. 22A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia. 23Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. 25Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 86(87)

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.

1. O Senhor ama a cidade / que fundou no monte santo; / ama as portas de Sião / mais que as casas de Jacó. / Dizem coisas gloriosas / da cidade do Senhor. – R.

2. “Lembro o Egito e Babilônia / entre os meus veneradores. / Na Filisteia ou em Tiro † ou no país da Etiópia, / este ou aquele ali nasceu.” / De Sião, porém, se diz: † “Nasceu nela todo homem; / Deus é sua segurança”. – R.

3. Deus anota no seu livro, † onde inscreve os povos todos: / “Foi ali que estes nasceram”. / E por isso todos juntos / a cantar se alegrarão; / e, dançando, exclamarão: / “Estão em ti as nossas fontes!” – R.

Evangelho: João 10,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.

Minhas ovelhas escutam minha voz, / eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Perguntam hoje a Cristo se é o Messias: “Dize-nos abertamente”, e Ele não só responde com um rotundo sim: “Já vo-lo disse”, mas oferece as razões de sua resposta: “As obras que eu faço dão testemunho de mim”, e denuncia a causa por que muitos, diante de afirmações tão claras, confirmadas com sinais tão evidentes, ainda não creem: “Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”. Três coisas, portanto, se devem notar neste Evangelho. A primeira é que Jesus, contra o que afirmam alguns modernistas, não só tinha consciência de ser o Filho de Deus como o ensinou de maneira explícita a todo o povo: “Eu e o Pai somos um”, isto é, somos uma só coisa ou temos em comum a mesma substância. A segunda é que Jesus confirmou, com sinais certíssimos e adequados à inteligência de todos, sua missão e filiação divinas, de modo que não pudessem alegar desculpa alguma para a própria incredulidade as testemunhas oculares de seus milagres: “As obras que eu faço dão testemunho de mim”. A terceira e última, consequência da anterior, é que o ato de fé salutar, embora conte — como é conforme à razão humana — com argumentos externos de credibilidade, não é causado nem tem por motivo próprio estes sinais exteriores, mas depende da abertura interior do coração à graça atual preveniente com que Deus inspira a vontade e ilumina a inteligência para assentir internamente ao que não pode, sem culpa, negar externamente. É por isso que diz aos fariseus: “Vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”, pois “as minhas ovelhas escutam a minha voz”, isto é, não rejeitam a moção da graça interna, mas se deixam guiar por ela, como ovelhas que seguem, não a voz mercenária das paixões, mas a doce e suave do Bom Pastor. Aí temos uma radiografia do que é a fé verdadeira e um mapa para sabermos que caminho estamos trilhando, ou seja, se temos fé pelo motivo certo, que é a palavra de Deus, ou se a temos rejeitado, porque nos recusamos a escutar o que Eles nos tem gritado internamente com o auxílio de suas graças externas.


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segunda-feira, 22 de abril de 2024

4ª Semana da Páscoa - O único caminho que leva a Deus.

 PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO: Evangelho do dia, domingo, 25/04/2015

Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele, aleluia (Rm 6,9).

Jesus, bom pastor, reúne todas as ovelhas no seu redil, sem excluir nenhuma dos seus cuidados e proteção. Ele as faz “sair todas” das amarras da morte e da escravidão, conduzindo-as à “conversão que leva para a vida”, e vida em abundância. Ouvindo a voz do Senhor na liturgia, celebremos reverentes sua Páscoa.

Primeira Leitura: Atos 11,1-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1os apóstolos e os irmãos que viviam na Judeia souberam que também os pagãos haviam acolhido a Palavra de Deus. 2Quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica começaram a discutir com ele, dizendo: 3“Tu entraste na casa de pagãos e comeste com eles!” 4Então, Pedro começou a contar-lhes, ponto por ponto, o que havia acontecido: 5“Eu estava na cidade de Jope e, ao fazer oração, entrei em êxtase e tive a seguinte visão: vi uma coisa parecida com uma grande toalha que, sustentada pelas quatro pontas, descia do céu e chegava até junto de mim. 6Olhei atentamente e vi dentro dela quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis e aves do céu. 7Depois ouvi uma voz que me dizia: ‘Levanta-te, Pedro, mata e come’. 8Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! Porque jamais entrou coisa profana e impura na minha boca’. 9A voz me disse pela segunda vez: ‘Não chames impuro o que Deus purificou’. 10Isso repetiu-se por três vezes. Depois a coisa foi novamente levantada para o céu. 11Nesse momento, três homens se apresentaram na casa em que nos encontrávamos. Tinham sido enviados de Cesareia, à minha procura. 12O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar. Os seis irmãos que estão aqui me acompanharam e nós entramos na casa daquele homem. 13Então ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa e dizer: ‘Manda alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. 14Ele te falará de acontecimentos que trazem a salvação para ti e para toda a tua família’. 15Logo que comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que desceu sobre nós no princípio. 16Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. 17Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós, que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus?” 18Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificavam a Deus, dizendo: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!” – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 41(42)

Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.

1. Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente minha alma / por vós, ó meu Deus! – R.

2. A minha alma tem sede de Deus / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a alegria de ver / a face de Deus? – R.

3. Enviai vossa luz, vossa verdade: / elas serão o meu guia; / que me levem ao vosso monte santo, / até a vossa morada! – R.

4. Então irei aos altares do Senhor, / Deus da minha alegria. / Vosso louvor cantarei ao som da harpa, / meu Senhor e meu Deus! – R.

Evangelho: João 10,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor; conheço minhas ovelhas, / e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus: 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
O Evangelho desta segunda-feira dá continuidade ao tema central da liturgia de ontem, 4.º Domingo depois da Páscoa, em que o Senhor se nos apresenta sob a figura do bom pastor de nossas almas. A primeira coisa que convém ter presente é que Jesus, em sentido estrito, não nos fala aqui por meio de parábolas, mas, sim, de metáforas. Ele se identifica ora com o pastor, ora com a porta do redil das ovelhas, contrapondo-se assim à figura do ladrão e do mercenário. O discurso que Ele hoje nos dirige, portanto, não consiste em uma história, em uma narrativa de tipo parabólico, mas em uma série de comparações que servem para destacar o seu papel de Salvador. Ele, Deus feito carne, é a única porta pela qual podemos ir ao Pai. É por meio de sua humanidade santíssima, unida à divina pessoa do Verbo, que trilhamos o caminho que Deus mesmo escolheu para nos salvar e levar-nos à união consigo na glória do céu. É por isso, aliás, que a Igreja conclui todas as suas preces e súplicas com as seguintes palavras: “Por Nosso Senhor Jesus Cristo”, já que não existe nenhum outro nome pelo qual possamos ser salvos. Esta é a razão por que devemos sempre, por um lado, ter uma grandíssima devoção à humanidade de Cristo e, por outro, resistir à pretensão de querer chegar a Deus fora da única via que a Ele conduz: o seu Filho unigênito. Que Deus Pai nos conceda, pois, ternos e profundos sentimentos de adoração por seu Filho encarnado, que sem deixar de ser o que era assumiu o que não era, a fim de que nós, mortos para o pecado, nascêssemos para a vida e, glorificados em nossa humanidade no último dia, participássemos finalmente dos esplendores de sua divindade.


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