sábado, 31 de março de 2012

APOCALIPSE: INTERPRETAÇÃO - PARTE 1

Em síntese: O presente artigo aborda o livro do Apocalipse de São João, que não deve ser tido como fonte de argumentos em prol de iminente fim do mundo. O núcleo do livro dispõe-se em três septenários, que recapitulam toda a história da humanidade e da Igreja sob forma simbolista, mostrando que as calamidades de toda e qualquer época estão englobadas num plano sábio de Deus. Este dirá a última palavra da história; todavia o livro não permite calcular a data da consumação dos tempos ou da segunda vinda de Cristo. O Apocalipse é um livro de reconforto e esperança, e não um livro de apavoramento. Há de ser lido dentro dos parâmetros do respectivo gênero literário apocalíptico, que tem seu estilo e seu linguajar próprios. Quem não leva em conta tais peculiaridades, corre o risco de deduzir do texto sagrado o que ele não quer dizer.O Apocalipse, com seus símbolos e suas cenas aterradoras, presta-se à tentativa de se calcular a data do fim do mundo e das calamidades que, como se crê, o devem preceder. Visto que a interpretação do livro não é fácil, pois requer critérios precisos deduzidos do próprio gênero literário apocalíptico, vamos, a seguir, apresentar o problema suscitado pelo livro e a solução mais plausível para o mesmo.

Dividiremos a nossa exposição em cinco partes: I. Que é um Apocalipse?; II. O contexto histórico do Apocalipse de São João; III. A interpretação do Apocalipse; IV. Questões especiais; V. Conclusão.

1. Que é um Apocalipse?


A palavra grega apokálypsis quer dizer revelação. O gênero literário das revelações (ou apocalíptico) teve grande voga entre os judeus nos dois séculos imediatamente anteriores e posteriores a Cristo. A sua origem se deve principalmente ao fato de que os autênticos profetas foram escasseando em Israel após o exílio babilônico (587-538 a.C.); os últimos profetas bíblicos - Ageu, Malaquias e Zacarias - exerceram o seu ministério nos séculos VI e V a.C.

Ora após o séc. V o povo de Israel continuou sujeito ao jugo estrangeiro: retornando do exílio babilônico em 538 a.C., ficou o domínio persa até Alexandre Magno (336-323 a.C.) da Macedônia, que conquistou a terra de Israel, anexando-a ao Império Macedônico. Após a morte do imperador, a Palestina ficou sob os egípcios (dinastia dos Ptolomeus) até o ano de 200 a.C. Nesta data, os sírios ocuparam e dominaram a terra de Israel, constituindo aí o período dos Antíocos ou Selêucidas. Finalmente, os Romanos em 63 a.C. invadiram o território palestinense e impuseram seu jugo aos judeus, jugo que perdurou até que o povo de Israel foi expulso da sua terra em 70 d.C. (queda e ruína de Jerusalém revoltada). Ora nessas duras circunstâncias de vida o povo de Israel, não tendo profeta, sentia necessidade de ser consolado e alentado para não desfalecer. Foi então que os autores judeus se puseram a cultivar mais assiduamente o gênero literário apocalíptico ou da revelação, que tem afinidade com a profecia, mas, na verdade, não se identifica com esta.

O Apocalipse (revelação) tende a incutir aos leitores uma confiança inabalável na Providência Divina. Todavia, em vez de o fazer de maneira escolar ou meramente teórica, exortando à fé, o autor recorre a um artifício: atribui a um famoso personagem bíblico do passado (Enoque, Moisés, Elias, Daniel) ou a um anjo do Senhor revelações proféticas a respeito da época que ele e seus correligionários estão vivendo. Esse personagem famoso antigo descreve os tempos atribulados que os leitos experimentam e assegura que a tormenta passará, devendo a causa de Deus triunfar da facção dos ímpios; estes serão prostrados, pois ocorrerão em breve o juízo final da história e a consumação dos tempos. É isto que dá ao apocalipse a aparência de profecia; todavia note-se que o autor, ao descrever os fatos de sua época (como se tivessem sido preditos por Enoque ou Moisés...), os descreve na base de suas observações e experiências pessoais. O recurso a personagem famoso da antigüidade como revelador da mensagem é artifício próprio do gênero apocalíptico: tende a incutir mais ânimo e esperança nos leitores; com efeito, se o próprio autor sagrado, contemporâneo dos leitores imediatos, predissesse dias melhores, não teria a mesma autoridade que era inegavelmente reconhecida a Enoque, Moisés, Elias, Daniel... Por sua vez, o escritor sagrado tinha fundamentos para consolar seus companheiros perseguidos e predizer a vitória final do bem sobre o mal, porque esta é anunciada por todas as profecias e promessas feitas a Israel. O autor de um apocalipse nada acrescenta de novo a essas promessas; apenas as torna atuais, repetindo-as de maneira solene e enfática em momento penoso do história do seu povo e anunciando para breve o cumprimento das mesmas. De resto, a Salvação, já oferecida por Deus em fases anteriores de tribulações de Israel, era penhor de que, também dessa vez, o Senhor não abandonaria seu povo.

As páginas mais tipicamente apocalípticas do Antigo Testamento são os capítulos 7 a 12 do livro de Daniel. Estas secções foram escritas no séc. II sob o domínio dos sírios ou Antíocos na Palestina; atribuem a Daniel, famoso varão do séc. VI, a descrição simbolista dos acontecimentos que se desenrolam desde o domínio persa (séc. VI a.C.) até o domínio sírio (séc. II a.C.); em estilo de sonhos que imperaram sobre Israel até Antíoco IV Epifânio (175-164); para os tempos deste, o autor apocalíptico anuncia a intervenção final de Deus e salvação a ser trazida pelo Messias. Não é fácil entender um apocalipse, visto que utiliza exuberante simbolismo e coloca o leitor diante de um cenário cósmico, que conjuga o céu e a terra.

Mais precisamente, podem-se assim caracterizar os elementos formais do gênero apocalíptico.

1) A pseudonímia do autor. Este é um contemporâneo dos seus primeiros leitores, mas fala-lhes como se fosse um personagem antigo e venerável. É o que se vê claramente, por exemplo, no livro de Daniel. No Apocalipse de São João é um anjo que revela.

2) O caráter esotérico (ou reservado) das revelações. Estas terão sido comunicadas outrora ao venerável personagem da antigüidade; deviam, porém. Ficar em segredo até os dias do autor do apocalipse. Veja-se, por exemplo, Dn 8, 26; 12, 9.

3) Freqüentes intervenções de anjos. Estes aparecem, nos apocalipses, ora como ministros de Deus que colaboram com a Providência Divina na dispensação da salvação aos homens, ora como intérpretes das visões ou revelações que o autor do livro descreve. Cf. Ez 40,3; Zc 2,1s; 2,5-9; 5,1-4; 6, 1-8; Ap 7, 1-3; 8, 1-13.

4) Simbolismo rico e, por vezes, singular. Animais podem significar homens e povos; feras e aves representam geralmente as nações pagãs; os anjos bons são descritos como se fossem homens, e os maus como estrelas caídas. O recurso aos números é freqüente, explorando-se então o simbolismo dos mesmos (3, 7, 10, 12, 1000 como símbolos de bonança; 31/2 (como símbolo de penúria e tribulação). É a exuberância do simbolismo dos apocalipses que torna difícil a compreensão dos homens; o leitor ou intérprete deve procurar entender esse simbolismo a partir de passagens bíblicas e extra-bíblicas paralelas (na verdade, há símbolos que se repetem com a mesma significação: gafanhotos, águias, cedro, três anos e mui, mil anos...).

Os autores de apocalipses são assaz livres ao conceber seus símbolos, suas visões e personificações; propõem cenas estranhas sem se preocupar com a sua verossimilhança; cf., por exemplo, a Jerusalém nova em Ap 21, 1-27; Ez 47, 1-12.

5) Forte nota escatológica. Os apocalipses se voltam todos para os tempos finais da história e os descrevem com grandiosidade, apresentando a intervenção solene de Deus em meio a um cenário cósmico, o julgamento dos povos, o abalo da natureza, a punição dos maus e a exaltação dos bons (estando reservado para Israel nesse contexto um papel de relevo e recompensa).

Este traço diferencia bem da profecia o apocalipse. A profecia é sempre uma palavra dita em nome de Deus (propheemi = dizer em lugar de); todavia nem sempre visa ao futuro; refere-se muitas vezes a situações do presente, procurando sacudir os homens de sua indiferença religiosa ou da hipocrisia de vida, levando-os a conduta moral mais digna e correta; a profecia tem, sim, um caráter fortemente moralizante, válido para os contemporâneos, mas nem sempre voltado para o futuro ou a escatologia. - Ao contrário, nos apocalipses a índole moralizante desaparece quase por completo; o que preocupa o autor sagrado são os acontecimentos finais da história, que redundarão em derrota definitiva dos maus e prêmio para os bons; as visões, os sonhos e os símbolos fantasistas (que já os profetas cultivavam, mas com sobriedade) tornam-se o elemento dominante na forma literária dos apocalipses.

6) O gênero literário apocalíptico foi-se formando, com suas diversas características, através dos séculos ou paulatinamente. Já se encontram alguns de seus elementos nos escritos dos profetas, antes do séc. II a.C. Há mesmo passagens de profetas que têm estilo apocalíptico, como pode haver nos escritos apocalípticos trechos de índole profética. Assim no livro de Daniel são tidas como proféticas as passagens de Dn 2, 34. 44s; 7, 9-14; 12, 1-3.

2. Circunstâncias de origem do Apocalipse de São João


1. No fim do séc. I tornava-se cada vez mais penosa a situação dos cristãos disseminados no Império Romano.

Em verdade, o Senhor Jesus deixou este mundo, intimando aos discípulos aguardassem a sua volta gloriosa; não lhes quis indicar, porém, nem o dia nem a hora de sua vinda, pois esta deveria ser tida como a de um ladrão que aparece imprevistamente à meia-noite (cf. Mt 24, 43; 1Ts 5,2s); vigiassem, pois e orassem em santa expectativa. Todavia, apesar da sobriedade das palavras de Jesus, os discípulos esperavam que a sua vinda se desse em breve, enquanto ainda vivesse a geração dos Apóstolos mesmos. À medida, porém, que se passavam os decênios, essa esperança se dissipava; a não poucos parecia que Cristo havia esquecido a sua Igreja e que vão era crer no Evangelho.

A situação se tornara ainda mais angustiosa desde que Nero, em 64, desencadeara a primeira perseguição violenta contra os cristãos. "Ser discípulo de Cristo" equivalia, daquela ocasião em diante, a ser tido como "inimigo do gênero humano": manifestava-se cada vez mais a oposição entre mentalidade cristã e mentalidade pagã, de modo que, vivendo em plena sociedade pagã, os cristãos tinham não raro que se abster das festas de família, das celebrações cívicas, dos jogos públicos, até mesmo de certas profissões e ramos de negócio (pois através de todos esses meios se exprimia a mentalidade politeísta e supersticiosa reinante).

Em particular, na Ásia Menor o ambiente era carregado de maus presságios: lá ia tomando proporções cada vez mais avultadas o culto dos Imperadores, a ponto de se tornar a pedra de toque da fidelidade de um cidadão romano à pátria.

Desde 195 a.C. a cidade de Esmirna possuía um templo consagrado à deusa Roma; em 26 d.C. os esmirnenses ergueram outro santuário em honra de Tibério, Lívio e do Senado.

Em Pérgamo, desde 29 a.C., fora instituído o culto do Imperador.

A cidade de Éfeso, nos inícios do reinado de Augusto, construíra um altar dedicado a este soberano no recinto do "Artemision" ou templo de Diana.

Os habitantes da Ásia Menor era especialmente inclinados a tal forma de culto, pois se sentiam altamente beneficiados pelos governantes de Roma, que haviam posto termo às guerras civis na região, assegurando à população prosperidade na indústria, no comércio e na cultura em geral.

Ademais outro perigo para o Cristianismo se fazia notar na Ásia Menor em fins do séc. I. A gente dessa região era dotada de exuberante alma religiosa, de sorte que dava acolhida não somente às religiões tradicionais do Império e ao Cristianismo, mas também a formas de culto ditas "dos mistérios" (de Mitra, Cibele, Apolo...), recém-trazidas do Oriente. Tais mistérios fascinavam pela sua índole secreta e por sua promessa de divinização.

Esse estado de coisas permite tirar a seguinte conclusão: Ásia Menor uma religião que, como o Cristianismo, professasse rigorosamente um Deus único e transcendente manifestado por um só Salvador, Jesus, devia necessariamente defrontar-se em breve com formidável aliança de todas as forças do paganismo: sistemas religiosos, interesses políticos, planos econômicos deviam armar-se num combate unânime e cerrado contra o monoteísmo cristão; ser discípulo de Cristo, em tais circunstâncias, significaria sofrer o ódio e o boicote geral de parentes, amigos e concidadãos não cristãos, de tal modo que até mesmo na vida cotidiana do lar o cristão se sentiria sufocado por causa de sua fé.

A situação sugeria a não poucos discípulos de Jesus ou a apostasia em relação ao Divino Mestre ou uma espécie de pacto com as idéias do paganismo, de sorte a dar origem ao sincretismo religioso (caracterizado principalmente pelo dualismo ou o repúdio à matéria que a mística oriental muito propalava). Foi em tais circunstâncias sombrias que São João quis escrever o Apocalipse.

2. A finalidade do livro torna-se assim evidente

O autor sagrado visava, acima de tudo, a alentar nos seus fiéis a coragem depauperada; o Apocalipse, em conseqüência, é essencialmente o livro da esperança cristã ou da confiança inabalável no Senhor Jesus e nas suas promessas de vitória.

Pergunta-se então: como terá São João procurado levantar o ânimo e corroborar a esperança dos leitores? Haverá, em nome de Deus, prometido dias melhores aqui na terra em recompensa na fidelidade a Cristo, de maneira que quem fosse hostilizado por causa do Senhor Jesus viria a ser estimado pelos concidadãos e acariciado por prósperas condições de vida temporal (economia feliz, saúde, sucesso nos empreendimentos...)?




revistapergunte e responderemos

MEU ESPINHO NA CARNE



II Cor. 12,1-10

"Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!"

A verdade é uma só: "Em todas as coisas somos mais que vencedores por Aquele que nos amou" (Rom. 8,37). O problema é só uma visão muitas vezes turvada pelos nossos desejos e só nossas aspirações. Santa Teresa d`Ávila nos diz: "Ponde os olhos no crucificado e tudo vos parecerá pouco!" Paulo conhece sua condição pobre, fraco, miserável e declara: "Tenho um espinho na carne".

Não sabemos o que era tal espinho na carne de Paulo, porque ele não o declara. Alguns sugeriram que pode ter sido malária, epilepsia ou mais provável uma enfermidade nos olhos (cf Gal. 4,13-15). Qualquer que fosse o caso era um problema crônico que o debilitava, às vezes, impedindo-o de trabalhar mais pela expansão do Evangelho. Esse espinho era um impedimento para o seu ministério, e ela orava pedindo a remoção, para um bem maior, para expandir o Evangelho e sua ação missionária, não para um bem próprio. Mas Deus se recusou a fazê-lo.
Paulo era uma pessoa auto-suficiente. Por isso esse espinho deve ter trazido muitas dificuldades. Esse espinho mantinha Paulo humilde, lembrava-lhe de sua necessidade de contato constante com Deus e beneficiava aqueles que estavam ao seu redor, pois viam Deus trabalhando em sua vida e transbordando de sua vida.

O próprio Paulo reconheceu o bem deste espinho: "Não me levasse ao orgulho... E me livrar do perigo da vaidade". Qual é o teu espinho hoje, neste momento ou um espinho que a tempo você se depara com ele. Escute agora as palavras do Senhor: "Basta-te minha graça, porque o meu poder se aperfeiçoará na tua fraqueza".

Nosso maior problema é que ficamos presos na remoção dos nossos espinhos, é assim que ficamos paralisados. É preciso ficar atento não na remoção dos espinhos, mas ao "Poder de Deus" ser mostrados em nossas fraquezas. À medida que reconhecemos nossas limitações, passamos a depender mais de Deus e não de nossa própria força ou capacidades, esforço e talentos. Nossas limitações não só nos ajudam a desenvolver o caráter cristão como também aprofundam nossa contemplação, nosso estar com Deus.

Reconheço que dependo completamente de Deus e que todas as fibras do meu ser precisam dele, ou seja, que dentro de mim não existe nada que eu não tenha recebido dele.

Deus não tirou o espinho de Paulo, fez coisa melhor: passou a dirigir aquele espinho e o fez servo de Paulo. Muitas vezes o ministério de espinhos tem sido muito mais útil aos homens do que o ministério de tronos. Na verdade o trono de Deus em nossas vidas é feito de nossas misérias. Amados filhos, quando você se deparar com seu espinho na carne, quando passar por aquele terrível vale de sofrimentos, quando aquela ofensa o atingir e pensar que tudo está acabado, lembre-se: confie em Deus de tal forma que sairás bem mais rico do que entrou! Ser mais do que vencedor é tomar do inimigo os despojos e apropriar-se deles. A arma que ele havia preparado para sua derrota, tome-a para si, e use-a para o seu próprio bem.

Oração:

Querido Deus creio que quando sou fraco aí é que sou forte, pois tudo posso naquele que me conforta e fortalece. Senhor, quando a cegueira me atingir possa eu rezar e confiar: "Senhor, eu aceito das Tuas mãos este Talento da cegueira. Ajuda-me a usa-lo para a Tua glória, para que na Tua vinda possas receber com juros, o que é Teu".
Ajuda-me neta cegueira a deixar-me ser conduzido. Creio que em Ti sou mais que vencedor e quando fraco aí é que sua força me encoraja: "Basta tua graça que se aperfeiçoa na minha fraqueza!"





Creio Senhor.
Pe.Emílio Carlos Mancini+

LITURGIA DIÁRIA - NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS


Primeira Leitura: Ezequiel 37, 21-28


V SEMANA DA QUARESMA

(roxo, pref. da paixão I - ofício do dia)


Leitura da profecia de Ezequiel - Assim diz o Senhor, 21e tu dirás: eis o que diz o Senhor Javé: vou recolher os israelitas de entre as nações onde se acham dispersos; vou congregá-los de toda parte e trazê-los para a sua terra. 22Farei com que, em sua terra, sobre as montanhas de Israel, não formem mais do que uma só nação, que não possuam mais do que um rei. Não mais existirá a divisão em dois povos e em dois reinos. 23Não mais se mancharão com seus ídolos nem cometerão infames abominações: libertá-los-ei de todas as transgressões de que se tornaram culpados e purificá-los-ei. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 24Meu servo Davi será o seu rei; não terão todos senão um só pastor; obedecerão aos meus mandamentos, observarão as minhas leis e as porão em prática. 25Habitarão a terra que concedi a meu servidor Jacó, aquela em que vossos pais residiram; eles aí permanecerão; eles, seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. Davi, meu servo, será para sempre o seu rei. 26Concluirei com eles uma aliança de paz, um tratado eterno. Eu os plantarei e multiplicá-los-ei. Estabelecerei para sempre o meu santuário entre eles. 27Minha residência será no meio deles. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 28E as nações saberão que sou eu, o Senhor, quem santifica Israel, quando o meu santuário se achar constituído para sempre no meio do (meu) povo. - Palavra do Senhor.




Salmo Responsorial(Jr. 31)


REFRÃO: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

1. Nações, escutai a palavra do Senhor; levai a notícia às ilhas longínquas e dizei: Aquele que dispersou Israel o reunirá, e o guardará, qual pastor o seu rebanho. - R.

2. Porquanto o Senhor resgata Jacó e o liberta das mãos do seu dominador. Regressarão entre gritos de alegria às alturas de Sião, acorrendo aos bens do Senhor: ao trigo, ao mosto e ao óleo, ao gado menor e ao maior. Sua alma se assemelha a jardim bem regado, e sua fraqueza cessará. - R.

3. Então a jovem executará danças alegres; jovens e velhos partilharão (o júbilo) comum. Transformar-lhes-ei o luto em regozijo, e os consolarei após o sofrimento e os alegrarei. - R.





Evangelho: João 11, 45-56


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 45Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. 49Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: Vós não entendeis nada! 50Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. 51E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação, 52e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. 53E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida. 54Em consequência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. 55Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. 56Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: Que vos parece? Achais que ele não virá à festa? - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu

A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho de São João é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte.

Assim, os fariseus, escribas e sacerdotes não descansaram enquanto não conseguiram um jeito de anular a pessoa de Jesus Cristo. Preocupados com a sua fama e a multiplicação dos milagres, estavam sem saber o que fazer. Foram muitos os enfrentamentos entre eles e Jesus, onde questionavam a pessoa de Cristo. Até que finalmente, os pontífices e os fariseus convocaram o conselho. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.
Decidiram matar Jesus. Resolveram matá-lo por Ele fazer o bem. Curar e ressuscitar pessoas aconselhar-nos a seguir o caminho reto, a não nos preocupar com o dia de amanhã, e a não ter medo, mas crer n’Ele e no Pai, e o que mais indignaram os pontífices ou sumo sacerdotes, dizer que Ele era o Filho de Deus. Para os judeus, isso foi blasfêmia, mas na verdade, eles queriam apagar o concorrente. Então aquele conselho foi um pré-julgamento de Jesus, onde O Filho de Deus foi, de antemão, condenado.

Também nós condenamos e até mesmo "queimamos" os nossos concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades: sejam no emprego, por ciúmes daqueles colegas que são mais capazes que nós, seja aquele cara forte que arrasa quando chega na área.
Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado do seu trabalho fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade.

Aproximando-nos da festa da Páscoa, vamos ao encontro do Senhor da nova e eterna aliança A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a optar pela luz e abandonar a morte.
Que esta quaresma, tempo favorável da graça de Deus, nos dê as forças necessárias para renovar nossos corações, e assim possamos viver a Páscoa do Senhor, que deseja devolver-nos a alegria de viver.
Precisamos tomar mais cuidado para não fazer como os líderes judaicos. Ter mais cuidado com os nossos pensamentos e palavras. E, lembrar, acima de tudo o que nos disse o Ressuscitado: "Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!"

sexta-feira, 30 de março de 2012

VIGÍLIA DE ADORAÇÃO AO SENHOR JESUS!



"E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação" (Lc 22,46).
"Não concedas sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras. Ó preguiçoso, até quando dormirás? Quando te levantarás do teu sono (Pv 6,4.9).
"Já é hora de despertardes do sono" (Rm 13,11)
2 Coríntios 6,2 - "Eis aqui AGORA o tempo aceitável, eis aqui AGORA o dia da salvação."

Provérbios 27,1 - "Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia." 
 
Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou. (At 14,10)
SEXTA - FEIRA: 30.03.12
HORAS: 19:00
 
LOCAL: CAPELA SÃO BENEDITO (Bairro S. Benedito)
CIDADE: PAU DOS FERROS/RN
REALIZAÇÃO: GRUPO DE ORAÇÃO SEMEANDO A PAZ - RCC
 
 
 
"É a hora de recomeçar, de reconstituir o altar demolido do Senhor"

"DE CAIFÁS CONDUZIRAM JESUS AO PRETÓRIO." ( João 18,28)

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Na Semana Santa cumpre meditar sobre o julgamento de Jesus. Terrível o julgamento, grande o amor que conduz Jesus aos tribunais. Profunda iniqüidade do homem, excelsa a misericórdia de um Deus que quer salvar os pecadores através das maiores humilhações. Quadros sinistros da miséria humana, cenas deslumbrantes dos exemplos de divina grandeza. Gestos inequívocos da humanal malícia, rasgos marcantes da celestial paciência.

O ódio profundo escreve uma obra prima de maldade e intolerância, mas a dileção imensa faz surgir um monumento esplendente de bondade e condescendência. Rebrilha o mistério inefável de uma fineza que ostenta o Filho bem-amado preterido e condenado a favor de filhos prevaricadores. Acontecimentos terríveis assinalam a mais desastrada ação judicial do universo. Esta penaliza um Deus, em infames tribunais, num processo insólito, incrível. Envolvem os procedimentos então empregados as trevas da mais impressionante injustiça, as sombras da ignorância, o desprezo pelas mais elementares leis então vigentes, a caligem da perversidade, o nevoeiro da fraude, a nódoa do dolo, a mácula da pusilanimidade, da insensatez, da covardia. Numa palavra, Jesus se viu num torvelinho de perseguição e torturas descabidas. Surge um traidor famoso, discípulo infiel, ambicioso, desleal, Judas Iscariotes.

O sanhedrim, colégio dos mais altos magistrados do povo judeu, os quais se mostrarão inaptos para cargo tão importante. Anás, antigo sumo pontífice, com quem os membros do sinédrio se aconselhavam e, no dizer de Flávio Josefo, “ninguém mais esperto do que ele para enriquecer”. Segundo Ernest Renan foi Anás o “principal ator desse drama terrível, o verdadeiro autor do assassínio jurídico que ia cometer-se”. Caifás, sumo sacerdote, personalidade vaidosa, cortesão ambicioso, responsável pela instalação do processo. Lúcio Pôncio Pilatos, procurador da Judéia, que entraria na história como o protótipo do covarde. Jesus de Nazaré, o benfeitor do povo, a “luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a este mundo” ( Jo 1,9), a vítima de um julgamento fatal. Nos anais da história os fatos que mais repulsa causam ao espírito humano, parturejando revolta interior, asco e aversão são aqueles nos quais o liame sagrado do amor, o vínculo profundo da amizade, o laço sacrossanto do afeto são violentados por egoístas manifestações que conduzem à aberrante atitude de uma traição. Preso abruptamente por volta das vinte e três horas, à meia noite Jesus foi levado à presença de Anás, que dominava o Sinédrio no qual cinco sacerdotes eram filhos seus e o presidente, seu genro Caifás. Anás envia Jesus amarrado a Caifás. Apenas duas testemunhas de acusação depuseram, dizendo ter ouvido Jesus Cristo afirmar: “Posso destruir o Templo de Deus e reconstruí-lo em três dias” (Mt 26, 61). Como Jesus nada respondesse, Caifás obtém dos lábios do próprio Cristo a declaração de que Ele era o Messias, o Filho de Deus. Proclama-o blasfemo, réu de morte.

Os milagres que Cristo operara, sinais claros de seu poder divino não suscitara naquele homem a fé na divindade daquele que possuía tais poderes. Caifás rasga suas vestes em sinal de horror, mas segundo alguns autores os sumos sacerdotes já tinham um rasgão de antemão preparado e ligeiramente costurado que podia servir para outras encenações de pasmo para comover a turba, sem danificar as vestimentas. Ali ele conseguiu plenamente o seu intento, pois cuspiram em Jesus, o esbofetearam e zombaram dele. Era o início de uma série de ousados mal tratos a quem a tantos agraciara! Como o Tribunal Supremo dos Judeus não tinha força para condenar alguém à morte, pois Jerusalém estava sob o domínio dos romanos, Jesus será encaminhado a Pilatos. Com a consciência o acusando de covardia perante os judeus, advertido oportunamente por sua mulher: “Não te envolvas com este justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele” (Mt 27,19). Os judeus então atinge o que mais vulnerável era naquela autoridade: sua subserviência ao Imperador e clamam: “Se perdoas a este homem não és amigo de César” (Jo 19,12). Pilatos estremece. Uma desconfiança de César, mesmo de longe, perturbaria qualquer Juiz.

A amizade ou temor do Imperador de Roma estava acima da Justiça e da vida de um inocente! Grande a iniqüidade dos homens! Pilatos vai e então escreve nas páginas da História o maior gesto de uma imensa covardia. Lavou as mãos e se proclamou inocente daquele sangue de um Justo. A água lava, purifica. Ela no Dilúvio regenerou o mundo, na fuga dos hebreus lhes foi salvação no Mar Vermelho, no Jordão curou a lepra de Naaman e no mesmo Jordão o Batista dela se servia para o batismo de penitência. Cristo instituiria o sacramento da regeneração através da água sinal da remissão do pecado original. A água, porém, para Pilatos era perdição e ao lhe correr entre os dedos selava a penúria de um caráter débil, fazendo dele o protótipo perene da pusilanimidade, do acobardamento, da poltroneria; sinal inditoso de todos os caracteres servis. A covardia foi e será sempre a desculpa dos estultos encastelados na torre de suas fraquezas morais.Torturas terríveis seguir-se-iam para Jesus depois de mais este gesto infausto.




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Fonte: Côn. Jose Geraldo Vidigal

O PODER DA CRUZ DE JESUS.


A pergunta que quero fazer e responder é: Onde está o poder da Cruz de Jesus?

O poder de Deus está na mensagem da cruz. Em II Coríntios 1,18, Paulo escreve: "Pois a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus". Ela é o poder de Deus.

Eu tenho visto algo acontecer em nossa Igreja e mesmo entre os Carismáticos Católicos, nos últimos anos, e é que temos cessado de crer que o poder de Deus está em pregar a mensagem da cruz.

Nós pregamos sobre todo o resto; nós fazemos todo o resto; mas, não confrontamos homens e mulheres com a mensagem da cruz de Jesus Cristo e todas as implicações que há na Palavra de Deus sobre esta grande mensagem. Se vai haver um derramar do poder de Deus nas nossas igrejas, nesta nação ou qualquer outra nação, temos que voltar a pregar a mensagem antiga e fora de moda da cruz! É a cruz que lida com o pecado. É a cruz que lida com nosso ser. É a cruz que transforma vidas. É o que Jesus Cristo fez na cruz o poder de Deus. Quando nós proclamamos a mensagem do que Ele fez e de como isto afeta as vidas de homens e mulheres, é o próprio poder de Deus se derramando.

Eu voltei de uma Celebração Eucarística há pouco tempo, onde eu preguei um encontro. Era para ser um encontro sobre o poder do Espírito Santo, mas foi mais um encontro de avivamento para os cristãos. Durante aqueles dias nós oramos juntos e falamos sobre o que o avivamento é e como alcançar a almas para Cristo. Conforme nós discutíamos essas coisas, eu perguntei a eles: "Que tipo de reuniões vocês já tiveram aqui?" O que eles me disseram se origina, na sua maioria tudo que temos tido até agora são shows.

Do lado carismático, eles vêm cheios de sinais e maravilhas, tipo show de milagres, e poucas vidas são verdadeiramente mudadas.

Eles trazem cantores cristãos famosos e descobrimos que poucas vidas são mudadas.

Por onde eu vou, eu escuto a mesma história. Há pouca pregação da simples mensagem da cruz, que é o próprio poder de Deus para mudar vidas. Eu não conheço nenhuma outra mensagem que transformará vidas, curará corações e perdoará pecados, que libertará o cativo. Eu não conheço nenhuma outra mensagem, mas a mensagem da cruz de Jesus Cristo. É a mensagem da cruz que o mundo precisa e que as igrejas precisam. Precisamos pregar a antiga e fora de moda mensagem da cruz!

Há poder na mensagem da cruz! O poder de Deus não está em pregar sinais e maravilhas. O poder não está em deixar todo mundo confortável. A cruz não foi confortável para Jesus Cristo. A cruz foi um lugar na história humana onde, fora de Jerusalém, há 2009 anos atrás, pendurado entre dois ladrões, suspenso entre o céu e a terra, estava o Cordeiro de Deus. De um lado da eternidade veio a ira de Deus e Jesus levou sobre Si toda aquela ira. Por quê? Por causa do seu pecado e do meu pecado. E de um outro lado da eternidade veio o amor de Deus. A ira e o amor de Deus se chocaram na cruz, há 2009 anos atrás, e deixou o poder, uma explosão, para que quando falarmos sobre o que Cristo fez em relação aos nossos pecados, nosso ser e nossa rebeldia, quando falarmos da mensagem da cruz, haja o poder de Deus!

A mensagem da cruz é a mensagem que trará avivamento para as nossas igrejas. Nossas igrejas estão cheias de pecado e de egocentrismo e a cruz lida com ambos. Nosso povo precisa se apaixonar por Jesus novamente. Se apaixonar não pelas coisas de Jesus, não pelo poder de Jesus, mas com Jesus e o que Ele fez na cruz, compreendendo que meu pecado colocou Cristo na cruz! Não judeus nem romanos, mas eu mesmo. O meu pecado colocou Cristo na cruz. Quando eu vejo e compreendo o que Ele fez por mim, eu coloco meu rosto no chão, perante Deus, e digo: "Ó, Deus, tenha misericórdia de mim, um pecador! Ó Deus veja o que eu fiz com o Seu filho!"

A mensagem da cruz gera avivamento. A mensagem da cruz liberta o cativo. A mensagem da cruz traz perdão. A mensagem da cruz traz reconciliação. A mensagem da cruz transforma vidas. É o poder de Deus. Paulo disse: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.” (I Cor 1,18).

Nós não teremos o poder de Deus sem a mensagem da cruz. A cruz deve ser central. Ela deve ser o centro das nossas vidas. A mensagem da cruz deve queimar em nossos corações. Ela deve ser a mensagem que proclamamos. Devemos nos consumir com o que o Salvador fez na cruz e devemos ensiná-lo, pregá-lo, explicá-lo, porque há o próprio poder de Deus nisso.

Para o apóstolo Paulo, a cruz ocupava o centro de toda a sua cosmovisão. Viver pela cruz foi a sua mais gloriosa experiência. A afirmação de Paulo é profunda, pois para ele, a cruz não representava nenhum tipo de peso, mas era algo transbordante de glória. Sem dúvida alguma, a cruz é um fato histórico muito bem definido. O livro de 1 Pedro 2,24 aponta: Carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. No entanto, ela também nos remete para a eternidade, pois está escrito em Apocalipse 13,8b: ...escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

O poder e o valor da cruz ultrapassam o tempo e o espaço. A sua ação é perfeitamente notada na intimidade da Trindade divina.

Nenhuma das pessoas divinas existe para si, senão cada uma delas para as demais: O Pai entregou ao Filho todas as coisas e o tem feito centro e Senhor de toda a criação. O Filho ama ao Pai e se deu a si mesmo para que o Pai possa realizar o desígnio de seu coração. O Espírito Santo vive eternamente para glorificar o Pai e ao Filho. Isto quer dizer que o princípio que opera eternamente no seio da vida divina não é outro senão o princípio da cruz.

Talvez muitos se surpreendam, mas a cruz é uma realidade eterna e seguirá sendo eterna. A cruz está ligada a Deus de modo intrínseco e inerente, e isto significa que ela é parte essencial e inseparável do Todo poderoso. A cruz conhecida dentro do tempo e espaço nada mais é do que a expressão da realidade eterna. Deus criou o homem e o colocou em lugar muito especial. Constata-se este fato lendo o livro de Gênesis 2,15: Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. A primeira lição sobre a cruz que Deus deu para a raça humana aconteceu num jardim chamado, o lugar das delícias. Logo ao pisar no paraíso, o homem ouviu do Altíssimo estas palavras: E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Gênesis 2,16-17.

Quando Deus criou o homem, teve em conta a cruz para ele, entregando-o uma primeira lição da cruz ao ordenar que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Sabemos que o pecado consistiu na desobediência deste mandamento, que trouxe como conseqüência a perda da cruz na natureza do homem. A árvore da vida era uma forma de cruz, já que ao comer deste fruto o homem teria uma substituição de vida; outra vida estaria dentro dele... Se ingerisse do fruto da árvore da vida, o homem estaria abrindo mão daquilo que lhe era mais precioso, a sua própria vida. Seria a evidência clara da operação da cruz. O homem ficaria livre de sua vida natural, mas ganharia algo infinitamente mais glorioso, uma vida "incriada". O fruto da árvore da vida apontava para a vida do filho de Deus. No entanto, cativado pela mentira de satanás o homem rejeitou a palavra de Deus. Ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal ele selou a sua morte espiritual. Em Gênesis 3,6 está escrito: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Não comer da árvore da vida significou a morte. Morte espiritual é separação em relação a Deus. O homem se tornou um ser independente de Deus, conseqüentemente amante de si mesmo. A atitude do primeiro homem foi fatal, pois afetou toda a raça humana. O livro de Romanos 5,12 confirma a conseqüência da rebelião no jardim do Éden: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Devido à queda, o homem se tornou um ser errante, nutrido por sua própria vida limitada, terrena, pecadora e separada de Deus. Por causa da queda, nascemos neste mundo mortos para Deus. O livro de Efésios 4,18 atesta: Obscurecidos de entendimento, separados da vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza de seu coração.

Todo o universo foi atingido pela rebelião do homem. O mundo ficou totalmente maculado por causa da queda. O homem se tornou um escravo do pecado e de suas paixões carnais. O orgulho, o egoísmo, a mentira, a traição, o ódio, a vaidade... agora fazem parte da essência da natureza humana. O diabo mantém toda a raça humana agrilhoada debaixo de seu poder. Isto se chama perdição completa. O caos da humanidade tem um responsável, o próprio homem.

Contudo, ficamos muito admirados e louvamos a Deus, pois a rebelião do homem não foi capaz de impedir que Deus nos amasse em grau infinito. O livro de João 3,16 testifica esta verdade: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Deus se revelou a si mesmo em Jesus Cristo de uma maneira plena e definitiva. E ao fazê-lo, nos mostrou que a essência de sua natureza e caráter é o amor. Amor que se expressou de maneira suprema na cruz do calvário. Pois a Escritura nos diz que em verdade o Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo. E foi imolado em um ato de amor em que toda a Divindade renunciou, por assim dizer àquilo que mais amava. Para o Pai era o seu filho; para o Filho, o amor e a comunhão com o Pai; e para o Espírito o laço inexpressável que une ao Pai e ao Filho, pois a essência deste laço é Ele.

A cruz foi concebida como o divino remédio para a rebelião humana. Não há outro meio pelo qual o homem pode ser livre da escravidão de seu pecado. É por isto que o apóstolo Paulo enfaticamente disse: Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1 Coríntios 2,2. E, em outro lugar: Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 1 Coríntios 1,18.

Cristo Jesus precisou romper a eternidade, entrar na história e morrer numa cruz para desfazer, para sempre, todas as conseqüências da rebelião. Este foi um ato inefável do amor de Deus por nós. O amor de Deus foi manifestado antes mesmo da criação do homem. Antes mesmo que qualquer anjo fosse criado, já éramos amados por Ele. Deus amou o homem mesmo sabendo de antemão que este o rejeitaria. Está registrado no livro de Efésios 1,4-5: Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. Somente a experiência da cruz pode pôr um fim a uma vida egocêntrica e auto-suficiente. O livro de Gálatas 2,19 e 20 aponta: Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. A nossa morte em Cristo põe um fim à nossa escravidão ao pecado. Podemos afirmar com fé e segurança: Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Unidos em Cristo, em sua morte e ressurreição, somos agora participantes da família de Deus. Somos parte integrante do Corpo de Cristo, a sua amada Igreja.

Que o nosso coração, como o de Paulo, possa se gloriar de modo pleno na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pois foi por intermédio dela que fomos unidos de modo eterno, ao Pai celestial.







Pe. Emílio Carlos Mancini

CRISTÃOS PARCIAIS IGREJA NENHUMA PRECISA!!!



"A Igreja de hoje não precisa de "cristãos em tempo parcial", mas sim de cristãos em tempo integral!"


João Paulo II

Essa frase sempre repeti aqueles que diziam sou católico, e eu perguntava tu és católico?nunca te vi na Igreja.

O verdadeiro Católico é aquele que cre na Igreja, aquele que faz o que a Igreja pede, e aquele que vai na Igreja (se está em plenas condições), mas uma frase resumiria o que é ser católico:

-"O verdadeiro Católico é aquele que cre com a Igreja e como a Igreja"
pemilio

SONHOS NÃO MORREM, APENAS ADORMECEM NA ALMA DA GENTE.


Lucas 11,1-13


Outro dia quando me encontrava em oração, fui para um lugar distante uma praça, pois não conseguia ter aquele momento único com Deus e lembrei-me de minha querida e amada amiga e doutora Santa Teresa de Jesus que nos ensina que há momentos na oração que é preferível irmos a um bosque , darmos um passeio pelo campo contemplar o céu, as aves, mesmo os homens e ai sentei-me quando vi uma formiga que carregava uma enorme folha.

A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela.

A formiga a carregava com sacrifício.

Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também a formiga.

Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa.

Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa.

Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”.

Ilusão minha.

Na verdade, havia apenas terminado uma etapa.

A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha.

Foi aí que disse a mim mesmo: “Coitada, tanto sacrifício para nada.”

Lembrei-me ainda do ditado popular: “Nadou, nadou e morreu na praia.”

Mas a pequena formiga me surpreendeu.

Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços.

Elas pareciam alegres na tarefa.

Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco.

Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências.

Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades?

Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la.

Invejei a persistência, a força daquela formiguinha. Naturalmente,

transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor: Que me desse a tenacidade daquela formiga, para “carregar” as dificuldades do dia-a-dia.

Que me desse a perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas.

Que eu pudesse ter a inteligência, a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais.

Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.

Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo, mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer.

A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.

Após meu encontro com aquela formiga, saí mais fortalecido em minha caminhada. Agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho ou por me ter feito passar pelo caminho dela.

Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.






Pe.Emílio Carlos

LITURGIA DIÁRIA - O RETORNO À FONTE BATISMAL.


Primeira Leitura: Jeremias 20, 10-13
V SEMANA DA QUARESMA
(roxo, pref. da paixão I - ofício do dia)

Leitura do livro do profeta Jeremias - Naqueles dias, 10Ouço as invectivas da multidão: Cerca-nos o terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo! Os que eram meus amigos espiam-me agora os passos. Se cair em abusos, tiraremos vantagem, e dele nos vingaremos. 11O Senhor, porém, está comigo, qual poderoso guerreiro. Por isso, longe de triunfar, serão esmagados meus perseguidores. Sua queda os mergulhará na confusão. Será, então, a vergonha eterna, inesquecível. 12Senhor, Deus dos exércitos, vós que sondais o justo, e que escrutais os rins e os corações, concedei-me o poder de contemplar a vingança que deles ides tirar! Pois em vossas mãos depositei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, glorificai-o, porque salvou a vida do miserável das mãos do mau. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(17)
REFRÃO: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia, / e ele escutou a minha voz.
1. Disse: Eu vos amo, Senhor, minha força! O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela. - R.
2. O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela. Invoco o Senhor, digno de todo louvor, e fico livre dos meus inimigos. - R.
3. Circundavam-me os vagalhões da morte, torrentes devastadoras me atemorizavam, enlaçavam-se as cadeias da habitação dos mortos, a própria morte me prendia em suas redes. - R.
4. Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei para meu Deus: do seu templo ele ouviu a minha voz, e o meu clamor em sua presença chegou aos seus ouvidos. - R.


Evangelho: João 10, 31-42

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. 32Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? 33Os judeus responderam-lhe: Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus. 34Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses (Sl 81,6)? 35Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), 36como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus? 37Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais. 38Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai. 39Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. 40Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu. 41Muitos foram a ele e diziam: João não fez milagre algum, 42mas tudo o que João falou deste homem era verdade. E muitos acreditaram nele. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu

Mais uma vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. Para os que meditaram o evangelho dessa semana além de ler a partilha puderam perceber que durante toda a semana os fariseus tentaram prender Jesus, mas nunca conseguiam nem prender nem apedrejar Jesus.

Em primeiro lugar eles não conseguiam prender Jesus e muito menos apedrejá-lo porque ainda não era a hora de Jesus viver a sua paixão e nós muitas vezes em meio as doenças, o desemprego, as tribulações na família, as dificuldades nos relacionamentos ficamos apreensivos, nos sentimos como se já não tivéssemos mais forças para continuar, mas saiba que nada é por acaso e jamais Jesus deixaria que algo nos acontecesse se não for a nossa hora, Jesus pregava sabendo que os fariseus tentariam prende-lo, mas ele não tinha medo ele os incomodava, e o que fazia Jesus perseverar era a confiança que ele tinha no Pai, mas essa confiança vinha da oração de amados, e se tu não rezas, se tu não buscares a Deus em oração todas as vezes que surgirem as tribulações na tua vida, tu te sentirás derrotado, desanimado e com sentimento de abandono de Deus na tua vida, talvez hoje estejas assim, mas saiba que Jesus está ao teu lado e nada acontece antes da hora.

O que devemos fazer isto sim é entrar na pessoa de Jesus humano que foi perseguido, que foi caluniado, que foi maltratado e que foi crucificado, mas que no fim saiu glorioso e vitorioso e essa é a vontade de Deus para nossa vida, para a tua vida meu irmão, minha irmã, que sejas vitorioso, vitoriosa das tribulações e perseguições que tens sofrido. Saiba e perceba que quando Jesus se sentia ameaçado Ele se retirava do meio dos homens para ficar só. E no caso de hoje, Ele retorna à fonte, ao início do Seu ministério. Vai para o Jordão onde foi batizado e onde recebeu a unção do Espírito Santo, e a voz do Pai testemunhou a Seu favor. Assim, quando te sentires ameaçado volte às origens. Relembre do lugar onde foste batizado e deixe que se reinflame a unção batismal para seres reconfirmado na fé e poderes caminhar pacientemente ao encontro do Cristo vitorioso. Tu foste batizado na igreja, na casa de Deus. Se voltares para lá como Jesus fez para se fortalecer tu sairás vitorioso. Por isso, acorde meu irmão, minha irmã. Saiba que sem Deus nada podemos fazer, retira-te para a pia batismal, o lugar onde recebeste a unção do Espírito Santo. E então como Cristo serás testemunha e testemunho da Boa Nova da salvação a todas as pessoas a começar pelos da tua casa.

Ademais, a Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a palavra de Deus até onde nos for possível. O acolhimento da palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. "A Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a Palavra de Deus" O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos que brotam segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus. "Acaso não está escrito na vossa Lei: Eu disse: vós sois deuses?"

A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos para Sua ação junto aos nossos irmãos. Deus sempre age através dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos colocamos conscientemente disponíveis à sua ação.
As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos de Jesus a afirmarem convictamente: "João não realizou nenhum sinal, mas tudo que ele disse a respeito deste homem, é verdade." Mas para isso é preciso voltar a fonte batismal para sermos reabastecidos constamentemente.

quinta-feira, 29 de março de 2012

SOBRE O JUÍZO FINAL!


Como está determinado que os homens morram uma só vez,logo em seguida vem o juízo”
(Hb 9,27)
Disse São João Bosco:

O Juízo, é a sentença que o Salvador pronunciará no final da nossa vida, sentença com a qual será fixada a sorte de cada um de nós por toda a eternidade.
Quando tiver saído do corpo, a alma comparecerá imediatamente diante do divino Juiz.Esse encontro é terrível para o pecador, porque sua alma se apresenta sozinha diante de um Deus ao Qual desprezou e ofendeu, de um Deus que conhece até o último pensamento do seu coração.


Quem nos acompanhará naquele momento?Nada levaremos deste mundo, senão o bem ou o mal que tivermos feito, sejam bons, seja maus.Não haverá desculpas nem pretextos.
Santo Agostinho, falando daquele terrível instante, se exprime assim: “Ó mortal, quando compareceres diante do criador para seres julgado, tu te encontrarás diante de um Juiz cheio de indignação, os teus pecados te acusarão; os demônios estarão prontos a executar a sentença; dentro de ti mesmo terás a consciência que te agita e te atormenta; e a teus pés o Inferno estará aberto para engolir-te.Em tal aflição, para onde irás, para onde fugirás?”.
Ditoso de ti, meu filho, se procedeste bem durante a vida!
Depois, o divino Juiz abrirá o livro das consciências e dará início ao exame:
- Quem és tu? Perguntarás-te o Juiz inapelável.
- Sou um cristão.
- Bem, se és cristão, verei se te comportaste como tal.
Então começará a recordar-te das promessas feitas no Batismo, pelas quais renunciaste ao demônio, ao mundo e à carne; te representará as graças que te concedeu, os Sacramentos que recebestes, as pregações, as instruções, os conselhos de teus confessores, as correções de teus pais, tudo isto te será colocado diante dos olhos.
-Mas tu, dirá o divino Juiz, apesar de tantos dons, de tantas graças, como correspondeste mal à fé que professaste!Logo que chegaste ao uso da razão, começaste a Me ofender com mentiras, com faltas de respeito na igreja, com desobediências a teus pais e com muitas outras transgressões de teus deveres.Se pelo menos te houvesses portado bem quando te tornaste mais crescido!Mas com a idade só cresceste no desprezo da minha lei.Missas perdidas, profanações de dias festivos, blasfêmias, más conversações, confissões mal feitas, Comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos teus companheiros; eis o que fizeste em vez de servir-Me!”
Ao escandaloso, Se dirigirá cheio de indignação e dirá:
- Vê aquela alma que caminha pela senda do pecado?Foste tu que lhe ensinaste a maldade com tuas palavras escandalosas; se tivesses sido bom cristão, deverias ter ensinado a teus companheiros o caminho do Céu; mas fizeste exatamente o contrário, ensinando a eles o caminho da perdição.Vês aquela alma que está no Inferno?Foste tu que ma roubaste com teus pérfidos conselhos e a entregaste ao demônio, sendo tu a causa de sua perdição eterna.Agora tua alma pagará a perfídia daquele escândalo.
Que te parece desse exame, meu filho?Que te dirá tua consciência?Ainda tens tempo, se quiseres? pede a Deus perdão de teus pecados, prometendo sinceramente jamais voltar a ofendê-Lo, e começa hoje mesmo uma vida cristã.Assim poderás adquirir um tesouro de boas obras para quando tiveres que comparecer ante o tribunal de Jesus Cristo.
Em vista de um exame tão rigoroso pelo divino Juiz, o pecador tratará de se desculpar, dizendo que não esperava ser julgado com tanta severidade.Mas o Senhor lhe responderá:
- Não ouviste naquela pregação do catecismo, não leste naquele livro que Eu ia pedir conta de tudo?
O desgraçado se lembrará então da misericórdia divina; mas já não haverá misericórdia para ele, porque não merece misericórdia quem por tanto tempo abusou dela; com a morte acabou o tempo da misericórdia.
A alma se lembrará dos Anjos, dos Santos, de Maria Santíssima; mas Ela em nome de todos dirá:
“Queres agora a minha proteção?Não Me quiseste por Mãe durante tua vida.Agora também não te quero mais por filho; já não te conheço”.
Então o pecador, encontrando-se perdido, pedirá gritando às montanhas e penhascos que o escondam; mas estes não se moverão.Invocará o Inferno, e o verá aberto diante de si.
Nesse mesmo momento, o Juiz inexorável proferirá a terrível sentença:
- Vai-te, filho infiel!Afasta-te de Mim!Meu Pai Celestial te amaldiçoa.Eu também te amaldiçôo!Vai-te par ao fogo eterno, a gemer e penar no inferno, com os demônios, por toda a eternidade!
Aquela alma desgraçada, antes de afastar-se para sempre de seu Deus, voltará uma última vez o olhar para o Céu e, no cúmulo do desespero, exclamará:
“Adeus, companheiros; adeus, amigos, que habitais no reino da glória; adeus pai, mãe, irmão, irmãs, vós gozareis eternamente, e eu serei para sempre atormentado, adeus.Anjo da minha guarda, Anjos e Santos do Paraíso, nunca vos verei, adeus, meu Salvador, Cruz santa, sangue divino derramado inutilmente por mim!Neste momento deixo de ser filho de Deus para ser no Inferno escravo do demônio”.
Então aquela alma infeliz cairá nas mãos dos demônios, que a arrastarão e precipitarão nos abismos de penas, de misérias e de tormentos eternos.
Não temes, meu filho, que te aconteça o mesmo?Ah!Por amor de Jesus e de Maria, prepare-te com boas obras para merecer uma sentença favorável.Lembra-te de que, quanto mais é espantosa a sentença proferida contra o pecador, tanto mais consoladoras serão as palavras de Jesus para o homem que tenha vivido cristãmente: “Vem; vem tomar posse da glória que te preparei.Tu Me serviste com fidelidade no breve tempo da tua vida; agora serás eternamente feliz.Entra no gozo do teu Senhor”.
Meu Jesus, concedei-me a graça de ser do número desses bem-aventurados.Virgem Santíssima, ajudai-me, protegei-me na vida e na morte, e especialmente quando me apresentar no tribunal de vosso divino Filho par ser julgado!
E São Francisco de Sales dizia:
Em fim, uma vez terminado o prazo prefixado pela sabedoria de Deus, para a duração do mundo, aqueles inúmeros e vários prodígios e presságios horríveis, que consumirão de temor e tremor os homens ainda vivos, um dilúvio de fogo se alastrará pela terra fora, destruindo tudo, sem que coisa alguma escape as suas chamas devoradoras.
Depois deste incêndio universal, todos os homens hão de ressuscitar, ao som da trombeta do arcanjo, e comparecerão em juízo todos juntos, no vale de Josafá.
Mas – ah – bem diversa será a sua situação: uns terão o corpo revestido de glória e esplendor e outros se horrorizarão de si próprios.
Considera a majestade com que o soberano juiz há de aparecer em seu tribunal, cercado de anjos e santos e tendo diante de si, mais brilhante que o sol, a cruz, como sinal de graça para os bons e de vingança para os maus.
À vista deste sinal e por determinação de Jesus Cristo, separar-se-ão os homens em duas partes: uns se acharão a sua direita e serão os predestinados; outros à sua esquerda e serão os condenados.Separação eterna!Jamais se encontrarão de novo juntos.
Então se abrirão os livros misteriosos das consciências: Nada ficará oculto.Clara e distintamente há dever-se nos corações de uns e de outros tudo o que fizeram de bom e de mau – as afrontas a Deus e a fidelidade as suas graças, os pecados e a penitência.Ó Deus que confusão de uma parte e que consolação da outra.
Escuta atentamente a sentença formidável que o soberano juiz pronunciará contra os maus: ide, malditos para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos.Pondera bem estas palavras, que os hão de esmagar por completo: ide.Essa palavra já nos está anunciando o abandono completo em que Deus deixará a sua criatura, expulsando-a de sua presença e não a contando mais no número daqueles que lhe pertencem.Ide, malditos.Ó minha alma, que maldição esta!Ela é universal, pois encerra todos os males, e ela é irrevogável, porque se estende a todos os tempos, por toda a eternidade.Ide, malditos, para o fogo eterno.Considera, ó minha alma, essa eternidade tremenda.Ó eternidade de penas eternas, como horrível és tu!

Escuta também a sentença que decidirá sobre a sorte feliz dos bons:Vinde, dirá o juiz.Ah! esta é a doce palavra de salvação, pela qual o Nosso Divino Salvador nos há de chamar a Si, para recebermos, bondoso, entre seus braços.Vinde, benditos de meu Pai.Ó benção preciosa e incomparável, que encerra em si todas as bênçãos!Possuí o reino que vos está preparado desde o criação do mundo.Ó meu Deus, que graça!Possuir um reino que nunca terá fim!

Santo Afonso Maria de Ligório falando do Juízo dizia:
Considera que, logo que a alma tenha saído do corpo, será conduzida ao tribunal de Deus para ser julgada.O Juiz é um Deus Onipotente, ultrajado por ti, e sumamente irado.Os acusadores são os demônios, teus inimigos; o processo teus próprios pecados; a sentença é inapelável; a pena é o inferno.Ali não há companheiros, nem parentes, nem amigos; a causa será resolvida entre Deus e a tua alma.Então compreenderás a hediondez de teus pecados, e não poderás ser tão indulgente com eles, como agora o és.Responderá por teus pecados de pensamentos, palavras, obras, omissão, escândalo, respeitos humanos: tudo se há de pesar naquela grande balança da justiça divina, e se fores encontrado réu de culpa grave, uma só que seja, estarás perdido.Meu Jesus e meu Juiz, perdoai-me antes de me fazer comparecer em vosso tribunal!.
Considera que a justiça divina há de julgar a todos os homens no vale de Josaphat, quando no fim do mundo ressuscitar os corpos para receberem juntamente com as almas prêmio ou castigo, segundo os seus méritos.
Reflete que, se te condenares, tornarás a unir-te a este mesmo corpo, que servirá de prisão eterna á tua alma desgraçada.Naquele encontro desagradável a alma amaldiçoará o corpo, e o corpo por sua vez amaldiçoará a alma; de maneira que a alma e o corpo, que agora correm de mãos dadas em busca de prazeres lícitos, unir-se-ão, em que lhes pese, depois da morte, para ser verdugos um do outro.Ao contrário, se te salvares, esse teu corpo ressuscitará formosíssimo, impassível e resplandecente; e assim irás, em corpo e alma, gozar d vida bem-aventurada.Tal será o fim da cena deste mundo!Afundar-se-ão no nada todas as grandezas, prazeres e pompas mundanas.Tudo acabará: só ficarão as duas eternidades, uma de glória e outra de pena, uma ditosa e outra infeliz, uma de gozos, e outra de tormentos: no céu os justos, no inferno os pecadores.Desgraçado então o que tenha feito do mundo o seu ídolo, e pelos prazeres miseráveis desta terra tenha perdido tudo, alma, corpo, bem-aventurança e Deus!.


Considera a sentença eterna.O Juiz eterno, Jesus Cristo, voltar-se-á primeiro contra os réprobos, a quem dirás: “Ingratos, tudo se acabou para vós!Chegou a minha hora, hora de verdade e justiça, hora de indignação e vingança!Criminosos, amastes a maldição; caia sobre vós: sede malditos na eternidade: ide para o fogo eterno, privados de todos os bens e sob o peso de todos os males”.Em seguida voltar-se-á para os escolhidos e dirá: “Vinde vós, meus filhos queridos, vinde possuir o reino dos céus, que vos está preparado.Vinde não já para levar a cruz em pós de Mim, mas para partilhar da minha coroa.Vinde como herdeiros de minhas riquezas e companheiros de minha glória.Vinde cantar eternamente minhas misericórdias.Vinde da terra do exílio á pátria, da miséria ao gozo, das lágrimas á alegria, do sofrimento ao descanso eterno”.

Meu Jesus, eu espero ser também um destes filhos afortunados.Amo-Vos sobre todas as coisas, abençoai-me desde este momento, e abençoai-me também vós, ó Maria minha querida Mãe!.









Agora me responda: Dar ou não para alma tremer?
O Céu só depende de nós.




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