Giovanni da Modena | Wikipedia
Segundo a Teologia e a tradição católica
Já
dizia Dante sobre o Inferno: “Os que entram perdem toda a esperança”.
Mas, além dessa célebre citação, a tradição e a Teologia católicas
permitem identificar três características desse lugar de tormento:
Vazio
O ser humano é feito para o infinito. À imagem de seu Criador, o
homem precisa amar e ser amado; é uma necessidade universal e ilimitada.
No entanto, o inferno é vazio de amor, de todo o bem, de todas as
coisas bonitas e interessantes.
Como uma pessoa que se asfixia com um saco plástico amarrado na
cabeça, a alma afoga-se buscando o bem no inferno. É um pânico eterno.
Como uma pessoa faminta, obcecada por comida, a alma no inferno fica
louca, destrói-se, pois sabe que é feita para o bem infinito, mas está
presa no ódio eterno.
Arrependimento
“O verme que rói e que nunca morre” é uma imagem utilizada comumente
na tradição católica para ilustrar os arrependimentos e as culpas das
almas no inferno.
Elas sempre são acometidas com lembranças dos pecados e dos
sacrifícios tão imensos de Jesus, que se tornaram inúteis naquele lugar.
Também há lembranças dos chamados de Deus, de todas as graças que Ele
nos enviou ao longo de nossa vida e que nós não soubemos aproveitar, as
graças que recusamos, em detrimento dos “tesouros na terra, onde a
ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam” (Mt
6,19).
A eternidade foi criada para o céu, para garantir o descanso das
almas. Mas este conceito também se aplica ao inferno: “A trombeta da
justiça divina ressoa eternamente nos infernos, faz ressoar estas
terríveis palavras aos condenados: sempre, sempre; jamais, jamais”,
disse São Afonso de Ligório.
Temamos, pois, o inferno para nós e para os outros. E, como Santa
Catarina de Siena, rezemos pelos condenados, depositando nossa confiança
na Divina Misericórdia: “Como eu poderia suportar, Senhor, que alguém
feito por vós, como eu, à vossa imagem e semelhança, se perdesse e
escapasse de vossas mãos? Não, de nenhum modo quero que nenhum de meus
irmãos se perca, nenhum dos que estão unidos a mim por um nascimento
idêntico, pela natureza e pela graça”.
ALIÉNOR GAMERDINGER
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