terça-feira, 30 de abril de 2013

CIENTISTAS AFIRMAM QUE O SANTO SUDÁRIO CADA VEZ MAIS "DESAFIA A INTELIGÊNCIA HUMANA"


O Diretor do Centro Internacional de Sindonología de Turim, Bruno Barberis, assinala que depois de rigorosas investigações e experimentos a ciência não consegue compreender a natureza do Santo Sudário.
O Santo Sudário, também conhecido como a Síndone, é o pano de linho que envolveu o corpo de Jesus Cristo após a sua crucificação. O manto tem o rosto impresso e o corpo maltratados de um homem que coincide com a descrição de sua paixão.
Barberis assinalou em uma entrevista concedida ao Grupo ACI que para ele, a Síndone “é realmente um desafio para a inteligência humana”.
“É um dos objetos mais interessantes do mundo, porque obtivemos grandes avanços, mas frente a um simples manto e à formação de uma imagem, somos incapazes de compreender”, acrescentou.
Os cientistas conseguiram viajar a outros planetas e inclusive clonar seres vivos, mas para eles, o Santo Sudário continua sendo um mistério, e no momento, somente a Igreja e sua história têm a resposta.
Segundo a história da Igreja, os primeiros cristãos levaram consigo o manto para preservá-lo da perseguição. Desde Jerusalém e ao longo dos séculos, atravessaram Edesa, Constantinopla, Atenas, Lirey, Chambery e finalmente, chegaram a Turim, onde hoje em dia, foi objeto de numerosas investigações, e onde encontraram que este percurso descrito pela história da Igreja, coincide com a procedência dos 57 tipos de pólen que aparecem incrustados no tecido.
Está claro que um corpo normal não pode deixar uma imagem deste tipo em um pano, e foram feitas muitas hipóteses com o fim de conseguir a formação de uma imagem do mesmo tipo. Se fizeram muitos experimentos que tentaram reconstruir esta imagem com as mesmas características de formação, mas nenhum deles foi capaz de obter uma imagem com as mesmas características da Síndone”, explica Barberis.
As provas com Carbono 14 (C-14) não são válidas
Durante sua permanência na França, no ano 1632, o manto foi recuperado de um incêndio na França. Isto não permite aos cientistas de hoje em dia datar com segurança sua origem, já que as mudanças químicas que se produzem em uma reação química como a combustão, falseiam os resultados da prova de datação com Rádio C-14.
“O problema da prova de datação do Rádio Carbono é que pode receber poluição biológica e química, e por exemplo um incêndio, pode aumentar a idade de um tecido em vários séculos, portanto, esta prova fica descartada na hora de encontrar sua idade real”.
Estudos em mantos do primeiro século expostos às mesmas condições físicas e químicas que sofreu o Sudário, demonstraram que depois da prova de C-14, variavam sua datação em diversos séculos, além disso, com resultados muito próximos aos provados no Santo Sudário, cuja datação a situariam no décimo quarto século depois de Cristo.
Em base a isto, dar uma explicação científica é o “mais difícil para nós”, refere Barberis.
“Não sei se no futuro se conseguirá dar, mas no momento, as investigações físicas e químicas não podem imaginar sequer a formação de construir de maneira real uma imagem com as mesmas características”.
“Não somos capazes de reproduzi-la”, conclui o perito.
Barberis deu estas declarações no marco do Congresso “Síndone e Fé, um diálogo possível?”, realizado na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma no último dia 17 de abril, no que também participaram entre outros o Arcipreste para a Basílica de São Pedro do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri; e o Presidente para a Comissão Diocesana da Síndone em Turim, Dom Giuseppe Ghilberti

LITURGIA DIÁRIA - DEIXO-VOS A MINHA PAZ.

 
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 14, 19-28


V SEMANA DA PÁSCOA
(branco - ofício do dia)


Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 19Sobrevieram, porém, alguns judeus de Antioquia e de Icônio que persuadiram a multidão. Apedrejaram Paulo e, dando-o por morto, arrastaram-no para fora da cidade. 20Os discípulos o rodearam. Ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu com Barnabé para Derbe. 21Depois de ter pregado o Evangelho à cidade de Derbe, onde ganharam muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia (da Pisídia). 22Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações. 23Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado. 24Atravessaram a Pisídia e chegaram a Panfília. 25Depois de ter anunciado a palavra do Senhor em Perge, desceram a Atália. 26Dali navegaram para Antioquia (da Síria), de onde tinham partido, encomendados à graça de Deus para a obra que estavam a completar. 27Ali chegados, reuniram a igreja e contaram quão grandes coisas Deus fizera com eles, e como abrira a porta da fé aos gentios. 28Demoraram-se com os discípulos longo tempo. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(144)


REFRÃO: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

1. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! -R.

2. Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração. -R.

3. Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos. -R.




Evangelho: João 14, 27-31

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 27Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! 28Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu. 29E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem. 30Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada em mim. 31O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui. - Palavra da salvação.
 
 
 
 
Homilia - Pe Bantu
 
 
Chegou à hora do Príncipe da Paz partir para o seio do Seu Pai. E não querendo deixar seus melhor amigos em conflito, em guerra rompe o silencia provocado pelo medo da solidão que seria provada pela sua ausência. Então se levanta e pronuncia as benditas palavras: Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo.
 
Trata-se aqui do discurso da despedida. O mestre sabia que tinha chegado a hora de sair deste mundo. E por isso, não queria partir sem dar sossego, calma, segurança, tranqüilidade, amparo, conforto, prosperidade, vitória em fim garantia de vida plena.
O mestre faz uma clara declaração da sua personalidade. Ele é, por natureza, comunicador de paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito mais do que isto! Ele é O Príncipe da Paz.
A paz é um dom de Jesus para seus discípulos, em vista do testemunho que são chamados a dar. Ela visa à ação. Por isso, não pode reduzir-se ao nível do sentimento. A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades.
 
Assim pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina que não deixa que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar.
A paz do mundo é bem outra coisa. A paz do mundo é falsa e enganosa, coexistindo com a perturbação e o medo. A paz do mundo é a ausência de discordâncias, questionamentos ou conflitos, vigorando a submissão geral à ordem imposta pelo poder.
Encontra-se na fuga e na alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingênua em Deus do qual tudo espera, sem exigir colaboração. Neste sentido ela é uma paz que conduz à morte!
 
O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece. Pois eles sabem que só a paz de Jesus desfaz a paz que o mundo e os seus homens podem oferecer.
A paz de Jesus é a paz que é fruto da prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai.
Jesus Príncipe da Paz dá-me a constância na fé e na esperança para que jamais duvide das vossas promessas.
Deixo-vos a minha Paz. Sim Senhor Jesus eu dá-me a graça e a força para que no meu dia a dia eu a começar por hoje e agora eu tome posse da vossa Paz. Paz que me tranqüiliza a alma e me faça em tudo mais do que vencedor porque Tu estás comigo e em mim.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

"FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO"

O que esta frase quer dizer? Esta sentença é dos grandes Padres da Igreja, como Santo Agostinho (430), São Justino (165), Santo Irineu (200), etc., e mostra que a Igreja é fundamental para a nossa salvação.

 
Como entender esta afirmação? De maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça através da Igreja que é o seu Corpo, explica o Catecismo da Igreja: “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio Vaticano II] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação”.
Jesus Cristo é o único mediador e caminho da salvação, mas Ele se torna presente para nós no seu Corpo, que é a Igreja. Ele, mostrando a necessidade da fé e do batismo para a nossa salvação [Mc16,16 – “Quem crer e for batizado será salvo...”], ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Diz o Catecismo que:
“Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então perseverar (LG 14)”. (Cat. §846)

Quando a Igreja nos toca pelos Sacramentos, é o próprio Cristo que nos toca. Jesus disse aos Apóstolos (hoje os bispos): “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou’ (Lc 10,16). Desprezar a Igreja e seu magistério sagrado, é desprezar a Cristo. Disse o Papa Paulo VI que “quem não ama a Igreja, não ama a Jesus Cristo”.
São Paulo na Carta a S. Timóteo diz que: “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4), e afirma em seguida que: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade”. (1Tm 3,15)
O Catecismo afirma que: “A única Igreja de Cristo… subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele… (LG 8).” (§870)
A Igreja é apostólica: está construída sobre “Os doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 21,14); ela é indestrutível (Mt 16,18); é infalivelmente mantida na verdade (Jo 14,25; 16,13; §869)
 
Para manter a Igreja isenta de erros de doutrina “Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade.” (LG 12; DV 10).
Mas o Catecismo explica que: “Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com o coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida através do ditame da consciência, podem conseguir a salvação eterna”. (§848)
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Felipe Aquino

O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO VATICANO PERGUNTAM, SURPRESOS! OS ROMANOS.



Silvonei José- Rádio Vaticano
 
Moradores próximos ao Vaticano se perguntam? “O que está acontecendo no Vaticano?” “De onde vem tanta gente”?. O motivo dessas perguntas é o fluxo de fiéis e peregrinos que nos domingos e quartas-feiras está provocando um caos na circulação ao redor da Cidade do Vaticano, chegando inclusive a fechar a famosa “Via della Conciliazione” que dá acesso à Praça São Pedro.
Nesta semana o Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone cunhou uma frase interessante: “cada domingo, cada quarta-feira – observou – se assemelha a um domingo de Páscoa na Praça São Pedro, é uma coisa extraordinária e maravilhosa”. Assemelha-se porque na Páscoa sempre foi característica a presença de milhares de fiéis que invadem a Praça e os arredores do Vaticano.
O motivo é simples: Papa Francisco, um homem que “veio do fim do mundo” e que está conquistando o mundo.
Mas quem são essas pessoas que invadem Roma, principalmente a Praça São Pedro, pacificamente, para ver e ouvir Francisco. São crianças, jovens, adultos e idosos. Todas as idades se fazem presente nos encontros com o Sucessor de Pedro, e todas as idades se sentem tocadas pelas palavras deste Pastor que conhece “o cheiro de suas ovelhas”, que como o “pároco do mundo”, sente a necessidade de tocar os corações das pessoas e dizer-lhes que Deus é amor, é misericórdia, que os ama, e que espera um chamado para fazer morada em seus corações. Um Papa que também sente a necessidade de tocar fisicamente o Povo de Deus, que sedento da Palavra que salva, vem até Roma em busca daquele algo mais, que Papa Francisco neste momento está fornecendo.
No meio de toda a multidão alguém chega afirmar, “parece que o Papa dirige o seu olhar só para mim”, e a emoção que brota de vê-lo tão próximo é algo que não conseguem descrever, talvez, em alguns casos só as lágrimas podem concretizar o que o coração sente. E nesses encontros, que exercem uma forte atração nos fiéis, não são poucos aqueles que se deixam transformar pelas palavras e gestos de Francisco, sobretudo os jovens que cada vez mais se fazem presentes na Praça São Pedro.
Junto com o que está ocorrendo no lado de fora do Vaticano, dentro dos muros, aqueles que ajudam no dia a dia no governo da Igreja também se interrogam sobre a real dimensão desse início de Papado. Nos dias passados, quando Papa Francisco completou o seu primeiro mês de Pontificado muitos voltaram analisar os seus gestos.
Para o Cardeal Kasper, “até o momento, foram apenas sinais, mas sinais que trazem esperança. Existe uma visão de esperança para a Igreja”. “Por outro lado, não sejamos ingênuos. O Evangelho sempre encontrará oposição, assim, estou certo – afirmou- que logo este Papa será alvo de ataques”. Muitos comparam esse momento de Papa Francisco com a lua de mel, do amor apaixonado, forte, de dedicação, que poderá no futuro acabar.
Não creio que essa leitura seja justa e verdadeira, pois o momento vivido por Francisco não é um momento isolado e construído nos últimos 30-40 dias, mas sim é fruto de uma vida de pastor que o levou a todos os lugares marginais da sua arquidiocese de Buenos Aires, onde encontrou os deserdados, os humilhados, os últimos, e através desse contato proclamou o Evangelho da caridade, o mesmo Evangelho que hoje na belíssima Praça São Pedro ele comunica; e comunica com gestos e palavras fortes. Desde o primeiro momento de seu Pontificado ele pediu para todos, abaixando a cabeça, a nossa oração. Toca agora a todos nós, rezarmos pelo nosso pastor, por esse homem gentil e humilde, para que o Senhor o conserve, e que seu coração jesuíta-franciscano, de missionário e humilde, continue batendo por aqueles que não têm vez nem voz.
Temos um novo sopro do Espírito que chega a todos os confins da terra, até o fim do mundo.

LITURGIA DIÁRIA - OBEDIÊNCIA À PALAVRA.

 
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 14, 5-18

SANTA CARTARINA DE SENA
VIRGEM E DOUTORA
(branco, pref. pescal ou das virgens - ofício da memória)


Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 5Mas como se tivesse levantado um motim dos gentios e dos judeus, com os seus chefes, para os ultrajar e apedrejar, 6ao saberem disso, fugiram para as cidades da Licaônia, Listra e Derbe e suas circunvizinhanças. 7Ali pregaram o Evangelho. 8Em Listra vivia um homem aleijado das pernas, coxo de nascença, que nunca tinha andado. 9Sentado, ele ouvia Paulo pregar. Este, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, 10disse em alta voz: Levanta-te direito sobre os teus pés! Ele deu um salto e pôs-se a andar. 11Vendo a multidão o que Paulo fizera, levantou a voz, gritando em língua licaônica: Deuses em figura de homens baixaram a nós! 12Chamavam a Barnabé Zeus e a Paulo Hermes, porque era este quem dirigia a palavra. 13Um sacerdote de Zeus Propóleos trouxe para as portas touros ornados de grinaldas, querendo, de acordo com todo o povo, sacrificar-lhos. 14Mas os apóstolos Barnabé e Paulo, ao perceberem isso, rasgaram as suas vestes e saltaram no meío da multidão: 15Homens, clamavam eles, por que fazeis isso? Também nós somos homens, da mesma condição que vós, e pregamos justamente para que vos convertais das coisas vãs ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles há. 16Ele permitiu nos tempos passados que todas as nações seguissem os seus caminhos. 17Contudo, nunca deixou de dar testemunho de si mesmo, por seus benefícios: dando-vos do céu as chuvas e os tempos férteis, concedendo abundante alimento e enchendo os vossos corações de alegria. 18Apesar dessas palavras, não foi sem dificuldade que contiveram a multidão de sacrificar a eles. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(113B)
REFRÃO: Não a nós, ó Senhor, não a nós, ao vosso nome, porém, seja a glória.

1. Não a nós, ó Senhor, não a nós, ao vosso nome, porém, seja a glória, porque sois todo amor e verdade! Por que hão de dizer os pagãos: “Onde está o seu Deus, onde está?” -R.

2. É nos céus que está o nosso Deus, ele faz tudo aquilo que quer. São os deuses pagãos ouro e prata, todos eles são obras humanas. -R.

3. Abençoados sejais do Senhor, do Senhor que criou céu e terra! Os céus são os céus do Senhor mas a terra ele deu para os homens. -R.




Evangelho: João 14, 21-26

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 21Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele. 22Pergunta-lhe Judas, não o Iscariotes: Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e não ao mundo? 23Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. 24Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou. 25Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. 26Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito. - Palavra da salvação.
 
 
Homilia - Pe Bantu
 
 
A maior prova do amor à Jesus passa pela obediência, não cega mas sim iluminada pela fé nas palavras e obras do Mestre. Jesus inspira e fundamenta nossas ações e nosso modo de viver. Seu exemplo de amor e de misericórdia nos arrasta para a contemplação da beleza da vida e a certeza da vida eternidade em Deus.
Observar e obdecer suas palavras é seguir o caminho, ao longo do qual se dá o encontro com o Pai na vivência da partilha, da fraternidade e da solidariedade com os excluídos e oprimidos da nossa sociedade.
No seu amor nos tornamos sacramentos da vida, sinais visíveis de sua presença entre nós. Ai brota nossa responsabilidade cristã: manifestá-lo ao e no mundo! Muitas vezes nos ocupamos com coisas inúteis! Deixndo de lado o fundamental. Não percamos tempo em coisas que não são essenciais para nossa vida, deixando-nos conduzir por aquelas que nos aproximam dele e sobretudo da Palavra.
Pela palavra todos nós somos orientados para participamos da vida do Único e verdadeiro Deus, O de Jesus Cristo, para que abraçando o dom da fé consigamos descobrir quer a nossa origem quer o nosso destino, a nossa pátria definitiva.
 
O encontro, a comunhão com a vida divina e eterna são o conteúdo da Palavra que com intensidade e fervor Jesus anuniciou ou Apóstolos, discípulos e continua dirigindo à nós. Depois de tudo o que Jesus fez e falou, já não há motivos de dúvidas nem de desespero. Até porque a santidade do nosso viver ainda na terra é garantida pela força vivificadora do Espírito Santo.
A missão do Espírito Santo é recordar tudo o que Jesus disse, fez e ensinou. Ele nos revela a presença real de Jesus entre nós, iluminando sua Palavra e fortalece a nossa fé enquanto entre dores, dificuldades, tristeza, traições vemos como que entre sombras e, mas também entre alegrias, vitórias e triunfos, vislumbramos com toda a certeza enquanto, caminhamos a manifestação gloriosa de Deus, nosso Pai.
Cabe a mim e a você meu irmão minha irma ser obediente à Palavra feita Carne! Deixe a luz do Céu entrar no seu coração. Abra bem as portas da sua alma, do seu espírito para que trasnfigurado (a) pela Palavra fique cheio (a) de experança de ver chegar a hora de vencer, truinfar sobre tudo e todos em nome e no poder de Jesus.

domingo, 28 de abril de 2013

V DOMINGO DE PÁSCOA - UM NOVO MANDAMENTO: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS

 
 
O tema fundamental da liturgia deste domingo é o do amor: o que identifica os seguidores de Jesus é a capacidade de amar até ao dom total da vida.
No Evangelho, Jesus despede-Se dos seus discípulos e deixa-lhes em testamento o “mandamento novo”: “amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”. É nessa entrega radical da vida que se cumpre a vocação cristã e que se dá testemunho no mundo do amor materno e paterno de Deus.
 
Na primeira leitura apresenta-se a vida dessas comunidades cristãs chamadas a viver no amor. No meio das vicissitudes e das crises, são comunidades fraternas, onde os irmãos se ajudam, se fortalecem uns aos outros nas dificuldades, se amam e dão testemunho do amor de Deus. É esse projeto que motiva Paulo e Barnabé e é essa proposta que eles levam, com a generosidade de quem ama, aos confins da Ásia Menor.
A segunda leitura apresenta-nos a meta final para onde caminhamos: o novo céu e a nova terra, a realização da utopia, o rosto final dessa comunidade de chamados a viver no amor.
 
1ª leitura: – Atos 14,21b-27 - AMBIENTE
 
Vimos, no passado domingo, como o entusiasmo missionário da comunidade cristã de Antioquia da Síria lançou Paulo e Barnabé para a missão e como a Boa Nova de Jesus alcançou, assim, a ilha de Chipre e as costas da Ásia Menor… A leitura de hoje apresenta-nos a conclusão dessa primeira viagem missionária de Paulo e de Barnabé: depois de chegarem a Derbe, voltaram para trás, visitaram as comunidades entretanto fundadas (Listra, Icónio, Antioquia da Pisídia e Perge) e embarcaram de regresso à cidade de onde tinham partido para a missão. Estes sucessos desenrolam-se entre os anos 46 e 49.
 
MENSAGEM
 
No texto que nos é proposto, transparecem os traços fundamentais que marcaram a vida e a experiência dos primeiros grupos cristãos: o entusiasmo dos primeiros missionários, que permite afrontar e vencer os perigos e as incomodidades para levar a todos os homens a boa notícia que Cristo veio propor; as palavras de consolação que fortalecem a fé e ajudam a enfrentar as perseguições (vs. 22a); o apoio mútuo (vs. 23b); a oração (vs. 23b.c).
 
Sobretudo, este texto acentua a ideia de que a missão não foi uma obra puramente humana, mas foi uma obra de Deus. No início da aventura missionária já se havia sugerido que o envio de Paulo e Barnabé não era apenas iniciativa da Igreja de Antioquia, mas uma ação do Espírito (cf. At. 13,2-3); foi esse mesmo Espírito que acompanhou e guiou os missionários a cada passo da sua viagem. E aqui repete-se que o autêntico ator da conversão dos pagãos é Deus e não os homens (cf. v. 27).
 
Verdadeira novidade no contexto da missão é a instituição de dirigentes ou responsáveis (“anciãos” – em grego, “presbíteros”), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém. Correspondem, provavelmente, aos “conselhos de anciãos” que estavam à frente das comunidades judaicas. Os “Atos” não explicitam as funções exatas destes dirigentes e animadores das Igrejas; mas o discurso de despedida que Paulo faz aos anciãos de Éfeso parece confiar-lhes o cuidado de administrarem, de vigiarem e de defenderem a comunidade face aos perigos internos e externos (cf. At. 20,28-31). Em todo o caso, convém recordar que os ministérios eram algo subordinado dentro da organização e da vida da primitiva comunidade; não eram valores absolutos em si mesmo, mas só existiam e só tinham sentido em função da comunidade.
 
ATUALIZAÇÃO
 
·  Como é que vivem as nossas comunidades cristãs? Notamos nelas o mesmo empenho missionário dos inícios? Há partilha fraterna e preocupação em ir ao encontro dos mais débeis, em apoiá-los e ajudá-los a superar as crises e as angústias? São comunidades que se fortalecem com uma vida de oração e de diálogo com Deus?
 
·  Temos consciência de que por detrás do nosso trabalho e do nosso testemunho está Deus? Temos consciência de que o anúncio do Evangelho não é uma obra nossa, na qual expomos as nossas ideias e a nossa ideologia, mas é obra de Deus? Temos consciência de que não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo?
·  Para aqueles que têm responsabilidades de direção ou de animação das comunidades: a missão que lhes foi confiada não é um privilégio, mas um serviço que está subordinado à construção da própria comunidade. A comunidade não existe para servir quem preside; quem preside é que existe em função da comunidade e do serviço comunitário.
 
2ª leitura: Ap. 21,1-5ª - AMBIENTE
 
Depois de descrever o confronto entre Deus e as forças do mal e a vitória final de Deus, o autor do “Apocalipse” apresenta o ponto de chegada da história humana: a “nova terra e o novo céu”; aí, os que se mantiveram fiéis ao “cordeiro” (Jesus) encontrarão a vida em plenitude. É o culminar da caminhada da humanidade, a meta última da nossa história.
Esse mundo novo é, simbolicamente, apresentado em dois quadros (cf. Ap. 21,1-8 e 21,9-22,5). A leitura que hoje nos é proposta apresenta-nos o primeiro desses quadros (o outro ficará para o próximo domingo). É o quadro do novo céu e da nova terra – um quadro que apresenta a última fase da obra regeneradora de Deus e que aparece já em Is. 65,17 e em 66,22. Também se encontra esta imagem abundantemente representada na literatura apocalíptica (cf. Henoch, 45,4-5; 91,16; 4 Es. 7,75), bem como em certos textos do Novo Testamento (cf. Mt. 19,28; 2Pe. 3,13).
 
MENSAGEM
 
Neste primeiro quadro, o profeta João chama a essa nova realidade nascida da vitória de Deus a “Jerusalém que desce do céu”. Jerusalém é, no universo religioso e cultural do povo bíblico, a cidade santa por excelência, o lugar onde Deus reside, o espaço onde vai irromper e onde se manifestará em definitivo a salvação de Deus. A “nova Jerusalém” é, portanto, o lugar da salvação definitiva, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo.
 
No contexto da teologia do livro do Apocalipse, esta cidade nova, onde encontra guarida o Povo vitorioso dos “santos”, designa a Igreja, vista como comunidade escatológica, transformada e renovada pela ação salvadora e libertadora de Deus na história. Dizer que ela “desce do céu” significa dizer que se trata de uma realidade que vem de Deus e tem origem divina; ela é uma absoluta criação da graça de Deus, dom definitivo de Deus ao seu Povo.
Esta nova realidade instaura, consequentemente, uma nova ordem de coisas e exige que tudo o que é velho seja transformado. O mar, símbolo e resíduo do caos primitivo e das potências hostis a Deus, desaparecerá; a velha terra, cenário da conduta pecadora do homem, vai ser transformada e recriada (v. 1). A partir daí, tudo será novo, definitivo, acabado, perfeito.
 
Quando esta realidade irromper, celebrar-se-á o casamento definitivo entre Deus e a humanidade transformada (a “noiva adornada para o esposo”). Na linguagem profética, o casamento é um símbolo privilegiado da aliança. Realiza-se, assim, o ideal da aliança (cf. Jr. 31,33-38; Ez. 37,27): Deus e o seu Povo consumam a sua história de intimidade e de comunhão; Deus passará a residir de forma permanente e estável no meio do seu Povo, como o noivo que se junta à sua amada e com ela partilha a vida e o amor. A longa história de amor entre Deus e o seu Povo será uma história de amor com um final feliz. Serão definitivamente banidos do horizonte do homem a dor, as lágrimas, o sofrimento e a morte e restarão a alegria, a harmonia e a felicidade sem fim.
 
ATUALIZAÇÃO
 
· O testemunho profético de João garante-nos que não estamos destinados ao fracasso, mas sim à vida plena, ao encontro com Deus, à felicidade sem fim. Esta esperança tem de iluminar a nossa caminhada e dar-nos a coragem de enfrentar os dramas e as crises que dia a dia se nos apresentam.
 
· A Igreja de que fazemos parte tem de procurar ser um anúncio dessa comunidade escatológica, uma “noiva” bela e que caminha com amor ao encontro de Deus, o amado. Isto significa que o egoísmo, as divisões, os conflitos, as lutas pelo poder, têm de ser banidos da nossa experiência eclesial: eles são chagas que deturpam o rosto da Igreja e a impedem de dar testemunho do mundo novo que nos espera.
· É verdade que a instauração plena do “novo céu e da nova terra” só acontecerá quando o mal for vencido em definitivo; mas essa nova realidade pode e deve começar desde já: a ressurreição de Cristo convoca-nos para a renovação das nossas vidas, da nossa comunidade cristã ou religiosa, da sociedade e das suas estruturas, do mundo em que vivemos.
 
Evangelho: Jo 13,31-33a.34-35 - AMBIENTE
 
Estamos na fase final da caminhada histórica do “Messias”. Aproxima-se a “Hora”, o momento em que vai nascer – a partir do testemunho do amor total cumprido na cruz – o Homem Novo e a nova comunidade.
 
O contexto em que este trecho nos coloca é o de uma ceia, na qual Jesus Se despede dos discípulos e lhes deixa as últimas recomendações. Jesus acabou de lavar os pés aos discípulos (cf. Jo 13,1-20) e de anunciar à comunidade desconcertada a traição de um do grupo (cf. Jo 13,21-30); nesses quadros, está presente o seu amor (que se faz serviço simples e humilde no episódio da lavagem dos pés e que se faz amor que não julga, que não condena, que não limita a liberdade e que se dirige até ao inimigo mortal, na referência a Judas, o traidor). Em seguida, Jesus vai dirigir aos discípulos palavras de despedida; essas suas palavras – resumo coerente de uma vida feita de amor e partilha – soam a testamento final. Trata-se de um momento muito solene; é a altura em que não há tempo nem disposição para “conversa fiada”: aproxima-se o fim e é preciso recordar aos discípulos aquilo que é mesmo fundamental na proposta cristã.
 
MENSAGEM
 
O texto divide-se em duas partes. Na primeira parte (vs. 31-32), Jesus interpreta a saída de Judas, que acabou de deixar a sala onde o grupo está reunido, para ir entregar o “mestre” aos seus inimigos. A morte é, portanto, uma realidade bem próxima… Jesus explica, na sequência, que a sua morte na cruz será a manifestação da sua glória e da glória do Pai. O termo grego “doxa” aqui utilizado traduz o hebraico “kabod” que pode entender-se como “riqueza”, “esplendor”. A “riqueza”, o “esplendor” do Pai e de Jesus manifesta-se, portanto, no amor que se dá até ao extremo, até ao dom total. É que a “glória” do Pai e de Jesus não se manifesta no triunfo espetacular ou na violência que aniquila os maus, mas manifesta-se na vida dada, no amor oferecido até ao extremo. A entrega de Jesus na cruz vai manifestar a todos os homens a lógica de Deus e mostrar a todos como Deus é: amor radical, que se faz dom até às últimas consequências.
 
Na segunda parte (vs. 33a.34-35) temos, então, a apresentação do “mandamento novo”. Começa com a expressão “meus filhos” (v. 33a) – o que nos coloca num quadro de solene emoção e nos leva ao “testamento” de um pai que, à beira da morte, transmite aos seus filhos a sua sabedoria de vida e aquilo que é verdadeiramente fundamental.
Qual é, portanto, a última palavra de Jesus aos seus, o seu ensinamento fundamental?
 
“Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, vós deveis também amar-vos uns aos outros”. O verbo “agapaô” (“amar”) aqui utilizado define, em João, o amor que faz dom de si, o amor até ao extremo, o amor que não guarda nada para si mas é entrega total e absoluta. O ponto de referência no amor é o próprio Jesus (“como Eu vos amei”); as duas cenas precedentes (lavagem dos pés aos discípulos e despedida de Judas) definem a qualidade desse amor que Jesus pede aos seus: “amar” consiste em acolher, em pôr-se ao serviço dos outros, em dar-lhes dignidade e liberdade pelo amor (lavagem dos pés), e isso sem limites nem discriminação alguma, respeitando absolutamente a liberdade do outro (episódio de Judas). Jesus é a norma, não com palavras, mas com atos; mas agora traduz em palavras os seus atos precedentes, para que os discípulos tenham uma referência.
 
O amor (igual ao de Jesus) que os discípulos manifestam entre si será visível para todos os homens (v. 35). Esse será o distintivo da comunidade de Jesus. Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, ou os observantes de leis, ou os fiéis cumpridores de ritos; mas são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama. Pelo amor, eles serão no mundo sinal do Pai.
 
ATUALIZAÇÃO
 
·  A proposta cristã resume-se no amor. É o amor que nos distingue, que nos identifica; quem não aceita o amor, não pode ter qualquer pretensão de integrar a comunidade de Jesus.
 
·  Falar de amor hoje pode ser equívoco… A palavra “amor” é, tantas vezes, usada para definir comportamentos egoístas, interesseiros, que usam o outro, que fazem mal, que limitam horizontes, que roubam a liberdade… Mas o amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida. É este o amor que vivemos e que partilhamos?
·  Por um lado, a comunidade de Jesus tem de testemunhar, com gestos concretos, o amor de Deus; Nos nossos comportamentos e atitudes uns para com os outros, os homens descobrem a presença do amor de Deus no mundo? Amamos mais do que os outros e interessamo-nos mais do que eles pelos pobres e pelos que sofrem?
 
 
 
 
padre Joaquim Garrido – padre Manuel Barbosa – padre Ornelas Carvalho

sábado, 27 de abril de 2013

27 RAZÕES PARA NÃO SER CATÓLICO.


Em síntese: O presente artigo responde ao questionamento apresentado por um irmão protestante, que nada de novo diz. As respostas dadas ao irmão poderão ser úteis a quantos fiéis católicos se vêem assediados por objeções – às vezes caluniosas – de irmãos separados.


Eis o que escreve o interlocutor anônimo:
1. “Ele me salvou”
“1. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, primeiramente porque Jesus Cristo salvou-me de meus pecados (Mt 1, 21), garantindo-me a remissão por Sua graça (Ef 1, 7), ao arrepender-me (Lc 13, 3; At 3, 19;  11.18) e crer em seu sacrifício na Cruz do Calvário (At 20, 21; Rm 3, 26). Assim o Senhor me fez uma nova criatura (Jo 3, 3-6; 2 Co 5, 17; Ez 36, 26) e seu filho (Jo 1, 12; Rm 8, 14-17; 1 Jo 3, 1), para que hoje eu pudesse glorificá-lo através da minha vida e testemunhar aos outros acerca de tão grande salvação que me foi concedida pelo Filho de Deus (ver Gl 2, 20; Ef 2, 10; Hb 13, 15-16; 1Pd 2. 5, 9-10; Mc 16, 15; Rm 10, 13-15)”.

Nesta passagem chama-nos a atenção o caráter individualista da locução: as partículas “eu, me, a mim” voltam constantemente como se o Cristianismo fosse algo do foro privado. – Ora tal atitude é profundamente antibíblica; sim, Jesus fala da “minha Igreja” com sua hierarquia (cf. Mt 16, 16-19; 18, 18). Ser cristão é ser membro do Corpo de Cristo Cabeça (cf. 1Cor 12, 12-21), é ser ramo do tronco de videira, que é Cristo (cf. Jo 15, 1-5).
O protestantismo põe de lado o sacramento da Igreja, fazendo do indivíduo autor do seu Credo em conseqüência do princípio do livre exame da Bíblia. Esse subjetivismo redunda no relativismo que tanto caracteriza o pensamento contemporâneo.

2. Somente a Escritura
“2. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque creio na Suprema Autoridade das Escrituras, como única regra de fé e prática (Sl 19, 7-8; Sl 119, 105; ls 8, 20; Mt 22, 29; Lc 16, 29; Jo 5, 39; 10, 35; Jo 17, 17; Rm 15, 4; At 15, 15; 17, 11; 24, 14; 2Tm 2, 15; 3, 15-17; 2Pd 1, 19-21). Esta autoridade das Escrituras deriva de sua divina inspiração (2Tm 3, 16) e de sua revelação que “não foi dada por vontade humana” (2Pd 1, 21), o que lhe garante evidente proeminência”.

Os católicos também seguem a Bíblia, e a seguem mais fielmente do que seus irmãos protestantes. Sim, aceitam a Bíblia quando ela diz que nem tudo o que Jesus fez está consignado no Livro Sagrado; ver Jo 20, 30s; 21, 24s. A própria Bíblia manda seguir a mensagem transmitida por via oral (cf. 2Tm 2, 2) sem restrição que subordine a palavra oral à escrita. Como se compreende, não se trata de qualquer tradição, mas de Tradição divino-apostólica, que começa com Jesus e os Apóstolos. Sem o acompanhamento dessa Palavra oral, a Bíblia se torna um livro que os homens estraçalham, dele deduzindo as mais contraditórias e estranhas teorias, como acontece no Protestantismo dividido e subdividido por falta de um referencial na leitura das Escrituras. Tenha-se em vista, por exemplo, o seguinte conjunto de palavras sem pontuação (como era praxe entre os antigos):
RESSUSCITOU NÃO ESTÁ AQUI
Estas palavras podem ser lidas em dois sentidos:
RESSUSCITOU. NÃO ESTÁ AQUI.
RESSUSCITOU? NÃO! ESTÁ AQUI.
É o tom de voz ou a palavra oral que vai definir o significado da escrita.
Donde se vê que a Bíblia não pode ser lida independentemente da Tradição oral, que lhe é anterior, a berçou e a acompanha através dos séculos. Entende-se que, para distinguir das muitas tradições a autêntica Tradição, haja uma instância abalizada, que, no caso, é o magistério da Igreja, a quem Jesus prometeu sua assistência infalível (cf. Mt 28, 19-20; 18, 18; Lc 22, 31s).

3. Calvário e Eucaristia
“3. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque eu creio na plena consumação do Sacrifício de Cristo. Isto significa dizer que eu creio que Cristo morreu pelos nossos pecados de uma vez por todas (1Cor 15, 3; 1Pd 2, 24; Hb 10, 10; cf. 9, 11-12); não sendo necessário (Hb 7, 27; 9, 26; 10, 14.18) e nem mesmo possível (Hb 9, 27-28) renovar ou perpetuar este sacrifício irrepetível, segundo a pretensão a que se realizam as missas católicas”.

O irmão protestante tem razão ao lembrar que Cristo morreu uma vez por todas e já não pode morrer. Por isto a Missa não repete nem renova o sacrifício do Calvário, mas o torna presente ou o perpetua. E isto, para que a Igreja ou os fiéis possam tomar parte na entrega de Cristo ao Pai. Ser cristão não é apenas seguir um Mestre, mas é comungar com a vida de Cristo Cabeça – o que se faz mediante os sacramentos, dos quais a Eucaristia é o principal. Foi assim que as gerações cristãs durante quinze séculos entenderam as palavras de Cristo, que na última ceia entregou aos discípulos o seu corpo e o seu sangue “para a remissão dos pecados”. Segundo o protestantismo, tal entendimento terá sido falso, de modo que só após Lutero no século XVI se entende corretamente a intenção de Jesus na última ceia. Ora dizer isto equivale a acusar o Senhor de haver esquecido a sua Igreja a quem prometeu perpétua assistência (cf. Mt 28, 20). Será lícito acusar de negligência Jesus e seu Santo Espírito? Pergunta-se: quem errou – Jesus ou Lutero e o protestantismo?

4. Fé e obras
“4. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras nos ensinam repetidas vezes que a salvação é pela graça e exclusivamente por meio da fé (Jo 1, 12; 3, 15-16; 36; 5, 24; 6, 28-29, 39-40, 47; 11, 25-26; 20, 31; At 10, 43; 13, 39; 15, 11; 16, 31; Rm 1, 16-17; 3, 22-26, 28, 30; Rm 4, 5-8; 5, 1-2; 5, 15-21; 6, 23; 10, 10-11; 1Cor 1, 21; Gl 2, 16; Gl 3, 8; 11; Fp 3, 9; Ef 1, 6-7, 13-14; 2, 8-9; 2Tm 1, 9; 3, 15; 1Pd 2, 6; 1Jo 5, 13; Ap 21, 6; 22, 17) e que as boas obras apenas evidenciam a fé salvífica (Gl 5, 6; 22-23; Tt 2, 14; 3, 8; Tg 2, 18; Ef 2, 10), sendo conseqüência e não causa de salvação. Além disso, as Sagradas Escrituras encerram dentro de uma impossibilidade a hipótese estapafúrdia de que a salvação poderia vir em parte pela graça e em parte pelas obras – como desejaria o Romanismo -, pois o apóstolo Paulo afirma que “Se é pela graça, já não é pelas obras do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11, 6; compare com Ef 2, 9; Tt 3, 5-7).

Na tentativa de amenizar a contradição existente entre a doutrina bíblica e a teologia papista, os católicos romanos, mediante uma interpretação débil e que despreza a exegese bíblica, normalmente citam Tg 2, 18-26 em contraposição a Rm 3-5, como se a verdade das Sagradas Escrituras fosse auto-refutante. Porém, eles é que estão equivocados em sua deturpação (2Pd 3, 16) por omitirem o fato de que o apóstolo Paulo está se referindo unicamente à justificação diante de Deus (ver Gl 3, 11), enquanto o apóstolo Tiago está se referindo à justificação diante dos homens (cf. Tg 2, 18: “…mostra-me a tia fé… te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”), cujo significado é vindicar e na qual as obras testificam diante dos homens a existência da fé verdadeira (cf. Tg 2, 14-18), sendo [meramente] frutos da mesma – algo coerente com as demais Escrituras (cf. Ef 2, 10 Gl 5, 6)”.

Não se pode ler São Paulo sem ler também São Tiago.
São Paulo tem em vista a entrada na graça ou a passagem do estado de pecado para o de amigo de Deus; é o que se chama “justificação”, fazer justo, amigo de Deus. Isto ocorre gratuitamente, sem que o homem o mereça por suas obras boas.
São Tiago considera uma comunidade que foi justificada e tem fé, mas é inerte, não praticando os ditames que a fé recomenda; esses cristãos têm uma fé morta, como a do demônio, que crê, mas estremece, porque a sua fé sem obras correspondentes não o salva. Por conseguinte. São Tiago exige boas obras da parte dos crentes não apenas como manifestação da fé, mas como o necessário desabrochamento da fé.

Com outras palavras: São Paulo tem em mira a entrada na vida cristã, ao passo que São Tiago visa a perseverança na mesma. Distingam-se uma da outra justificação e salvação. Alguém pode ser justificado, mas não será salvo se não perseverar na graça recebida ou se na última hora não estiver na graça de Deus que frutifica em boas obras.
Como se vê, as boas obras não são efetuadas independentemente da graça divina, mas são o efeito desta, de tal modo que S. Agostinho podia dizer: “Deus em nós coroa os seus méritos”.

5. Cristo e os Santos
“5. MÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras enfatizam que apenas o Soberano e Eterno Senhor – que não divide a Sua glória (Is 42, 8; 48, 11: ‘A minha glória não darei a outrem’) – deve ser cultuado. O Senhor Jesus Cristo disse e está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto’ (Mt 4, 10 e Lc 4, 8; veja também Ap 4, 11; 5, 12; 14, 7; 19, 10; 22, 9; 1Cr 16, 29; Sl 96, 9). Perante estas palavras do Senhor e tal ensinamento bíblico referente ao culto exclusivo a Deus, que os cristãos bíblicos preservam e devem preservar, certamente eu jamais poderia concordar com a Mariolatria (devidamente refutada por Jesus em Lc 11, 27-28; veja também Mt 12, 48-50; Mc 3, 33-35) e o culto aos santos, o qual foi recusado até mesmo pelos apóstolos (At 3, 12ss; 10, 25-26; 14, 14-15)”.

É certo que Deus Eterno e Absoluto não pode tolerar outro Eterno e Absoluto ao seu lado; isto seria ilógico. Mas Ele pode – e quer – dar às suas criaturas a graça de ser carnais ou instrumentos da sua ação santificadora; tais são os Santos; por sua intercessão junto ao Pai colaboram com Cristo na salvação dos irmãos, sem diminuir de modo algum a grandeza do ministério de Cristo Sacerdote. Esta verdade pode ser ilustrada pela imagem do professor, que não guarda egoisticamente o seu saber, mas o comunica aos discípulos; assim tem origem muitos sábios sem que o professor perca algo da sua sabedoria. Tal gesto não empobrece, mas, ao contrário, nobilita o professor – Ora algo de análogo se dá com Cristo e os Santos. Estes são venerados e não adorados, como venerados são pai e mãe, como venerado (não adorado) é Tiradentes no dia 21 de abril.

De resto, já os judeus no Antigo Testamento tinham consciência de que os justos no além intercedem por seus irmãos militantes na terra; cf. 2Mc 15, 12-15. É de notar que Lutero, adotando o catálogo bíblico de Jâmnia, retirou da Bíblia, entre outros, os dois livros dos Macabeus.
Em Lc 11, 27 Maria SSma. Não é excluída da bem-aventurança proclamada por Jesus, mas incluído porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática por excelência.
6. As imagens
“6. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras ensinam de uma forma evidente acerca da proibição divina no que tange ao culto prestado às imagens”.
Já se tem abordado freqüentemente este assunto. A Bíblia proíbe as imagens feitas para a adoração ou idolatria; cf. Ex 20, 4-6. Não as proíbe, porém, quando servem ao fiel para se elevar até as realidades transcendentais, passando do visível ao Invisível, de acordo com a índole própria do psiquismo humano. Tenham-se em vista os numerosos querubins que o próprio Javé mandou esculpir no Templo de Salomão; cf. 1Rs 6, 29.

7. Fora da Igreja não há salvação
“7. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque, sabendo que a Palavra de Deus não nos diz que é necessário ser um católico romano para ser salvo (Jo 3, 16-18, 36; 10, 1-11, 27-30; 14, 6; At 16, 31; Rm 10, 9; 1Jo 4, 9; 5, 12). Eu jamais poderia aceitar a pretensão romanista expressa na afirmação de que não há salvação fora da Igreja Católica Romana. Na realidade, quem acrescenta este tipo de condição espúria para a salvação do pecador está pregando um outro Evangelho, ao qual devemos rejeitar (Sl 1, 8)”.

Quem é de Cristo, é também da Igreja de Cristo; não há Cabeça sem corpo, não há tronco de videira sem ramos. O Cristianismo é vivido em comunidade.
Dentre as muitas “Igrejas” cristãs hoje existentes só uma foi fundada diretamente por Cristo, com a promessa da assistência indefectível do Fundador: a Católica, confiada a Pedro e seus sucessores. Esta conserva a sucessão apostólica fiel ao seu primaz, o sacerdócio válido e a Eucaristia.
A pertença à Igreja de Cristo pode ser visível ou invisível. É visível, quando os fiéis professam o mesmo Credo, recebem os mesmos sacramentos e obedecem à mesma hierarquia, como se dá no caso dos católicos praticantes. – A pertença invisível ocorre quando alguém professa e vivencia candidamente um Credo errôneo, acreditando que é o verdadeiro. Deus não revela a fé cristã, mas faz-se presente a tal pessoa mediante a voz da consciência sincera; quem segue fielmente a sua consciência sincera, segue a Deus e pertence invisivelmente à Igreja de Cristo. Quantos são os que assim vivem, só Deus o sabe.

É neste sentido que os católicos entendem o axioma: “Fora da Igreja Católica não há salvação”.
8. O Purgatório
“8. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras testemunham acerca da eficácia do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é capaz de nos purificar de ‘todo pecado’ (cf. 1Jo 1, 7). A doutrina bíblica enfatiza que, mediante seu sacrifício vicário, Jesus Cristo a si mesmo se deu por nós, a fim de ‘remir-nos de toda a iniqüidade’ (Tt 2, 14; cf. Hb 9, 28; 10, 14; 1Jo3, 5). Tendo sido transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades, ao levar sobre si o castigo que nos era devido (Is 53, 5; 1Pd 2, 24 compare com Mt 1, 21; Lc 1, 77; 2Cor 5, 20-21; Jo 1, 29). Por isso, creio que nossos irmãos – aqueles que já estão gozando da presença do Senhor – não estão no céu por terem sido purificados pelo fogo de um suposto purgatório, como supõe os católicos romanos”.

Jesus Cristo, por sua Paixão, morte e ressurreição, nos mereceu o ingresso na vida eterna. Todavia Ele não impõe a salvação; espera, antes, que a criatura a aceite livremente. Esta aceitação tem por termo final a visão de Deus face-a-face. Ora, para chegar a tal termo, requer-se que a criatura elimine da sua alma todo resquício de pecado, pois qualquer sombra de pecado é incompatível com a santidade de Deus… Daí a necessidade que incumbe a cada cristão de eliminar do seu coração toda desordem que nele fica mesmo depois de perdoado o pecado; têm que desaparecer as raízes da impaciência, da maledicência, da preguiça… Esta purificação se faz ou na vida presente mediante a ascese vigilante ou na vida póstuma (no purgatório).

Dir-se-á: mas Cristo já não satisfez por nós, obtendo-nos o perdão dos pecados? – Respondemos que Cristo já nos obteve o perdão, que é dado a quem o pede sinceramente; mas o perdão no foro religioso difere do perdão no foro civil. Neste, quando o juiz declara absolvido o réu, o indivíduo absolvido não deve mais nada à Justiça; continuará sua vida portador das mesmas paixões que o levaram ao crime. No foro religioso o perdão implica o total apagamento das raízes do pecado perdoado,… apagamento que fica a cargo da pessoa absolvida porque a visão de Deus face-a-face o exige. Com outras palavras: o perdão de Deus exige uma renovação ontológica e não fica apenas no foro jurídico.

O purgatório não é um lugar de fogo ardente, mas é um estado de alma, em que o indivíduo se arrepende radicalmente de qualquer desordem cometida no seu relacionamento com Deus. A crença na existência desse estado já era professada pelo povo judeu, do qual passou para os cristãos; ver 2Mc 12, 38-45. Lutero rejeitou tal livro, que se encontrava na Bíblia tradicional.

Conclusão
O panfleto em fico apresenta 19 outras razões para não ser católico; são quase todas iguais entre si e baseiam-se na pretensão de que o protestante segue somente a Bíblia; aceita unicamente argumentos bíblicos para dirimir dúvidas ocorrentes. Peça-se-lhe então que responda pela Bíblia uma questão fundamental de criteriologia: onde é que a Bíblia responde à pergunta: os livros sagrados são 66 (como dizem os protestantes) ou 73 (como dizem os católicos)? Onde é que a Bíblia define o seu catálogo?
Caso não possa responder pela Bíblia, reconheça o irmão que está enganado e deixe de formular objeções contra os católicos “somente a partir da Bíblia”.





Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb.
Nº 523, Ano 2006, Página 43.