sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O QUE É A FESTA DE HALLOWEEN?


baixaki-tim-trauer-halloween-2005-2800O Halloween é uma festa comum nos EUA e Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro, de origem pagã. A comemoração veio dos antigos Celtas, um povo que habitava a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, Irlanda) a mais de 2000 anos atrás, vindos da Ásia. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo um antigo ritual de sua religião druida, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, no último dia do ano, que para eles era o dia 31 de outubro e queriam, entre outras coisas, se alimentar e assustar as pessoas. Acreditavam também no aparecimento das bruxas, mulheres que tinham vida sexual com demônios e que faziam muito mal às pessoas, ao gado, às plantações, etc.
Com isso, os Celtas costumavam se vestir com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos e as bruxas. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas especialmente com o trabalho de São Patrício no século IV e São Columbano no século VI. Com isso, a Igreja Católica transformou este ritual pagão, em uma festa religiosa. Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado, deveria honrar os santos, daí veio o “All Hallows Day”: o “Dia de Todos os Santos”. Mas, a tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era chamada de “All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.





Prof Felipe Aquino

ABÓBORA VAZIA? VAMOS ENCHÊ-LA

Uma resposta ao Hallowen, com pequenas ações que provocam perguntas em quem nos olha.


As abóboras vazias neste período fazem parte da moda em muitos países. Nós as vemos por toda parte, de todas as formas e materiais. Para além de ser a favor ou contra o Halloween, não nego que a difusão desta prática me deixa triste.

Quem sabe se nossos jovens conhecem o significado de ‘fazer vigília’ para se preparar para solenidades importantes: um dia antes do Natal, Sexta-feira Santa, no dia antes do Pentecostes, ou no dia de Todos os Santos, se participam da Missa de manhã e depois jejum e fazem abstinência. Essas práticam são quase uma suspensão dos ritmos habituais, um ato de se colocar à espera através de medidas que envolvem também o corpo até suas necessidades mais fundamentais, para “se esvaziar” do supérfluo, para ser acolhedor, pronto para receber a Graça especial, dom daqueles dias.

Por isso que o Halloween me entristece. Mas não estou sozinha: apesar das motivações mais diversas (do temor de infiltração do malígno ao secularismo exacerbado), multiplicam-se as iniciativas que tendem a lembrar o autêntico culto dos Santos. Os catequistas há muitos anos dedicam o mês de outubro à reflexão sobre estas figuras luminosas, trabalhando sobre biografias de santos próximos no tempo e, quando possível, também geograficamente. Ao fundo, porém, as crianças esperam mais de nós.

Descobri, por meio das redes sociais, uma proposta nova. A mensagem que encontrei na minha home page, em síntese, foi essa:

“Coloque a foto do seu santo preferido no seu perfil do whatsapp e Facebook até o dia 1° de novembro, festa de Todos os Santos! Teremos muitos Santos nos celulares…” Uma ideia simples, gostei e mesmo parecendo irrelevante o fiz.

Não fui a única. Santa Teresa, São João Paulo II, São Francisco apareceram depois em minha home: é apenas uma casa virtual, mas teve hóspedes lindos. O que aconteceu a uma amiga merece uma pequena reflexão. Ela colocou apenas Paulo Apóstolo como imagem de perfil, sem explicar o motivo. A primeira reação que provocou comentários foi: “O que está acontecendo?”.

Fiquei muito impressionada com esta reação. Talvez desta forma podemos nos tornar incisivos, com pequenas ações que provocam perguntas que conduzem a outro lugar instigante e a belas ocasiões de testemunho. 

 

 

 

 

Por Assunta Steccanella

LITURGIA DIÁRIA - SISTEMA OPRESSOR.

 
Primeira Leitura (Fl 1,1-11)
Início da Carta de São Paulo aos Filipenses.
1Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os seus bispos e diáconos; 2graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. 3Dou graças ao meu Deus, todas as vezes que me lembro de vós. 4Sempre em todas as minhas orações rezo por vós, com alegria, 5por causa da vossa comunhão convosco na divulgação do evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6Tenho certeza de que aquele que começou em vós uma boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus. 7É justo que eu pense assim a respeito de vós todos, pois a todos trago no coração, porque, tanto na minha prisão como na defesa e confirmação do Evangelho, participais na graça que me foi dada. 8Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus. 9E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, 10para discernirdes o que é o melhor. E assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, 11cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus. 
Responsório (Sl 110)
Grandiosas são as obras do Senhor!
Grandiosas são as obras do Senhor!
Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!
Que beleza e esplendor são os seus feitos! Sua justiça permanece eternamente! O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas.
Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações. 
 
Evangelho (Lc 14,1-6)

1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam.
2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.

 Reflexão

Este Evangelho narra a cena da cura de um hidrópico, doença popularmente conhecida como barriga d’água, num dia de sábado, o que era proibido pela lei judaica.
As leis judaicas eram, às vezes, egoístas, porque cuidar de um animal doente podia.
Deus é o Senhor da vida. O direito à vida precede quaisquer outros direitos e outras leis, mesmo as mais sagradas. A encarnação do Verbo selou para o ser humano uma dignidade superior. E Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Não só as palavras de Jesus, mas todos os seus gestos eram em favor da vida, como este da cura do hidrópico. Ele curava os doentes, ressuscitava os mortos, ensinava o amor e o serviço aos necessitados...
“Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Escolhe, pois, a vida”
(Dt 30,15.19).
“Deus criou o mundo para a vida, para ver suas criaturas felizes. Em suas obras não existe veneno de morte” (Sb 1,14). A natureza toda é boa e tudo nela concorre para a vida, numa harmonia maravilhosa, que chamamos de ecossistema. Foi o pecado que estragou a natureza, tornando-a, às vezes, prejudicial ao homem.
Compensa valorizar a vida. Compensa fazer tudo pela vida humana, desde pentear o cabelo de uma criança até morrer na Cruz.
As leis existem para proteger a vida, não para prejudicá-la. É assim que as leis devem ser interpretadas.
A vida humana deve ser protegida desde a sua concepção dentro da mãe. E a pesquisa científica não pode colocar-se acima da vida. Não se pode matar um ser humano para salvar outro.
Libertar uma pessoa do mal, seja que mal for, é a melhor forma de santificar o Dia do Senhor, pois o Dia do Senhor deve ser o dia da vida.
Não se lê no Evangelho que o hidrópico dirigisse a Jesus alguma palavra ou pedido. A iniciativa da cura partiu de Jesus mesmo. O nosso amor deve ser tão grande que, basta ver uma pessoa em necessidade, já nos movemos a socorrê-la.
Certa vez, uma jovem queria suicidar-se. Foi a uma ponte bem alta, sobre um rio largo e fundo, a fim de pular lá de cima, pois ela não sabia nadar.
Quando chegou à ponte, viu um cego que caminhava para atravessá-la, mas estava errando a direção da ponte e ia cair num barranco bem alto, direto na água do rio.
Ela correu, deu a mão ao cego e o conduziu até atravessar a ponte. Depois resolveu levá-lo até o seu destino.
Quando chegaram, ele sorriu para ela e disse: “Muito obrigado, moça! Você salvou a minha vida!” Ela respondeu emocionada e com o coração cheio de alegria: “Eu é que lhe agradeço, meu amigo. Você também salvou a minha vida!”
Deu-lhe um abraço e foi embora, sem se apresentar nem explicar ao cego o sentido real da sua frase. E nunca mais aquela jovem pensou em destruir a própria vida. Pelo contrário, queria viver o máximo, a fim de fazer muitas pessoas felizes e ver muitos sorrisos, como viu no rosto daquele cego.
Maria Santíssima é chamada a Mãe da Vida, porque nos deu aquele que é o caminho, a verdade e a vida. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, promovendo a vida.






Pe Queiroz 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME.

Pior do que feministas que invadem catedrais são católicos que banalizam o próprio pecado em nome da misericórdia de Deus.

Na oração do Pai-nosso, após manifestar seu afeto filial, Jesus faz um primeiro pedido a Deus-Pai: Santificado seja o vosso nome. Esse pedido remete diretamente para o segundo preceito do Decálogo. Trata-se de honrar a Revelação de Deus ao homem. Ora, informar o nome a alguém significa tornar-se acessível. Antes da Revelação, os pagãos utilizavam-se dos nomes das divindades de forma deliberada. Acreditavam que os deuses estavam submetidos à vontade do homem; eram-lhes subordinados. Por outro lado, Deus, quando se revela, obriga a humanidade a contentar-se com esta afirmação: “Eu sou aquele que sou” (Ex 3, 14). Deus é desde sempre e para a eternidade. Não está submetido à vontade humana.
Na encarnação de Cristo, porém, o nome de Deus é manifestado mais diretamente, de maneira que já é possível instrumentalizá-lO. O nome de Jesus pode ser usado para justificar atrocidades e extorsões. É justamente o que comenta Bento XVI na primeira parte do famoso livro Jesus de Nazaré: “Agora o nome de Deus pode ser abusado e Deus ser desonrado. O nome de Deus pode ser instrumentalizado para nossos objetivos e assim deformada a sua imagem” [1]. Como não pensar no uso indiscriminado do nome de Deus para justificar atos terroristas, contrários à vida e à dignidade da pessoa humana?
A honra ao nome do pai expressa de maneira concreta o amor filial. Nada é mais gratificante a um filho que um elogio a seus pais. A blasfêmia, não obstante, é o típico pecado do Diabo. Basta lembrar que, por serem criaturas puramente espirituais, os anjos não podem fornicar. Por isso, o ataque demoníaco a Deus faz-se pelo orgulho. Dizia Santo Tomás de Aquino: “O orgulho é por natureza o pior de todos os pecados, mais grave que a infidelidade, o desespero, o homicídio, a luxúria etc” [2]. A blasfêmia, por conseguinte, nada mais é do que um meio para Satanás desonrar a essência divina, parodiando-a impunemente, a fim de que o homem tenha de Deus somente uma caricatura. Foi pensando nisso que, certa vez, Santa Teresinha pediu permissão a Jesus para amá-lO no inferno [3]:
[...] Uma tarde não sabendo como dizer a Jesus que o amava e quanto desejava que Ele fosse por toda parte amado e glorificado, eu pensava com dor que Ele nunca poderia receber no inferno um só ato de amor, então disse a Deus que para lhe dar prazer eu consentiria em ver-me aí mergulhada, a fim de que Ele seja amado eternamente nesse lugar de blasfêmia.
A blasfêmia significa um esquecimento da filiação divina e um esquecimento de si mesmo. É um atentado ao próprio homem. Tamanha é a gravidade desse pecado, que o Cura d’Ars perguntava-se espantado: “Não é um milagre extraordinário que a casa onde se acha um blasfemo não seja destruída por um raio ou cumulada com toda sorte de desgraças?” [4]. Em síntese, a agressão ao nome de Deus esconde em seu seio uma revolta contra o plano divino. Desse modo, o pecado contra o segundo mandamento não se traduz somente em ridicularizações hediondas - embora sejam elas as mais comuns, como se costuma apresentar em programas humorísticos, filmes, revistas, etc - às vezes, trata-se de algo muito mais sutil e, por essa razão, muito mais nocivo.
Em nome de um falso conceito de “misericórdia”, inúmeras pessoas têm caído na presunção da tibieza, recusando-se a buscar a santidade pessoal. Essa é, sem dúvida, a pior de todas as blasfêmias, pois nessa atitude não só se espezinha o conteúdo das Tábuas da Lei, a pretexto de uma época que segue a regra materialista do laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même (deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo), como também se deturpa a natureza do nome de Deus ao utilizá-lO para justificar posições morais claramente pecaminosas. É como dizer que a crucifixão de Cristo não teve nenhum valor. Não significou a purificação de nossos pecados. Ora, Jesus verteu sangue do alto do madeiro justamente para assumir a nossa culpa. Com efeito, quando a misericórdia é utilizada para a banalização do mal, aí já não há mais misericórdia. Pior do que feministas que invadem catedrais são católicos que banalizam o próprio pecado em nome da misericórdia de Deus.
Sobre essa tendência pouco cristã de se aceitar somente a face misericordiosa de Cristo, criticava o então Cardeal Joseph Ratzinger, na Via-Sacra de 2005 [5]:
Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas, admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelamos o aspecto do juízo? Como poderia Deus fazer-Se um drama com a nossa fragilidade — pensamos cá conosco —, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até ao fim para poder ser superado. Não se pode continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim, chorai por vós próprios... porque se tratam assim o madeiro verde, que será do madeiro seco?
“Toda a santidade, toda a perfeição de nossa alma consiste em amar a Jesus Cristo nosso Deus, nosso Sumo Bem e Salvador” [6]. Por esta sentença, Santo Afonso de Ligório introduzia seus discípulos à escola de perfeição cristã. Essa perfeição é atingida no louvor ao nome de Nosso Senhor, tornando-O conhecido entre todos os povos e nações. Ainda mais: traduz-se no amor àqueles que são queridos por Deus, a saber, a Virgem Maria e os santos. A forma mais eficaz de santificar o nome de Deus, por conseguinte, é fazendo que cada vez mais pessoas aproximem-se d’Ele com devoção e piedade. Nisto consiste o amor cristão.











Por Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré: do batismo no Jordão à transfiguração. São Paulo: Planeta, 2007, pág. 113.
  2. TISSOT, Joseph. A arte de aproveitar as próprias faltas — São Paulo: Quadrante, 2003, pág. 59.
  3. Teresa de Lisieux, Manuscrito A 52r.
  4. TROCHU, Fracis. O Santo Cura d’Ars.
  5. Meditações do Cardeal Joseph Ratzinger para a Via-Sacra. Oitava Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele.
  6. Santo Afonso de Ligório, Escola de Perfeição Cristã.

DEPOIS DE COMUNGAR É MELHOR SENTAR-SE, AJOELHAR-SE OU FICAR DE PÉ?

Entenda melhor os gestos litúrgicos e seus significados.

 

Tenho uma dúvida: podemos nos sentar depois de receber a comunhão na Missa ou devemos esperar que as âmbulas* sejam guardadas no sacrário? Obrigado!

(* Âmbula, cibório ou píxide é o recipiente para a conservação e distribuição da Santa Eucaristia)

Resposta

Receber a comunhão ou comungar é estabelecer uma comum-união com Jesus Cristo, e isso envolve um momento intenso de fervor, pois se vive uma adesão pessoal a Ele.

Sobre a postura dos fiéis depois da comunhão, há indicações na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR): “Compete, todavia, às Conferências Episcopais, segundo as normas do direito, adaptar à mentalidade e tradições razoáveis dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa” (IGMR 43).

Segundo a IGMR, a comunhão pode ser recebida de joelhos ou em pé (fazendo antes a reverência profunda – cf. IGMR 160), e se permanece em pé enquanto se canta o cântico de comunhão.

E o canto se prolonga enquanto se administra o sacramento aos fiéis (cf. IGMR 86). Quando acaba o rito da comunhão? O rito termina quando o último fiel comunga.

Supõe-se que, durante este lapso de tempo, ou seja, desde que se comunga até que o último fiel comungue, a pessoa se une ao cântico de comunhão, e não fica rezando individualmente sentada ou de joelhos.

Por isso, normalmente se permanece em pé até que o Santíssimo Sacramento seja reservado, e depois disso podemos ficar de joelhos ou sentar-nos para adorar Jesus em silêncio.

Esta é a norma que, em princípio, se observa fielmente, na medida do possível. De qualquer maneira, respeita-se a postura que pode nascer livremente do fiel, em seu coração orante no momento posterior à comunhão.

Em outras palavras, apesar da norma, cada pessoa pode assumir, depois de comungar, a postura que lhe for mais cômoda segundo a idade (por exemplo, pessoas idosas), a saúde ou diversas circunstâncias, ou inclusive pelo desconhecimento da norma, e até pelo costume do local, para orar ou para unir-se ao cântico de comunhão. Portanto, não é preciso “sofrer” pelo que os outros possam pensar.

Santo Agostinho resume bem esta atitude: “Unidade no essencial; liberdade no opcional; caridade em tudo”. Pede-se aos sacerdotes e demais fiéis que respeitem a liberdade de cada um nesta matéria, sem julgar os motivos.
É preciso levar em consideração que a postura precisa favorecer a ação de graças, a adoração e o recolhimento que deveriam seguir a sagrada comunhão, tendo a pessoa comungado com fé, fervor e consciência pura.  





Pe. Henry Vargas Holguín 

LITURGIA DIÁRIA - NÃO CONVÉM QUE UM PROFETA MORRA FORA DE JERUSALÉM.

Primeira Leitura (Ef 6,10-20)
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
10Para terminar, irmãos, confortai-vos no Senhor, e no domínio de sua força, 11revesti-vos da armadura de Deus, para estardes em condições de enfrentar as manobras do diabo. 12Pois não é a homens que enfrentamos, mas as autoridades, os poderes, as dominações deste mundo de trevas, os espíritos do mal que estão nos céus.
13Revesti, portanto, a armadura de Deus, a fim de que no dia mau possais resistir e permanecer firmes em tudo. 14De pé, portanto! Cingi os vossos rins com a verdade, revesti-vos com a couraça da justiça 15e calçai os vossos pés com a prontidão em anunciar o Evangelho da paz.
16Tomai o escudo da fé, o qual vos permitirá apagar todas as flechas ardentes do Maligno. 17Tomai, enfim, o capacete da salvação e o gládio do espírito, isto é, a Palavra de Deus. 18Com preces e súplicas de vária ordem, orai em todas as circunstâncias, no Espírito, e vigiai com toda a perseverança, intercedendo por todos os santos.
19Orai também por mim, para que a palavra seja posta em minha boca para anunciar corajosamente o mistério do Evangelho, 20do qual sou embaixador acorrentado. Possa eu, como é minha obrigação, proclamá-lo com toda a ousadia. 

Responsório (Sl 143)
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que adestrou minhas mãos para a luta, e os meus dedos treinou para a guerra!
Ele é meu amor, meu refúgio, libertador, fortaleza e abrigo. É meu escudo: é nele que espero, ele submete as nações a meus pés.
Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, nas dez cordas da harpa louvar-vos, a vós que dais a vitória aos reis e salvais vosso servo Davi.
 
Evangelho (Lc 13,31-35)

31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

 Reflexão

O Evangelho de hoje tem duas partes: 1) A hostilidade de Herodes para com Jesus. 2) Palavras duras de Jesus contra Jerusalém.
Jesus estava a caminho para Jerusalém, cujo governador era Herodes, quando um grupo de fariseus lhe diz: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”.
Já havia matado João Batista, e agora tenta desfazer-se de Jesus, intimidando-o, para que se afastasse do seu território. Herodes tinha medo de os profetas, com a sua influência sobre o povo, desestabilizarem o seu poder e o seu prestígio.
Mas Jesus é um profeta corajoso. Ele responde: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho... Porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém”. Foi uma referência à sua ressurreição, três dias após a sua morte. Ele disse, em outras palavras, que seu compromisso é com Deus Pai e com mais ninguém, e que não são ameaças que vão mudar o seu trabalho.
“Não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.” Por quê? Porque Jerusalém, no Antigo Testamento sempre foi palco dos grandes acontecimentos religiosos, partidos tanto da bondade de Deus como da maldade do povo.
“Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas...” Jesus se refere à recusa do povo em receber os enviados de Deus. “Eis que vossa casa ficará abandonada”. É uma referência à destruição de Jerusalém, acontecida anos depois. São ameaças proféticas que não deixam de ser mais um convite ao povo para a conversão.
Jesus não procurou a morte, mas também não correu dela. Ele não queria morrer – como qualquer ser humano não quer morrer – e sim viver o máximo possível aqui na terra para fazer o bem e consolidar o Reino de Deus. Mas quando colocaram a morte no seu caminho, ele não arredou o pé, ele não arreda o pé da missão que recebera do Pai.
Quando S. Pedro, diante do perigo da condenação de Jesus em Jerusalém, sugeriu a ele que não fosse para lá, Jesus lhe deu uma resposta pesada: “Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim as dos homens!” (Mt 16,23). “Coisas de Deus” é fazer a vontade de Deus, confiando nele e arriscando até a vida terrena. “Coisas dos homens” é querer salvar a vida terrena, mesmo que se afaste um pouco da vontade de Deus. Jesus caminhava para Jerusalém porque fazia parte da sua missão recebida do Pai.
Que bom se nós fôssemos assim! “Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus” (Fl 2,5).
“Se alguém quer me seguir, tome a sua cruz...” (Mc 8,34).
“Jesus Cristo me deixou inquieto, com as palavras que ele proferiu. Nunca mais eu pude olhar o mundo sem sentir aquilo que Jesus sentiu” (Música do Pe. Zezinho).
Vamos colocar a busca da vontade de Deus acima de tudo na nossa vida.
Havia, certa vez, um padre que tinha em seu quintal uma seriema. E a casa paroquial ficava ao lado da igreja. Esta seriema cantava cada vez que se tocava o sino chamando o povo para a Missa. O interessante é que, em outros momentos, podiam tocar o sino à vontade que ela não cantava. Mas, tocou para a Missa, pronto, ela cantava. E cantava alto, como que querendo ajudar o sino a chamar o povo.
Deus criou o mundo em perfeita harmonia. Até os animais obedecem a Deus e “querem” que nós lhe obedeçamos. Que, devido à nossa desobediência, Jesus não tenha de dizer a nós o que disse a respeito de Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas... Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste!”
A firmeza de Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor, seja para nós um exemplo e um incentivo. Santa Mãe das Dores, rogai por nós.






Pe Queiroz



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

COMO É UM PROCESSO DE NULIDADE MATRIMONIAL?

Será que a nulidade matrimonial é um “divórcio aprovado pela Igreja”? Tire todas as suas dúvidas sobre este tema tão polêmico.

 

 

Os trabalhos do sínodo extraordinário dos bispos 2014 geraram todo tipo de especulações, comentários e rumores sobre a família e o casamento. Entre os temas tratados pelos padres sinodais e mais mencionados pela imprensa, ocupa um lugar notável a necessidade de tornar mais acessível e ágil o processo de nulidade matrimonial.

Vale a pena recordar que este não é um tema novo, pois já em 27 de agosto, o Papa Francisco instituiu uma comissão para o estudo da simplificação do procedimento de nulidade matrimonial. No entanto, ainda não há nada estabelecido e, para obter os resultados, teremos de esperar que tal comissão apresente propostas concretas.

Enquanto esperamos, gostaríamos de dar a conhecer algumas linhas gerais do processo de nulidade matrimonial segundo a legislação vigente da Igreja Católica.

O processo de nulidade matrimonial vigente

1. o primeiro aspecto que precisamos levar em consideração é que a nulidade não é um “divórcio eclesiástico”, mas um “julgamento” em sentido estrito, cuja finalidade é declarar nulo um sacramento entre os batizados (c. 1671) que, desde a sua origem, não foi válido de acordo com as causas estabelecidas no Código de Direito Canônico (CDC).

2. Quem julga e onde acontece um processo de nulidade matrimonial? O bispo da diocese é quem tem a potestade judicial entre seus fiéis e a exerce por meio dos tribunais eclesiásticos – concretamente, por meio do vigário judicial e dos juízes. Neste sentido, o lugar onde se tramita a nulidade é o tribunal eclesiástico. Vale a pena esclarecer que são 4 os tribunais que gozam de potestade para declarar a nulidade de um matrimônio: o do lugar em que se celebrou o matrimônio; o do lugar em que mora o cônjuge “demandado”; o do lugar onde mora o cônjuge que inicia a demanda de nulidade; e o do lugar em que existe a maior quantidade de provas (c. 1673 y DC 10).

3. Por quais instâncias passa o processo e quanto tempo dura? O juízo de nulidade matrimonial conclui com uma sentença que pode ser afirmativa (o matrimônio é nulo) ou negativa (o matrimônio é válido). A sentença é o resultado do julgamento realizado por um tribunal chamado de “primeira instância”, que, ao ditar tal sentença, a transmite a outro tribunal, chamado de “apelação”, que é o responsável por confirmar ou não a sentença (c. 1682). Os processos de nulidade costumam durar 1 ano na primeira instância e 6 meses no tribunal de apelação.
4. Como se inicia ou se pede um processo de nulidade matrimonial? Para iniciar um processo, é necessário apresentar um “escrito de demanda”, no qual se especifica: diante de que tribunal se introduz a demanda; o que se pede e contra quem; os dados e o domicílio do demandante e do demandado; os fatos que justificam a demanda. Também há outros requisitos e a maioria dos tribunais tem um “manual de instruções” que facilita a redação de tal escrito (c. 1504).

5. Em que se fundamenta a decisão dos juízes ao declarar válido ou nulo um matrimônio? O CDC (c. 1608) pede que, para que os juízes possam declarar um matrimônio nulo, é preciso ter “certeza moral”, que se desprende das provas apresentadas ao juiz (as declarações das partes, as declarações de algumas testemunhas, alguns documentos e inclusive alguns exames psicológicos que podem ser pedidos pelo juiz).
6. O processo de nulidade matrimonial tem um custo? Sim, como indica o CDC (c. 1649) e que se destina aos gastos do processo: pagamento da equipe do tribunal, dos peritos, correio, telefone, gastos de escritório etc. As pessoas que se encontram em uma situação econômica precária podem obter a redução dos custos processuais.
7. Dúvidas e consultas: se uma pessoa tem argumentos válidos para suspeitar da nulidade do seu casamento, pode pedir uma entrevista, totalmente gratuita, aos tribunais eclesiásticos. Em casos de dúvidas ou para saber mais sobre o processo de nulidade, pode procurar o tribunal mais próximo.

 

 

 



(Artigo publicado originalmente por SIAME) 

SOU CATÓLICA E DESCOBRI QUE MEU MARIDO É HOMOSSEXUAL, O QUE FAÇO?

Entenda por que a homossexualidade está intimamente vinculada à nulidade matrimonial.

 

Se o cônjuge mantém relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, o matrimônio poderia ser nulo por vícios de consentimento, e tudo indica que o mais correto seja iniciar um processo de nulidade matrimonial, ou seja, declarar que não houve matrimônio.
Dentro das causas que são motivo de nulidade do matrimônio canônico, encontram-se: os impedimentos dirimentes, os vícios de consentimento e as violações à forma de celebração.

O vínculo matrimonial surge do consentimento, sendo este o elemento mais decisivo do pacto conjugal e o que contém sua eficácia causal propriamente dita. Por isso, o consentimento não pode ser suprido pelo ordenamento jurídico.

E se o consentimento é anômalo ou está viciado, o próprio matrimônio é inválido ou nulo. Depois, é impossível reconhecer como válido um matrimônio quando houve intervenção de algum vício que afetou o consentimento dos contraentes ou de um deles.
A homossexualidade apresenta um vínculo estreito com a nulidade matrimonial, dado que, nos matrimônios contraídos por um homossexual, concorrem normalmente dois fatos com uma força que invalida o consentimento intercambiado.
Quais são estes dois fatos? O erro (por parte do cônjuge heterossexual) e a incapacidade consensual (por parte do cônjuge homossexual).

O erro se refere ao desconhecimento que a pessoa tinha da condição homossexual do eu cônjuge.

A heterossexualidade é uma qualidade substancial e identificativa da pessoa enquanto cônjuge, que se espera em uma pessoa com quem se deseja contrair matrimônio.
Segundo o Código de Direito Canônico, o erro sobre a pessoa torna o matrimônio inválido (1097, 1).
Este erro costuma ter um papel determinante na origem do consentimento, pois leva a pessoa a tomar a decisão de contrair um matrimônio pelo qual não optaria no caso de conhecer previamente a verdadeira tendência sexual do seu futuro cônjuge.
Um agravante é um dolo, quando a pessoa homossexual oculta sua condição de homossexual.

A incapacidade consensual (por parte do cônjuge homossexual) é a impossibilidade de assumir as obrigações essenciais do matrimônio por causas de natureza psíquica.
Que causas? Existem certos transtornos psicossexuais que afetam a estrutura pessoal do sujeito, que lhe impõem uma incapacidade psicopatológica de cumprir as obrigações essenciais do matrimônio.

Há antecedentes em casos de certos tipos de homossexualidade e de promiscuidade sexual.
E há unanimidade nos canonistas em afirmar que a verdadeira condição homossexual provocará diretamente a incapacidade do sujeito para assumir e cumprir as obrigações essenciais do matrimônio.

Por quê? A orientação sexual profunda do homossexual tem um significado verdadeiramente constitutivo da pessoa que afeta sua dimensão conjugal pela possível incapacidade de constituir o consórcio de toda a vida com o seu cônjuge – que exige pelo menos certa capacidade de relação e entrega interpessoal em todos os níveis (amoroso, afetivo, sexual etc.); afeta a complementariedade entre um homem (no sentido pleno da palavra) e uma mulher (no sentido pleno da palavra).

Por sua orientação sexual, a pessoa homossexual poderia carecer da capacidade necessária de fazer um consórcio heterossexual perpétuo, harmônico e exclusivo como o casamento, e causaria a invalidez do matrimônio pela incapacidade de assumir as obrigações essenciais do casamento.  





Pe. Henry Vargas Holguín 

LITURGIA DIÁRIA - A PORTA ESTREITA

Primeira Leitura (Ef 6,1-9)
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
1Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, pois isto é que é justo. 2“Honra teu pai e tua mãe” é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: 3“A fim de que tenhas felicidade e longa vida sobre a terra”. 4Vós, pais, não revolteis os vossos filhos contra vós, mas, para educá-los, recorrei à disciplina e aos conselhos que vêm do Senhor.
5Escravos, obedecei aos vossos senhores deste mundo com respeito e tremor, de coração sincero, como a Cristo, 6não para servir aos olhos, como quem busca agradar aos homens, mas como escravos de Cristo, que se apressam em fazer a vontade de Deus. 7Servi de boa vontade, como se estivésseis servindo ao Senhor, e não a homens.
8Vós o sabeis: o bem que cada um tiver feito, seja ele escravo ou livre, tornará a recebê-lo do Senhor. 9E vós, senhores, fazei o mesmo para com os escravos. Deixai de lado a ameaça; vós sabeis que o Senhor deles e vosso está nos céus e diante dele não há acepção de pessoas.
Responsório (Sl 144)
O Senhor cumpre sempre suas promessas!
O Senhor cumpre sempre suas promessas!
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!
Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração.
O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou.
 
Evangelho (Lc 13,22-30)

Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.
26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há muitos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.

 Reflexão

Neste Evangelho, alguém pergunta a Jesus sobre o número dos que se salvam. Na resposta, Jesus vai ao mais importante, que são as exigências para se salvar. É preciso esforço e uma vida austera, simbolizada pela porta estreita.
A salvação depende da nossa vontade, uma vez que Deus dá a todos as graças suficientes para que se salvem. Mas precisamos colaborar e fazer a nossa parte, o que não é fácil. O Reino de Deus não é para os acomodados ou covardes, mas para os esforçados e corajosos.
Precisamos lutar contra os desejos imoderados, e os nossos instintos, que nos puxam para o mal, pois a nossa natureza foi ferida pelo pecado.
Precisamos lutar contra o egoísmo, que bate de frente com o mandamento do amor. Lutar contra o comodismo, vivendo como se o céu já fosse aqui na terra. Tudo isso é “porta larga”, que não conduz à salvação.
“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti...’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’”
A prática da justiça é fundamental para se salvar. A virtude da justiça consiste em respeitar o direito dos outros, dando a cada um aquilo que é seu. Não adianta comermos e bebermos diante de Jesus, nem ouvi-lo nas praças, se não somos justos, honestos e verdadeiros, e se não cumprimos os nossos deveres. Esta é a porta estreita que nos leva ao Céu.
A vida cristã é realmente uma porta estreita. Por exemplo, as suas leis sobre o casamento, o uso do sexo, o perdão, o amor aos inimigos, a ajuda aos que precisam, a partilha dos bens com os necessitados... Não é fácil praticar a justiça e a honestidade, vivendo em um mundo que segue o caminho contrário.
Viver em Comunidade, junto com pessoas às vezes difíceis e complicadas, é também uma porta estreita.
Há pessoas que, atendendo ao apelo da Santa Igreja, tornam-se “discípulas e missionárias de Jesus Cristo, para que as pessoas tenham mais vida nele.”
“Há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”. Vamos “entrar pela porta estreita”, a fim de não termos decepções mais tarde.
Edel Quim nasceu na Irlanda, no começo do Séc. XX. Era uma garota muito bonita.
Desde que fez a primeira comunhão, ela recebia freqüentemente a Eucaristia. Ainda bem jovem, entrou na Legião de Maria, onde caminhou a passos largos na fé e na santidade.
Apesar de cobiçada por muitos rapazes, Edel decidiu não se casar, a fim de se dedicar tempo integral à Legião de Maria.
Em 1936, quando tinha 29 anos, Edel foi enviada para a África, a fim de difundir por lá a Legião de Maria. Conseguiu implantar o movimento em seis Países africanos: Quênia, Tanganica, Uganda, Niassalândia, Zanzibar e na ilha Maurícia.
Depois de dez anos na África, quando se preparava para iniciar a Legião em Nairobi, Edel contraiu a Tuberculose, que naquele tempo não tinha cura. Mesmo doente, a sua alegria e o seu entusiasmo não diminuíram.
Após sua morte, os legionários do Kênia foram a Nairobi e, com muita facilidade, implantaram a Legião naquele País.
Podemos dizer que Edel Quim assemelhou-se muito a Jesus, dando também a vida pelos irmãos. Aconteceu com ela o que Jesus disse: “Quem me come viverá por mim”.
Ela imitou também a Mãe de Jesus, já que o seu grupo chama-se Legião de Maria. Maria Santíssima e Edel Quim, rogai por nós!
 
 
 
 
 
Pe Queiroz

terça-feira, 28 de outubro de 2014

JESUS NA SUA TEMPESTADE.


 

Como você pode experimentar o Senhor Jesus Cristo na atual situação em que você se encontra, Ele que é maior que todos os seus temores, aflições e problemas insolúveis? Resposta: falando com Ele sobre todos esses assuntos! Você experimentará a Jesus como maior que tudo na medida em que contar tudo a Ele. Eu também não posso resolver os meus problemas, mas posso contá-los a Jesus. E, dizendo tudo a Ele, da maneira simples como uma criança, Ele toma os meus problemas num processo de troca, dando-me Sua alegria e Sua paz.
Você está em perigo? Então diga-o a Jesus. Proceda da maneira como os discípulos outrora. Quando estavam com seu barco em alto-mar, e o Senhor Jesus havia adormecido pelo cansaço, de repente começou um temporal furioso. As ondas batiam contra o pequeno barco. Os discípulos não puderam mais mantê-lo, perderam a esperança – e disseram-no a Jesus! Então Ele se mostrou como Aquele que é mais poderoso do que a tempestade mais assustadora. Jesus, "levantando-se, repreendeu os ventos e o mar." Por isso, fale com Ele sobre todos os seus problemas e perigos e sobre tudo o que vê ao seu redor. Então as ondas altas que o derrubam se acalmarão e o furacão que ruge dentro de você e ao seu redor cessará.

LITURGIA DIÁRIA - A ORAÇÃO E ELEIÇÃO DOS DOZE APÓSTOLOS.

Primeira Leitura (Ef 2,19-22)
 
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.
Responsório (Sl 18)
 
Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite publica esta notícia.
Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.
 
Evangelho (Lc 6,12-19)
 
12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

 Reflexão

Jesus nunca subestimou a sua missão. Ele sabia da grande responsabilidade que era escolher, dentre muitos, os doze apóstolos que seriam os continuadores da sua obra aqui na Terra. Portanto, Ele subiu à montanha para em oração ao Pai fazer o discernimento. Quando desceu Ele estava seguro de que os seus escolhidos eram aqueles à quem o Pai havia destinado para pôr em prática o seu projeto salvífico. Até Judas teve o seu papel específico no plano de salvação de Deus Pai. Muitas vezes nós também rezamos, fazemos o discernimento e no primeiro sinal de que algo não vai muito bem, nós começamos a duvidar da nossa oração e do direcionamento do Senhor. Fica para nós o exemplo: Jesus ainda não sabia que entre os escolhidos havia um traidor, mas nunca duvidou de que fez a escolha certa segundo a vontade do Pai.
Para muitas coisas na vida nós nos preparamos, nós nos aprimoramos, nós nos adestramos. Porém, nas tomadas de decisões nós nos confundimos e não temos o mesmo cuidado. Agimos por impulso, por sentimento, por preferências pessoais. Jesus veio ao mundo não apenas para nos salvar da morte eterna. Ele veio nos ensinar a viver a vida em harmonia com o pensamento de Deus e, assim, descobrir o que é ou não agradável ao Pai a fim cumprir no mundo a missão que nos é proposta.
Ele nos instrui sobre o que fazer antes de tomar qualquer decisão, de resolver qualquer problema, de escolher, de fazer opções, enfim, antes de enfrentar as multidões. “…foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus,” a fim de escolher os doze apóstolos a quem Ele entregaria a sua Igreja. Ao amanhecer Ele já sabia o que fazer: entre muitos Ele escolheu somente doze. Unicamente depois de escutar o Pai foi que Jesus tomou a iniciativa de reunir os seus discípulos e fazer a escolha conforme o Pai lhe havia segredado. Será que Jesus escolheu os melhores, os mais preparados, os mais capazes, os mais obedientes? Dentre os doze, haviam traidores, descrentes, pretensiosos, nenhum deles era exemplo de santidade. Porém, Jesus tinha a convicção de que aqueles lá eram os eleitos do Pai e por isso não relutou em chamá-los.
Muitas vezes nós também nos prostramos aos pés do Pai e pedimos orientação para a nossa caminhada. Falta-nos, no entanto, a paciência para esperar o fruto das escolhas que fazemos sob a orientação do Espírito. No primeiro contratempo nós já estamos nos decepcionando e nos frustrando, achando que fizemos as escolhas erradas e culpamos a Deus pelos acontecimentos. Jesus sabia que na sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os seus escolhidos. Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não desistiu e foi com eles, até o fim. Precisamos também nós, estarmos firmes e convictos em tudo quanto nos for revelado pelo Pai, em oração.
A sua Palavra é a garantia para confirmar o que Ele nos confidenciar durante a oração. Não tenhamos medo de confiar na força do Espírito Santo quando precisarmos de orientação. Jesus é o nosso modelo, o nosso Mestre e com Ele nós aprendemos a viver, sem temor, o que Deus nos mandar fazer.
Quando nós também subirmos à montanha para orar estejamos certos de que lá o Senhor nos dará a orientação segura para que possamos descer e enfrentar a multidão e até os traidores com serenidade e segurança. O que você faz quando tem que tomar uma decisão importante: pede o conselho dos homens ou o conselho de Deus? Você se reúne com alguém em oração para fazer suas opções de vida? Você pede ajuda a pessoas que têm intimidade com Deus? Você costuma orar pedindo discernimento para suas ações? Quando você reza e as coisas não acontecem de acordo com o que você esperava, qual é a sua reação? Você confia que o Senhor sempre dá o direcionamento seguro mesmo que haja algum contratempo em algum momento? Peça ao Senhor a graça da perseverança na oração.
O seu irmão, em Cristo Jesus, envia-lhe a benção do alto.






CN

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O FRACASSO DE JESUS.

O Deus que pode tudo não pode forçar o coração do homem.

 

Dizem que a bajulação é a arma letal dos homens fracos. Daqueles que não são claros e direitos. Daqueles que giram em torno das palavras buscando alcançar o próprio objetivo.

Reconheço que gosto das pessoas decididas, aquelas que dizem claramente aquilo que pensam, que permanecem fiéis aos seus princípios; aquelas que não camuflam suas intenções com bajulações. Gosto de gente franca, aberta, sem duplicidade. É triste ver como com a lisonja e a adulação atingem a alma. Acreditamos que somos especiais, únicos, escolhidos para uma grande missão. Quando a lisonja termina, podemos pensar que a vida é injusta, que esqueceram tudo aquilo que valemos, que deixaram de admirar o luto da nossa vida.
Jesus não se deixa bajular. Acredito que atinja Jesus, assim como atinge a um de nós, a falta de confiança daqueles que buscam fazê-lo cair em armadilhas. Jesus às vezes se entristece. Não consegue chegar a todos. Que impotência! O Deus que tudo pode não pode forçar o coração do homem. Pode apenas esperar e propor. Tão perto e tão distante. Muitos não o compreenderam, o julgaram, não foram capazes de reconhecer o Deus que caminhava perto deles, que comia junto com eles, amando-os, curando.

Puderam ver com os olhos e tocar com as próprias mãos, ouvir a sua voz forte e receber seu abraço, mas não o viram. Não souberam reconhecer a água que respondia à sede deles, a luz do caminho, a verdade das suas perguntas. Não souberam ver Deus quando falavam Dele em todos os momentos, que paradoxo! Não se abriram ao único capaz de acolher a busca deles, de pronunciar o nome deles e de sustentá-los na palma de Sua mão, de dar a eles uma casa. Foi o fracasso de Jesus. A sua desilusão, a sua impotência. Sentiu-se sozinho muitas vezes. A todos nós custa não ser acolhidos como somos, que façam conjecturas de nós, que nos taxem e não nos dêem oportunidade de mostrar como somos. Fazia mal a Jesus não conseguir chegar ao coração das pessoas. Às vezes vencendo perdemos, outras vezes perdendo, vencemos.

Jesus teria preferido perder diante dos fariseus. Gostaria de encontrar cada um e mostrar a todos como os ama aquele Deus do qual falavam, mas que não conheciam. 






Padre Carlos Padilla

O QUE É A PROVIDÊNCIA E COMO SE CONCILIA COM O LIVRE ARBÍTRIO?

Como age a Providência na vida de cada pessoa?

 

O que é a Divina Providência e como age na vida de cada pessoa? Como se concilia com o livre arbítrio?

Resposta do padre Athos Turchi, professor de filosofia:

Deus, tendo criado o mundo, não o abandona, mas cuida dele, sobretudo porque dentro dele habita o homem, do qual é Pai. Este “tomar conta” se chama Providência. O que quer dizer? Jesus explica com exemplos: “olhai as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros (…) Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem (…), nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles”, (Mt 6,25-34). O Pai “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,45).

Como uma mãe segue o filho e o provê de tudo aquilo que é necessário para que possa crescer ssaudável, educado, sábio, bom, da mesma forma é Deus. Até mesmo Jesus ressalta que o Pai faz isso não apenas para aqueles que o amam, mas também para aqueles que o odeiam, para que todos se sintam como seus filhos. Este cuidado, atenção, dedicação que Deus tem pelos homens é a Providência divina.

Como se concilia com o livre arbítrio? Muito bem! De fato, uma mãe quando toma conta do filho não o obriga a se tornar um advogado ou músico, não o obriga a saber todo o conhecimento humano, não o obriga a chegar a dois metros de altura, mas oferece as qualidades que depois colocarão o filho em condições de escolher o melhor para si mesmo, e o sentido que, por si próprio, gostará de dar à vida.

O livre arbítrio é a capacidade que o homem tem de determinar aquilo que quer fazer e escolher o melhor modo para poder tê-lo. Esta qualidade do ser humano, ou seja, a liberdade, não é absolutamente tocada por Deus. É garantido que, como diz Jesus, um homem pode até escolher blasfemar, odiar, insultar Deus, mas o Pai faz surgir também sobre ele o “seu” sol. O livre arbítrio, a possibilidade de escolher o sentido da própria vida, é limitado pelas circunstâncias históricas e humanas. Já Deus faz de tudo para que o homem não caia nas correntes do pecado e nas garras do mal, que são as verdadeiras restrições ao livre arbítrio. E Deus tem sempre e rigorosamente aplicado esta sua não intervenção nas escolhas humanas.

Obviamente devemos supor que Deus sabe tudo e conhece todos os homens em tudo aquilo que fizeram, fazem e farão. Como age Deus na vida dos homens? Dito que cada um é livre para escolher como dar sentido a sua vida, e dito que Deus também sabe disso, em geral se pode responder que Deus não intervém sobre este “direito absoluto” da pessoa de fazer aquilo que quer: a autodeterminação está no homem por excelência da sua natureza, se eliminada, a pessoa é destruída.

Todavia, Deus às vezes intervém, quando escolhe uma tal pessoa para uma tarefa particular ou especial, como no caso de São Paulo, que teria sido um ótimo carrasco e perseguidor dos cristãos, e como tal queria ser. Porém, Deus o chamou para fazer dele seu apóstolo, modificando, de fato, os propósitos de Paulo. Às vezes é verdade que Deus se serve de homens para fazer o bem aos homens, e neste caso pode intervir nas escolhas pessoais. Pode-se dizer que Deus, da eternidade, tinha escolhido Paulo para fazê-lo apóstolo, e foi contra as intenções de Paulo que, para servir o mesmo Deus, pensava que era preciso destruir os cristãos.

Um choque entre duas vontades, mas quando Paulo entendeu que aquele que o obrigava a outra coisa era aquele Deus que queria servir, disse “em mim a graça não foi em vão” (1Cor 15,10). Muitas vezes nos homens se faz presente aquilo que Deus quer deles, e frequentemente é aquilo que os homens o pedem, mas Ele o faz de maneira e formas discretas, e por isso os homens prosseguem implacáveis em suas direções, nem sempre ideais. Que Deus saiba perfeitamente como as coisas andarão não altera as livres escolhas humanas, e isso é visível quando um homem decide ir contra Deus. E Deus, como uma mãe, nada pode fazer mesmo mostrando aonde conduzirá a atitude do filho. 

 

 

 

 

Toscana Oggi