terça-feira, 31 de maio de 2016

UM DEUS COM UM ROSTO





 “Aquele que é a Palavra tornou-Se carne e viveu entre nós. Vimos a Sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

Certa vez li uma história : Uma mãe havia acabado de colocar seu filho na cama e estava para sair do quarto quando ele a chamou.
– Mamãe, a senhora não vai me deixar aqui sozinho, vai? Está tão escuro!
– Sim, eu sei que está escuro, mas Deus está aqui o tempo todo.
– Eu sei que Deus está aqui, mamãe, mas eu queria alguém com um rosto.
Sozinhos num mundo escuro, anelamos por Alguém com um rosto. Jesus deu a Deus um rosto humano.
Por intermédio de Jesus, Deus desceu como “carne e viveu entre nós”.
No tabernáculo do Antigo Testamento, Deus visitava Israel no Lugar Santíssimo, para que pudesse “habitar no meio deles” (Êx 25,8).

Depois, nos tempos do Novo Testamento, Deus Se tornou um ser humano com quem as pessoas da época conviveram e a quem, através dos Evangelhos, podemos ver com nossos próprios olhos.
Os atos, ensinos e atitudes de Jesus são os atos, ensinos e atitudes de Deus, pois Ele é Deus.
Aquele que é a Palavra estava com Deus. Cristo, “a Palavra”, existiu antes de visitar nosso mundo. Ele veio do Pai. O nome Cristo O designa como o Messias longamente esperado e plenamente Deus.
Cristo “tornou-Se carne”.

O nome Jesus refere-se a Ele como o bebê nascido em Belém de mãe humana. Assim, Ele é plenamente homem. Cristo Jesus é completamente Deus e completamente homem. Deus Se tornou homem e viveu entre nós. Ao tornar-Se um ser humano, Jesus deu ênfase ao tremendo valor, ao infinito valor que Deus atribui a cada um de nós. Ele respeita nossa dignidade e Se importa quando sofremos.

Jesus é solidário quando precisamos de um ouvido atento e quando estamos emocionalmente feridos. Após experimentar tudo isso como ser humano, Ele morreu para garantir-nos que desfrutaremos um dia uma vida perene, livre de desapontamentos e provações. Graças a Deus por isso! E graças a Deus por uma Pessoa com quem nos podemos relacionar agora.

Jesus é um ser humano real, vivo, tal como nós, a quem podemos seguir, amar e admirar, mas principalmente nos configurar.
Se o Humano não fosse bom, Deus não teria se Encarnado, tomado a humanidade, a natureza humana. Errôneo dizer isso, este pecado, esta limitação, este defeito, esta atitude, deste ou daquele é humano, pois errar é humano. Não! O Humano é bom, o erro é a consequência do pecado em nós, é a ruptura com a graça, é a desumanização da humanidade quando ferida pelo pecado.
O tigre não se "destigra", mas o homem se desumaniza.

Jesus é o rosto divino do homem, Jesus rosto Humano de Deus!(João Paulo II)
Em Cristo, o ser humano é elevado à condição divina; dessa maneira, encontramos traços divinos que são visíveis no rosto e na vida de cada criatura humana, quaisquer que sejam a situação e o contexto de sua trajetória histórica e terrestre. A imagem e semelhança de Deus estão projetadas no ser humano, em sua condição de criança, adolescente, jovem e adulto; por conta de sua dignidade, o rosto divino é identificado na pessoa simples, no doente, no analfabeto, no sábio, no artista, no trabalhador, no prisioneiro, no injustiçado, no convertido, no recém-nascido, no pedagogo, no aprendiz, no religioso, no pecador.

Embora desfigurado por causas injustas, revelam-se em Jesus Cristo os traços do rosto divino do homem. 
Para nós, portanto, o Mestre é Jesus Cristo; não há outros mestres ou salvadores, não há outros caminhos ou mediadores. Só nele está a nossa vida: nele, Deus vem ao homem, dá-se incondicionalmente à humanidade, curando-a, renovando-a e apontando-lhe o caminho novo da nova criatura restaurada no rosto humano de Deus em Jesus. Somente nele o homem se supera realmente e chega à sua verdadeira medida.

Rosto divino do homem, rosto humano de Deus! Não há subversão mais eficaz nem mais libertadora contra os totalitarismos, ditaduras, modas ou prisões ideológicas – inclusive as do próprio cristianismo – que afirmar que só ele, Cristo Jesus, é o nosso Mestre e Senhor!
Jesus é o rosto de Deus Humano. E nele nós temos que retomar aquela "imagem e semelhança" que fomos criados no Paraíso. 
“Quem faz entrar Cristo na sua vida, nada perde, nada absolutamente, nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta. Assim, eu gostaria com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida pessoal, de vos dizer hoje: não tenhais medo de Cristo! Ele nada tira, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira!”(Como dizia o Santo Padre Papa emérito Bento XVI, no início do seu pontificado).

O Papa Francisco a nós convocar para este ano jubilar da misericórdia em sua Bula diz logo no inicio: “Jesus é o rosto da misericórdia do Pai...”
Com esta frase, o papa Francisco inicia a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Desta forma, aprendemos que é possível ver, sentir e ser tocado pela Misericórdia, pois em todas as ações de Jesus vemos a misericórdia do Pai. A misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, é sempre assim que Deus vem ao nosso encontro. Somos convidados a conhecer mais sobre este poder da misericórdia de Deus que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão através deste Deus com um rosto humano Jesus.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pe.Emílio Carlos Mancini
Diocese de São Carlos .

LITURGIA DIÁRIA - AQUELA QUE ACREDITOU

 
1a Leitura - Sofonias 3,14-18
3 14 Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém!
15 O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça.
16 Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: "Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços!
17 O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito
18 como num dia de festa. Suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha que pesa sobre ti".
Palavra do Senhor.


Salmo - Is 12
O santo de Israel é grande entre vós.

 eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;

o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.

Com alegria bebereis do manancial da salvação.


E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,

invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,

entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

 
Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,

publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!

Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,

porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”

 
Evangelho - Lucas 1,39-56
Aleluia, aleluia, aleluia.
És feliz porque creste, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"
46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa".
Palavra da Salvação.


Reflexão

Maria não reteve nada para si! Entregue ao Espírito Santo ela se determinou a servir a Deus. Não perdeu tempo e, se oferecendo para ser serva do Senhor, correu para ajudar Isabel, sua prima, que precisava da sua ajuda. A visita de Maria a sua prima Isabel e o canto do Magnificat retratam para nós a sua humildade e submissão à vontade do Pai. Mesmo reconhecendo a sua pequenez, ela assumiu a missão de Mãe do Salvador, e não ficou nos lauréis que o título lhe conferia. O Espírito Santo confirmou-a como mãe do Senhor quando João Batista pulou no ventre de Isabel e esta exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” E completou, dizendo: “Bem aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Como para confirmar toda a graça que recebeu de Deus Pai e inspirada nos livros do Antigo Testamento Maria cantou o Magnificat assumindo ser bem aventurada pelos prodígios que nela aconteciam. Por isso, afirmou: “doravante todas as gerações me chamarão bem aventuradas, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”. Assim como Maria, somos também bem aventurados, porque acreditamos nas promessas do Senhor e cheios (as) do Espírito Santo sentimos a presença de Jesus que nos motiva a ir ao encontro das Isabel que hoje estão à nossa espera. Nossa Senhora é nosso modelo, por isso, agradecidos, nós também dizemos quando rezamos o rosário: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” – Você acredita que Nossa Senhora está no céu ao lado de Jesus e que intercede por nós? – Você tem Nossa Senhora também como sua mãe? – Como é a sua devoção para com Maria? – Você costuma rezar o terço e pedir a sua benção? – Ore hoje com Maria e sinta o carinho e a ternura dela, como sua mãe, rainha do céu e da terra!










Helena Serpa

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O QUE É O SANTÍSSIMO SACRAMENTO?

Nas discussões religiosas, mais do que nas outras, é indispensável entender bem e, por consequência, saber bem claramente o que se fala.
Como vamos falar do Santíssimo Sacramento, para estabelecer claramente a realidade da presença de Nosso Senhor na Eucaristia, comecemos por expor algumas palavras o que ensina a Igreja Católica sobre este grande mistério. Antes de tudo, devemos evitar mal-entendidos. 

A fé nos mostra que Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, querendo habitar em meio à sua Igreja até o fim do mundo e provar constantemente a fé de seus fieis, instituiu o sacramento da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, no Cenáculo, na cidade de Jerusalém, algumas horas antes de começar sua dolorosa Paixão.
Ele tomou o pão ázimo (isto é, sem fermento), abençoou-o e, por sua onipotência, transformou-o na própria substância de seu corpo; depois tomou um cálice, que encheu de vinho, abençoou-o e consagrou-o na substância do Seu Sangue divino;
De tal maneira que os apóstolos, ao receber o que Jesus lhes apresentou, receberam não pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, o próprio Jesus Cristo, oculto sob as aparências do pão e do vinho.
A fé nos mostra que na hóstia consagrada o Corpo do Salvador é vivo, todo inteiro, unido ao Seu Sangue, à sua alma e à Sua divindade; o mesmo se dá em cada partícula da Santa Hóstia: Jesus Cristo está realmente, substancialmente e corporalmente presente, como na Hóstia inteira.
Quando o sacerdote toma a Hóstia, ele não parte o Corpo do Senhor, mas somente o sinal sensível, a aparência do pão, que vela este Corpo divino e que o torna presente no altar.
No cálice, Jesus Cristo está igualmente presente todo inteiro. Seu Sangue adorável está aqui, cheio de vida, unido ao Seu Corpo, à Sua alma e à Sua divindade.
Jesus Cristo está presente em cada gota de vinho consagrado, como em cada partícula da Santa Hóstia.
A Eucaristia é, pois, um Sacramento (isto é, um sinal exterior) que contém realmente e substancialmente Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus feito homem sob as espécies do Pão e do Vinho.
O Sacramento da Eucaristia torna presente no meio de nós, ainda que velado a nosso olhar, nosso Divino Salvador, como seu Corpo, seu Sangue, sua alma e sua divindade. Como é o mais augusto, o mais santo de todos os sacramentos, é chamado o Santíssimo Sacramento, o Sacramento por excelência.
Graça por excelência
Dá-se a ele também o nome de Eucaristia; esta palavra vem do grego e significa a graça por excelência. O Santíssimo Sacramento é, pois, o bom Deus; é Jesus Cristo que está aqui, corporalmente presente em meio aos cristãos.
Como outrora em Belém, em Nazaré, em Jerusalém, o Filho eterno de Deus, estava por sua humanidade, realmente presente no meio dos homens; assim, pelo Santíssimo Sacramento, Ele continua a habitar realmente no meio de Deus.
Não o vemos, mas Ele está igualmente presente, como um homem está realmente presente numa habitação, mesmo estando escondido atrás de uma cortina.
O véu que na Eucaristia, nos oculta Jesus Cristo são as espécies sacramentais, isto é, as aparências do pão e do vinho. Em Jerusalém, o véu que ocultava aos judeus a divindade do Salvador era a sua humanidade.
Os judeus deviam crer na divindade, que eles não viam, e que, no entanto, estava realmente presente: nós devemos crer igualmente naquilo que não vemos, isto é, na divindade e na humanidade de Jesus Cristo, ambas presentes sob o véu da Hóstia consagrada.
A Igreja nos ensina ainda que os sacerdotes, e somente eles, recebem de Deus, por meio do Sacramento da Ordem, o poder de consagrar, isto é, de mudar o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo.
Eles o Fazem em uma cerimônia religiosa augustíssima que se chama Missa, a qual todos os cristãos estão obrigados a assistir ao menos todos os domingos e em certas festas, sob pena de pecado mortal.
No meio da Missa, no momento solene que se chama consagração ou elevação, o sacerdote, como outrora Jesus Cristo no Cenáculo, transforma o pão e o vinho no Corpo e o Sangue no Filho de Deus.
Esta mudança milagrosa se chama transubstanciação, isto é, transformação da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor.
O sacerdote e os cristãos que estão preparados comungam, isto é, recebem o próprio Cristo, a fim de permanecer mais fieis e de ama-lo mais.
Após a Santa Missa, o Santíssimo Sacramento é respeitosamente conservado sob a espécie do pão e guardado no sacrário no meio do altar. É assim em nossas Igrejas, mesmo em meio aos mais pobres vilarejos, nosso grande Deus habita noite e dia no meio de nós.
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: “A Presença Real e os Milagres Eucarísticos” / Mons. de Ségur - aascj.org.br

LITURGIA DIÁRIA - A ÉPOCA DA COLHEIRA ESTÁ PRÓXIMA.

 
1a Leitura - 2 Pedro 1,2-7
Leitura da segunda carta de São Pedro
1 2 Caríssimos, graça e paz vos sejam dadas em abundância por um profundo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor! 3 O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. 4 Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo. 5 Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, 6 à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, 7 à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade.
Palavra do Senhor.


Salmo - 90/91
Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.

Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor onipotente,
Diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".

"Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo
e protegê-lo, pois meu nome ele conhece.
Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo,
A seu lado eu estarei em suas dores.

Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, vou conceder-lhe vida longa e dias plenos
E vou mostrar-lhe minha graça e salvação".

 
Evangelho - Marcos 12,1-12
Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo, a fiel testemunha, primogênito dos mortos, nos amou e do pecado nos lavou, em seu sangue derramado (Ap 1,5).

 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

12 1 E Jesus começou a falar-lhes em parábolas. “Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a vinhateiros e ausentou-se daquela terra.
2 A seu tempo enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles uma parte do produto da vinha.
3 Ora, eles prenderam-no, feriram-no e reenviaram-no de mãos vazias.
4 Enviou-lhes de novo outro servo; também este feriram na cabeça e o cobriram de afrontas.
5 O senhor enviou-lhes ainda um terceiro, mas o mataram. E enviou outros mais, dos quais feriram uns e mataram outros.
6 Restava-lhe ainda seu filho único, a quem muito amava. Enviou-o também por último a ir ter com eles, dizendo: ‘Terão respeito a meu filho!’
7 Os vinhateiros, porém, disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro! Vinde, matemo-lo e será nossa a herança!’
8 Agarrando-o, mataram-no e lançaram-no fora da vinha.
9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá e exterminará os vinhateiros e dará a vinha a outro.
10 Nunca lestes estas palavras da Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.
11 Isto é obra do Senhor, e ela é admirável aos nossos olhos’?”
12 Procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque tinham entendido que a respeito deles dissera esta parábola. E deixando-o, retiraram-se.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

O Evangelho de hoje nos conduz a uma reflexão sobre a nossa adesão ao projeto de Salvação que o Pai tem para que vivamos desde já as Suas promessas de vida eterna. Talvez, nós também, como no tempo de Jesus, estejamos dando pouco crédito às investidas de Deus para que possamos cumprir a missão de entregar a Ele os frutos da vinha que nos foi arrendada. Somos nós os vinhateiros a quem o Senhor entregou a sua vinha e a época da colheita está cada vez mais próxima. Os emissários são os profetas a quem muitas vezes não damos ouvidos, é a Igreja que nos exorta por meio do Santo Padre o Papa e seus ministros.  São também os que pregam a Palavra de Deus e tentam lançar a Sua semente no terreno dos nossos corações. Conscientes ou não, nós também conseguimos matar e enterrar a mensagem do Evangelho para colocar em evidência as nossas convicções originárias da nossa humanidade decaída pelo pecado. Jesus Cristo foi enviado pelo Pai justamente para nos dar o conhecimento do Seu amor e da sua misericórdia, mas muitos   ainda hoje O rejeitam e O tratam com indiferença. Até mesmo aqueles que se dizem cristãos e estão dentro da Igreja, frequentam os sacramentos, fazem pouco caso dos ensinamentos de Jesus confundindo as pessoas e interpretando a Palavra de acordo com a sua realidade e em benefício próprio. Assim, sendo, pregam e aceitam a teoria do aborto, do “não tem faz mal”, tudo é lícito, tudo é permitido, “o que vale é ser feliz”. Será que percebemos que agindo assim nós estamos fazendo igual aos agricultores da vinha? Devemos meditar muito sobre isto: - Será que estamos rejeitando a Jesus com as nossas incoerências de vida?  - Jesus veio para todos ou só para os meus? – O que você tem feito com os mensageiros do Senhor na sua vida? – Quem são os agricultores de hoje? – Qual a nossa responsabilidade na vinha do Senhor? – A quem estamos matando? – Você também acha que tudo é relativo?
 
 
 
 
 
 
Helena Serpa

sexta-feira, 27 de maio de 2016

A FELICIDADE DA DEPENDÊNCIA.



Anunciacão da Virgem Maria - Santuário da Basilica da Misericordia - Macerata - Italia..jpg

Maio é, de todos os meses consagrados pela piedade popular a alguma devoção específica, o mais antigo. Oficialmente reconhecido como o mês de Maria desde há trezentos anos, provém, contudo, de uma tradição que remonta à primeira Idade Média; nos tempos modernos, contou com inúmeros propagadores, entre os quais muitos jesuítas e o famoso São Filipe Néri.

Uma das primeiras palavras de Maria nos Evangelhos é sua resposta ao Anjo: "Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Desta forma - Mãe de Deus e Rainha do Céu -, submetia totalmente à vontade do Senhor os rumos mais centrais de sua vida, renunciando absolutamente a influir neles com seu próprio arbítrio.

Esta atitude de entrega se fundamenta na clarividência que Ela tinha a respeito da contingência decorrente de seu estado de mera criatura, e cuja compreensão era proporcional à sua sabedoria ímpar. Ora, longe de induzi-La à revolta, esta dependência era motivo de alegria, por discernir serem as vias de Deus perfeitíssimas, e "tão acima das dos homens quanto o céu sobre a terra" (Is 55, 9).

Ademais, de todos os seres criados, nenhum recebeu tanto quanto Ela. Esses dons gratuitos suscitavam em sua alma imensa gratidão motivando um extraordinário empenho de retribuição, o qual ainda se revestia de ardente e puríssimo amor. Este, quando é veemente, não descansa até formar um só com o objeto amado, ao qual se entrega irrestritamente. E era tal o desejo de Maria de pertencer a Deus, e de ter parte com Ele, que resultou numa união indissolúvel, tão bem descrita por São Paulo: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gal 2, 20). Ora, quem realmente ama, ao alcançar esta meta, se desfaz em alegria!...

Deste amor nasce, na Virgem, sua confiança em Deus, ancorada na certeza absoluta da bondade, retidão e perfeição de suas vias. Por isto, e de maneira sumamente sapiencial, Ela Se consagra como escrava da vontade divina; e Se entrega porque confia, confia porque ama, e ama porque crê. E porque não temeu entregar-Se nas mãos de Deus, este não temeu entregar-Se nas mãos d'Ela. É o prêmio dos escravos, e sua suprema felicidade: à maneira de cânticos responsoriais, ao "fiat mihi secundum verbum tuum" (Lc 1, 38) responde- -se "magnificat anima mea Dominum" (Lc 1, 46).

Ora, a via da imitação da Virgem Maria está aberta a quem desejar: por uma regra de três, entregar-se a Ela como Ela Se entregou a Deus. Assim, a escravidão de amor consiste num auge de confiança, de humildade, de submissão, de dependência... e resulta num auge de felicidade. Com efeito, nossa glória está em glorificar a Deus, mas lográ-lo redunda em maior alegria para nós mesmos. Por isto, já dizia Jesus que "quem quiser ser o maior, seja o último de todos" (Mt 20, 27), de forma que, no cume do Céu, encontraremos aqueles que amaram, viveram e agiram como escravos de Deus: outros Cristos, outras Marias.  
 
 
 
 
 
 
blog peemilio

LITURGIA DIÁRIA - FIRMES NA ORAÇÃO E NA AÇÃO.

1a Leitura - 1 Pedro 4,7-13
Leitura da primeira carta de são Pedro.
4 7 O fim de todas as coisas está próximo. Sede, portanto, prudentes e vigiai na oração.
8 Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
9 Exercei a hospitalidade uns para com os outros, sem murmuração.
10 Como bons dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu:
11 a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade! Amém.
12 Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária.
13 Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada sua glória.
Palavra do Senhor.


Salmo - 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra.

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”

Ele firmou o universo inabalável,

e os povos ele julga com justiça.

 
O céu se rejubile e exulte a terra,

aplauda o mar com o que vive em suas águas;

os campos com seus frutos rejubilem

e exultem as florestas e as matas.


Na presença do Senhor, pois ele vem,

porque vem para julgar a terra inteira.

Governará o mundo todo com justiça

e os povos julgará com lealdade.


Evangelho - Marcos 11,11-26
Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jô 15,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
11 11 Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para Betânia com os Doze.
12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome. l3 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos.
14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.
15 Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16 Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo.
17 E ensinava-lhes nestes termos: "Não está porventura escrito: ‘A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações’? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões”.
18 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina.
19 Quando já era tarde, saíram da cidade.
20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.
21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"
22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.
23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.
24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.
25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados.
26 Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados."
Palavra da Salvação.


 Reflexão

Neste Evangelho vemos Jesus agindo em três momentos diferentes nos levando a perceber a expectativa de Deus em relação a cada um de nós e como as coisas que nos acontecem são consequências das nossas ações. Primeiramente o evangelista Marcos ressalta que Jesus, ao entrar no templo de Jerusalém observou tudo, mas como era tarde seguiu adiante com os doze para Betânia. No outro dia ao voltar para Jerusalém, teve fome e procurou frutos na figueira e lá só encontrou folhas,... “ pois não era tempo de figos”. Por isso, a figueira foi amaldiçoada.  E depois, novamente no templo Jesus expulsa os vendilhões que faziam da casa de Deus uma “toca de ladrões”. Por fim, diante da figueira seca até a raiz Jesus revela aos Seus discípulos que com a fé e a oração eles poderiam fazer acontecer tudo aquilo em que acreditassem. A mensagem que podemos tomar para nós é que o Senhor também mantém expectativa para nós, nos observa e nos exorta a permanecermos firmes na oração e na ação a fim de que possamos dar frutos de santidade e de justiça. Ainda hoje Jesus sente fome dos nossos frutos bons, pois somos as “figueiras” de hoje onde Ele procura figos para saciar a Sua fome. Jesus tem fome do nosso amor expressado em atos concretos de santidade e de justiça, tem fome do nosso zelo pela Sua casa, da nossa oração, da nossa confiança, da nossa fé, no entanto, parece que só tem encontrado, quando muito, a nossa “boa vontade”. Isso acontece, porque muitas vezes, nós, como a “figueira”, nos preocupamos muito com a aparência, nos ocupamos com o ter conhecimento das coisas temporais, desejamos ser instruídos e, por isso, nos tornamos admiráveis aos olhos humanos. Queremos servir a Deus, mas nos revestimos de uma capa atraente sem nunca alcançar o tempo de dar frutos bons e agradáveis ao Senhor. Confundimos o que é do Espírito com o que é da nossa humanidade e mesmo até com o que é demoníaco. Por isso, nós, como a figueira, secamos e nos autodestruímos.  Jesus tem fome do fruto do Seu Espírito em nós. O fruto do Espírito é o AMOR que tem de ser colhido sempre, pois toda hora é tempo de semear e de colher amor. Amor semeado tem colheita certa. A figueira dá figos, o homem, amor! O homem e a mulher que não dão frutos de amor são estéreis. Muitas vezes, porém, nós estamos desvirtuados da nossa condição primeira, porque nos deixamos invadir pelos “vendilhões” e o templo do nosso ser torna-se também uma “cova de ladrões”!  São os maus pensamentos, as maquinações, a vaidade, a falta de perdão, o sentimento de vingança, etc.   Precisamos também, como Jesus, expulsar de dentro do nosso coração tudo que nos impede de dar frutos de santidade – Como está o templo do seu coração? – O que você tem pedido na sua oração? – Quais os frutos que você tem para matar a fome de Jesus? – A sua casa é uma casa de oração?  






Helena Serpa

quinta-feira, 26 de maio de 2016

QUAL A ORIGEM DA FESTA DE CORPUS CHRISTI?


eucharist_in_monstrance 


A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.

Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.
Eucaristia: Presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados
Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na missa desde os primórdios da Igreja.

Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao mundo resultados impressionantes:
A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.
O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o sangue continua líquido.
Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas.
São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus.
Todas as células e glóbulos continuam vivos.
A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi símbolo de amor!).
Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.
A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!







Prof. Felipe Aquino

LITURGIA DIÁRIA - DEUS NÃO QUER AGIR SOZINHO

1a Leitura - Gênesis 14,18-20
Leitura do livro do Gênesis.
14 18 Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho,
19 e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e terra!
20 Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Palavra do Senhor.


Salmo - 109/110
Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem do rei Melquisedeque!

Palavra do Senhor ao meu Senhor:
“Assenta-te ao lado meu direito
até que eu ponha os inimigos teus
como escabelo por debaixo de teus pés!”

O Senhor estenderá desde Sião
vosso cetro de poder, pois ele diz:
“Domina com vigor teus inimigos”.

“Tu és príncipe desde o dia em que nasceste;
na glória e esplendor da santidade,
como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”

Jurou o Senhor e manterá sua palavra:
“Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem do rei Melquisede!”

 
2a Leitura - 1 Coríntios 11,23-26
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
23 Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão
24 e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.
26 Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha.
Palavra do Senhor.


Evangelho - Lucas 9,11-17
Aleluia, aleluia, aleluia. Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver! (Jo 6,51)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 11 Logo que a multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.
12 Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: “Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem”, porque aqui estamos num lugar deserto.
13 Jesus replicou-lhes: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Retrucaram eles: “Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo”.
14 (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
15 Assim o fizeram e todos se assentaram.
16 Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.
17 E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

O CORPO DE DEUS está à disposição para ser alimento de todas as almas em qualquer momento e em todas as circunstâncias da nossa vida, não importando se a hora já está adiantada. No entanto, neste Evangelho Jesus nos amostra o que precisa de nós para que este milagre aconteça. Deus não quer agir sozinho!  Quando acolhia as multidões e lhes falava do reino de Deus curando-as das suas mazelas físicas e espirituais, Jesus já sabia de que elas precisariam de alimento para o resto da caminhada. Sabia que somente a cura e o anúncio do reino de Deus não os sustentariam depois que saíssem dali. Sabia que com a chegada do fim do dia, ao entardecer eles iriam enfraquecer. Por isso, Ele se voltou para os Seus discípulos, que já estavam fortes e bem alimentados, e deu-lhes instrução para que eles mesmos dessem de comer àquelas pessoas, dizendo: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Jesus sabia que os Seus discípulos tinham algo para oferecer, o que, mesmo sendo pouco, daria para nutrir uma multidão e, para muito mais. Eles, porém, subestimavam o que possuíam e apelavam para a maneira mais prática e confortável: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. No entanto, Jesus nem aventou com essa possibilidade e prosseguiu com as Suas instruções: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. E depois de tomar os cinco pães e os dois peixes que os discípulos colocaram à disposição, “Jesus elevou os olhos para o céu, abençoou-os e deu aos discípulos para distribuí-los à multidão”. É essa a metodologia de Jesus para nós, seus discípulos e discípulas: fazer-nos participantes dos Seus milagres entre os homens aqui na terra. Jesus poderia ter rogado ao Pai e do nada o milagre teria acontecido, no entanto, Ele nos mostrou que a nossa participação é imprescindível. A Sua Palavra nos serve de alimento e de instrução para que os prodígios aconteçam por meio de nós. A PALAVRA DE DEUS é alimento comparável AO CORPO E SANGUE DO SENHOR. Quando anunciamos a Palavra e a interpretamos sob a luz do Espírito Santo estamos saciando a fome de Deus que as pessoas têm. São, os nossos cinco pães e dois peixinhos os quais, colocamos à disposição para que Deus realize o milagre. Precisamos, no entanto, seguir as instruções do Mestre e fazer com que as pessoas se assentem e formem grupos homogêneos, com a mesma disposição, com a mesma fome e vontade de se alimentar, com os mesmos objetivos e propósitos, do contrário estaremos “malhando com ferro frio”. Jesus não nos mandou distribuir alimento aleatoriamente, de acordo com a nossa vontade própria, apregoando o que pensamos e entendemos. Ele nos deu um caminho e nos instruiu a segui-lo. Assim com precisa de nós para alimentar o povo com a Sua Palavra, da mesma forma Deus precisa da nossa participação na Eucaristia quando o milagre da transubstanciação acontece. A nossa parte é ofertar a Ele a matéria do pão e do vinho que são os frutos do trabalho do homem. No entanto, não bastam apenas o pão e o vinho material, mas o nosso acolhimento espiritual manifestado pela fé na presença real de  JESUS na HÓSTIA CONSAGRADA. SEM a nossa fé estaremos comungando inútil e indignamente. A fé é quem nos faz sair do nosso comodismo e vestir a veste de Cristo nos tornando um com Ele. – A sua alma precisa de alimento? – Aonde você tem ido buscar esse alimento? – Você tem conseguido “sentar-se” para participar da ceia? – Você tem ido aos lugares onde existe alimento? – Qual é a sua participação nos milagres que Cristo realiza na vida das pessoas? – Você se sente inserido neste mistério? – Você tem tido paciência com as pessoas que estão famintas de Deus e não sabem manifestar isto? – Como e que você conhece quando uma pessoa tem fome de Deus?   




Helena Serpa

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O VALOR DAS PROVAÇÕES

 
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tiago 1,2).
Meus amados como nos é difícil compreender que as provações fazem parte do plano de Deus para promover a nossa maturidade cristã.

As fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó (Jó 1,6-12); do nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37,14-28; 50.20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absolutamente certa, Deus está monitorando cada uma delas visando nossa edificação.

Até o presente momento, ainda não me chegou nenhum irmão pulando de contentamento e em brados de alegria, confessando: “Padre, estou muito feliz porque a minha vida está cheia de provações!” Imagine alguém chegando a você e dizendo: “À medida que os meus problemas aumentam, a minha alegria transborda.” Talvez ficássemos assustados; acharíamos estranho, por uma razão muito simples: não estamos observando nem obedecendo o imperativo do “tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1,2). Pulamos, sim, de contentamento quando recebemos as “bênçãos”. Entenda-se por “bênçãos” tudo aquilo que sacia o nosso desejo de ter e possuir, além do que proporciona bem-estar. As bênçãos de Deus na nossa vida incluem tanto aquelas que produzem prazer, como aquelas que causam dor. 

Quando Paulo recebeu o “espinho na carne”, este causava-lhe dor e sofrimento, mas era bênção de Deus na vida do apóstolo. Sem a bênção do espinho ele poderia se ensoberbecer e, consequentemente, envergonhar o evangelho. Quando a fonte da nossa alegria consiste nas bênçãos que Deus oferece e não no Deus que oferece as bênçãos, a nossa alegria está fadada à instabilidade; a nossa fé, à fraqueza; e o nosso relacionamento com Deus à confusão. Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas vão aos templos com um único objetivo: receber bênçãos de Deus.

Desejam a cura de uma enfermidade, um emprego, a restauração da empresa que está às portas da falência, um livramento, enfim, a solução de problemas que atingem a todos os mortais. Não constitui pecado buscar as bênçãos de Deus. Jesus mesmo nos incitou a pedir. Porém erramos o alvo quando fazemos da dádiva divina o nosso deus. Erramos, também, quando a busca da bênção é o fator que motiva nossa ida aos cultos , as missas. Deus deve ser a razão do nosso culto, da nossa vida, a finalidade exclusiva do nosso serviço, o motivo supremo da nossa alegria.
“Homem de dores e que sabe o que é padecer”, assim era Jesus de Nazaré. Sofreu rejeição. Padeceu por fazer a vontade de Deus. Foi perseguido e desprezado. Mas não perdeu a doçura em meio às lutas. As provações não deixaram Jesus amargurado. Continuava sereno. Mesmo tendo uma “agenda apertada”, atraía as crianças e lhes dispensava atenção. Apesar das dificuldades, contemplava e ensinou os Seus discípulos a contemplar os lírios do campo e as aves do céu. Instruiu-os a cultivar a arte da contemplação. 

Ensinou-lhes a vencer as inquietações do
cotidiano tirando lições da natureza. Jesus tinha motivos para a amargura, para o ódio. Foi traído pelo preço de um escravo, trocado por um homicida e crucificado como um malfeitor. Senhor das Suas emoções e fiel guerreiro contra o ódio e a amargura, Jesus optou pelo amor. Mesmo crucificado, sofrendo as mais terríveis dores, não Lhe faltou ternura para transmitir graça e perdão àqueles que só lhe causaram males. Seguimos os passos do nosso Mestre quando temos alegria, serenidade e ternura nas provações.

Fé aprovada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, resultado direto dos testes de que Deus faz uso para promovê-la, induz o fiel a continuar caminhando mesmo quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. Ela induz o fiel a continuar crendo em Deus e em Sua Palavra mesmo quando a dor não passa, quando a doença prevalece sobre a saúde, quando o emprego não vem; embora haja perdas e danos, sua fé permanece inabalável.

Evidentemente o poder transformador não está na dureza das tribulações, mas no Espírito Santo que age. Este, sabiamente, faz uso das circunstâncias e dos acontecimentos para nos instruir e nos moldar.
 
 
 
 
 
 

Pe.Emílio Carlos