quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O SANTO NOME DE MARIA TEM UMA VIRTUDE ESPECIAL CONTRA OS DEMÔNIOS


Afirmo que, entre todas as práticas devotas, nenhuma há que tanto agrade a nossa Mãe, como recorrer frequentemente à sua intercessão. Peçamos-lhe, pois, auxílio em todas as necessidades particulares. Por exemplo: quando vamos solicitar ou dar conselhos, nos perigos, nas aflições e tentações, principalmente nas tentações contra a pureza.

Certamente nos há de socorrer a divina Mãe, se a ela recorremos com a antífona Sub tuum praesidium, ou com a Ave-Maria, ou com a simples invocação de seu santíssimo nome, que tem uma força particular contra os demônios.

O beato Sante, padre franciscano, em uma tentação contra a pureza, recorreu a Maria e ela, aparecendo-lhe imediatamente, pôs-lhe a mão sobre o peito e o livrou do pecado. Em tais ocasiões também é bom beijar ou tomar nas mãos o Rosário ou o escapulário, ou então olhar para uma imagem da Virgem Maria. Note-se que lucra cada vez 300 dias de indulgência quem pronunciar devotamente os nomes de Jesus e de Maria.



Santo Afonso-Maria de Ligório

A ESCOLHA DO ÚLTIMO LUGAR.

 

A morte de Cristo nos apresenta o Deus "novo", o Deus cuja sabedoria é imprevisível e impensável, tão distante da sabedoria humana que ninguém poderia encontrá-la.
O início da verdadeira sabedoria, diz-nos aquele que perscruta os pensamentos de Deus, é o reconhecimento de que a fonte da verdade não está naquilo que o homem experimenta ou deseja espontaneamente. Deus oferece a glória não aos poderosos mas, aos fracos; cerca de dúvida e de mistério os que presumem além de suas possibilidades.

Só Deus conhece o que há de secreto em todos os corações e pode revelar-lhes o mistério de verdade que trazem em si mesmos. Quando o homem começa a reconhecer os limites da própria busca, a incerteza ou a insegurança das próprias conclusões, a falência das suas fadigas, está disposto a receber a sabedoria que Deus quer revelar-lhe (1ª leitura).
Jesus é a sabedoria de Deus. Seu ensinamento é novo e revoluciona tudo. Um chefe dos fariseus convida Jesus e ele aceita participar de um daqueles banquetes em que os sábios do tempo se reuniam para conversações brilhantes sobre uma virtude ou uma grande personagem do assado. Mas Jesus não participa nisso, e denuncia a "regra" do arrivismo e do interesse, falando de virtudes desconhecidas: a humildade, que escolhe o último lugar; o amor gratuito, que escolhe os desprezados (evangelho).
A nova dinâmica iniciada por Cristo
Mas Jesus seria um entre os muitos mestres de virtude, se não tivesse vivido até o fim sua palavra, e se sua pessoa, sua palavra, sua vida não fossem a revelação definitiva de Deus. A cruz é sua sabedoria, seu livro, sua palavra reveladora. A morte de Jesus não é o fim de uma tentativa de instaurar um novo reino: é o seu ato de nascimento; aquele que, impotente, está suspenso no lenho é seu chefe, seu fundador.
Pela cruz se inicia um povo novo, cuja unidade está baseada no amor, fruto de uma conversão. Converter-se à sabedoria de Deus é crer na cruz, crer que a verdade do amor tem na morte o seu teste. Quem entra no reino começa uma nova sabedoria. A segurança não está na prudência humana nem na posse das forças do domínio. A prudência humana não põe humanidade a caminho de novas realizações, para o risco de um amor mais universal; a sede de domínio, a competição fazem vítimas, não dão a vida.
No último lugar, para servir
Cristo nos revela que a vitória coincide com a aparente derrota; e a sua força está naquilo que os outros consideram uma fraqueza. Revela-nos que a verdadeira riqueza está na pobreza, a verdadeira liberdade no faze se escravo, a vida se realiza quando a perdemos.
Cristo quis revelar que amamos quando, como ele, damos a própria vida pela vida do outro; que estamos na verdade quando julgamos a nós mesmos e a história não na medida do êxito, mas da liberdade adquirida do futuro que o homem realizou e conquistou, do novo que construiu, do amor que se difundiu (evangelho).
Esta nova sabedoria, que vem de Deus e da cruz como que congrega em uma só mesa, em uma só nação, com uma só capital; eles não pretendem mais dominar nem servir-se da sabedoria humana para realizar uma comunhão de valores; encontram eles no amor, que se põe a serviço do homem, a esperança, que impulsiona o mundo para novos e mais vastos horizontes (2ª leitura).
Contra uma sociedade em competição
A sociedade se organiza e vive em torno da competição, da luta a todo custo pelos primeiros lugares, do lucro, considerado como o valor último e absoluto: concorrência industrial até a eliminação da forma adversária; arrivismo social feito de cartas de recomendação, corrida em carro novo ou em traje da última moda para poder subir. O jovem de hoje se prepara para inserir-se neste tipo de sociedade através de uma educação familiar e universitária muito frequentemente baseada numa educação para competição social, o arrivismo. E grave o perigo de uma escola que a torna lugar de seleção social, massificando os demais, relegando-os à categoria de "inferiores" e fazendo subir os "mais bem dotados". "Uma educação cristã que não se esforça por fazer o homem mais humano, mais capaz de verdadeira relação com o outro, e sim mais autossuficiente, mais aristocrático, mais separado, termina por torná-lo potencialmente mais egoísta e explorador".
Para todos, em qualquer plano da hierarquia social que se encontrem escolher o último lugar significa usar o próprio lugar para o serviço dos últimos e não para o domínio sobre eles.

LITURGIA DIÁRIA - CURADOS, PARA AMAR E SERVIR A DEUS.

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1a Leitura - 1 Coríntios 3,1-9
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
3 1 A vós, irmãos, não vos pude falar como a homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo.
2 Eu vos dei leite a beber, e não alimento sólido que ainda não podíeis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais.
3 Com efeito, enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um modo totalmente humano?
4 Quando, entre vós, um diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu, de Apolo”, não é isto modo de pensar totalmente humano?
5 Pois que é Apolo? E que é Paulo? Simples servos, por cujo intermédio abraçastes a fé, e isto conforme a medida que o Senhor repartiu a cada um deles:
6 eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer.
7 Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer.
8 O que planta ou o que rega são iguais; cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu trabalho.
9 Nós somos operários com Deus. Vós, o campo de Deus, o edifício de Deus.
Palavra do Senhor.




Salmo - 32/33
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

Feliz o povo cujo Deus é o Senhor,
e a nação que escolheu por sua herança!
Dos altos céus o Senhor olha e observa;
ele se inclina para olhar todos os homens.

Ele contempla do lugar onde reside
e vê a todos os que habitam sobre a terra.
Ele formou o coração de cada um
e por todos os seus atos se interessa.

No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Por isso o nosso coração se alegra nele,
seu santo nome é nossa única esperança.
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Evangelho - Lucas 4,38-44
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 4 38 saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela.
39 Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los.
40 Depois do pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava.
41 De muitos saíam os demônios, aos gritos, dizendo: “Tu és o Filho de Deus”. Mas ele repreendia-os severamente, não lhes permitindo falar, porque sabiam que ele era o Cristo.
42 Ao amanhecer, ele saiu e retirou-se para um lugar afastado. As multidões o procuravam e foram até onde ele estava e queriam detê-lo, para que não as deixasse.
43 Mas ele disse-lhes: “É necessário que eu anuncie a boa nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão”.
44 E andava pregando nas sinagogas da Galiléia.
Palavra da Salvação.


Reflexao

Jesus Cristo foi Enviado pelo Pai, justamente para salvar todos os que se encontram inseridos em situação de penúria. Por isso, ninguém poderá afirmar que já não tem condições de ter uma vida nova, de sair de situações de pecado, de desgraça, de enfermidade e de morte.  A sogra de Pedro é um exemplo de que a qualquer momento e em qualquer circunstância da nossa existência nós também poderemos servir a Deus e à Igreja de Cristo. A fé daquelas pessoas que pediram a Jesus que orasse por aquela mulher já idosa, foi com certeza, o instrumento para que aquele prodígio se realizasse. “Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los”! Com efeito, não podemos duvidar de que Jesus possa nos curar das nossas enfermidades, nos libertar do mal e nos fazer reviver, mesmo que estejamos à beira da morte.  As doenças e os males que sofremos, hoje, são na maioria das vezes, lamentos da nossa alma necessitada do toque de Jesus, da sua Palavra e da Sua orientação. Uma vez tocados (as) pelo Senhor, banhados (as) pela Sua Misericórdia nós também podemos nos levantar da nossa “cama”, isto é, da nossa vida sem sentido e buscar a outros (as) que também precisam receber o toque do Amor de Jesus. As multidões  procuravam Jesus e não queriam largá-Lo, por isso, Ele não parava, não tinha descanso e só se afastava do povo quando ia orar ao Pai. Jesus não se prendia a lugar nenhum, Ele não tinha predileções, curava todos doentes que encontrava e dava nova vida às pessoas sem esperança. Hoje Ele também precisa de nós para continuar fazendo milagre e prodígios, por isso, Jesus nos cura e nos faz  sair da inanição. Somos curados, para amar e servir a Deus aqui na terra em favor de todos que são necessitados de salvação. A Boa Nova do Reino que Jesus anunciou aqui na terra é a Boa Notícia que nós devemos transmitir a todos: “Jesus, o filho de Deus, está muito perto de nós. Mora no nosso coração e nos quer curar de todos os males, hoje, como antes”.  - Você já teve alguma experiência de cura ou de libertação? - Depois que você foi curado (a), você foi também servir a Jesus? – Você acha que já fez muito e que precisa de descanso? – Você costuma se apegar aos grupos e pessoas? – Você é uma pessoa que aceita mudanças ou é uma pessoa acomodada.






Helena Serpa

terça-feira, 30 de agosto de 2016

COMPLICAÇÕES

  
Não importa quão ruins as coisas estejam, você sempre pode fazer com elas se tornem ainda piores.   (Randy Pausch)

A vida se torna complicada quando você a faz complicada.  Porém, as coisas não têm que ser necessariamente assim.  
Quando você tenta evitar a vida e se isolar da realidade, você pode, então, fazer com que as coisas se tornem insuportavelmente complicadas. 
Quando você luta desesperadamente contra o status quo e se torna obsessivo na lembrança do que ocorreu, então as complicações que você cria podem se transformar numa prisão virtual.
Mas eis aqui a boa notícia: você pode cair fora dessa prisão em qualquer momento que desejar.  Simplesmente, decida aceitar a realidade do momento e enfrentar a vida da maneira que ela se apresenta a você.  
Pare de se preocupar com aquilo que não é real e nem nunca será.  Em vez disso, viva a sua vida com disciplina, com valores, com propósito, com compromisso, retirando o melhor deste momento que Deus está lhe dando para usufruir.
Abandone a ira, pesares, ressentimentos e a dor sobre o que aconteceu.  
Lembre-se: a boa mão de Deus está estendida a você; levante a sua cabeça e respire fundo.  Deixe a vida acontecer, Deus está em absoluto controle.  
Para Ele, nada é complicado; apenas não desperdice esse momento de tribulação, pois essa mesma situação pode ser a sua melhor amiga.  Pense nisso.

Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.  
1 Pedro 5,7

LITURGIA DIÁRIA - E A FAMA DE JESUS SE ESPALHAVA

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1a Leitura - 1 Coríntios 2,10-16
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
2 10 Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.
11 Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.
12 Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou
13 e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais.
14 Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar.
15 O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém.
16 Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.
Palavra do Senhor.

Salmo - 144/145
É justo o Senhor em seus caminhos.

Misericórdia e piedade é o Senhor,
ele é amor, é paciência, é compaixão.
O Senhor é muito bom para com todos,
sua ternura abraça toda criatura.

Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!

Para espalhar vossos prodígios entre os homens
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
O vosso reino é um reino para sempre,
vosso poder, de geração em geração.

O Senhor é amor fiel em sua palavra,
é santidade em toda obra que ele faz.
ele sustenta todo aquele que vacila
e levanta todo aquele que tombou.
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Evangelho - Lucas 4,31-37
Aleluia, aleluia, aleluia.

Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo (Lc 7,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 4 31 Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados.
32 Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade.
33 Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34 “Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus!”
35 Mas Jesus replicou severamente: “Cala-te e sai deste homem”. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum.
36 Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: “Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem?”
37 E corria a sua fama por todos os lugares da circunvizinhança.
Palavra da Salvação.

 Reflexao

Aproximar de Jesus, saber quais são as suas propostas, é o primeiro passo de quem quer fazer a melhor escolha para sua vida!
O conhecimento e a vivencia dos ensinamentos de Jesus, nos habilita a  falar Dele com autoridade, pois  só podemos falar daquele que conhecemos!
O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, vem nos falar de um Deus comprometido com a vida em toda a sua dimensão, um Deus libertador que se manifestou a nós na pessoa de Jesus!  
O texto nos diz que num dia de sábado, Jesus estava numa sinagoga em Cafarnaum, cidade da Galileia, ensinando os discípulos. O povo  percebe de imediato o jeito diferente de Jesus ensinar, Ao contrário dos líderes religiosos daquela época, Jesus falava com autoridade, isto é, Ele falava o que ouvia do Pai, o que Ele e vivia! 
As palavras de Jesus, ao mesmo tempo em que ensinavam,  libertavam, por isto, os seus ensinamentos eram vistos como um ensinamento novo, completamente diferente do que as lideranças religiosas daquele tempo, passavam para o povo. Eles colocavam pesados fardos nos ombros das pessoas e eles mesmos ficavam só na palavra.
Infelizmente, ainda hoje, existem   muitas  lideranças,  que fazem o mesmo, ditam o que os outros devem fazer mas eles mesmos não fazem nada. Há movimentos, pastorais, que se baseiam  em teorias, sem uma caminhada comprometida  com a vida!
A narrativa nos diz, que na sinagoga, havia um homem possuído por um espírito mal, cuja presença de Jesus o atormentava: “Que queres de nós Jesus Nazareno? Viestes para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o santo de Deus!” Jesus, o intimou: “Cala-te e sai dele!”. A partir daquele momento, aquele homem se vê completamente livre das correntes do mal que o aprisionava, impedindo-o de ser ele mesmo!
 Nesta sua ação libertadora, Jesus desmascara aqueles dirigentes religiosos através de um olhar, que vai além dos limites impostos por eles! Ao contrário destes "líderes" Jesus enxerga o homem, e não o mal que está nele, o mal, Jesus tem o poder de retirar e o homem, Ele trás de volta à vida!
Aquele homem,  possuído por um espírito mal, representa todas as pessoas que estão  impedidas de falar, de agir como sujeito da sua própria vida e da sua história, àqueles, cuja  vida está sobre o controle de quem os domina.
Não podemos negar a existência e a força do mal, o mal existe e está sempre a nos rondar, mas ele só ganha força em nós, quando nos distanciamos de Deus! 
As estruturas do mal conhecem quem é mais forte do que elas, quem  tem o poder de destruí-las, por isto fazem de  tudo para eliminá-lo,  mas não conseguem, pois o mal não encontra espaço no coração de quem vive integralmente em  Deus!
Com as suas ações libertadoras, Jesus nos ensina uma forma simples de nos livrar do mal, que é, nos preenchendo de Deus! O mal não tem vez, num coração habitado por Deus! 
 
 
 
 
 

  Olívia Coutinho

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

COMO AJUDAR ALGUÉM QUE LUTA CONTRA A DEPRESSÃO?

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A principal ajuda a uma pessoa que sofre de depressão deve vir da família. O carinho à pessoa será fundamental, e especialmente a presença das pessoas amadas.
Estar junto da pessoa deprimida já é uma boa ajuda, mesmo que não se saiba exatamente o que fazer para ajudá-la.
Normalmente esta pessoa está centrada em si mesma, vendo apenas os seus problemas. Sem alimentar a sua autopiedade, procure compreendê-la da maneira que for possível, sem julgá-la, condená-la ou culpá-la por estar deprimida.
Aos poucos vá lançando esperança em seu coração. Mostre-lhe que é possível sair desta situação se ela quiser, se não “entregar os pontos”. Procure mostrar a ela as muitas coisas boas que pode fazer por si mesma, pela família e pelos outros, gratuitamente.
Não discuta com a pessoa e nem imponha a sua fé porque a pessoa pode se ressentir por causa da sua fraqueza. Leve-a lentamente a colocar os seus problemas, a tristeza, etc., nas mãos de Deus.
Tão logo ela esteja preparada e aceite, comece a rezar com ela. Ponha as suas mãos carinhosamente sobre ela e comece a pedir que o Espírito Santo venha ao seu corpo, à sua alma e sobre a sua mente, tocando o seu ser, mudando os seus pensamentos e a sua maneira de ver a vida.
Deixe que Jesus o guie pelo Espírito Santo e vá rezando pela pessoa, sem preocupação. Deixe Jesus agir, seja apenas um instrumento seu nesta hora.
Sinta que tipo de oração a pessoa mais aceita e mais lhe faz bem; você pode usar a Bíblia, rezar um ou mais Salmos, meditar com a pessoa uma página do Evangelho, e sobretudo mostrar-lhe o amor de Deus nas palavras e atos de Jesus. Leve-a a ler a Bíblia.
Aos poucos vá tirando a pessoa de dentro de si mesma. Faça-a ver e ouvir os problemas dos outros e perceber que muitas vezes são maiores do que os seus. Leve-a a ajudar alguém de forma concreta e continuada. Ajude-a a fazer um programa de assistência a alguém que sofre ou a alguma instituição de caridade.
É recomendado também levar a pessoa a fazer alguma atividade física, uma boa caminhada, um passeio de bicicleta, ginástica, etc., todos os dias, especialmente nos horários em que a depressão é mais dura. Isto desintoxica a pessoa.
Ajude-a a eliminar os sentimentos negativos e pessimistas. Ela precisa começar a lançar na sua mente, pela imaginação saudável, bons pensamentos.
A mente da pessoa deprimida precisa ser alimentada com bons pensamentos. Então, leve-a a ler algum livro bom, que aumente a sua autoestima, mostre-lhe o amor de Deus, o seu valor como pessoa humana. Talvez possa ser o livro “A Luta Contra a Depressão“, e outros.
Aos poucos faça-a voltar para as suas atividades profissionais ou domésticas. Se é uma mãe, incentive-a a cuidar bem dos filhos, do esposo, e da casa. Faça-a ver que isto é importante para os outros e fundamental para a sua recuperação. Vá aos poucos, na medida que a pessoa tem condições de responder.
Não tente ser muito alegre ou muito otimista com quem está deprimido; isto pode lhe parecer “um teatro” de sua parte. São Paulo manda “chorar com os que choram e alegrar com os que se alegram”.
A pessoa deprimida pode se irritar com qualquer comportamento exagerado, mesmo que bem intencionado. Vá sempre devagar, avançando aos poucos, respeitando a pessoa, com gentileza e delicadeza.
Não deixe a pessoa deprimida tomar qualquer decisão importante para a sua vida ou para a sua família durante este período; ela não está em condições de decidir bem.
Oriente também a pessoa a buscar um tratamento médico e psicológico, especialmente nos casos mais agudos de depressão, especialmente quando há ideias de suicídio. E não a faça deixar de tomar os medicamentos que o médico receitou.
Em alguns casos de depressão será necessário um prolongado tratamento médico. Os medicamentos com fluoxetina aumentam a serotonina e ajudam a vencer a depressão. Siga o médico e não deixe de rezar.




Retirado do livro: A Luta Contra a Depressão. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

LITURGIA DIÁRIA - O HOMEM DOMINADO PELA INIQUIDADE

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1a Leitura - Jeremias 1,17-19
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.




Salmo - 70/71
Minha boca anunciará vossa justiça.

Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.
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Evangelho - Marcos 6,17-29
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
Palavra da Salvação.


Reflexão


O homem dominado pela iniquidade vê nos homens santos, empecilhos aos seus planos e projetos. Por isso, quando estamos escravizados ao pecado também não gostamos de ouvir as palavras que apontam as nossas transgressões, mesmo que lá no íntimo, reconheçamos que não estamos no caminho certo.

A voz da nossa carne, do orgulho, da vaidade e da soberba é poderosa quando nos afastamos dos caminhos de Deus. Foi isto que aconteceu com Herodes: apesar de ser censurado por João Batista pelo seu pecado de adultério, ele gostava de escutá-lo falar e o admirava. Porém na sua fraqueza e miséria ele deixou-se levar pela inclinação do mal, satisfazendo os apetites de Herodíades, sua amante. Assim, ele foi até as últimas consequências mandando degolar João Batista, homem justo, que dizia apenas a verdade.  Nós também só gostamos de escutar o que nos agrada. A Palavra de Deus que alguém nos ensina é acolhida no nosso coração até o momento em que coincide com os nossos interesses. Quando a Palavra vem de encontro à nossa mentalidade, ou a nossa situação de vida nós simplesmente a matamos a deixamos de lado e ignoramos. Quando queremos ganhar um jogo de conquista de poder e de prazer, vale tudo, até mesmo entregar a cabeça de pessoas inocentes que procuram cumprir com a vontade de Deus. Por essa razão sofremos, na carne, as consequências e, assim, não temos paz. -  João Batista foi fiel até a morte: o que terá feito com que ele assim permanecesse? – Do que você precisa para ser fiel a Lei de Deus?  – O que você teria feito no lugar de Herodes, que queria agradar à filha da sua amante? - Qual é a sua reação quando alguém lhe adverte e mostra o seu pecado? - Você acolhe de coração toda a mensagem da Palavra de Deus, mesmo quando vem de encontro ao seu modo de enxergar as coisas? O que não lhe agrada?




Helena Serpa

sábado, 27 de agosto de 2016

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM - QUEM SE HUMILHA, SERÁ ELEVADO.;

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A liturgia deste domingo propõe-nos uma reflexão sobre alguns valores que acompanham o desafio do “Reino”: a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado.
O Evangelho coloca-nos no ambiente de um banquete em casa de um fariseu. O enquadramento é o pretexto para Jesus falar do “banquete do Reino”. A todos os que quiserem participar desse “banquete”, Ele recomenda a humildade; ao mesmo tempo, denuncia a atitude daqueles que conduzem as suas vidas numa lógica de ambição, de luta pelo poder e pelo reconhecimento, de superioridade em relação aos outros…
Jesus sugere, também, que para o “banquete do Reino” todos os homens são convidados; e que a gratuidade e o amor desinteressado devem caracterizar as relações estabelecidas entre todos os participantes do “banquete”.
Na primeira leitura, um sábio dos inícios do séc. II a.C. aconselha a humildade como caminho para ser agradável a Deus e aos homens, para ter êxito e ser feliz. É a reiteração da mensagem fundamental que a Palavra de Deus hoje nos apresenta.
A segunda leitura convida os crentes instalados numa fé cômoda e sem grandes exigências, a redescobrir a novidade e a exigência do cristianismo; insiste em que o encontro com Deus é uma experiência de comunhão, de proximidade, de amor, de intimidade, que dá sentido à caminhada do cristão. Aparentemente, esta questão não tem muito a ver com o tema principal da liturgia deste domingo; no entanto, podemos ligar a reflexão desta leitura com o tema central da liturgia de hoje – a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado – através do tema da exigência: a  vida cristã – essa vida que brota do encontro com o amor de Deus – é uma vida que exige de nós
determinados valores e atitudes, entre os quais avultam a humildade, a simplicidade, o amor que se faz dom.
1º leitura: Sir. 3,19-21.30-31
Jesus Ben Sira é, no entanto, um judeu tradicional, orgulhoso da sua fé e dos valores israelitas. Consciente de que o helenismo ameaçava as raízes do seu Povo, vai escrever para defender o patrimônio religioso e cultural do judaísmo. Procura convencer os seus compatriotas de que Israel possui, na sua “Torah” revelada por Deus, a verdadeira “sabedoria” – uma “sabedoria” muito superior à “sabedoria” grega.
Aos israelitas seduzidos pela cultura grega, Jesus Ben Sira lembra a herança comum, procurando sublinhar a grandeza dos valores judaicos e demonstrando que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega.
O texto que nos é proposto pertence à primeira parte do livro (cf. Ben Sira 1,1-23,38).
Aí fala-se da “sabedoria”, criada por Deus e oferecida a todos os homens. Nesta parte, dominam os “ditos” e “provérbios” que ensinam a arte de bem viver e de ser feliz.
MENSAGEM
O texto apresenta-se como uma “instrução” que um pai dá ao seu filho. O tema fundamental desta “instrução” é o da humildade.
Para Jesus Ben Sira, a humildade é uma das qualidades fundamentais que o homem deve cultivar. Garantir-lhe-á estima perante os homens e “graça diante do Senhor”.
Não se trata de uma forma de estar e de se apresentar reservada aos mais pobres e menos preparados; mas trata-se de algo que deve ser cultivado por todos os homens, a começar por aqueles que são considerados mais importantes. O autor não entra em grandes pormenores; limita-se a afirmar a importância da humildade e a propô-la, sem grandes desenvolvimentos nem explicações. O “sábio” autor destas “máximas” não tem dúvida de que é na humildade e na simplicidade que reside o segredo da “sabedoria”, do êxito, da felicidade.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão e partilha, considerar os seguintes dados:
♦ Ser humilde significa assumir com simplicidade o nosso lugar, pôr a render os nossos talentos, mas sem nunca humilhar os outros ou esmagá-los com a nossa superioridade. Significa pôr os próprios dons ao serviço de todos, com simplicidade e com amor. Quando somos capazes de assumir, com simplicidade e desprendimento, o nosso papel, todos reconhecem o nosso contribuição, aceitam-nos, talvez nos admirem e nos amem… É aí que está a “sabedoria”, quer dizer, o segredo do êxito e da felicidade.
♦ Ser soberbo significa que “a árvore da maldade criou raízes” no homem. O homem que se deixa dominar pelo orgulho torna-se egoísta, injusto, auto-suficiente e despreza os outros. Deixa de precisar de Deus e dos outros homens; olha todos com superioridade e pratica, com frequência, gestos de prepotência que o tornam temido, mas nunca admirado ou amado. Vive à parte, num egoísmo vazio e estéril.
Embora seja conhecido e apareça nas colunas sociais, está condenado ao fracasso. É o “anti-sábio”.
♦ É preciso que os dons que possuímos não nos subam à cabeça, não nos levem a poses ridículas de orgulho, de superioridade, de desprezo pelos nossos irmãos. É preciso reconhecer, com simplicidade, que tudo o que somos e temos é um dom de Deus e que as nossas qualidades não dependem dos nossos méritos, mas do amor de Deus.
2º leitura: Hb. 12,18-19.22-24ª - AMBIENTE
Estamos na quinta parte da Carta aos Hebreus (cf. 12,14-13,19). Depois de pedir a perseverança e a constância nas provas (cf. Heb 12,1-13), o autor vai pedir uma conduta consequente com a fé cristã: os crentes são exortados a manter e cultivar relações harmoniosas, adequadas, justas, para com os homens e para com Deus.
Neste texto, em concreto, o autor convida os destinatários da carta à fidelidade à vocação cristã. Para isso, estabelece um paralelo entre a antiga religião (que os destinatários da carta conheciam bem) e a nova proposta de salvação que Cristo veio apresentar. Os crentes são, assim, convidados a redescobrir a novidade do cristianismo – essa novidade que, um dia, os atraiu e motivou – e a aderir a ela com entusiasmo… Recordemos – para que as coisas façam sentido – que o escrito se destina a uma comunidade instalada, preguiçosa, que precisa descobrir os fundamentos reais da sua fé e do seu compromisso, a fim de enfrentar – com coragem e com êxito – os tempos difíceis de perseguição e de martírio que se aproximam.
MENSAGEM
O autor estabelece um profundo contraste entre a experiência de comunhão com Deus que Israel fez no Sinai e a experiência cristã.
A experiência do Sinai é descrita como uma experiência religiosa que gerou medo, opressão, mas não relação pessoal, proximidade, amor, comunhão, intimidade, confiança – nem com Deus, nem com os outros membros da comunidade do Povo de Deus. O quadro da revelação do Sinai é um quadro terrífico, que não fez muito para aproximar os homens de Deus, num verdadeiro encontro alicerçado no amor e na confiança. Por isso, não há que lamentar o desaparecimento de um tal sistema.
Na experiência cristã, em contrapartida, não há nada de assustador, de terrível, de opressivo. Pelo batismo, os cristãos aproximaram-se do próprio Deus, numa experiência de proximidade, de comunhão, de intimidade, de amor verdadeiro… A experiência cristã é, portanto, uma experiência festiva, de verdadeira alegria. Por essa experiência, os cristãos associaram-se a Deus, o santo, o juiz do universo, mas também o Deus da bondade e do amor; foram incorporados em Cristo, o mediador da nova aliança, irmanados com Ele, tornados co-herdeiros da vida eterna; associaram-se aos anjos, numa existência de festa, de louvor, de ação de graças, de adoração, de contemplação; associaram-se aos outros justos que atingiram a vida plena, numa comunhão fraterna de vida e de amor.
A questão que fica no ar – mesmo se não é formulada explicitamente – é: não vale a pena apostar incondicionalmente nesta experiência e vivê-la com entusiasmo?
ATUALIZAÇÃO
A reflexão e a atualização podem fazer-se a partir das seguintes linhas:
♦ A questão fundamental deste texto e do ambiente que o enquadra é propor-nos uma redescoberta da nossa fé e do sentido das nossas opções, a fim de superarmos a instalação, o comodismo e a preguiça que nos levam, tantas vezes, a uma caminhada cristã morna, sem exigências, sem compromissos, que facilmente cede e recua quando aparecem as dificuldades e os desafios…
♦ Jesus intimou-nos a superar a perspectiva de um Deus terrível, opressor, vingativo, de Quem o homem se aproxima com medo; em seu lugar, Ele apresentou-nos a religião de um Deus que é Pai, que nos ama, que nos convoca para a comunhão com Ele e com os irmãos e que insiste em associar-nos como “filhos” à sua família. Tenho consciência de que este é o verdadeiro rosto de Deus e que o Deus terrível, de quem o homem não se pode aproximar, é uma invenção dos homens?

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Evangelho: Lc. 14,1.7-14 - AMBIENTE
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola:
8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar.
10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado”.
12E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.— Palavra da Salvação.

Esta etapa do “caminho de Jerusalém” põe Jesus à mesa, em dia de sábado, na casa de um dos chefes dos fariseus. Deve tratar-se da refeição solene de sábado, que se tomava por volta do meio-dia, ao voltar da sinagoga. Para ela deviam convidar-se os hóspedes; durante a refeição, continuava-se a discussão sobre as leituras escutadas durante o ofício sinagogal.
Lucas é o único evangelista que mostra os fariseus tão próximos de Jesus que até o convidam para casa e se sentam à mesa com Ele (cf. Lc. 7,36; 11,37). É provável que se trate de uma realidade histórica, embora Marcos e Mateus apresentem os fariseus como os adversários por excelência de Jesus (Mateus apresenta tal quadro influenciado, sem dúvida, pelas polêmicas da Igreja primitiva com os fariseus).
Os fariseus formavam um dos principais grupos religioso-políticos da sociedade palestina desta época. Dominavam os ofícios sinagogais e estavam presentes em todos os passos religiosos dos israelitas. A sua preocupação fundamental era transmitir a todos o amor pela Torah, quer escrita, quer oral. Tratava-se de um grupo sério, verdadeiramente empenhado na santificação do Povo de Deus; mas, ao absolutizarem a Lei, esqueciam as pessoas e passavam por cima do amor e da misericórdia. Ao considerarem-se a si próprios como “puros” (porque viviam de acordo com a Lei), desprezavam o “am aretz” (o “povo do país”) que, por causa da ignorância e da vida dura que levava, não podia cumprir integralmente os preceitos da Lei.
Conscientes das suas capacidades, da sua integridade, da sua superioridade, não eram propriamente modelos de humildade. Isso talvez explique o ambiente de luta pelos lugares de honra que o Evangelho refere.
Convém, também, ter em conta que estamos no contexto de um “banquete”. O “banquete” é, no mundo semita, o espaço do encontro fraterno, onde os convivas partilham do mesmo alimento e estabelecem laços de comunhão, de proximidade, de familiaridade, de irmandade. Jesus aparece, muitas vezes, envolvido em banquetes, não porque fosse “comilão e bêbedo” (cf. Mt. 11,19), mas porque, ao ser sinal de comunhão, de encontro, de familiaridade, o banquete anuncia a realidade do “reino”.
MENSAGEM
O texto apresenta duas partes. A primeira (vs. 7-11) aborda a questão da humildade; a segunda (vs. 12-14) trata da gratuidade e do amor desinteressado. Ambas estão unidas pelo tema do “Reino”: são atitudes fundamentais para quem quiser participar no banquete do “Reino”.
As palavras que Jesus dirigiu aos convidados que disputavam os lugares de honra não são novidade, pois já o Antigo Testamento aconselhava a não ocupar os primeiros lugares (cf. Pr. 25,6-7); mas o que aí era uma exortação moral, nas palavras de Jesus converte-se numa apresentação do “Reino” e da lógica do “Reino”: o “Reino” é um espaço de irmandade, de fraternidade, de comunhão, de partilha e de serviço, que exclui qualquer atitude de superioridade, de orgulho, de ambição, de domínio sobre os outros; quem quiser entrar nele, tem de fazer-se pequeno, simples, humilde e não ter pretensões de ser melhor, mais justo, ou mais importante que os outros. Esta é, aliás, a lógica que Jesus sempre propôs aos seus discípulos: Ele próprio, na “ceia de despedida”, comida com os discípulos na véspera da sua morte, lavou os pés aos discípulos e constituiu-os em comunidade de amor e de serviço – avisando que, na comunidade do “Reino”, os primeiros serão os servos de todos (cf. Jo 13,1-17).
Na segunda parte, Jesus põe em causa – em nome da lógica do “Reino” – a prática de convidar para o banquete apenas os amigos, os irmãos, os parentes, os vizinhos ricos.
Os fariseus escolhiam cuidadosamente os seus convidados para a mesa. Nas suas refeições, não convinha haver alguém de nível menos elevado, pois a “comunidade de mesa” vinculava os convivas e não convinha estabelecer obrigatoriamente laços com gente desclassificada e pecadora (por exemplo, nenhum fariseu se sentava à mesa com alguém pertencente ao “am aretz”, ao “povo da terra”, desclassificado e pecador).
Por outro lado, também os fariseus tinham a tendência – própria de todas as pessoas, de todas as épocas e culturas – de convidar aqueles que podiam retribuir da mesma forma… A questão é que, dessa forma, tudo se tornava um intercâmbio de favores e não gratuidade e amor desinteressado.
Jesus denuncia – em nome do “Reino” – esta prática; mas vai mais além e apresenta uma proposta verdadeiramente subversiva… Segundo Ele, é preciso convidar “os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos”. Os cegos, coxos e aleijados eram considerados pecadores notórios, amaldiçoados por Deus, e por isso estavam proibidos de entrar no Templo (cf. 2Sm. 5,8) para não profanar esse lugar sagrado (cf. Lv. 21,18-23). No entanto, são esses que devem ser os convidados para o “banquete”.
Já percebemos que, aqui, Jesus já não está simplesmente a falar dessa refeição comida em casa de um fariseu, na companhia de gente distinta; mas está já a falar daquilo que esse “banquete” anuncia e prefigura: o banquete do “Reino”.
Jesus traça aqui, portanto, os contornos do “Reino”. Ele é apresentado como um “banquete”, onde os convidados estão unidos por laços de familiaridade, de irmandade, de comunhão. Para esse “banquete”, todos – sem exceção – são convidados (inclusive àqueles que a cultura social e religiosa tantas vezes exclui e marginaliza). As relações entre os que aderem ao banquete do “Reino” não serão marcadas pelos jogos de interesses, mas pela gratuidade e pelo amor desinteressado; e os participantes do “banquete” devem despir-se de qualquer atitude de superioridade, de orgulho, de ambição, para se colocarem numa atitude de humildade, de simplicidade, de serviço.
ATUALIZAÇÃO
♦ Na nossa sociedade, agressiva e competitiva, o valor da pessoa mede-se pela sua capacidade de se impor, de ter êxito, de triunfar, de ser o melhor… Quem tem valor é quem consegue ser presidente do conselho de administração da empresa
aos trinta e cinco anos, ou o empregado com mais índices de venda, ou o condutor que, na estrada, põe em risco a sua vida, mas chega uns segundos à frente dos outros… Todos os outros são vencidos, incapazes, fracos, olhados com comiseração. Vale a pena gastar a vida assim? Estes podem ser os objetivos supremos, que dão sentido verdadeiro à vida do homem?
♦ A Igreja, fruto do “Reino”, deve ser essa comunidade onde se torna realidade a lógica do “Reino” e onde se cultivam a humildade, a simplicidade, o amor gratuito e desinteressado. É-o, de fato?
♦ Assistimos, por vezes, a uma corrida desenfreada na comunidade cristã pelos primeiros lugares. É uma luta – para alguns de vida ou de morte – em que se recorre a todos os meios: a intriga, a exibição, a defesa feroz do lugar conquistado, a humilhação de quem faz sombra ou incomoda… Para Jesus, as coisas são bastante claras: esta lógica não tem nada a ver com a lógica do “Reino”; quem prefere esquemas de superioridade, de prepotência, de humilhação dos outros, de ambição, de orgulho, está a impedir a chegada do “Reino”. Atenção: isto talvez não se aplique só àquela pessoa da nossa comunidade que detestamos e cujo nome nos apetece dizer sempre que ouvimos falar em gente que só gosta de mandar e se considera superior aos outros; isto talvez se aplique também em maior ou menor grau, a mim próprio.
♦ Também há, na comunidade cristã, pessoas cuja ambição se sobrepõe à vontade de servir… Aquilo que os motiva e estimula são os títulos honoríficos, as honras, as homenagens, os lugares privilegiados, as “púrpuras”, e não o serviço humilde e o amor desinteressado. Esta será uma atitude consentânea com a pertença ao “Reino”?
♦ Fica claro, na catequese que Lucas hoje nos propõe, que o tipo de relações que unem os membros da comunidade de Jesus não se baseia em “critérios comerciais” (interesses, negociatas, intercâmbio de favores), mas sim no amor gratuito e desinteressado. Só dessa forma todos – inclusive os pobres, os humildes, aqueles que não têm poder nem dinheiro para retribuir os favores – aí terão lugar, numa verdadeira comunidade de amor e de fraternidade.
♦ Os cegos e coxos representam, no Evangelho que hoje nos é proposto, todos aqueles que a religião oficial excluía da comunidade da salvação; apesar disso, Jesus diz que esses devem ser os primeiros convidados do “banquete do Reino”.
Como é que os pecadores notórios, os marginais, os divorciados, os homossexuais, as prostitutas são acolhidos na Igreja de Jesus?






P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho