segunda-feira, 31 de outubro de 2022

31ª Semana do Tempo Comum - A imitação de Cristo.

 LEITURA ORANTE: Lc 14,1.7-11 - Quem se humilha será exaltado
Primeira Leitura: Filipenses 2,1-4

Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses – Irmãos, 1se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão, 2tornai então completa a minha alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia, procurando a unidade. 3Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante 4e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 130(131)

Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!

1. Senhor, meu coração não é orgulhoso, / nem se eleva arrogante o meu olhar; / não ando à procura de grandezas / nem tenho pretensões ambiciosas! – R.

2. Fiz calar e sossegar a minha alma; / ela está em grande paz dentro de mim, / como a criança bem tranquila, amamentada / no regaço acolhedor de sua mãe. – R.

3. Confia no Senhor, ó Israel, / desde agora e por toda a eternidade! – R.

Evangelho: Lucas 14,12-14

Aleluia, aleluia, aleluia.

Se guardais minha palavra, diz Jesus, / realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isso já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. – Palavra da salvação.

Reflexão

 O Evangelho de hoje, em que S. Lucas nos apresenta o Senhor como convidado a um banquete na casa do chefe dos fariseus, contém um importante ensinamento sobre a vida futura e o modo com que nos devemos portar neste mundo em ordem à salvação eterna. O fato mesmo de Jesus encontrar-se numa ceia remete-nos, intuitivamente, ao banquete nupcial do Cordeiro, do qual hão de participar os que forem salvos. No entanto, para sermos admitidos entre os convivas do festim celeste é preciso, já neste mundo, que imitemos a Nosso Senhor. É ele quem o diz, ao exortar-nos a fazer o que ele próprio veio fazer na terra: “Quando deres uma festa”, diz ao chefe dos fariseus, “convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos”. Fazendo-se homem como nós em tudo, exceto no pecado, o Filho de Deus dirige o seu convite a todos nós, pobres quanto à graça e ao mérito, aleijados quanto às boas obras, coxos quanto à perseverança no bem, cegos, enfim, quanto à verdade e à sã doutrina. Assim também nós, que temos por modelo a seguir o Filho de Deus encarnado, necessitamos reproduzir em nosso coração os seus sentimentos — isto é, o seu modo de ver e pensar — e em tudo seguir os seus passos. É por isso que o nosso amor deve ser desinteressado e apostólico, à semelhança do amor de Cristo. Assim como ele veio ao nosso encontro chamar-nos ao banquete eterno, assim também nós temos de amar os nossos irmãos, pobres como nós, aleijados como nós, coxos como nós, cegos como nós, necessitados de misericórdia como nós. Imploremos hoje a graça de termos na alma semelhante caridade, a fim de podermos todos escutar no céu os anjos a cantar-nos: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”!

 

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domingo, 30 de outubro de 2022

31º Domingo do Tempo Comum - Abra seu coração para encontrar-se com Cristo.

 PE. JOÃO CARLOS - BLOG DA MEDITAÇÃO DA PALAVRA: HOJE, A SALVAÇÃO ENTROU  NESTA CASA!
Primeira Leitura: Sabedoria 11,22-12,2

Leitura do livro da Sabedoria22Senhor, o mundo inteiro, diante de ti, é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. 23Entretanto, de todos tens compaixão, porque tudo podes. Fecha os olhos aos pecados dos homens, para que se arrependam. 24Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. 25Da mesma forma, como poderia alguma coisa existir se não a tivesses querido? Ou como poderia ser mantida se por ti não fosse chamada? 26A todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida. 12,1O teu espírito incorruptível está em todas as coisas! 2É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 144(145)

Bendirei eternamente vosso nome; / para sempre, ó Senhor, o louvarei!

1. Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu rei, / e bendizer o vosso nome pelos séculos. / Todos os dias haverei de bendizer-vos, / hei de louvar o vosso nome para sempre. – R.

2. Misericórdia e piedade é o Senhor, / ele é amor, é paciência, é compaixão. / O Senhor é muito bom para com todos, / sua ternura abraça toda criatura. – R.

3. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R.

4. O Senhor é amor fiel em sua palavra, / é santidade em toda obra que ele faz. / Ele sustenta todo aquele que vacila / e levanta todo aquele que tombou. – R.

Segunda Leitura: 2 Tessalonicenses 1,11-2,2

Leitura da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses – Irmãos, 11não cessamos de rezar por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé. 12Assim o nome de nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós nele, em virtude da graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2,1No que se refere à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa união com ele, nós vos pedimos, irmãos: 2não deixeis tão facilmente transtornar a vossa cabeça nem vos alarmeis por causa de alguma revelação ou carta atribuída a nós, afirmando que o dia do Senhor está próximo. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 19,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus o mundo tanto amou, / que seu Filho entregou! / Quem no Filho crê e confia, / nele encontra eterna vida! (Jo 3,16) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6Ele desceu depressa e recebeu Jesus com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 

O Evangelho de hoje trata dessa história conhecidíssima, a história de Zaqueu, que subiu numa árvore para ver Jesus. Mas antes dele querer ver Jesus, de tê-Lo visto, Jesus o viu.

Meu irmão, ninguém passa despercebido por Nosso Senhor. Jesus quis entrar na casa física, material de Zaqueu? Sim, mas Ele já havia entrado no coração de Zaqueu.

Que o nosso coração esteja aberto para receber Jesus, que o nosso coração esteja aberto para receber a salvação, porque foi isso que Jesus declarou: “Zaqueu, a salvação entrou nesta casa”. A salvação é o próprio Cristo.

É interessante aqui os vários detalhes deste Evangelho. Naquele tempo, Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. Jericó é uma cidade baixa da Terra Santa, Jerusalém a cidade alta. Jesus foi lá na cidade baixa ao encontro dos pecadores, a encontro dos mais necessitados, e Zaqueu era um deles.

Zaqueu era baixo na sua estatura, mas era baixo também porque se sentia inferior, porque se sentia muito pecador, e Jesus se rebaixou, foi àquela cidade baixa, foi até aquele homem de estatura baixa, foi até o pecador.

Por isso, sinta-se também visitado por Nosso Senhor neste dia. Você é um pecador, você é uma pecadora? O Senhor vai até a sua cidade também, vai até a sua estatura baixa por causa do pecado. O Senhor vai te resgatar, o Senhor vem nos resgatar.

O verdadeiro encontro com Cristo nos faz abrir o coração para os necessitados

O Senhor quis entrar na casa de Zaqueu, entrou na “casa do coração” de Zaqueu. E o impacto foi tão grande que Zaqueu quis devolver e retribuir, quis restituir aqueles que ele havia defraudado.

Meus irmãos, o verdadeiro encontro com Cristo nos faz abrir o coração e nos faz também abrir as mãos para os pobres e para os necessitados. O verdadeiro encontro com Cristo nos faz restituir, nos faz reparar os males que nós cometemos.

O encontro com Cristo me leva ao perdão a um irmão que preciso perdoar. O encontro verdadeiro com Cristo me faz ser desapegado dos bens materiais. O verdadeiro encontro com Cristo me faz ser livre, faz você ser livre.

Zaqueu fez uma experiência, de fato, com o Nosso Senhor e por isso reparou os seus males. Temos reparado os males que temos cometido contra os nossos? Que busquemos um verdadeiro encontro com Cristo, deixemos Ele entrar no nosso coração e que Ele transforme o nosso coração.

Vivamos como Zaqueu e vamos dar passos como ele, que abriu o seu coração a Jesus e que viveu a caridade e viveu a reparação a partir do encontro com Nosso Senhor.

Que o nosso coração e que as nossas mãos estejam estendidas para o alto, mas também para os nossos irmãos mais necessitados. Reparemos os males que também fizemos contra os nossos através do perdão e da partilha.

Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Márcio Prado - Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

 

sábado, 29 de outubro de 2022

30ª Semana do Tempo Comum - Os humildes serão exaltados.

 Evangelho de hoje (Lc 14,1.7-11) - Egídio Serpa | Egídio Serpa - Diário do  Nordeste
Primeira Leitura: Filipenses 1,18-26

Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses – Irmãos, 18de qualquer maneira, com segundas intenções ou com sinceridade, Cristo é anunciado. E eu me alegro com isso e sempre me alegrarei. 19Pois eu sei que isso resultará na minha salvação graças à vossa oração e à assistência do Espírito de Jesus Cristo. 20Segundo a minha viva expectativa e a minha esperança, não terei de corar de vergonha. Se a minha firmeza continuar total, como sempre, então Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte. 21Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. 22Entretanto, se o viver na carne significa que meu trabalho será frutuoso, neste caso não sei o que escolher. 23Sinto-me atraído para os dois lados: tenho o desejo de partir, para estar com Cristo – o que para mim seria de longe o melhor -, 24mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo. 25Por isso, sei com certeza que vou ficar e continuar com vós todos, para que possais progredir e alegrar-vos na fé. 26Assim, com a minha volta para junto de vós, vai aumentar ainda a razão de vos gloriardes em Cristo Jesus. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 41(42)

Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!

1. Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente minha alma / por vós, ó meu Deus! – R.

2. Minha alma tem sede de Deus / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a alegria de ver / a face de Deus? – R.

3. Peregrino e feliz caminhando / para a casa de Deus, / entre gritos, louvor e alegria / da multidão jubilosa. – R.

Evangelho: Lucas 14,1.7-11

Aleluia, aleluia, aleluia.

Tomai meu jugo sobre vós / e aprendei de mim, que sou de coração humilde e manso! (Mt 11,29) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então, contou-lhes uma parábola: 8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isso vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

 O Evangelho que a Igreja hoje nos propõe contém uma dessas páginas que só o evangelista S. Lucas nos relata. Enquanto se dirigia a Jerusalém pela última vez, o Senhor foi convidado para ceiar na casa de um dos chefes dos fariseus (v. 7). Ali, observando como se disputavam os primeiros lugares à mesa, aproveita-se da ocasião para contar aos presentes mais uma de suas parábolas (v. 8). É importante, diz Ele, procurar sentar-se no lugar mais discreto, para que assim, quando chegar o anfitrião, ele nos chame a ocupar o lugar de honra: Amice, ascende superius, “Amigo, vem mais para cima” (v. 9-10), pois no Reino dos Céus, ao contrário do que sucede nos banquetes da terra, é quem se humilha que será exaltado, enquanto os que se elevam serão humilhados (v. 11). Este ensinamento, porém, não se reduz a uma simples exortação à modéstia, já que se insere no contexto mais amplo da subida de Cristo para a sua páscoa definitiva. Desde Lc 9, com efeito, Jesus caminha rumo à Cidade Santa, onde será humilhado de todas as formas e, por fim, exaltado na cruz à vista de todos: “Sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2, 8-9). O caminho da exaltação de Cristo e, portanto, da de todos nós é a humildade, vivida não como um comportamento fingido e teatral, para que os outros nos julguem humildes, mas com sinceridade de coração, para que o nosso relacionamento com Deus se paute na verdade — na verdade de que só Ele é grande, e de que os tronos do Reino celeste estão reservados não como “privilégios de classe”, mas como dom puro e gratuito. Na vida espiritual só cresce, por assim dizer, quem caminha “para baixo”, quer dizer, quem busca reconhecer em tudo tanto o seu próprio nada como a grandeza majestosa do nosso Bom Deus e Senhor. Quem se humilha, como o fez a Virgem SS., é exaltado, mas quem se exalta, como o fez Lúcifer, é precipitado na própria baixeza. — Que Jesus infunda, pois, em nossos corações a virtude da humildade, a fim de que, humilhados aos olhos do Altíssimo, possamos ser um dia exaltados por Ele e, morta em nós a raiz da soberba, finalmente admitidos às bodas eternas do Cordeiro.

 

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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Liturgia Diária - Se Cristo rezou, por que nós não rezamos?

 Evangelho do Dia: A escolha dos doze apóstolos (Lc 6, 12-19) – Oratório São  Luiz – 120 Anos

Primeira Leitura: Efésios 2,19-22

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nessa construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 18(19A)

Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

1. Os céus proclamam a glória do Senhor, / e o firmamento, a obra de suas mãos; / o dia ao dia transmite essa mensagem, / a noite à noite publica essa notícia. – R.

2. Não são discursos nem frases ou palavras, / nem são vozes que possam ser ouvidas; / seu som ressoa e se espalha em toda a terra, / chega aos confins do universo a sua voz. – R.

Evangelho: Lucas 6,12-19

Aleluia, aleluia, aleluia.

A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva, ó Senhor, o coro dos apóstolos! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele e curava a todos. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Hoje, o evangelista S. Lucas nos narra, com sua peculiar precisão de historiador, a eleição dos doze Apóstolos: foi após uma noite inteira de oração que Jesus escolheu os que, desde a fundação do mundo, já haviam sido eleitos como testemunhas oculares da Ressurreição, fundamentos do novo Israel e anunciadores da Boa-Nova. Um detalhe chamativo deste relato de Lucas é precisamente o fato de Cristo ser-nos apresentado em oração: era Ele Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; e, no entanto, quis como nós ter a experiência da oração. Enquanto Verbo divino, é claro, o Senhor não precisava orar: a sua vontade era una com a do Pai, cujo rosto Ele via sempre; a sua inteligência era iluminada, além disso, pela ciência que o próprio Deus tem de si mesmo: nele, portanto, não havia lugar para a fé — tudo lhe era claro e transparente. E, apesar disso, Jesus quis rezar, e o quis não só para servir-nos de exemplo, mas ainda para demonstrar, na experiência concreta de sua vida neste mundo, de que maneira Deus quer operar e agir na vida de cada um de nós. Sem oração, estamos perdidos, porque quem reza, diz S. Afonso, certamente se salva, e quem não reza certamente se condena. Temos, pois, de rezar, e rezar muito, porque era a nossa oração o que o Senhor pedia ao Pai quando da escolha dos Doze, com os quais todos nós fomos também escolhidos — escolhidos para ouvir o chamado do Evangelho, esse apelo de conversão que o Senhor quer fazer ressoar em nossos corações, mas sem prescindir da nossa livre e atenta escuta. Que a partir de hoje possamos dedicar tempo, um tempo generoso, à nossa oração pessoal, inspirados no exemplo daquele que, por amor, submeteu-se livremente ao que, para nós, é uma necessidade irrenunciável.
 

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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

30ª Semana do Tempo Comum - Os seus não O receberam.

 PREGANDO A VERDADE: QUEM ERAM OS ESCRIBAS E FARISEUS?
Primeira Leitura: Efésios 6,10-20

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios 10Para terminar, irmãos, confortai-vos no Senhor e, no domínio de sua força, 11revesti-vos da armadura de Deus, para estardes em condições de enfrentar as manobras do diabo. 12Pois não é a homens que enfrentamos, mas as autoridades, os poderes, as dominações deste mundo de trevas, os espíritos do mal que estão nos céus. 13Revesti, portanto, a armadura de Deus, a fim de que no dia mau possais resistir e permanecer firmes em tudo. 14De pé, portanto! Cingi os vossos rins com a verdade, revesti-vos com a couraça da justiça 15e calçai os vossos pés com a prontidão em anunciar o Evangelho da paz. 16Tomai o escudo da fé, o qual vos permitirá apagar todas as flechas ardentes do maligno. 17Tomai, enfim, o capacete da salvação e o gládio do espírito, isto é, a Palavra de Deus. 18Com preces e súplicas de vária ordem, orai em todas as circunstâncias, no Espírito, e vigiai com toda a perseverança, intercedendo por todos os santos. 19Orai também por mim, para que a palavra seja colocada em minha boca para anunciar corajosamente o mistério do Evangelho, 20do qual sou embaixador acorrentado. Possa eu, como é minha obrigação, proclamá-lo com toda a ousadia. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 143(144)

Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

1. Bendito seja o Senhor, meu rochedo, † que adestrou minhas mãos para a luta / e os meus dedos treinou para a guerra! – R.

2. Ele é meu amor, meu refúgio, / libertador, fortaleza e abrigo; / é meu escudo: é nele que espero, / ele submete as nações a meus pés. – R.

3. Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, / nas dez cordas da harpa louvar-vos, / a vós que dais a vitória aos reis / e salvais vosso servo Davi. – R.

Evangelho: Lucas 13,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Bendito é o rei que vem em nome do Senhor! / Glória a Deus nos altos céus e na terra paz aos homens! (Lc 19,38; 2,14) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia, terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo, não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: ‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor'”. – Palavra da salvação.

Reflexão

 No Evangelho de hoje, ao perceberem que perdiam cada vez mais a autoridade diante do povo, os fariseus aconselham Jesus para ir embora, porque Herodes quer matá-lO. A resposta do Senhor a essa advertência, porém, esclarece já nas primeiras palavras quem é Herodes: "Ide dizer a essa raposa..."! E por que o chama assim? Porque a raposa é um animal covarde que só ataca na emboscada e, além do mais, à espreita de animais indefesos, como as aves. Apesar disso, quem preocupa Jesus não é Herodes, a raposa, mas o Seu povo amado, que conhece a Deus mais que qualquer outro: "Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!". E, comparando-se o Senhor a uma ave indefesa como a galinha, revela: "Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste!". Não pensemos, portanto, que o drama maior da história da salvação está em Herodes e Pilatos que julgaram Jesus, ou nos algozes que açoitaram e crucificaram o Verbo encarnado. O drama maior está em que o Senhor veio para os seus, mas os seus não O receberam (Jo 1, 11). Dessa forma, batamos hoje no peito e reconheçamos que nós somos a Jerusalém sobre a qual Jesus chora, os pintinhos que se voltaram contra a própria mãe que só os quis proteger e amar. Por isso, diante do Amor rejeitado e tão terno do Salvador, peçamos-Lhe o perdão, confiantes de que Ele nos recolherá debaixo das asas.

 

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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

30ª Semana do Tempo Comum - Perdem-se até os que se esforçam!

Quarta-feira da 30ª Semana Comum. Evangelho do dia: Lucas 13,22-30. |  Kerigma Católica News

Primeira Leitura: Efésios 6,1-9

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios 1Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, pois isso é que é justo. 2“Honra teu pai e tua mãe” é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: 3“a fim de que tenhas felicidade e longa vida sobre a terra”. 4Vós, pais, não revolteis os vossos filhos contra vós, mas, para educá-los, recorrei à disciplina e aos conselhos que vêm do Senhor. 5Escravos, obedecei aos vossos senhores deste mundo com respeito e tremor, de coração sincero, como a Cristo, 6não para servir aos olhos, como quem busca agradar aos homens, mas como escravos de Cristo, que se apressam em fazer a vontade de Deus. 7Servi de boa vontade, como se estivésseis servindo ao Senhor, e não a homens. 8Vós o sabeis: o bem que cada um tiver feito, seja ele escravo ou livre, ele tornará a recebê-lo do Senhor. 9E vós, senhores, fazei o mesmo para com os escravos. Deixai de lado a ameaça; vós sabeis que o Senhor deles e vosso está nos céus e diante dele não há acepção de pessoas. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 144(145)

O Senhor cumpre sempre suas promessas!

1. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos, com louvores, vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R.

2. Para espalhar vossos prodígios entre os homens / e o fulgor de vosso reino esplendoroso. / O vosso reino é um reino para sempre, / vosso poder, de geração em geração. – R.

3. O Senhor é amor fiel em sua palavra, / é santidade em toda obra que ele faz. / Ele sustenta todo aquele que vacila / e levanta todo aquele que tombou. – R.

Evangelho: Lucas 13,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.

Pelo Evangelho o Pai nos chamou, / a fim de alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. 26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no Reino de Deus e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”. – Palavra da salvação.

Reflexão 

À pergunta que lhe faz hoje alguém do povo, e que todos nós, uma vez ou outra, já nos devemos ter feito: “É verdade que são poucos os que se salvam?”, Cristo se recusa a responder diretamente, não porque lhe ignorasse a resposta, mas para ensinar-nos o que nos convém saber, ou seja: a possibilidade real de sermos condenados. É por isso que Ele diz: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita”, que no original grego, pela carga que tem o imperativo ἀγωνίζεσθε, indica luta, agonia, isto é, a seriedade com que nos devemos empenhar para sermos salvos. Isto se realça ainda mais pela metáfora da “porta estreita”, pela qual muitos, ainda que com grande esforço, tentarão passar, mas sem sucesso: “Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. Jesus não diz, portanto, que hão de fracassar os que sequer tentarem, mas que mesmo alguns dos que se esforçarem acabarão condenados. Eis por que o esforço que temos de fazer não é nem muito nem suficiente, senão o máximo possível: “Fazei todo esforço possível”. Ainda que — Deus assim o queira! — nos estejamos esforçando pela nossa salvação, ainda assim este esforço está pouco, ainda está aquém do prêmio que desejamos e em nada se compara ao muito que a Deus devemos. Não devemos, pois, esforçar-nos para ser “gente de bem”, para ser apenas “bons cristãos”, mas para viver aquela justiça perfeita a que o Senhor nos chama: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Do contrário, por negligência nossa, ouviremos de Cristo o que Ele mesmo, com insondável caridade, nos revela hoje: “Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!”, lançados fora, onde “haverá choro e ranger de dentes”. Não percamos, porém, a esperança, porque Aquele que com sumo amor nos recorda que podemos ir para o inferno é o mesmo que nos garante, com sua graça, que por Ele podemos, sim, chegar ao céu, unidos a “Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus”.


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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão - Memória - A fidelidade ao Senhor fará você alcançar o Reino dos Céus.

 → Explicación y enseñanza de la parábola del grano de mostaza ▻ Religión  Católica Romana

Primeira Leitura: Efésios 5,21-33

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 21vós que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros. 22As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. 23Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o salvador do seu corpo. 24Mas como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos. 25Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. 26Ele quis assim torná-la santa, purificando-a com o banho da água unida à Palavra. 27Ele quis apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha, nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível. 28Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. 29Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; 30e nós somos membros do seu corpo! 31Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. 32Esse mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja. 33Em todo caso, cada um, no que lhe toca, deve amar a sua mulher como a si mesmo; e a mulher deve respeitar o seu marido. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 127(128)

Felizes todos os que respeitam o Senhor!

1. Feliz és tu se temes o Senhor / e trilhas seus caminhos! / Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás feliz, tudo irá bem! – R.

2. A tua esposa é uma videira bem fecunda / no coração da tua casa; / os teus filhos são rebentos de oliveira / ao redor de tua mesa. – R.

3. Será assim abençoado todo homem / que teme o Senhor. / O Senhor te abençoe de Sião, / cada dia de tua vida. – R.

Evangelho: Lucas 13,18-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

Graças te dou, ó Pai, / Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. – Palavra da salvação.

Reflexão 

Meus irmãos, hoje nós comemoramos Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o primeiro santo brasileiro canonizado aqui no Brasil — nasceu em Guaratinguetá (SP). A princípio, ele entrou para a ordem dos jesuítas, mas, depois, fez um caminho para os franciscanos. Santificou-se como franciscano e realizou grandes obras porque viveu a Palavra de Deus, porque viveu o Evangelho com fidelidade.

Escutamos, há pouco, o Evangelho falando que Jesus comparava o Reino dos Céus com uma semente de mostarda, que é pequena, mas, depois de cultivada, ela cresce, torna-se uma árvore, e até as aves do céu são capazes de fazer ninhos porque ela cresceu. Meus irmãos, o Reino de Deus é assim, ele se inicia pequenino; as obras de Deus são assim, elas se iniciam pequeninas, e depois vão tomando uma proporção.

Que sejamos fiéis a Nosso Senhor e a graça d’Ele vai acontecer, o Reino de Deus vai crescer

Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, um homem simples, mas que viveu a fé que recebeu de seus pais, fez um caminho de santidade e se tornou franciscano. Ele é padroeiro dos arquitetos, porque também tinha noção [de arquitetura] e realizou obras arquitetônicas. Interessante e bonito não são somente as obras arquitetônicas, materiais, mas uma grande obra de fé Santo Antônio de Sant’Ana Galvão realizou.

Atendia os pobres e necessitados. Ele fundou o Mosteiro da Luz, que foi uma casa de recolhimento para religiosas. Hoje, as irmãs estão ali e vivem a clausura, vivem o tempo de oração, dedicam-se a Deus numa vida reclusa – até hoje essa obra existe. Ele também pôs a mão na massa ali para construir aquele edifício, o atual Mosteiro da Luz, em São Paulo. Foi um homem que realizou obras materiais, mas obras também espirituais.

A conhecida pílula de Frei Galvão se deu por uma ocasião em que um homem desesperado por conta da sua esposa que estava para dar à luz — ele estava desesperado, não sabia muito o que fazer —, Santo Antônio, o Frei Galvão, escreveu alguns dizeres do Ofício da Imaculada em três bilhetinhos e deu àquele homem. O que estava escrito naqueles papéis? “Ó Virgem, permanecestes intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós.”

Aquela mulher tomou aquelas pílulas e o milagre aconteceu, a graça aconteceu. Depois, tantos outros milagres aconteceram por causa da fé em Nosso Senhor, a obra de Deus cresceu na fidelidade de Frei Galvão.

Que nós também sejamos fiéis a Nosso Senhor e a graça d’Ele vai acontecer, o Reino de Deus vai crescer não pelos nossos méritos, mas pela graça de Deus.

Quanto a nós, sejamos fiéis, que Frei Galvão interceda por nós e que nós também trilhemos um caminho de santidade. Façamos muito mais, é claro, do que obras materiais, obras espirituais, consolando-nos uns aos outros, ajudando-nos uns aos outros.

Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!


Padre Márcio Prado - Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

30ª Semana do Tempo Comum - A cura da mulher encurvada.

 Evangelho do dia 30 de outubro segunda feira | Swjohn's Blog
Primeira Leitura: Efésios 4,32-5,8

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 32sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. 5,1Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. 2Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor. 3A devassidão ou qualquer espécie de impureza ou cobiça sequer sejam mencionadas entre vós, como convém a santos. 4Nada de palavras grosseiras, insensatas ou obscenas, que são inconvenientes; dedicai-vos antes à ação de graças. 5Pois, sabei-o bem, o devasso, o impuro, o avarento – que é um idólatra – são excluídos da herança no Reino de Cristo e de Deus. 6Que ninguém vos engane com palavras vazias. Tudo isso atrai a cólera de Deus sobre os que lhe desobedecem. 7Não sejais seus cúmplices. 8Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 1

Sejamos, pois, imitadores do Senhor, / como convém aos amados filhos seus.

1. Feliz é todo aquele que não anda / conforme os conselhos dos perversos; / que não entra no caminho dos malvados / nem junto aos zombadores vai sentar-se; / mas encontra seu prazer na lei de Deus / e a medita, dia e noite, sem cessar. – R.

2. Eis que ele é semelhante a uma árvore / que à beira da torrente está plantada; / ela sempre dá seus frutos a seu tempo, † e jamais as suas folhas vão murchar. / Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. – R.

3. Mas bem outra é a sorte dos perversos. † Ao contrário, são iguais à palha seca / espalhada e dispersada pelo vento. / Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, / mas a estrada dos malvados leva à morte. – R.

Evangelho: Lucas 13,10-17

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vossa Palavra é a verdade; / santificai-nos na verdade! (Jo 17,17) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. 14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, mas não em dia de sábado”. 15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia. – Palavra da salvação.

Reflexão

 A cura da mulher encurvada contém uma mensagem — sempre atual como o Evangelho — de profunda importância para a nossa vida espiritual. Cristo é a revelação de Deus, é a manifestação pessoal dos sentimentos do coração e dos pensamentos daquele que habita em luz inacessível. De modo que até em seus milagres, e não só em suas palavras e discursos, manifesta-se alguma das verdades que o Senhor nos quer transmitir. De fato, como diz S. Agostinho, aquele que criou o corpo é criador também da alma, de sorte que as curas que Jesus operou em cegos, leprosos, paralíticos e hidrópicos são um sinal da cura interior que ele deseja realizar em nós. E o que são essas doenças senão uma imagem das enfermidades da alma? Não é o cego figura de quem não crê em Deus, e o manco, de quem já não percorre o caminho da vida? Assim também a deformidade daquela mulher de que nos fala hoje o Evangelho era obra de Satanás, que a amarrou por dezoito anos, impedindo-a de endireitar-se e olhar para o alto. E acaso não somos todos, em virtude do pecado, escravos do demônio? Não nos encontramos amarrados em seus laços, seduzidos por suas mentiras, desviados como ele da face de Deus? É dessa escravidão que nos veio libertar Jesus, reconciliando-nos com o Pai, enriquecendo-nos com a graça da adoção e fortalecendo-nos com os auxílios espirituais necessários para lutarmos contra a carne, o diabo e o mundo. Agora que nos sabemos redimidos e livres, mantenhamos o olhar, não para as coisas cá de baixo, mas para o céu, onde Cristo está sentado e temos à nossa espera uma herança imarcescível. Que aquele que, ao ser levantado da terra, tudo atraiu para si (cf. Jo 12, 31s), nos conceda a graça de aspirarmos só aos bens celestes, deixando para os porcos as bolotas deste vale de lágrimas.

 

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domingo, 23 de outubro de 2022

30º Domingo do Tempo Comum - Os dois pilares da oração.

 El publicano y el fariseo. - Consejería Espiritual

Primeira Leitura (Eclo 35,15b-17.20-22a)

Leitura do Livro do Eclesiástico:

15bO Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. 16Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; 17jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas.

20Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. 21A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, 22afaça justiça aos justos e execute o julgamento.

- Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

Responsório Sl 33(34),2-3.17-18.19.23 (R. 7a.23a)

— O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.

— O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor;/ que ouçam os humildes e se alegrem!

— Mas ele volta a sua face contra os maus,/ para da terra apagar sua lembrança./ Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta/ e de todas as angústias os liberta.

— Do coração atribulado ele está perto/ e conforta os de espírito abatido./ Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,/ e castigado não será quem nele espera.

 Segunda Leitura (2Tm 4,6-8.16-18)

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:

Caríssimo: 6Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé.

8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.

16Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta.

17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão.

18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

- Palavra do Senhor.- Graças a Deus.

Anúncio do Evangelho (Lc 18,9-14)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra; a Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva. (2Cor 5,19)

PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos.

11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’.

13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.

— Palavra da Salvação.— Glória a vós, Senhor.

 Reflexão
 

O Evangelho da Missa nos apresenta a parábola do fariseu e do publicano que subiram ao Templo para orar. O fariseu é aqui pintando como o típico "falso beato", que cumpre à risca seus deveres religiosos, mas sem amor nem sincera devoção. Ele reza, jejua duas vezes por semana e paga com invejável pontualidade o dízimo de toda a sua renda. Crê-se modelo de penitência e caridade; chega até a dar graças a Deus por não ser como os outros homens, "ladrões, desonestos, adúlteros". Porque só ele é justo, só ele tem a conta limpa diante dos céus... Apesar de toda essa diligência no obedecer às normas habituais de piedade, falta a esse fariseu orgulhoso as bases mesmas de uma vida espiritual sadia e verdadeira, a saber: a e a humildade. Sem estes dois pilares, toda a nossa vida de oração não passa de árvore sem raiz, de casa sem alicerce firme.

Falta-lhe, em primeiro lugar, a virtude fé, que não pode crescer e desenvolver-se num coração em que reina, altivo e sobranceiro, o vício da soberba. Esse pecado, com efeito, nos leva atribuir a nós mesmos o que, na realidade, é próprio apenas de Deus, rico em graças e misericórdia. Se nos arrogamos méritos que não possuímos, se acreditamos ser a fonte de nossos próprios dons, se nos julgamos bons por força própria, que fazemos senão pôr em dúvida o amor e a grandeza do Senhor? Que é isso senão lançar ao chão o dom da fé? Daí à total falta de humildade não há sequer meio passo. Por isso, o fariseu, devido à sua arrogante soberba, não saiu do Templo justificado: ele, na verdade, não jejuava, nem orava, nem tampouco dava esmola verdadeiramente; apenas procurava a si mesmo, a sua glória mesquinha, a mera aparência de santidade.

Jesus nos exorta, assim, a fazermos nossa a atitude daquele publicano humilde que, sem a ninguém acusar, sem sequer levantar os olhos ao céu, saiu de sua oração mais justo e agradável a Deus. Reconheçamos — pecadores que somos — as nossas muitas e inegáveis faltas. Peçamos ao Senhor que nos dê uma profunda humildade e uma vontade firmíssima de nos emendar. Que o Evangelho de hoje nos estimule, pois, não só a confessar-nos com mais frequência, mas também, e sobretudo, a nos confessar melhor, colocando aos pés de Cristo, justo Juiz, todo o fardo de desobediências e infidelidades que vamos carregando ao longo da semana. A Virgem Maria, Refúgio dos pecadores, com certeza nos há de ajudar com suas súplicas onipotentes a sermos espíritos mais penitentes e almas de oração cada dia mais humilde: "Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!"

 
 

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