sexta-feira, 29 de abril de 2011

COLOCAR A MÃO.

O “ver para crer” não é próprio somente do apóstolo Tomé. Aliás, mesmo vendo Jesus Ressuscitado ele teve que manifestar sua fé, que vai além do visível no Filho de Deus. Ver num homem o próprio Deus manifesta o ato de adesão à divindade. O invisível é visto por quem tem o horizonte da vida no imorredouro da eternidade prometida pelo Cristo.

Costumamos, dentro de nossa experiência e percepção dos limites humanos, acreditar menos em promessas de pessoas como nós, quando essas não mostram credibilidade em suas falas. Queremos ver para crer. A fé no humano passa pela veracidade de seus feitos com ética e honradez. Muitos sabem enganar, fazendo promessas para angariar simpatia ou voto. Há quem acredite, principalmente por ganhar algum favor. Não discernindo bem a verdade da mentira, podem prejudicar a comunidade através do voto dado a pessoas enganadoras e de mau caráter.

Com a superação da morte Jesus nos chama a segui-Lo com toda a coragem, confiança, perseverança e disponibilidade. Ele tem palavra de vida, capaz de nos orientar para a consecução do objetivo da nossa própria existência. Com Ele temos certeza da vitória em nosso esforço para a prática do bem, da doação e do sacrifício em proveito do semelhante. Temos a convicção de que vemos sua presença em toda a pessoa que representa Sua vontade, no respeito e dignidade de cada pessoa carente ou necessitada de promoção. Lembramo-nos das palavras: “Eu tive fome e me destes de comer...” (Mateus 25,35).

“Felizes os que creram sem terem visto” (Jo 20, 29). Comparando a fé em Jesus com a fé no ser humano, vamos colocar mais ou então menos a mão na cicatriz de ambos. Mas certamente por causa da fé no Filho de Deus, vamos usar nossas mãos para uni-las com as do próximo e engrossarmos o grupo de quem apresenta aos outros o exemplo de Jesus. Assim poderão também crer no que propomos porque testemunhamos, na prática, a credibilidade de pessoas de palavra. Com a colocação em prática da Palavra de Deus promovemos a superação de tudo o que faz matar a vida, seja no aspecto biológico, seja no espiritual.

Ressuscitados com o amor de Cristo somos capazes de levar esperança, promover a família como fonte de vida plena, cuidar do planeta como verdadeira missão, promover a política de real serviço à cidadania, viver como comunidade religiosa de pessoas que trabalham incessantemente para a cultura da justiça e da paz.

O descompromisso com o bem comum pode fazer a pessoa não colocar a mão na massa para fazer o convívio de real promoção do próximo e de toda a sociedade. Nessa posição ela fica escrava de si, sem um sentido e conquista de altivez. Quem, no entanto, se aproxima de Cristo e aceita a realidade de sua ressurreição, tem a alegria de contar conscientemente com a presença transformadora de sua existência. Parte para a missão de imitá-lo, levando seu amor a todos.

Colocando nossas mãos unidas às dos outros, por causa da fé no Ressuscitado, transformamos nosso convívio para enchê-lo de vida nova!



 
Por: Dom José Alberto Moura
Fonte: CNBB

O MILAGRE DA VISITA.

Pe Inácio

“Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc 1,68).

A visita é a prática do encontro que ressuscita vidas. Tudo de bom se leva com a visita. A proposta celestial é o tema central da visita. Quem visita recebeu como fundamento do Espírito Santo conhecimento e sabedoria.



Vejamos essa prática salutar na Sagrada Escritura e na Historia da Igreja.
O bom Deus visitava Adão e Eva no Jardim do Éden (Gn 3,8) e o seu povo no Egito (Ex 3,16). O profeta Natã fez uma visita de renovação na vida do rei Davi (2 Sm 12,1-13). O rei Ezequias adoeceu e recebeu a cura de Deus por meio da visita do profeta Isaías (2 Rs 20,1-11). Memorável foi a visita da bem-aventurada virgem Maria a sua prima Isabel. Com um grande grito, exclamou Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,39-45). Nosso Senhor Jesus Cristo, seguiu o bom exemplo de sua mãe. Jesus visita a todos: pecadores, amigos e famílias, principalmente a de Lázaro (Mt 8, 14-17; Mc 2, 13-15 ; Lc 19, 1-10 ; Jo 11, 21.31; 12, 9-11).


Jesus Cristo deu ordem à missão de visitar (Mt 25, 34-36). Os apóstolos visitavam os cristãos (At 9, 32-38 ; 15, 35-41 ; 16, 1.2).




EDWARD KIMBALL E BILLY GRAHAM
Edward Kimball, um professor de escola dominical em Boston, nos EUA, decidiu visitar um rapaz de sua classe para ter certeza de que ele era cristão. Naquele dia ele apresentou o Senhor a Dwight L. Moody. Moody , o Billy Graham do século XIX, teve grande impacto em Wilbur Chapman. Este último, um destacado evangelista que convocou Billy Sunday para que fizesse parte de suas campanhas evangelisticas. Em seguida, Sunday iniciou um ministério nacional que obteve grandes resultados em cidades como Charlotte, na Carolina do Norte, EUA. Uma organização que surgiu como resultado de um avivamento liderado por Billy Sunday convidou o evangelista Mordecai Ham á cidade. Em uma dessas reuniões, Billy Graham recebeu Cristo como seu Senhor e Salvador e mais tarde foi o evangelista mais destacado de nossos tempos.

O renomado evangelista B. Graham é o ícone para os verdadeiros pregadores da santa Palavra de Deus. Seu ministério sempre focou a centralidade da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo.
Quando você pensa não ter muito a oferecer, lembre-se de Edward Kimball, o professor de escola dominical que investiu uma tarde de sábado para visitar alguém de sua classe. Deus tem uma forma especial de usar a fidelidade rotineira em pequenas coisas, como por exemplo: uma visita, para realizar grandes feitos!


Realmente, uma visita pode fazer grandes milagres. Para esse fim, somos usados por Deus como instrumentos de acolhidas e de visitação.

Alguém está esperando por uma visita...




Pe. Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Professor de Historia da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião


E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com



 Fonte: Pe. Inácio José do Vale
Local:Volta Redonda

DESTINATÁRIOS DAS SETE PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ.

Ante o universo pairaram as últimas palavras do Crucificado lá no Calvário.

Cristo não falou apenas para um grupo de amigos como outrora Sócrates, nem para alguns epígonos; como Platão na sua Academia, ou como Aristóteles no seu Liceu, ou como Epicuro nos seus jardins, ou como Pitágoras para seus trezentos discípulos de Crotona. Ele não falou como Catão no Senado romano ou para uma cidade como Demóstenes para os atenienses ou para um povo como Moisés. Suas sete palavras foram para todos os povos, lugares, idades e gerações. Isto, inclusive, como condição de progresso, como normas de conquistas de glórias imperecíveis.

Extraordinárias sete palavras! Onde estão os oráculos de Delfos? Onde os mistérios do Egito? Onde as formosas inscrições romanas? Calaram-se as palavras da antigüidade, os santuários guardam silêncio. As sete mensagens de Cristo na Cruz, porém, atravessam os séculos. Elas passam sobre o mundo lançando sementes de compreensão e esperança, acima de todas as bandeiras, impregnando todas as civilizações, harmonizando-se com todos os governos, mas condenando todas as corrupções. Sempre novas e atuais, fundidas ali no monte da morte, a ressoarem argênteas em todos os corações. Eternas, porque divinas, se fizeram admiravelmente humanas. Assim como o sol se derrama em torrentes luminosas tanto pelos altos montes, como pelos profundos vales, elas aclaram todos os destinos dos homens.

Cada palavra que assim vem escalando os séculos chega até a todos os cristãos e são menagens de justiça e paz, de amor e vida! Cumpre que todo batizado se aproxime sempre do Homem da Dor, Mártir sublime que lhe acena do lenho da amargura, chamando-o para escutar comunicações que beatificam. É preciso abrir o coração à linguagem de Jesus! Ele ensina a sabedoria de Deus. É necessário ir a esta fonte de salvação para que cada um se sacie com dons divinos. A árvore bendita donde pendeu o fruto celeste indica uma passagem para um mundo no qual tudo é felicidade. É necessário saber ler este livro aberto com golpes tão cruéis. Fica bem que diante de seu Crucifixo esteja o cristão com Cristo, porque é à hora da morte que encontram os amigos o momento mais terno dos mais ternos comunicados, os pais as derradeiras dádivas para os filhos. Os mistérios da vida de Jesus não marcaram apenas um instante na História. Eles revivem para todos os que meditam na sua Paixão e Morte.

Cada alma que se acerca do divino Crucificado percebe no mais íntimo de si o inefável da graça a descer-lhe em cataratas celestes.
Penetrar fundo nas últimas palavras de Jesus antes de sua morte é se imergir num mar imenso de sabedoria e iluminações especiais.



Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Local:Mariana (MG)

LITURGIA DIÁRIA - JESUS APARECE AOS DISCIPULOS.

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 4, 1-12

OITAVA DA PÁSCOA
(branco, glória, pref. da Páscoa I - ofício próprio)

Leitura dos Atos dos Apóstolos - 1E, enquanto êles falavam ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o magistrado do templo, e os saduceus, 2contrariados porque ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. 3Prenderam-nos e os meteram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde. 4Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram; e o número dos fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil. 5No dia seguinte reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos, os escribas, 6com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem pontifical. 7Colocando-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em que nome fizestes isso? 8Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: 9se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, 10ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. 11Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 12Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(117)

REFRÃO: A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular.


1. Aleluia. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque eterna é a sua misericórdia. Diga a casa de Israel: Eterna é sua misericórdia. - R.

2. E vós, que temeis o Senhor, repeti: Eterna é sua misericórdia. - R.

3. A pedra rejeitada pelos arquitetos tornou-se a pedra angular. Isto foi obra do Senhor, é um prodígio aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade. - R.

4. Senhor, dai-nos a salvação; dai-nos a prosperidade, ó Senhor! Bendito seja o que vem em nome do Senhor! Da casa do Senhor nós vos bendizemos. O Senhor é nosso Deus, ele fez brilhar sobre nós a sua luz. Organizai uma festa com profusão de coroas. E cheguem até os ângulos do altar. - R.

Evangelho: João 21, 1-14

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - 1Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. 3Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. 4Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. 5Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. 6Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. 7Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. 8Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). 9Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. 10Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. 11Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. 14Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu
É pela terceira vez que Jesus aparece aos seus amigos, desta vez foi junto ao lago de Tiberíades. O que mais se destaca aqui é a fé em Jesus que brota do coração e não dos olhos somente. Somos convidados a confiar no testemunho idôneo daqueles que o rodearam e adquiram a inteligibilidade da verdade do testemunho da Sua Ressurreição.
A certeza de que estás vivo Senhor, é o testemunho autêntico daqueles a quem aparecestes e a Tua própria palavra no mar de Tiberíades. Infelizmente ainda hoje, muitas dúvidas vão persistindo algumas vezes na nossa mente induzida pelos profetas da desgraças que espalham falsas doutrinas e até as vezes com fundamentos cientificamente comprovadas. Mas tudo isso porque somos homens e mulheres de pouca fé. Perdoa-nos na nossa mesquinhez a auxilia-nos a crescer na fé na Tua pessoa e na Tua Palavra.
Senhor Jesus, Tu caminhas lado a lado conosco na estrada da nossa vida, acompanhando-nos nas nossas amarguras e nas nossas tristezas. Raramente, porém, conseguimos ter os olhos abertos para Te ver, e os ouvidos atentos para Te escutar…
Minha irmã, e meu irmão. Deus lhe chama. Será que o caminho que você está tentando seguir e que não está dando muito certo é o caminho de Jesus? Olha que aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, está conosco. Ele nos convida a lançar a rede para o outro lado da barca. Você se preocupa com o seu sustento! Não se preocupe com dinheiro! Pois Ele cuidará de tudo. É só confiar e jogar a sua rede do outro lado. Converter é mudar de rumo, de caminho. Converta-se, mude agora o seu caminho para Deus, e será uma pessoa nova como o Cristo ressuscitado!
Juntos peçamos ao Senhor nosso Deus para que Seu Filho Ressuscitado nos auxilie em tudo. E como apareceu aos discípulos
Meu Senhor e meu Deus auxiliam-nos, a saber, ver-Te a nosso lado, acompanhando-nos em todos os momentos da nossa vida, de tal modo que o nosso coração inflamado por Ti, consiga transmitir a Tua constante presença, a fim de que saibamos, com ardor, comunicá-la a todos aqueles que nos rodeiam.
Senhor Jesus, ajuda-nos a estarmos atentos à tua presença nos diversos momentos da nossa vida. Quando escutamos a Tua Palavra, que ela nos alegre, pois é a Tua presença; quando entramos na intimidade através da Eucaristia, que ela nos consiga a paz, quando Te conseguimos descobrir nos outros, que nos estimule o espírito missionário e de serviço.
Muitas vezes a canseira do dia a dia nos torna quebrados e sem rumo para a nossa vida. Sem a Vossa presença o barco da nossa vida regressa do mar vazio, sem peixe. A nossa vida fica sem sabor e razão de viver. Só com a Tua presença. Tudo ganha sentido como foi para os dois discípulos no mar de Tiberíades. Temos a certeza de que convosco a canseira de uma noite inteira na faina de pescar resultara inútil. Pois à indicação da Vossa palavra, que se encontra na margem do nosso desespero, faz abundar de peixe as redes da nossa vida a ponto de quase se rebentarem.
É verdade, Senhor, eu creio! Sem Ti por perto, nada conseguiremos. A nossa sabedoria, a nossa habilidade, os nossos conhecimentos, nada conseguem se a Tua presença não informar a nossa ação.
Por isso, insistentemente Te suplico, Senhor Jesus, não nos deixes separar de Ti. Que a Tua presença sempre se faça sentir na nossa ação quotidiana e que nós jamais empreendamos qualquer atividade sem Te ter presente como guia, conselheiro e distribuidor providente de todo o nosso alimento que fortifica e dá sentido à nossa vida.


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quinta-feira, 28 de abril de 2011

VIDA COMUNITÁRIA E SOCIEDADE - O QUE É O AMOR?

Trata-se de uma pergunta que nos deveríamos fazer todos. Amor é uma palavra que encerra um significado maravilhoso, mas tem sido desvirtuada e, atualmente, não sabemos o que significa, sendo usada sem considerar seu verdadeiro sentido. Infelizmente, foi uma palavra reduzida ao âmbito sexual e se perdeu a valiosa força que estas quatro letras encerram. Realmente amamos?

A Caridade é a terceira virtude teologal, além de ser a principal. É o amor de Deus que habita em nosso coração, amar é ter Deus no coração e compartilhí-Lo com todos. Podemos defini-la assim: “A Caridade é a virtude teologal, pela qual a pessoa ama a Deus sobre todas as coisas, por Ele mesmo (Não por interesse) e ama ao próximo por Deus ”.

Existem dois tipos de amor:

• O amor concupiscência: é uma amor por interesse próprio, ama porque considera a outra pessoa útil, agradável ou prazenteira. É o falso amor que abunda no mundo.

• O amor de amizade: é o amor de Deus. não é interessado. Ama principalmente pelo bem do outro.

O primeiro é o que nos domina, tudo fazemos desde o egoísmo, não atuamos pelo bem de nosso próximo, mas em benefício próprio. Dizemos que amamos, mas, na verdade, estamos utilizando à pessoa, esperamos que nos dê prazer, companhia, nos faça favores, a manipulamos, enfim, deixamos a palavra amor no mesmo nível de um mero sentimento.

O amor não é um sentimento, é uma ação. Quando se ama de verdade, deseja-se que a outra pessoa viva, que esta vida seja doada, proporcionar-lhe o melhor para que possa ser feliz, sua felicidade será a nossa também, porque a compartilhamos. não se espera nada em troca, a maior recompensa é saber que a outra pessoa está bem, alegre, sentindo-se amada de verdade. É entregar-se esquecendo de si mesmo.

O mandamento principal para o cristão é AMAR, já que o amor contém todos os demais mandamentos. Jesus diz, em Marcos 12, 28-31: “Achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu-lhe: «O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarís ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarís o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe».”.

Também são Paulo nos define a caridade em 1 Coríntios 13, 1-12:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!

A caridade é paciente, a caridade é bondosa. não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. não é arrogante. Nem escandalosa. não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão , o dom das línguas cessarí, o dom da ciência findarí. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerí. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como sou conhecido”.

Por que nos custa tanto trabalho amar? É uma pergunta que cada um deve responder, analisar como entende esta palavra e até que ponto estamos dispostos a procurar a felicidade do próximo. já não sabemos dizer a um amigo ou amiga que a amamos, pior ainda, não nos atrevemos porque o amor tem sido tão deturpado que, imediatamente, pensamos que vamos ser mal interpretados; também não o dizemos a uma pessoa necessitada, às vezes a ajudamos, mas sem nunca dizer que a amamos.

Convido a todos a meditar sobre esta palavra, que passemos do sentimento à ação, amar um amigo é querer sempre o bem dele e, se conseguíssemos amar a todos, nosso mundo seria melhor, acabaria tanta maldade e viveríamos mais felizes.

Não tenha medo de amar! Se você se sente amado por Deus e realmente ama a Deus, veja como é simples compartilhar esse amor com nossos semelhantes. Não esqueçamos que todos somos filhos de Deus e, com nossas qualidades, defeitos e pecado, Ele nos ama a todos por igual.

CONSCIÊNCIA, LEI MORAL DE TODOS.

Conforme está escrito na Bíblia, durante a criação do homem, Deus já imprimiu no fundo de sua alma a Sua Imagem e Semelhança (Gen. 1:26). É por isso que a consciência é chamada de "a voz de Deus" no homem. Por ser parte integral da natureza humana, a consciência é ativa em todas as pessoas, independente da idade, raça, educação ou desenvolvimento.

Os estudiosos (antropólogos) estudando a cultura e costumes de povos antigos testemunham que até hoje não foi encontrado nenhum povo, mesmo o mais selvagem, o qual teria alguma divergência em entender o bem e o mal. Além disso, muitos povos não só super-consideram o bem e ignoram o mal, como na maioria se unem na concordância da veracidade de seus pontos de vista. Até mesmo os povos selvagens se mantém firmes em sua convicção sobre o bem e o mal se igualando aos povos mais cultos e evoluídos.

Um princípio conhecido mundialmente é aquele que diz "não faça aos outros aquilo que não deseja para si mesmo."

O imperfeito se esforça em qualquer lugar para esconder-se dele mesmo, ou então, para derrubar a máscara da virtude.

O Apóstolo Paulo e suas epístolas aos Romanos explica como a lei moral atua sobre as pessoas. O Apóstolo Paulo censura os judeus de que, mesmo conhecendo as escrituras da Lei de Deus, quase sempre violavam-nas naquele tempo, mesmo os pagãos "mostram que o objetivo da Lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente" (Rom. 2:15). Aqui, então, o Apóstolo Paulo explica de como essa lei da consciência, ora castiga, ora agrada a pessoa. Assim, cada pessoa, seja lá quem ela for, sente o mundo, a alegria e felicidade quando pratica o bem, e caso contrário, sente preocupação, tensão e opressão quando pratica o mal. Até mesmo os pagãos quando praticam o mal, sabem no íntimo que por estes atos terão o castigo de Deus (Rom. 1:32). No dia do Julgamento Final, Deus irá julgar as pessoas não só pela sua fé, mas pelo testemunho de suas consciências. Por isso, conforme os ensinamentos do Apóstolo Paulo, mesmo os pagãos poderão ser salvos, caso sua consciência testemunhe perante Deus sobre sua vida correta.

A consciência é um avaliador moral muito sensível, especialmente em crianças e jovens, que são puros e inocentes. Se o homem não fosse prejudicado pelo pecado, não haveria necessidade de existir lei escrita. A consciência poderia realmente guiá-lo em todos os seus atos. A necessidade de escrever leis surgiu do pecado original quando o homem, ofuscado pelo furor, parou de prestar atenção na voz da consciência. Mas pela existência, assim como as leis escritas e a lei da consciência, ambas dizem uma só coisa: "tudo o quereis que os homens vos façam, fazei-o vós à eles" (Mat. 7:12).

Em contatos diários com pessoas nós subconscientemente confiamos mais nas consciências delas do que nas leis escritas e regulamentos. Não se consegue controlar cada crime e também a lei as vezes está nas mãos de juízes injustos, A consciência mantém nela a eterna e imutável Lei de Deus. Porisso, os relacionamentos mútuos entre as pessoas são possíveis apenas enquanto elas não gastaram a consciência dentro de sí.




por
site ortodoxo:fatheralexander.org

LITURGIA DIÁRIA - JESUS APARECE AOS DISCIPULOS.

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 3, 11-26

OITAVA DA PÁSCOA
(branco, glória, pref. da páscoa I - ofício próprio)

Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 11Como ele se conservava perto de Pedro e João, uma multidão de curiosos afluiu a eles no pórtico chamado Salomão. 12Ao ver isto, falou Pedro ao povo: Homens de Israel, por que vos admirais assim? Ou por que fitais os olhos em nós, como se por nossa própria virtude ou piedade tivéssemos feito este homem andar? 13O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou seu servo Jesus, que vós entregastes e negastes perante Pilatos, quando este resolvera soltá-lo. 14Mas vós renegastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homicida. 15Matastes o Príncipe da vida, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos: disso nós somos testemunhas. 16Em virtude da fé em seu nome foi que esse mesmo nome consolidou este homem, que vedes e conheceis. Foi a fé em Jesus que lhe deu essa cura perfeita, à vista de todos vós. 17Agora, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos chefes. 18Deus, porém, assim cumpriu o que já antes anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo devia padecer. 19Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos pecados. 20Virão, assim, da parte do Senhor os tempos de refrigério, e ele enviará aquele que vos é destinado: Cristo Jesus. 21É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas. 22Já dissera Moisés: O Senhor, nosso Deus, vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim: a este ouvireis em tudo o que ele vos disser. 24Todos os profetas, que têm falado sucessivamente desde Samuel, anunciaram estes dias. 25Vós sois filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com os nossos pais, quando disse a Abraão: Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra (Gn 22,18). 26Foi em primeiro lugar para vós que Deus suscitou o seu servo, para vos abençoar, a fim de que cada um se aparte da sua iniquidade. - Palavra do Senhor.



Salmo Responsorial(8)

REFRÃO: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande / vosso nome por todo o universo.
1. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. - R.
2. Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? - R.
3. Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. - R.
4. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. - R.



Evangelho: Lucas 24, 35-48

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 35Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! 37Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. 40E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? 42Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele tomou e comeu à vista deles. 44Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. 45Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sois as testemunhas de tudo isso. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu
Depois de Jesus se ter aparecido a Maria Madalena e ter dado ordens para que os seus discípulos partam para a Galileia e depois do incidente do encontro de Jesus Ressuscitado com os dois discípulo na estrada de Emáus, aparece finalmente ao grupo reunido para lhes decepar as dúvidas e fortalecer-lhes a fé. Pois a comunidade estava vacilando na sua fé – as perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo; o primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça. E, então Jesus aparece e lhes diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO.
Prova-lhes a Sua autêntica Ressurreição e lhes confirma na paz. Ele é a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, para todos. E para que suas palavras não fiquem somente no ar, mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados. Vede minhas mãos e meus pés; porque eu mesmo sou! Apalpai-me e vede que um espírito carne e ossos não tem, como me vedes tendo. Estas palavras indicam que Jesus se apresentou como um homem normal com a mesmas características que tinha na vida mortal que os discípulos tão bem conheciam. Daí que podemos traduzir livremente por sou o mesmo que vocês conhecem, não é outra pessoa a que estais vendo. E em vista disso, anima-lhes a apalpar seu corpo e a ver mãos e pés que estavam com os sinais das chagas.
Se estas palavras têm algum sentido histórico, ele é o de manifestar que Jesus está vivo, que a morte não o venceu, que a vida do além pode ter momentos em que se parece com a vida anterior como se esta seguisse e aquela fosse uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns teólogos que dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual, vemos como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que só o espírito vive e o corpo como que se destrói e não alcança a nova vida.
Como diz o catecismo é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico. Pois o corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e crucificado, ele traz as marcas de sua Paixão. Não constitui uma volta à vida terrestre como foi o caso de Lázaro, visto que seu corpo possui propriedades novas que o situam além do tempo e do espaço. Ele passa de um estado de morte para uma outra realidade. Ele participando da vida divina no estado de sua glória de modo que Paulo pode chamar a Cristo de o Homem Celeste. É por isso que Ele tem o poder de transmitir para você e eu a verdadeira Paz. Assim como ontem, Jesus continua dizendo: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
O convite a tocar e não só ver indica que o corpo presente diante deles tinha aspectos físicos ou que podiam se conformar às leis físicas, à vontade do ressuscitado. As feridas muito mais do que o rosto eram as marcas que determinavam em definitivo a realidade da pessoa na frente deles. Se faltar alguma prova para se certificar de que aquilo era real, comeu uma porção de peixe. Parece que o evangelista queria refutar toda dúvida possível. Mesmo assim existe muitos como Tomé é aqui evocado, não como apóstolo, mas como incrédulo. Por isso, podemos afirmar que existem muitos Tomé que não acreditam porque não têm visto.
Diante do escândalo da cruz que na época era muito maior do que nos dias de hoje, além da sua presença era necessário que Ele provasse ser tudo conforme às Escrituras. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar sua sabedoria e fortaleza no que é loucura e fraqueza para os homens (1 Cor 1, 25). Daí que a maior esperança seja a de ouvir as Palavras e a presença do mestre novamente entre os discípulos, não, mas com um corpo humano, mas sim glorioso embora aparente um Jesus histórico que toque coma e entre dentro de uma experiência íntima com Ele. E diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO




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quarta-feira, 27 de abril de 2011

AS PROVAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS.

A Igreja não tem dúvida em afirmar que a Ressurreição de Jesus foi um evento histórico e transcendente. No §639 o Catecismo afirma: “O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: “Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.

O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2). Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); segundo S. Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).

S. Paulo atesta que Ele “… ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).

“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto  nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes.  “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos”.(Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).

Toda a pregação dos Discípulos estava centrada na Ressurreição de Jesus. Diante do Sinédrio Pedro dá testemunho da Ressurreição de Jesus (At 4,8-12). Em At 5,30-32 repete.  Na casa do centurião romano Cornélio (At 10,34-43), Pedro faz uma síntese do plano de Deus, apresentando a morte e a ressurreição de Jesus como ponto central. S. Paulo em Antioquia da Pisídia faz o mesmo (At 13,17-41).

A presença de Jesus ressuscitado era a manifestação salvífica definitiva de Deus, inaugurando uma nova era na História humana; era a força do Apóstolos. Jesus ressuscitado caminhou com eles ainda quarenta dias e criou a fé dos discípulos e não estes que criaram a fé no Ressuscitado.
A primeira experiência dos Apóstolos com Jesus ressuscitado, foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que  surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”. (Lc 24, 34ss)

Os Apóstolos não acreditavam a principio na Ressurreição do Mestre. Amedrontados, julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos. Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pessoas muito realistas que duvidaram a principio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).

Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo, ou falar dela como fraude. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.

Com  os Apóstolos aconteceu o processo exatamente inverso do que se dá com os visionários. Estes, no começo, ficam muito convencidos e são entusiastas, e pouco a pouco começam a duvidar da visão. Já com os discípulos de Jesus, ao contrário, no princípio duvidam. Não crêem em seguida na Ressurreição. Tomé duvida de tudo e de todos e quer tocar o corpo de Cristo ressuscitado. Assim eram aqueles homens: simples, concretos, realistas. A maioria era pescador, não eram nem visionários nem místicos. Um grupo de pessoas abatidas, aterrorizadas após a morte de Jesus. Nunca chegariam por eles mesmos a um auto-convencimento da Ressurreição de Jesus. Na verdade, renderam-se a uma experiência concreta e inequívoca.

Impressiona também o fato de que os Evangelhos narram que as primeiras pessoas que viram Cristo ressuscitado são as mulheres que correram ao sepulcro. Isto é uma mostra clara da historicidade da Ressurreição de Jesus; pois as mulheres, na sociedade judaica da época, eram consideradas testemunhas sem credibilidade já que não podiam apresentar-se ante um tribunal. Ora, se os Apóstolos, como afirmam alguns, queriam inventar uma nova religião, por que, então, teriam escolhido testemunhas tão pouco confiáveis pelos judeus? Se os evangelistas estivessem preocupados em “provar” ao mundo a Ressurreição de Jesus, jamais teriam colocado mulheres como testemunhas.

Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso,  resolveram apaga-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15). A ressurreição corporal de Jesus era professada tranqüilamente pela Igreja nascente, sem que os judeus ou outros adversários a pudessem apontar como fraude ou  alucinação.
Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi uma surpresa.

Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento. Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não ser presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.

E a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio (tribunal dos judeus). Se a ressurreição de Jesus, pregada  pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.
Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz.
Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor.

Será que em nome de uma fantasia, de um mito, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? É claro que não. Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? Será que em nome de um mito, durante já dois mil anos, multidões de homens e mulheres abdicaram de construir família para servir ao Senhor ressuscitado? Será que uma alucinação poderia transformar o mundo? Será que uma fantasia poderia fazer esta Igreja sobreviver por 2000 anos, vencendo todas as perseguições (Império Romano, heresias, nazismo, comunismo, racionalismo, positivismo, iluminismo, ateísmo, etc.)? Será que uma alucinação poderia ser a base da religião que hoje tem mais adeptos no mundo (2 bilhões de cristãos)? Será que uma alucinação poderia ter salvado e construído a civilização ocidental depois da queda de Roma?  Isto mostra que o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava, como hoje.

Na verdade, a grandeza do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. É muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada. Como pode uma fantasia atravessar dois mil anos de história, com 266 Papas, 21 Concilios Ecumênicos, e hoje com cerca de 4 mil bispos e 416 mil sacerdotes? E não se trata de gente ignorante ou alienada; muito ao contrário, são universitários, mestres, doutores.



Prof. Felipe Aquino

CHRISTOS ANESTI! ALLILÚIA! SURREXIT CHRISTUS! ALLELLÚIA!


Eis a festa, eis a alegria, eis o repouso, eis a esperança, eis o desejo, o impulso, a fonte da coragem, eis o alimento de cada dia, o Pão do Amanhã, eis a nossa vida, aquela que não passa...



 
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O PODER DA CRUZ DE CRISTO.


“De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o evangelho – sem sabedoria de palavras, para não esvaziar a força da cruz de Cristo. A pregação da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que são salvos, para nós, ela é a força de Deus” (1 Cor 1,17.18).


A crucificação já existia antes do poderoso Império Romano. Tem a sua origem na Pérsia. No império romano, em principio era reservado as classes baixas, os escravos e os estrangeiros. Em todo domínio do Império a crucificação era praticada com grande crueldade e requinte de perversidade. Para os nobres e intelectuais romanos a crucificação era considerada uma punição terrível, escandalosa e bárbara, da qual se devia evitar até ouvir e falar sobre ela.

Para o grande político e o maior orador romano Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) falou dessa punição horrorosa. Disse ele: “Era a mais cruel e revoltante penalidade, que devia ser reservada só para os escravos, e em último caso”. “A própria palavra cruz, devia não apenas ficar longe do corpo de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, de seus olhos e seus ouvidos”, escreveu o autor das famosas catilinárias. Para o cidadão romano ou estrangeiro que tinha a cidadania romana, a pena capital era a decapitação pelo golpe de espada romana.

Os dois primeiros apóstolos mártires de Roma: São Pedro e São Paulo. O primeiro foi crucificado de cabeça para baixo, que também era costume e o segundo pela sua cidadania romana foi decapitado.

A MENSAGEM DA CRUZ

“Quem não procura a cruz de Cristo, não procura a glória de Cristo”. São João da Cruz , Sacerdote e Doutor da Igreja

A cruz é a expressão monumental do triunfo do glorioso cristianismo e o logotipo da santíssima fé vitoriosa. A cruz é o marco central do amor da redenção humana pela graça do bom Deus. A mensagem mais poderosa do mundo é a proclamação da cruz de Cristo. É o maior escândalo e a maior loucura para os incrédulos.

A verdadeira pregação do evangelho é centralizada no Cristo crucificado e ressuscitado (1 Cor. 2,2; At 2,23.24). A cruz e o símbolo mais importante e conhecido do cristianismo. Assim professamos no Credo Apostólico: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”.

De tantos crucificados numa terra pobre, miserável, conturbada, cheia de conflitos políticos e religiosos, tão distantes da capital do Império Romano, porque um crucificado causou tanta agitação para as autoridades judaicas e romanas? A resposta foi registrada pelo apóstolo São Mateus: “O centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o terremoto e tudo mais que estava acontecendo ficaram muito amedrontados e disseram: De fato, este era o filho de Deus!” (Mt 27,54).

De todos os crucificados na Palestina, o Filho de Deus é o mais famoso de todos até o dia de hoje. A sua missão na cruz foi para salvar a humanidade e para que, em nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: “Jesus Cristo é o Senhor” para a glória de Deus Pai (Fl 2,10.11).

A sua cruz foi fincada no monte do calvário na Palestina e sua ressurreição para o Universo. Jesus é a personalidade mais famosa do mundo, seja: na arte, na literatura, no cinema, no teatro e na internet. O Servo foi crucificado e ressuscitado como Senhor e Deus (Jo 20,28). Ele foi o Cordeiro imolado e humilhado para ser Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).

O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO

Mas o anjo, respondendo, disse as mulheres: “ Não tenhais medo, pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou. ( Mateus 28, 5.6) No primeiro dia da semana, algumas mulheres piedosas madrugaram para ir ao sepulcro do Senhor Jesus. Buscavam o crucificado, Mas não acharam o corpo dele, encontraram um anjo que lhes deu essa magnífica notícia: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou”. Que grande significado estas palavras tem!

Já ressuscitou – Ele vive! Aquele que por amor a nós foi para a cruz e cumpriu a obra infinitamente penosa da salvação agora está vivo. Vivo para nunca mais morrer, depois de haver ressuscitado, subiu aos céus, a esfera espiritual da qual ele cuida de nós. Temos um Senhor vivo e glorificado, a quem podemos seguir, servir e adorar e que nos ama.

Já ressuscitou – Ele venceu! Por meio da obediência de seu Filho até a morte, Deus foi glorificado.

Jesus satisfez todas as exigências do santo e justo Deus. Tudo esta cumprido, por isso o Deus o ressuscitou. No Gólgata, o Cristo venceu o pecado, a morte, o diabo e o mundo.

Já ressuscitou – Ele nos fez participantes da sua vitória! “Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que crê em mim nunca morrerá” (João 11, 25-26). Somos filhos de Deus estamos unidos ao Cristo vivo. A vida dEle é nossa vida. O Deus dele é nosso Deus. O Pai dele é nosso Pai. Portanto “se nós somos filhos, logo somos herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” ((Romanos 8,17).

A ressurreição do Senhor Jesus é parte do fundamento da fé cristã. Os Evangelhos apresentam o relato histórico desse fato. O livro de Atos dá testemunho desse acontecimento; nas Epístolas encontramos o significado e as conseqüências dela.

O significado da ressurreição de Cristo está enfatizado em Romanos 4,25: “O qual nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa salvação”. Cristo morreu na cruz em nosso lugar. Ali Deus o castigou por nossos pecados e pelos seus também, querido leitor.

Mas, somente a partir da ressurreição sabemos que Deus aceitou o sacrifício do nosso substituto. A ressurreição nos confere a plena segurança da nossa fé e da salvação. Deus foi infinitamente glorificado pela obra de seu filho, e como demonstração de sua aprovação o ressuscitou. Em virtude disto sabemos que o sacrifício de Cristo foi aceito. Com toda tranqüilidade podemos descansar nessa certeza. Ele também é à base de nossa confiança em Deus e em sua Palavra. Nossa esperança no por porvir está igualmente ligada a ressurreição, porque o Cristo ressuscitou é chamado de “as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15,20).

Por assim dizer, ele é o primeiro fruto de uma colheita que abrange todos os redimidos que morreram e ainda morrerão.

Eles ressuscitarão com um corpo glorificado quando o Senhor vier para arrebatar aos seus. Até “lá, vivamos de maneira que o agrade e honre o bom nome que sobrevós foi invocado.” (Tiago, 2,7).

CONCLUSÃO

Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo por sua morte e ressurreição venceu definitivamente o pecado, o império da morte e todo o sistema diabólico.

Pelo Senhor Jesus, pela sua Vitória, nos somos vitoriosos também: Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está a mão direita de Deus Pai, é que intercede por nós!… Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Romanos 8,34,37).

O maior presente que o bom Deus podia ter nos dado, Ele nos deu, enviando ao mundo SEU FILHO JESUS. E, por Jesus, nós podemos chamar a esse DEUS de PAI.

“Enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que chama: Abra, Pai! De modo que já não és mais escravo, mas filho. E se és filho és também herdeiro da graça de DEUS” (Gl 4,6.7).

A ressurreição de Cristo foi o maior acontecimento de transformação na história da humanidade Foi o único que tem todo o poder de mudar a vida de milhares de pessoas que estão “mortas” pelos delitos e pecados, com suas mentes e corpos escravizados pelos vícios. A única solução para estas pessoas é o arrependimento de suas ofensas contra Deus e a purificação de suas almas pelo sangue de Jesus Cristo, por meio de uma verdadeira conversão ao Cristo Redentor.

Daí viver sempre em comunhão com Cristo e na profunda experiência de seu eterno amor. Estudando sempre a Sagrada Escritura, fiel a Eucaristia e na caminhada eclesial.

Ele disse: “Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 18,20).

Ele vive e reina. Ele é louvado, adorado e glorificado em nossos corações por nosso testemunho para sempre.



por Pe. Inácio José do Vale, Professor de História da Igreja - Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Católicos na Rede

O DIA SEM OCASO.

Na tarde desse mesmo dia [domingo], que era o primeiro da semana, estando as portas da casa em que se achavam os discípulos trancadas por medo dos judeus, Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: ‘Paz a vós’(...). Tendo assim falado, soprou sobre eles e lhes disse: ‘Recebei o Espírito Santo'[1].
Na visão de João, a aparição de Jesus ressuscitado aos apóstolos no cenáculo é a nova criação do homem: Em Gn 2,7 Deus plasma o homem do barro da terra e insufla nas suas narinas o hálito de vida; aqui o Ressuscitado sopra sobre os apóstolos e comunica-lhes o Espírito Santo, dando-lhes a nova vida. Na primeira criação o homem foi o último ser criado, aqui ele é o primeiro, porque a nova criação é também a redenção do homem e, através dele, de toda a criação.

Jesus ressuscitado aparece aos discípulos no primeiro dia após o sábado, ou seja, no dia que está acima da ordem dos dias da semana. É o oitavo dia. Sobre isto escreve S. Agostinho: “Por isso, o Senhor também imprimiu o seu selo no seu dia, que é o terceiro após a paixão. Porém, no ciclo semanal, aquele é o oitavo depois do sétimo, isto é, depois do sábado, e o primeiro da semana”[2]. O oitavo dia é o dia sem ocaso, o dia sem fim, que nos introduz, portanto, na eternidade.

Na Carta Apostólica Dies Domini, João Paulo II comenta:

“O fato de o sábado ser o sétimo dia da semana fez considerar o dia do Senhor à luz de um simbolismo complementar, muito apreciado pelos Padres: o domingo, além de ser o primeiro dia, é também ‘o oitavo dia’, ou seja, situado relativamente à sucessão septenária dos dias, numa posição única e transcendentes evocadora, não só do início do tempo, mas também do seu fim no ‘século futuro’. S. Basílio explica que o domingo significa o dia realmente único que virá após o tempo atual, o dia sem fim, que não conhecerá tarde nem manhã, o século imorredouro que não poderá envelhecer; o domingo é o prenuncio incessante da vida sem fim, que reanima a esperança dos cristãos e os estimula no seu caminho”[3].


As aparições de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos aconteceram no domingo, por isso este dia passou a ser, a Páscoa semanal dos cristãos: é memorial da morte e gloriosa ressurreição do Senhor.

“Nós celebramos o domingo, devido à venerável ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, não só na Páscoa, mas inclusive em cada ciclo semanal”: assim escrevia o Papa Inocêncio I, nos começos do século V, testemunhando um costume já consolidado, que se tinha vindo a desenvolver logo desde os primeiros anos após a ressurreição do Senhor. S. Basílio fala do ‘santo domingo, honrado pela ressurreição do Senhor, primícia de todos os outros dias’. S. Agostinho chama o domingo “sacramento da Páscoa”[4].
No ano 304, o imperador Diocleciano proibiu aos cristãos, sob pena de morte, de possuir as Escrituras, de se reunirem aos domingos para celebrar a Eucaristia e de construir lugares para as suas assembléias; neste período, alguns cristãos de Abitinas (atual Tunísia), foram surpreendidos na celebração eucarística dominical, que estava proibida, e foram conduzidos perante o juiz, que lhes perguntou por que, no domingo, haviam celebrado a função religiosa cristã, sabendo que isso implicava castigo de morte, ao que responderam: ‘Sine dominico non possumus’, ou seja, “sem o domingo não podemos viver"[5].
“Pôs-se no meio deles...”

O dia da ressurreição é o inicio absoluto que nos transfere no mundo de Deus. Ou seja, a aparição de Jesus não dá apenas a certeza da sua ressurreição, mas também da sua presença em meio aos seus. A comunicação da paz e a sua presença dissipam o medo e lhes enche de alegria: “Vendo o Senhor, os discípulos ficaram tomados de intensa alegria”.

É importante notarmos que narrando este grande acontecimento o Evangelista João não diz que Jesus ‘apareceu’, mas que ‘veio e pôs-se’ no meio deles. Ele que prometeu permanecer conosco até o fim dos tempos, veio glorioso, vencedor da morte e Senhor da vida e ‘pôs-se no meio deles’, comunicando-lhes a sua paz. “Ele está no meio de nós”, respondemos na santa Missa, mas esta resposta não é apenas parte de um rito, trata-se de uma verdade que está no fundamento da nossa fé. Sim, Ele está no meio de nós! Permanece conosco! E com Ele tudo se faz novo, a morte e a dor já não são as últimas palavras. Cristo ressuscitou, sim, é a vitória do Amor! Aleluia!



[1] Jo 20,19.22.

[2] Sermo 8 in octava Paschalis, 1,4.

[3] Dies Domini, 26.

[4] DD 19.

[5] Cfr. DD 46.




por
Formação Shalom

OS ENCONTROS DE UMA NOITE.


A partir da revolução sexual dos anos 60 muitas coisas interferiram no comportamento dos jovens. Quem já tem mais de 40, certamente se lembra das muitas etapas vividas nos anos que viriam a seguir… Apesar de todo o liberalismo alcançado, o desejo das pessoas de encontrar alguém para viver um sadio relacionamento ainda continua vivo. De maneira especial as mulheres que se preocupam com o avanço do tempo e ainda não conseguiram encontrar seu par. Outras, por terem vivido um relacionamento frustrado, procuram estabelecer um romance duradouro com alguém que realmente as faça felizes. Algumas dessas já namoraram, já viveram vários relacionamentos de curtíssima duração, outras até tinham um “ficante fixo”, mas entre tantas experiências, ninguém parecia ser adequado para o projeto de um relacionamento sólido.

É bem sabido pela maioria das pessoas que, a cada final de semana, quase sempre, a proposta para a diversão não está somente em conviver com outras pessoas, mas sim de não passar a noite sozinhos. De maneira equivocada, algumas pessoas acreditam que em meio às breves experiências de namoro poderão encontrar seu par ideal. Em outras palavras, elas procuram encontrar alguém especial vivendo inúmeros namoricos. Como se desses encontros fosse possível detectar a(o) namorada(o) perfeita(o) para então viverem o sonhado relacionamento. Outros acreditam que por não terem ainda encontrado a mulher ou o homem da sua vida justificam a atitude de viver um encontro com a duração de uma noite.

Dessa forma, as abordagens quase sempre seguem os mesmos rituais, tanto para homens quanto para as mulheres. Sem rodeios procuram conduzir o encontro para uma intimidade, na qual o casal tem como motivação o vínculo passageiro. E quando acontece do rapaz se deparar com uma moça que resiste a tal proposta ou não responde com o mesmo interesse, sem pestanejar, desvia seus objetivos em direção a uma outra pretendente.

Nessas investidas masculinas estará como alvo as jovens que se vestem de maneira mais provocante ou aquelas que expressam em gestos uma predisposição para um relacionamento-relâmpago.

Como que se vivessem num círculo vicioso, a mesma atitude vai se repetir por muitos finais de semanas e festas oportunas. E os comentários entre os amigos(as), já não tão discretos, seria a respeito de quem foi ou como foi a noite com essa ou aquela pessoa.

Sabemos que, para encontrar alguém, precisamos também "nos desinstalar", pois dificilmente o príncipe encantado vai cair do céu e bater à porta da jovem. E a frustração de muitos relacionamentos está no fato de as pessoas perceberem que, apesar de terem vivido muitos momentos, nenhum desses eventos foram duradouros o bastante como gostariam que acontecesse.
Contudo, a maneira de conquistar alguém com intenções de viver um relacionamento mais sério, certamente, não será por meio das mesmas abordagens vividas nos finais semana anteriores. Tampouco será a extroversão abusada ou a concordância para um programinha que vai garantir a conquista de alguém.

Dessa forma, a pessoa que deseja algo diferente para si começará a entender os motivos de seus relacionamentos frustrados quando, sem hesitação, responder de maneira diferente às investidas costumeiras dos pretendentes de plantão. E uma primeira mudança a ser tomada estaria na própria maneira de ver a pessoa do sexo oposto. Agora não como alguém que serviria apenas de muletas para suprir suas carências, mas de forma a encontrar uma pessoa como quem poderá viver a realização de um chamado para uma vida a dois e de maneira sóbria.

 
Por: Dado Moura
Fonte: Canção Nova


LITURGIA DIÁRIA - EMAÚS DOS NOSSOS DIAS.

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 3, 1-10

OITAVA DA PÁSCOA
(branco, glória, pref. da páscoa I - ofício próprio)

Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 1Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora de noa. 2Nisto levavam um homem que era coxo de nascença e que punham todos os dias à porta do templo, chamada Formosa, para que pedisse esmolas aos que entravam no templo. 3Quando ele viu que Pedro e João iam entrando no templo, implorou a eles uma esmola. 4Pedro fitou nele os olhos, como também João, e disse: Olha para nós. 5Ele os olhou com atenção esperando receber deles alguma coisa. 6Pedro, porém, disse: Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda! 7E tomando-o pela mão direita, levantou-o. Imediatamente os pés e os tornozelos se lhe firmaram. De um salto pôs-se de pé e andava. 8Entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. 9Todo o povo o viu andar e louvar a Deus. 10Reconheceram ser o mesmo coxo que se sentava para mendigar à porta Formosa do templo, e encheram-se de espanto e pasmo pelo que lhe tinha acontecido. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(104)

REFRÃO: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
1. Aleluia. Celebrai o Senhor, aclamai o seu nome, apregoai entre as nações as suas obras. Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas. - R.
2. Gloriai-vos do seu santo nome; rejubile o coração dos que procuram o Senhor. Recorrei ao Senhor e ao seu poder, procurai continuamente sua face. - R.
3. ó descendência de Abraão, seu servidor, ó filhos de Jacó, seus escolhidos! É ele o Senhor, nosso Deus; suas sentenças comandam a terra inteira. - R.
4. Ele se lembra eternamente de sua aliança, da palavra que empenhou a mil gerações, que garantiu a Abraão, e jurou a Isaac, - R.

Evangelho: Lucas 24, 13-35


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - 13Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? 18Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? 19Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. 25Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? 27E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. 30Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. - Palavra da salvação.
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Homilia - Pe Bantu

Naquela hora de desespero, alguém se aproxima e começa a caminhar com eles. Uma simples pergunta do novo companheiro os faz parar: De que estais falando? Não é possível que exista uma única pessoa neste país que desconheça os fatos cruéis da semana passada! Poderia ser a primeira reação. Mas logo aproveitam para partilhar a dor, a saudade, a frustração. Corriam notícias sobre o túmulo vazio e a aparição de anjos. Mesmo assim continuam inconsoláveis e reclamam: Ninguém viu Jesus!
Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Que voz é esta? Os dois a conhecem. Soa-lhes tão familiar! Embora os olhos permaneçam vedados e a razão obscurecida, o coração se abre, se dilata, começa a arder no peito. Ninguém jamais falou como esse homem! responderam até os guardas, tempos atrás encarregados de prender Jesus. Nem estes homens rudes conseguiram resistir às suas palavras! As multidões ficaram extasiadas com o seu ensinamento, porque as ensinava com autoridade. Toda experiência do convívio com o Mestre nos anos que passaram emerge do fundo da alma, vem, de repente, à tona enquanto o companheiro de viagem explica as passagens da Escritura, evocando Moisés e os Profetas. Sua fala pelo caminho alivia a dor, derrete a saudade, afoga o desânimo. Não querem deixá-lo ir adiante quando chegam ao destino. “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando! É como se dissem: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! A solidão machuca. Ficar novamente só, fará reaparecer a tristeza e a dor. “Fica conosco!“ é o pedido insistente, dirigido a quem ainda não reconhecem. No fundo do coração, porém, já experimentam a alegria que tantas vezes sentiam quando o Mestre lhes falava.
“Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!“ “Tu tens palavras de vida eterna!“ O companheiro do caminho para Emaús não abandonou os discípulos! “Entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles“ (Lc 24,29-30). E na fração do pão acontece o milagre da Páscoa: os dois reconhecem o Mestre. Vêem as mãos perfuradas e aquele inigualável semblante do Filho de Deus. Mas, ao mesmo tempo, Ele “tornou-se invisível“ (Lc 24,31) .
Ficou o pão partido e uma taça de vinho partilhada. Ficaram as palavras que fizeram arder os corações. Ficou a inebriante alegria em que Ele transformou o desespero dos discípulos. Agora não é mais necessário ver Jesus com os olhos do corpo. Com a experiência que tiveram em Emaús, os discípulos encarregar-se-ão de anunciá-lo e testemunhá-lo pelo mundo afora.
Nos momentos difíceis grite como os dois Apóstolos: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entra para ficar com eles. À mesa, Jesus toma o pão, abençoa e lhes dá. “Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram”. Jesus desaparece da vista deles, mas fica no seu coração. “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos explicava as Escrituras?” A experiência é tão extraordinária, que os discípulos precisam levar à notícia, naquela mesma noite, a Jerusalém.
No momento em que Jesus parte o pão, os discípulos de Emaús se tornam missionários, mensageiros da Boa Nova. “Na mesma hora eles se levantaram e voltaram para Jerusalém… e contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão. Ao distanciarem-se da comunidade, caminharam para Emaús à luz do dia, mas havia escuridão por dentro. Depois que o Mestre se revelou, atravessam a escuridão da noite, sem medo de tropeçar, porque o coração pulsa de alegria, cheia de luz. Há um novo olhar, uma nova motivação, uma nova e luz no horizonte.
A missão nasce sempre de um encontro com Jesus vivo, com o Cristo pascal. Os Evangelhos não terminam na Sexta-feira Santa, com o Cristo morto e sepultado. O grande e retumbante final da sinfonia é a esplêndida aurora da Páscoa, aquele deslumbrante primeiro dia da semana: o Cristo ressuscitado, vivo, vencedor da morte, o triunfo do bem sobre o mal, a vitória da graça sobre o pecado, a alegria do amor e da paz contra as tramas diabólicas do ódio e da guerra. “Realmente o Senhor ressuscitou! Proclamam os “Onze, reunidos com os outros“ em Jerusalém.
Celebramos a real presença deste Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação, que inicia a Nova Aliança. Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos o Deus conosco, sua encarnação, paixão morte e ressurreição. “É Deus Pai quem nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho, dom de amor com o qual saiu ao encontro de seus filhos, para que, renovados pela força do Espírito, possamos chamá-lo de Pai” . Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia. A Eucaristia é a ponte para o ministério apostólico. Eucaristia é Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas conseqüências.
Ao partir o pão, eles o reconhecem e retornam ao Caminho. Nossa fé é o encontro pascal com o Senhor Jesus. É a certeza de que ele está vivo. Nossa fé é uma fé pascal e pessoal. Não se trata apenas de crer em alguma coisa. A profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador.
Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida porque a Vida manifestou-se. Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado. Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o corpo entregue e o sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.



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