sexta-feira, 31 de agosto de 2012

EU VENCI O MUNDO.

“Cristo Jesus destruiu a morte, fez brilhar a vida e a imortalidade”
 
 
Pouco antes de morrer, encarcerado em Roma, São Paulo escreveu sua última carta a Timóteo. Nela ele recorda que é anunciador da mensagem salvadora: “Cristo Jesus destruiu a morte, fez brilhar a vida e a imortalidade” (2Tm2, 10).
Por causa deste ministério ele sofreu muito como mostra em 2Cor 11, 23-29. Para seguir o Cristo, Paulo deixou todos os seus títulos de genuíno fariseu (Fl 3, 4-11) e enfrentou os desafios da pregação do Evangelho “loucura e escândalo” (1Cor 1, 23). Foi, por isto, acusado de subversivo contra César (cf. At 17, 7), nocivo à indústria dos ourives em Éfeso (cf. At 19, 23-40), prejudicial ao comércio dos adivinhos (cf. At 16, 16-19), traidor da Lei de Moisés (cf. At 18, 12-17). Suportou tudo por a amor a Jesus. Nunca se arrependeu de ter confiado no Cristo. Com alegria escreveu:
 
 
“Eis por que sofro estas coisas. Todavia… sei em quem pus a minha confiança, e estou certo de que Ele é capaz de guardar o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1, 12).“Sei em quem acreditei”. Ele sabia que entregou a sua vida não a um mero homem, nem a uma facção poderosa, mas a Jesus Cristo, Filho de Deus. Sabia que não seria decepcionado. Paulo termina a sua vida dizendo:
“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo Juiz, naquele Dia” (2Tm 4, 7s).
Essas palavras do Apóstolo e a sua atitude, devem ser modelo de vida para nós cristãos. Quem abraça o Evangelho, deposita nas mãos de Jesus Cristo toda a sua vida; não pertence mais a si, mas é selado como propriedade dele (cf. 2Cor 1, 22; Ef 1, 13s). Esta decisão pode parecer arriscada, mas é sumamente sábia. O cristão pode e deve dizer: “Sei em quem pus a minha confiança…!” Jesus venceu o mundo, venceu o pecado, aniquilou o inferno e assim salvou a humanidade. O mundo só pode mudar, ser melhor, quando todos os homens e mulheres aceitarem Jesus como Senhor e Salvador. Não adianta apenas enchermos as nossas ruas de soldados e de polícia; é preciso mais, é preciso que todos vivam o que Jesus ensinou.
 
 
Santo Agostinho procurou durante decênios a felicidade, e só a encontrou em Jesus Cristo; depois exclamou:
“Tarde eu te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde eu Te amei. Mas como? Tu estavas dentro de mim, e eu estava fora de mim… Tu estavas comigo, e eu não estava contigo. Retinham-nos longe de Ti as criaturas, que não existiriam se não existissem em Ti… Tu me chamaste, e teu clamor venceu a minha surdez. Tu exalaste o teu perfume, eu respirei, e eis que por Ti suspiro. Provei-Te, e tenho fome de Ti. Tu me tocaste e eu ardo de amor por causa da paz que Tu me deste” (Confissões, I.X, c. 27).
O homem foi criado por Deus para o Infinito; e só Deus pode satisfazê-lo plenamente. Jesus veio nos trazer o céu, o Infinito.
 
 
Muitos, como Agostinho, procuram este Infinito, mas erradamente em bagatelas e ídolos. São enganados pelos falsos valores da vida de tal modo que se assemelham ao viajante que em sua caminhada, é seduzido pelas flores e borboletas da estrada, e esquece a meta à qual desejava chegar!
Só em Jesus Cristo está a nossa salvação. São Pedro deixou claro que “nenhum outro nome nos foi dado no qual tenhamos a salvação” (At 4,12). São Pedro explica-nos que essa salvação eterna foi conquistada “não por bens perecíveis, como a prata e o ouro… mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado” ( I Pe 1,18).
“Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (1 Pe 2,24).
 
 
Jesus, nosso Senhor e Salvador, não teve dúvidas em oferecer ao Pai o sacrifício teândrico (humano-divino) de sua Pessoa, para resgatar todos aqueles que pela sua Encarnação fez seus irmãos. É a maior prova de amor que já existiu. Esta verdade levou São Paulo a exclamar, quando escreveu aos romanos:
“Eis uma prova maravilhosa do amor de Deus para conosco: quando ainda éramos pecadores Cristo morreu por nós” (Rom 5,8).
 
 
É pela fé no sangue do Senhor que somos justificados perante Deus Pai, para vivermos uma vida nova, aqui e na eternidade. A nossa conta com a justiça foi paga por Jesus.
Apesar de toda essa prova extraordinária do amor de Deus por nós, muitos batizados renegam essa fé e vão buscar a salvação onde ela não existe. Abandonando o verdadeiro e único Salvador, e a verdadeira e única Igreja, vão buscar refúgio espiritual em tudo que é abominável a Deus, como nos ensina a Bíblia (Deut 18,10-13).
Só há uma salvação e um único salvador: Jesus Cristo! Só há uma Igreja, a qual Jesus incumbiu de levar a salvação, através dos sete Sacramentos, a Igreja Católica. “Fora da Igreja não há salvação”, nos ensina o Catecismo da Igreja ; isto é, “toda salvação vem de Cristo-Cabeça através da Igreja que é o seu Corpo” (846).
 
 
E nessa fé São Paulo caminhava, e ninguém, nada o impedia de realizar seu trabalho apostólico. Sua força era o seu Senhor: “Tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13). Sabia que não podia confiar em si mesmo; antes, preferia assumir sua fraqueza e deixar que o Senhor agisse nele livremente: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21). E dizia triunfante na fé: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. (…) Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte! (II Cor 12,9-10).
A força do cristão está em Cristo e não nele. Enquanto não aprendermos aquilo que Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5), não poderemos ser instrumentos úteis para Deus implantar Seu reino entre os homens. Na medida em que nos esvaziarmos de nós mesmos, do nosso orgulho em querer ser melhores que os outros, de nossa vaidade em querer aparecer (mesmo nas coisas de Deus), ou de nossa autossuficiência em achar que só nós estamos certos, aí então poderemos ser úteis a Deus.
 
 
A História da Igreja comprova a certeza de São Paulo: “sei em quem pus a minha confiança”! Nela podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade. Nenhuma instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios e massacres durante 2000 mil anos; e nenhuma outra instituição humana teve uma sequência ininterrupta de governantes. Já são 266 Papas desde Pedro de Cafarnaum.
Esta façanha só foi possível porque ela é verdadeiramente divina; divindade esta que provém Daquele que é a sua Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu próprio Corpo (cf. Cl 1,18), para salvar toda a humanidade.
 
 
A maior graça que recebemos do Pai foi a de nos tornarmos Seus filhos, pela adoção em Jesus que assumiu a nossa natureza. São João falou disso como a maior manifestação do amor de Deus por nós: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós somos de fato. (…) Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus” (I Jo 3,1-2). E o mesmo Apóstolo afirmou que “a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1,12). Pela fé no nome de Jesus, tornamo-nos filhos de Deus e “predestinados a ser conformes à imagem de Seu Filho” (Rm 8,29).
 
 
Já que somos propriedade sagrada de Deus, não podemos viver de qualquer jeito, desperdiçando a vida, o tempo e os talentos. Precisamos viver para fazer a vontade de Deus. A Virgem Maria foi a criatura que melhor viveu na terra essa realidade. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38a). E então o Verbo se fez carne! Ser servo de Deus, escravo, quer dizer não ter vontade própria; quer dizer obedecer irrestritamente à ordem do Senhor.
Pertencer a Deus é viver para os outros; é servir. Sem essa preciosa auto-doação, a vida se esvazia e perde o sentido. É que Jesus nos ensinou; é a receita simples, bela e poderosa para salvar o mundo.
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Felipe Aquino

""ESTAMOS PROTEGIDOS", DIZ CASAL GAY COM CASAMENTO RECONHECIDO NO RN.

 Advogada Cristine Borges da Costa Araújo (Foto: Ricardo Araújo/G1)

 Advogada Cristine Borges defende o casal desde a
primeira adoção(Foto: Ricardo Araújo/G1)

Decisão inédita da Justiça do RN converteu união estável em casamento.
Homens vivem juntos há mais de 10 anos e tem dois filhos adotivos.

Ricardo Araújo Do G1 RN
Eles estão juntos há mais de uma década, desde que iniciaram um relacionamento homoafetivo. Com o passar dos anos tiveram a união estável reconhecida e, na quinta-feira passada (23), esta união foi convertida pela Justiça do Rio Grande do Norte em casamento, com os mesmos direitos dos casais 'convencionais'.
Os homens, um de 43 anos e outro de 49 anos, finalmente conseguiram garantir na Justiça o direito que lutavam para ser reconhecido há um ano: o de serem, legalmente, uma família. A decisão dos desembargadores da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte foi inédita. O pleito do casal foi deferido à unanimidade na 2ª Instância, após ter sido negado pela magistrada que analisou o processo inicialmente.
Profissionais liberais, respeitados em suas respectivas funções, o casal prefere manter a identidade em sigilo no intuito de protegerem o casal de filhos adotivos. Para eles, a preocupação que eles tinham em garantir todos os direitos que os filhos de casais heterossexuais tem quando da morte dos pais ou até mesmo acesso a um plano de saúde como dependentes, por exemplo, foi o que manteve viva a esperança no reconhecimento do casamento.
"Eu me sinto muito gratificado com a decisão da Justiça. Demorou um ano. A expectatia, a ansiedade eram intensas. Houve um desgaste emocional muito grande", comentou um dos homens. A alegria da conquista, entretanto, superou os momentos de incerteza vividos pelo casal ao longo do processo. "Hoje estamos protegidos pela Constituição. Somos oficialmente uma família", ressaltou o companheiro. O custo do processo, porém, foi alto. O casal preferiu, entretanto, não detalhar quanto desembolsou no decurso processual.
 
Para a advogada que acompanha o casal desde o processo de adoção do primeiro filho, a decisão da Justiça Potiguar será um divisor de águas no que tange aos assuntos relacionados ao tema. "É um julgado muito significativo. Servirá de referência para outros processos. A Justiça já vem analisando esses casos com mais atenção", destacou Cristine Borges da Costa Araújo. Para ela, a decisão do colegiado é uma vitória da cidadania e da dignidade da pessoa humana.
Na decisão, a desembargadora Sulamita Bezerra Pacheco, relatora do processo, afirmou que "pensar de modo diferente é o mesmo que fomentar insegurança jurídica a estas situações, afrontar a dignidade da pessoa humana, discriminar preconceituosamente o optante pelo mesmo sexo, vilipendiar (desrespeitar) os princípios da isonomia e da liberdade, e retirar da família constituída pelo casal homoafetivo a proteção Estatal arraigada na Carta Magna, reduzindo-a a uma subcategoria de cidadão e conduzindo-a ao vale do ostracismo", argumentou a magistrada.
O casal acredita que, em poucos anos, o fato inédito da Justiça Potiguar será um feito comum. "Esperamos que este casamento seja uma coisa normal, que não choque mais", afirmaram. Questionados sobre o que sentiram quando o Colegiado proferiu a decisão favorável, um deles disse que num primeiro momento comemorou a vitória jurídica. "Em seguida, caiu a ficha que era, a partir daquele momento, um homem casado e agora tenho uma família reconhecida e protegida pela Constituição", relatou um deles.
A juíza relatora Sulamita Bezerra Pacheco concluiu seu relatório citando uma célebre frase do escritor Machado de Assis, escrita no romance "Ressurreição". "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar"", transcreveu a magistrada. Ela disse, ainda, no mesmo documento, que "a opção sexual do ser humano voltada à formação da família, não deve ser motivo de críticas destrutivas, mas sim de integral proteção Estatal".
O processo de adoção
Os homens que adquiriram o direito de ser reconhecidos legalmente como um casal, são pais de duas crianças. A primeira, foi adotada quando tinha quatro anos de idade. No processo de adoção, somente um dos pais poderia ter o nome no registro de nascimento. Numa outra decisão inédita no Rio Grande do Norte, a Justiça determinou que o nome do outro companheiro fosse incluso no registro de nascimento da criança.
"O processo de adoção foi mais tranquilo do que o do reconhecimento do casamento. Os juízes, inclusive, quando nós conseguimos incluir o nome do segundo pai no registro, sugeriram que outra criança fosse adotada e que ela teria, automaticamente, os nomes dos pais no registro", explicou a advogada Cristine Borges.
Para incluir o nome do outro pai no registro da primeira criança adotada, o casal deu entrada na Justiça num pedido de perfiliação. "Naquela época, não poderíamos adotar com os nomes dos dois pais", relembrou um dos pais. Com a adoção da segunda criança, o processo foi mais simples. Visto que, os nomes dos dois pais foram inclusos ao mesmo tempo no registro de nascimento da criança.
Questionados sobre os tabus relacionados à criação dos filhos sem a presença da figura materna, os homens afirmaram que as crianças crescem conscientes da realidade e que não enfrentam problemas. "Pode acontecer quando elas entrarem na fase da adolescência. Somos respeitados, participamos das atividades escolares e a festa de uma das crianças teve participação em massa dos amiguinhos", destacou um dos pais.
O outro afirmou que a "nossa família é uma família convencional. Damos aos nossos filhos muito carinho, amor, afeto e, acima de tudo, respeito". Em relação ao preconceito, eles afirmam que ainda existe, mas numa escala bem menor quando comparada à outras épocas. "Nossas famílias e amigos nos aceitam e respeitam. Os que não aceitam, se calam", ressaltou o homem mais jovem.

LAOS: HOMEM É PRESO POR CONVERTER A 300 PESSOAS AO CRISTIANISMO.

 

O líder cristão Bountheung foi detido recentemente pelas autoridades policiais de Laos, acusado de “ter convertido a 300 laosianos à fé cristã”.
Na região, muitos fiéis habitualmente sofrem abusos contra sua liberdade religiosa pelas autoridades locais, que consideram como religiões aceitáveis somente ao budismo, o bramanismo e o animismo, enquanto que o cristianismo é considerado uma “religião estrangeira”.
Conforme informou a agência vaticana Fides, Bountheung foi detido pelas autoridades no distrito de Khamkerd onde mora, na parte central do país, logo depois de ser chamado duas vezes em agosto para ser interrogado sobre a conversão ao cristianismo de 300 laosianos no seu povoado, em maio deste ano.
A ordem de prisão contra o líder cristão também implica sua expulsão da aldeia onde reside e pressiona aos 300 novos conversos ao cristianismo a renunciar a sua fé para poder seguir morando no povoado.
A ONG Human Rights Watch for Lao Religious Freedom denunciou que a ordem de prisão contra Bountheung viola o direito à cidadania do líder cristão e o direito a filiar-se livremente a qualquer religião, tal como o garante a Constituição de Laos.
Em Nahoukou, outra aldeia do país, Tongkoun Keohavong, leigo líder da comunidade cristã do povo, foi interrogado pelas autoridades para que explique as razões do crescimento do cristianismo no seu povo.
Tongkoun Keohavong explicou que desde fevereiro de 2012 mais de 30 aldeãos abraçaram a fé cristã, exercendo seu direito à liberdade religiosa. Apesar disto, as autoridades ordenaram que ele e os outros fiéis renunciem a sua fé e interrompam suas reuniões de culto, sob ameaça de ser expulsos de seu povo.

LITURGIA DIÁRIA - AS DEZ MOÇAS


Primeira Leitura: 1º Coríntios 1, 17-25


XXI SEMANA COMUM
(verce, ofício do dia)


Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios - Irmãos, 17Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo. 18A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. 19Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14). 20Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo? 21Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. 22Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; 23mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; 24mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. 25Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. - Palavra do Senhor.




Salmo Responsorial(32)


REFRÃO: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

1. Ó justos, alegrai-vos no Senhor! / aos retos fica bem glorificá-lo. / Dai graças ao Senhor ao som da harpa, /
na lira de dez cordas celebrai-o! -R.
2. Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça. -R.
3. O Senhor desfaz os planos das nações / be os projetos que os povos se propõem. / Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. -R.



Evangelho: Mateus 25, 1-13


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 1Então o Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo. 2Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes. 3Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo. 4As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas. 5Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram. 6No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao encontro. 7E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas. 8As tolas disseram às prudentes: Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando. 9As prudentes responderam: Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós. 10Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta. 11Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: Senhor, senhor, abre-nos! 12Mas ele respondeu: Em verdade vos digo: não vos conheço! 13Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora. - Palavra da salvação.
catolicanet.com
 
 
Homilia - Pe Bantu
 
As bodas nupciais naquele tempo era uma cerimônia sem pompa realizada pelos pais dos nubentes, mas com efeito jurídico, isto é, já eram marido e esposa, mas sem efeito social, porque cada nubente continuava na casa dos pais, durante o período aproximado de um ano, até o marido ter a casa pronta. O dia das núpcias, em que começavam a viver juntos, era solene de acordo com as posses. A esposa com um grupo de amigas, depois do sol posto, esperava em sua casa o marido, que também vinha acompanhado de pajens. À sua chegada, as jovens saíam-lhe ao encontro com lamparinas ou tochas acesas, e o cortejo todo, ao som de instrumentos e cânticos, dirigia-se para a sala do festim. A sogra punha na cabeça do moço uma coroa; traziam-lhe a noiva, fechavam definitivamente a porta e começava o banquete com homens separados das mulheres.
 
O esposo é Cristo, que celebra as núpcias, trata-se de uma aliança eterna, com seus seguidores no cristianismo, na Igreja. As dez jovens representam a universalidade dos cristãos. As lâmpadas simbolizam a fé. O óleo é o amor a Deus traduzido nas boas obras em favor do próximo. A espera na casa da noiva é o tempo da vida presente. O cochilo imprevidente é a despreocupação pela outra vida. A chegada do esposo é a hora imprevista da morte. O grito é a chamada de todos ao julgamento, antes particular, depois geral. O óleo que as imprevidentes não ganharam das companheiras significa que, na passagem desta vida para a outra, cada qual levará apenas a luz de sua fé e o óleo de suas boas obras, sem possibilidade de apropriar-se do bem omitido. A porta fechada é a separação de bons e maus na outra vida. O festim nupcial é a felicidade do céu (cf. Ap 19,9).
 
Esta parábola é uma alegoria da união de Cristo com seus seguidores, que vivem juntos e se parecem. Mas os que vivem a sua fé são trigo; os outros que só salvam as aparências porque não vivem o que crêem, são joio: faltam-lhes as boas obras, não amam o Senhor, o que vale dizer, são desconhecidos do cortejo do Cordeiro e acabam fora da porta. A incerteza do momento final é estímulo para andarmos sempre na intimidade de Deus. O óleo das boas obras é um bem estritamente pessoal. Se não as tenho na vida, não as comprarei na morte. Por isso, precisamos você e eu irmos providenciando enquanto é tempo todo o material necessário para que se o novo se demorar nós não nos preocupemos com nada mais senão pelo tempo da demora. Certos de que ele em breve virá. Tarde embora, mas não facha. Que a santidade da tua vida apresse a vinda do Senhor!
 
Ensina-me, Senhor, a viver sempre pronto para uma longa demora como para uma vinda súbita da última hora. Que eu veja, Senhor, que a prática do bem neste mundo só me faz crescer, só me traz felicidade, só dá sentido à vida, e que a casa da minha eternidade é construída só com o material do bem que pratico agora. Amém.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ENTENDENDO MELHOR A DECLARAÇÃO DE NULIDADE MATRIMONIAL PARA ALGUMAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS.

 

Partilha de um caso vivido por uma pessoa. Abaixo, a resposta de um sacerdote.

No ano de 1990, então com 16 anos de idade, conheci um rapaz, que na época tinha 18 anos. Meus pais não queriam que eu namorasse, pois eram muito rígidos. Começamos a namorar, escondidos. Meus pais descobriram e deram-me uma surra muito grande, onde fiquei revoltada e quando esse rapaz me viu daquela maneira, um pouco machucada, convidou-me para ir embora com ele. Eu não o conhecia direito, mas a revolta foi muito grande. Então, não pensei e saí de casa sem que meus pais vissem.

Depois de uma semana sem darmos notícia, retornamos e tanto meus pais como os pais dele nos disseram que teríamos que casar. Ou seja, foi tudo muito rápido. Eu era de menor, e meus pais providenciaram toda a documentação para o casamento. Em julho do mesmo ano nos casamos, contra a nossa vontade, pois meus pais diziam que eu sendo de menor, eles é que decidiriam o que fazer.

Lembro-me que no dia do casamento, tanto eu como ele, choramos. Ele não queria de forma alguma casar, mas por imposição da família, foi feito. Um mês após o casamento, houve a primeira traição. Começaram as brigas e a falta de responsabilidade por parte dele, pois sempre trabalhei, e quando vi, estava sustentando a casa sozinha, construindo uma casa, comprando móveis. Na verdade, ele não queria compromisso algum. Só queria festas e bebedeiras.

Foram muitas separações, idas e vindas, pois quando nos separávamos eu ia para a casa de meus pais e eles diziam que eu teria que agüentar, pois foi um erro meu e que deveria assumir a culpa. Não deu certo em nenhum momento, até que engravidei em 1993 e quando fui dar a notícia, ele simplesmente virou a cara para mim, não quis saber de nada. Senti-me a pessoa mais humilhada. Fui à casa de meus pais e contei-lhes o que havia acontecido e meu pai então disse-me que eu poderia voltar para casa.

Nos separamos novamente, mas não retornei mais. Tive minha filha, hoje com 12 anos, na casa de meus pais, de onde não saí mais. Houve pouco contato com o pai dela quando ela nasceu. Nunca a ajudou em nada e não pedi ajuda de forma alguma em nenhum momento. Sempre trabalhei e minha família sempre me ajudou na educação da minha filha. O divórcio saiu em 1996.

Em 1999, casei-me no civil com um rapaz que assumiu completamente eu e minha filha. Um rapaz trabalhador, honesto, responsável, onde vivemos uma vida digna e tranqüila. Mas infelizmente, não podemos seguir as regras que a Igreja Católica impõe, apesar de ser a nossa maior vontade, de viver uma vida normal de um casal, onde sonhamos em um dia casarmos na igreja, perante o padre.

Sempre fui uma católica praticante. Porém, infelizmente, cometemos erros e que muitas vezes são para toda a vida. Sinceramente, na época em que ocorreu o fato, eu era muito imatura, sem experiência nenhuma de vida. Na verdade, nem a palavra e o sentimento chamado Amor não sabia distinguir o que era realmente. Foi um fato ocorrido em muito pouco tempo, onde na verdade foi um ato sem pensar.

Hoje meus pais se arrependem muito do que fizeram, pois viram o sofrimento pelo qual eu passei e que marcou minha vida, e no entanto muitas vezes sou discriminada por isso, tanto que meu companheiro e eu já sofremos tal preconceito.

Na paróquia onde houve o casamento, fui verificar o processo, pois necessitava de uma cópia e no entanto os documentos foram todos extraviados. Não há nada no arquivo, pois a igreja alega que perdeu os documentos. Eu precisaria desses documentos, pois naquela época o padre que celebrou o casamento fez algumas observações. Estou desesperada, não sei mais onde recorrer.

Resposta

Diante do fato apresentado pela internauta, temos quase certeza de que Deus não uniu esse casal para viver a vida toda desse jeito. Esse matrimônio, à primeira vista, apresenta uma fundada esperança de ser declarado nulo (inexistente) desde o seu início. Se o caso for levado a um Tribunal Eclesiástico, certamente seria configurado num ou mais motivos de nulidade, conforme a abordagem que segue:
1) Por grave falta de discrição de juízo
“São incapazes de contrair matrimônio: – os que têm grave falta de discrição de juízo a respeito dos direitos e obrigações essenciais do matrimônio, que se devem mutuamente dar e receber” (cânon 1095, 2º).
O ser humano é livre na hora de sua escolha. Mas, o uso de sua liberdade pode depender de seus próprios condicionamentos. Ex. paixão, sociedade, mundo. Os impulsos internos estão na origem do seu agir, influenciando assim as suas decisões. O problema consiste em saber se no ser humano resta a capacidade de agir e avaliar livremente, independentemente de seus condicionamentos.
O livre arbítrio faz parte do ser humano. Porém, é atingido pelas influências do momento, causando, no fundo uma vontade verdadeiramente não deliberada. Portanto, é necessário levar em conta o juízo manifestado, que na maioria das vezes, parte de uma vontade induzida, àquilo que não corresponde ao verdadeiro intelecto (intenção primária).
Em relação ao matrimônio, não basta o suficiente uso da razão. É necessário que a pessoa apresente uma adequada maturidade psicológica diante do que está assumindo. As pessoas afetadas pela falta de liberdade interna, ou pela grave falta de discrição de juízo, não seriam capazes de contrair o matrimônio, porque não estariam em condições de julgar os direitos e deveres provenientes do mesmo. No caso de comprovação disso, o matrimônio é inválido desde o seu início.
2) Por simulação
“§ 1. Presume-se que o consentimento interno está em conformidade com as palavras ou com os sinais empregados na celebração do matrimônio. § 2. Contudo, se uma das partes ou ambas, por ato positivo de sua vontade, exclua o próprio matrimônio, algum elemento essencial do matrimônio ou alguma propriedade essencial contraem invalidamente”(cânon 1101).
A simulação de consentimento é um ato deliberado da vontade, quando o consentimento é feito com fingimento, ou seja, quando a vontade interior da pessoa não corresponde às palavras pronunciadas por ela. Nesse caso, o consentimento é viciado e rende inválido o matrimônio. Juridicamente, se presume que as palavras pronunciadas sejam em conformidade com a vontade deliberada da pessoa. Por isso, toda e qualquer deformação deve ser provada. Até que não apareçam provas em contrário, o matrimônio goza do seu direito em si mesmo (favor iuris).
A simulação ou exclusão pode ser parcial ou total. É parcial, quando uma pessoa deseja contrair o matrimônio segundo o seu livre modo de pensar e não segundo as exigências teológico-jurídicas do matrimônio em si mesmo. Pode ser de uma parte ou das duas, combinados previamente. É total, quando a vontade deliberada da pessoa não pretende contrair o matrimônio com nenhuma pessoa, com uma determinada pessoa ou quando não pretende contrair um matrimônio que seja para toda a vida. Nesse caso, a sua verdadeira intenção era uma simples união de fato, ou uma mera convivência de amizade, ou um matrimônio temporário, ou um matrimônio que tende por si mesmo ao divórcio, ou um matrimônio ad experimentum (para fazer uma experiência, enquanto dura).
3) Por violência ou medo grave (can. 1103)
A violência, sendo causa externa, é maior do que outros vícios de consentimento. Já o medo, é menor, porque atenua o ato voluntário, embora seja um elemento que também vicia o consentimento, em grau menor.
Tanto a violência, quanto o medo passaram a fazer parte dos impedimentos matrimoniais no século III. No direito romano, o matrimônio contraído por violência era nulo pela sua própria natureza. As primeiras causas que declaram o matrimônio nulo por medo são do tempo do Papa Urbano II (1088-1099). Foram, mais tarde, incorporados no Código de 1917 entre os vícios de consentimento do matrimônio.
É importante distinguir as seguintes condições relacionadas ao medo:
1) Que o medo seja grave, no sentido absoluto ou relativo, relacionado a uma determinada pessoa, relativo a suas condições psíquicas ou circunstâncias concretas, sobretudo em relação à gravidade da ameaça;
2) Que o medo seja oriundo de uma causa externa, ou seja, provocado pelo partner ou por outra pessoa envolvida no caso;
3) Que os prejuízos causados pelo medo não tenham tido outra alternativa. Entre o medo e o matrimônio deve haver uma causalidade. Caso contrário, não rende nulo o matrimônio.
Deve-se examinar ainda se houve seriedade no medo causador e se a pessoa poderia ter se livrado de tal temor, em outro modo. Podem entrar nesse contexto as ameaças, por parte do sujeito ativo do temor, como penalidade, caso não for cumprida a exigência provocada.
Exemplos: ameaças de lesões físicas, ameaças de expulsão do lar, ameaças de não pagamento de mesadas ou contas aos encargos da vítima do medo. Em todo caso, é necessário verificar sempre a intensidade do temor intimidatório e se não há outra via, a não ser livrar-se do mesmo, escapando de suas conseqüências. Contudo, urge temporizar uma possível saída. O problema pode perdurar quando o elemento passivo do temor não encontra o lar desejado, porque lhe faltam as condições psicológicas que possam compensar a falta de liberdade anterior, tais como a harmonia no lar, para que tal enlace possa contribuir para uma vida realizada, de amor e doação recíproca. Esse elemento pode ser prejudicado por outras causas, que muitas vezes estão em íntima conexão, como é o caso da incapacidade psíquica para assumir as obrigações essenciais do matrimônio (can. 1095, 3°).
No que concerne à perda da documentação, via de regra, existe um livro cópia do matrimônio na Cúria Diocesana. E mesmo não encontrando nenhum documento sobre o matrimônio realizado, as provas da sua existência podem ser buscadas em fotografias, filmagem, testemunhas e no próprio ato civil, se acaso o casamento religioso foi registrado no Cartório, pelo fato de ser matrimônio religioso com efeito civil.
Diante do fato apresentado, que pode ser configurado nos motivos acima abordados, ou em outros vícios de consentimento, sou do parecer que essa pessoa mereça toda a atenção da Igreja. Deus quer a felicidade das pessoas, num lar a ser construído a dois, desde que haja o mínimo de condições de as partes se entenderem e construírem isso em modo decidido, não simulado e não influenciado por uma causa externa. Por isso, aconselhamos a parte interessada a procurar o Tribunal da Igreja, mais próximo de sua residência, para a apresentar o fato, na busca da melhor solução possível. Desse modo, a Igreja Católica se coloca a serviço do humano que fracassou uma primeira vez e que agora está mais amadurecido, em busca de uma saída, destinada à felicidade da vida a dois.
 
 
 
 
 
Frei Ivo Müller, OFM

CRIANÇAS PODEM SER BATIZADAS SEM O CONSENTIMENTO DOS PAIS?

Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 492 - Ano 2003 - p. 277
Em síntese: Reza o cânon 868 do Código de Direito Canônico que, em perigo de morte, qualquer criança pode ser licitamente batizada mesmo contra a vontade dos pais.
A Redação de PR recebeu a seguinte mensagem:
"Via internet alguém pergunta: QUE PENSAR NO TOCANTE AO BATISMO CATÓLICO DE UMA CRIANÇA GRAVEMENTE ENFERMA MINISTRADO, POR EXEMPLO, POR UMA ENFERMEIRA SEM CONSULTAR OS PAIS DA CRIANÇA?"
É esta a questão que passamos a elucidar.
EM RESPOSTA
A resposta à pergunta acima formulada encontra-se no cânon 868 § 2 do Código de Direito Canônico:
Cân. 868 - § 1. Para que uma criança seja licitamente batizada, é necessário que:
1º os pais, ou ao menos um deles ou quem legitimamente faz as suas vezes, consintam;
2º haja fundada esperança de que será educada na religião católica; se essa esperança faltar de todo, o batismo seja adiado segundo as prescrições do direito particular, avisando-se aos pais sobre o motivo.
§ 2. Em perigo de morte, a criança filha de pais católicos, e mesmo não-católicos, é licitamente batizada mesmo contra a vontade dos pais".
Comentemos, em duas etapas, o cânon 868.
1. Validade e liceidade
O cânon fala de liceidade e não de validade do Batismo. - Como entender esta distinção?
Validade é eficácia ou, no caso do Batismo, a produção da graça santificante e dos dons anexos. O Batismo é válido quando é aplicada água natural com a fórmula prescrita por parte de um ministro que tenha a intenção de fazer o que Cristo faz quando batiza; tal ministro pode ser um clérigo, um(a) leigo(a) habilitado(a) por seu Bispo ou ainda qualquer pessoa que, em perigo de morte da criança, preencha as condições acima.
O cânon não trata da validade (que ele supõe), mas da liceidade pois alguma coisa pode ser válida e não lícita. Por exemplo, pagar uma dívida com dinheiro roubado é válido (a dívida fica paga), mas é ilícito.
2. Liceidade do Batismo
Fora os casos de perigo de morte, a única condição imposta para que o Batismo seja lícito, é que haja esperança de educação religiosa para a criança; não importa saber se os pais são casados na Igreja ou não (a criança não deve ser prejudicada pelo tipo de vida dos pais). A educação religiosa, mesmo quando a situação dos pais é irregular, pode ser ministrada pelos próprios genitores (às vezes, pessoas piedosas, vítimas de fracasso) ou pelos padrinhos (que hão de ser bem escolhidos) ou pela paróquia em uma de suas pastorais. É importante que a comunidade paroquial se interesse por tais crianças a fim de que não fiquem sem a graça do Batismo. Caso realmente não haja esperança de instrução religiosa para a criança, a Igreja pede que se adie o Batismo até haver probabilidade da devida catequese; por conseguinte não sejam os casais irregulares nem as mães solteiras despedidos como pessoas indignas e indesejáveis.
Como reza o cânon 868, em perigo de morte é lícito à enfermeira (ou até a um ateu) que preencha as condições atrás enunciadas, batizar a criança pelo fato de que é Cristo, o Sumo Sacerdote, quem batiza; o ministro humano não é mais do que a mão estendida de Cristo, comunica não o que é do homem, mas o que é de Deus, a graça santificante, que flui pelo canal da criatura.
Tal é a resposta que convém dar à questão levantada na internet.

" E TU, MENINO, SERÁS CHAMADO DE PROFETA DO ALTÍSSIMO"




S. Marcos 6,17-29.


Naquele tempo,o rei Herodes mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara.

Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.»


Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado.


Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia.

Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.»

E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires, nem que seja metade do meu reino.»
 
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.»

Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.»

O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar.

Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão;depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe.

Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

Comentário :


«E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo» (Lc 1,76)



De entre os títulos de glória do santo e bem-aventurado João Batista, cuja festa hoje celebramos, não sei qual prefiro: se o seu nascimento milagroso ou a sua morte, ainda mais milagrosa. O seu nascimento trouxe uma profecia (Lc 1,67ss.), a sua morte a verdade; o seu nascimento anunciou a chegada do Salvador, a sua morte condenou o incesto de Herodes. Este santo homem [...] mereceu, aos olhos de Deus, não desaparecer da mesma forma que os outros homens deste mundo: deixou este corpo recebido do Senhor confessando-O. João cumpriu em tudo a vontade de Deus, uma vez que a sua vida e a sua morte correspondem aos Seus desígnios. [...]



Ainda se encontrava no ventre de sua mãe e já celebrava a chegada do Senhor com os seus movimentos de alegria, uma vez que não podia fazê-lo com a voz. Isabel diz a Santa Maria: «Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio» (Lc 1,44). João exulta antes de nascer e, antes de os seus olhos verem o mundo, o seu espírito reconhece já Aquele que é o seu Senhor. Penso que é este o sentido da frase do profeta: «Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio materno, Eu te consagrei» (Jr 1,5). Não é de surpreender que, encarcerado na prisão para onde Herodes o enviara, tenha continuado a pregar por intermédio dos seus discípulos (Mt 11,2), uma vez que, ainda no ventre de sua mãe, anunciara já com os seus movimentos a vinda do Senhor.



 


São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo

Sermão 36

LITURGIA DIÁRIA - EMPREGADO FIEL E EMPREGADO INFIEL.


Primeira Leitura: 1º Coríntios 1, 1-9


XXI SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)


Início da primeira carta de são Paulo aos Coríntios - 1Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por chamamento e vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2à igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Jesus Cristo, chamados à santidade, juntamente com todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso; 3a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo! 4Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela graça divina que vos foi dada em Jesus Cristo. 5Nele fostes ricamente contemplados com todos os dons, com os da palavra e os da ciência, 6tão solidamente foi confirmado em vós o testemunho de Cristo. 7Assim, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum. 8Ele há de vos confirmar até o fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. - Palavra do Senhor.




Salmo Responsorial(144)


REFRÃO: Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!

1. Todos os dias haverei de bendizer-vos, / hei de louvar o vosso nome para sempre. /
Grande é o Senhor e muito digno de louvores, / e ninguém pode medir sua grandeza.-R.
2. Uma idade conta à outra vossas obras / e publica os vossos feitos poderosos; / 5proclamam todos o esplendor de vossa glória / e divulgam vossas obras portentosas! -R.
3. Narram todos vossas obras poderosas, / e de vossa imensidade todos falam. / Eles recordam vosso amor tão grandioso / e exaltam, ó Senhor, vossa justiça. -R.



Evangelho: Mateus 24, 42-51



Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 42Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. 43Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. 44Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes. 45Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? 46Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! 47Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. 48Mas, se é um mau servo que imagina consigo: 49- Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios, 50o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe, 51e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia -  Padre Bantu Mendonça K. Sayla
 
 
Este texto de Mateus é a conclusão do “discurso escatológico”, sobre o fim dos tempos. Este “discurso” é uma coleção de textos que se constituíram como tradição das comunidades de discípulos de Jesus. Tais textos escatológicos estão presentes, também, nos evangelhos de Marcos e Lucas. No de hoje, encontramos os temas da vigilância e do julgamento final, com a condenação de alguns em contraposição à salvação de outros. Esta visão escatológica tem origem no Primeiro Testamento, em que prevalece a figura do Deus poderoso e punitivo. O estímulo à ação é o temor. Com a revelação do Deus de amor, em Jesus, predomina a perspectiva da sedução pela ternura e mansidão do coração. Com a encarnação, realiza-se a presença do Deus de amor no tempo presente.
 
 
Trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade. Por isso nos confundimos achando que permaneceremos para sempre instalados aqui neste mundo. Jesus nos exorta para que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Na verdade, estamos aqui apenas estagiando e necessitamos ter consciência do valor do nosso tempo e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para bem vivermos a nossa existência terrena. Por isso, precisamos então todos os dias pesar, medir e contar os nossos atos, as nossas intenções, pedindo ao Senhor graças para que sejamos encontrados no nosso posto quando Jesus voltar. Nunca chegará o dia em que nós poderemos descansar e nos refestelar achando que já cumprimos toda a nossa missão. A cada dia o Senhor nos mostra algo novo para vivenciarmos e nos renova a fim de que possamos assumir a obra que Ele nos destinou. O nosso compromisso com Deus é em relação ao nosso irmão e o amor que vivermos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. “Por isso, também, fiquemos preparados,” porque é esta a mensagem do Senhor hoje para nós!
Você costuma se perturbar quando lhe falam da morte? Você tem desejo de eternidade? Será que seria bom viver somente aqui para esta vida: o que você acha disso? Você é vigilante? O que você espera do seu futuro? O que você acha que Deus ainda vai entregar a você, como compromisso?
 
 
Lembre-se! Para nós cristãos a vigilância tem um novo sentido. É estar atento às necessidades dos irmãos, particularmente os mais carentes, na busca da justiça. No serviço e na partilha da vida, entra-se em comunhão com o próprio Jesus, hoje presente entre os irmãos. Hoje temos duas parábolas na forma comparativa, exortando à vigilância. A motivação é a expectativa da volta do Senhor. Enquanto é aguardada esta volta deve-se vigiar, para não ser pego de surpresa. Esta expectativa da “volta do Senhor” foi se frustrando com o tempo, dando lugar à visão mais realista do encontro com Jesus, já presente entre nós, no nosso próximo e irmão, principalmente nos mais carentes e necessitados. Vigiar é estar atento à vontade do Pai que quer que todos sejam um, sem privilegiados e excluídos. Temos aqui um texto típico de Mateus sobre o fim dos tempos. E por isso, devemos estar sensível, ou seja, atentos às necessidades de nossos irmãos, sobretudo os mais simples, humildes e excluídos, de modo a assumirmos o serviço como realização pessoal e partilha da vida para com eles, a fim de que eles nos venham a receber no reino dos Céus.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

NÃO ABANDONOU TUDO AQUELE QUE CONTINUA PRESO, NEM QUE SEJA A SI PRÓPRIO.


Mat 19,16-29

Grande coisa é, na verdade, “tudo abandonar”, mas coisa maior ainda é “seguir a Cristo”; porque, como aprendemos nos livros, muitos foram os que tudo abandonaram, mas não seguiram a Cristo. Seguir a Cristo é a nossa tarefa, o nosso trabalho, nisso consiste o essencial da salvação do homem, mas não podemos seguir a Cristo se não abandonarmos tudo aquilo que nos impede de o fazer. Porque Ele “exulta, como um herói, a percorrer o seu caminho” (Sl 18,6) e ninguém pode segui-Lo se andar carregado com algum fardo.

“Eis”, diz Pedro, “que nós abandonamos tudo”, não apenas os bens deste mundo, mas também os desejos da nossa alma. Pois não abandonou tudo aquele que continua preso, nem que seja a si próprio. Mais do que isso, de nada serve ter abandonado tudo à exceção de si mesmo, pois não há fardo mais pesado para o homem do que o seu eu. Que tirano há mais cruel, que senhor mais impiedoso para o homem do que a sua vontade própria? Conseqüentemente, temos de abandonar as nossas posses e a nossa vontade própria, se queremos seguir Aquele que “não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9,58), e que diz de Si próprio que veio “não para fazer a minha vontade, mas a daquele que me enviou” (Jo 6,38).
 

Com minha benção.
Pe. Emílio Carlos Mancini.+

COMPORTAMENTO CRISTÃO.

 
Entre as normas deixadas a seus discípulos, Jesus, admirável preceptor, assim se expressou: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9,35). Traçou admiravelmente o estilo de vida do cristão. No nível da espiritualidade a humildade deve ser considerada como a mais bela qualidade do ser humano, mesmo porque é impossível sem esta virtude se submeter a Deus e se colocar a serviço do próximo. Ela abre as portas da sabedoria celestial, do desabrochamento de tudo que conduz à perfeição, levando à plenitude as verdadeiras aspirações do ser racional.
 
A humildade é a pedra fundamental da autenticidade cristã, pois é nela que habita a dileção ao Ser Supremo e o devotamento ao semelhante. Dela jorra uma profunda serenidade interior, afastando a inquietude e as turbulências do espírito. Liberta do egocentrismo e, deste modo, o cristão evita enquadrar os outros nos seus moldes mentais, mas procura estar sempre no serviço daqueles que giram em sua órbita. Deste modo, não há lugar para a ira, a maledicência. Grande gáudio causa o êxito alheio e se regozija com os talentos que contemplado naqueles que o cercam.
 
A humildade dilata a capacidade de se doar aos outros dos quais atrai a simpatia e a gratidão. Com efeito, pelo modo de ser habitual quem é humilde e serviçal cria um ambiente de tranquilidade, de alegria, imperturbabilidade porque não se sobrepõe aos outros e lhes reconhece o valor. Tudo isto porque o humilde se identifica com Cristo ao qual pede continuamente: “Jesus, manso e humilde de coração fazei o meu coração semelhante ao vosso”. Disto resulta a mansidão, a simplicidade, o equilíbrio pessoal. É que o humilde é como uma árvore frutífera que oferece inúmeros frutos. Estes aliás foram elencados por São Paulo na Carta aos Gálatas como está na Vulgata: paz, alegria, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, paciência, castidade, modéstia, continência, fidelidade, caridade (Gl 5,22).
 
Estes frutos do Espírito Santo não são, portanto, formas de humildade, mas uma demonstração palpitante desta virtude. Sem a mesma o cristão se desvaloriza, pois superestimando suas capacidades não cultiva estes frutos e cai na mediocridade espiritual. É a humildade que se opõe a todas as visões deformadas as quais impedem o discípulo de Cristo usufruir dos bens advindos da graça santificante. Bem se expressou Maria no seu hino gratulatório: “Deus resiste aos soberbos, aos humildes porém concede as suas graças” (Lc 1,51). É de se notar que a humildade não é qualidade inata ao ser humano, mas deve ser adquirida dia a dia até se atingir aquela maturidade afetiva e espiritual que tanto dignifica o cristão. Isto o impede de ter desgosto de si mesmo e de se aborrecer da vida, pois tem olhos para ver as maravilhas que o Criador derrama em seu derredor. Passa a ter uma consciência esclarecida, arejada de sua condição e de seu lugar no cosmos, na Igreja, na comunidade em que vive. Donde uma gratidão profunda à Providência divina que tanto gratifica suas criaturas. É por isto que a humildade não se confunde com a falsa modéstia, mas leva cada um a reconhecer as qualidades que possui e a corrigir os defeitos que surgem da má administração do que Deus lhe deu para o próprio bem e dos outros.
 
Para se cultivar esta virtude é preciso não querer impor aos outros a própria opinião. Cumpre ser serviçal para com os outros, paciente sem altear a voz seja com quem for, humano, sabendo que só Deus é perfeito. Pratica-se a humildade também através da cortesia, da boa educação, do total respeito ao próximo. Enfim, quando Jesus aconselhou: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele eu serve a todos” ele estava preconizando um comportamento existencial para seu discípulo que deve ser humilde interior e exteriormente, de pensamento e de vontade, na prosperidade e na adversidade, em todo lugar e em todo tempo. É que esta virtude leva à verdade, à justiça e à ordem. A humildade prospera nos corações que bem conhecem sua própria indigência, seus limites, persuadidos intimamente de que todo bem procede de Deus. Esta virtude é a primeira fonte de verdadeira grandeza aos olhos dos homens e do Criador de tudo. Eis porque a Maria pôde afirmar que Deus olhou para a humildade de sua serva e fez nela grandes coisas. Sigamos o que Jesus ensinou e imitemos sua Mãe Santíssima e veremos maravilhas em nossas vidas.

Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Local:Mariana

LITURGIA DIÁRIA - O MÁRTIR DA FÉ.


Primeira Leitura: Jeremias 1, 17-19


MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA

(vermelho, prefácio próprio - ofício da memória)


Leitura do livro do profeta Jeremias - Naqueles dias, 17Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles; 18quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação. 19Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor. - Palavra do Senhor.




Salmo Responsorial(70)


REFRÃO: Minha boca anunciará vossa justiça.

1. Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: / que eu não seja envergonhado para sempre! /
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! / Escutai a minha voz, vinde salvar-me! - R.
2. Sede uma rocha protetora para mim, / um abrigo bem seguro que me salve! / Porque sois a minha força e meu amparo, / o meu refúgio, proteção e segurança! / Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. - R.
3. Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, / em vós confio desde a minha juventude! / Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, / bdesde o seio maternal, o meu amparo. -R.
4. Minha boca anunciará todos os dias / bvossa justiça e vossas graças incontáveis. / Vós me ensinastes desde a minha juventude, / e até hoje canto as vossas maravilhas. - R.




Evangelho: Marcos 6, 17-29

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 17Pois o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado. 18João tinha dito a Herodes: Não te é permitido ter a mulher de teu irmão. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. 20Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. 22A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23E jurou-lhe: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino. 24Ela saiu e perguntou à sua mãe: Que hei de pedir? E a mãe respondeu: A cabeça de João Batista. 25Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista. 26O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar. 27Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro. - Palavra da salvação.
catolicanet.com
 
 
 
 
Homilia - Pe Bantu
 
 
Hoje celebramos o martírio de João, o Batista, aquele de quem Cristo disse: dos nascidos de mulher não há outro maior do que João, o Batista. Mas o menor no Reino do Céu é maior do que ele. É uma reflexão sobre minoridade, João escolheu a via menor, se fez pobre, vestia-se pobremente, comia gafanhotos e mel. Esta é a expressão que Mateus usa para expressar a humildade de João. E Jesus ainda diz: o menor no Reino do Céu é maior do que ele. Aqui percebemos que o Senhor demonstra que a sabedoria e o serviço estão no despojamento, na simplicidade, no profetismo sem recompensas. O profeta de Deus não é rico, nem poderá ser, e Jesus também revela que o menor, o mais pobre, o mais abandonado, o mais oprimido, no Reino de Deus, isto é, na Vontade de Deus, ainda é maior que o maior.
 
Falando da morte de João Batista, o Papa João Paulo II diz na Carta Encíclica “Veritatis Splendor” (cf. n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja. Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral.” Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há, porém, um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios. Assim tu meu irmão, minha irmã, não podes e nem deves fugir. Gostaria que soubesses que desde o início do Cristianismo percebemos que três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias, por vezes heróicas, para não ceder, até mesmo na vida cotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que as dificuldades nos levam ao compromisso para viver na totalidade o Evangelho.
 
O exemplo heróico de João Batista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente os numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e da perseguição religiosa. Mesmo hoje, em algumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo e à sua Igreja. Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires. Portanto, o martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo.
 
O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente. Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal: lutou, e sendo testemunha e testemunho fiel, derramou seu sangue, pagando com a própria vida. Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar a morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14). Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.